Traduzido pelo coletivo Vila Vudu
7/10/2010, Dennis Jacobe, Economista Chefe do Gallup Center
7/10/2010, Dennis Jacobe, Economista Chefe do Gallup Center
(de Informed Comment, Juan Cole)
Subemprego em 18,8%, supera os 18,6% do final de agosto
PRINCETON, NJ – O desemprego, medido pelo Gallup sem correção sazonal, aumentou para 10,1% em setembro, mostrando forte aumento a partir dos 9,3% de agosto e 8,9% em julho.
O aumento foi maior na segunda metade do mês – em meados de setembro, a taxa chegava a 9,4% – e provavelmente não aparecerá no relatório oficial de desemprego a ser divulgado na 6ª-feira (8 de outubro de 2010).
Em alguns grupos, a situação é pior do que indica a média nacional. Por exemplo, 15,8% dos norte-americanos entre 18 e 29 anos e 13,9% dos que estão em idade universitária estavam desempregados em setembro.
O aumento no item que afere o subemprego, e que compõe a taxa de desemprego aferida pelo Gallup, foi parcialmente afetado pelo número menor de empregados em tempo parcial, 8,7%, que agora procuram trabalho em tempo integral, 9,3% em agosto e 9,5% no final de julho.
Como resultado, o subemprego mostra crescimento menor, de 18,8% em setembro, a partir dos 18,6% em agosto, com 18,4% em julho. O subemprego alcançou 20,4% em abril e deve ficar abaixo de 18,3% esse ano.
O relatório que o governo divulgará na 6ª-feira provavelmente mostrará números de desemprego menores que esses
O último relatório de desemprego que o governo divulgará antes das eleições de meio de mandato baseia-se em números encontrados em meados de setembro.
O modelo com o qual opera o instituto Gallup para aferir o desemprego confirma os números divulgados no relatório ADP da 3ª-feira, que indicam desaparecimento de 39 mil postos de trabalho no setor privado, e indicam que a taxa oficial nacional de desemprego em setembro ficará entre 9,6% e 9,8%.
Essa conclusão considera o que o Gallup aferiu em meados de setembro e confirma a tendência de queda da força de trabalho nos EUA ao longo de 2010.
Mas o monitoramento que o Gallup mantém, sobre o mercado de trabalho, sugere forte crescimento na taxa de desemprego nas duas últimas semanas de setembro. É possível que o esfriamento previsto para toda a economia tenha tornado os empregadores ainda mais cautelosos no momento de contratar. E parte do aumento nas taxas de desemprego pode ser temporário ou sazonal.
Os números do desemprego mostrados na pesquisa Gallup sugerem que a porcentagem de trabalhadores empregados em meio período, mas que procuram empregos de tempo integral, está caindo, ao mesmo tempo em que aumenta o número de desempregados.
Em certa medida, é possível que haja aí uma redução na demanda por trabalhadores em tempo parcial. Por exemplo, os empregadores podem estar aproveitando trabalhadores empregados em meio período, para postos de tempo integral que tenham de ser preenchidos, mas, simultaneamente, não contratam novos trabalhadores em tempo parcial.
Outra explicação pode estar relacionada à redução da força de trabalho; empregados que tenham aceito empregos de meio período, na esperança de chegar aos postos de tempo integral, podem desistir de esperar e desligam-se completamente da força de trabalho – voltando aos cursos de formação, por exemplo, em vez de continuar nos empregos de tempo parcial.
É possível também que, para alguns trabalhadores, o seguro-desemprego seja melhor alternativa que empregos de meio período, escolhidos apenas como via de acesso a empregos de tempo integral.
Seja como for, o forte crescimento do desemprego no final de setembro pesará sobre a economia no 4º trimestre, com efeitos sobre as vendas de final de ano. Nesse sentido, é essencialmente importante que o Federal Reserve e outros técnicos do governo não se deixem iludir pelos números que serão divulgados na 6ª-feira. É possível que a situação do emprego nos EUA se esteja deteriorando mais depressa do que sugerem os relatórios oficiais.
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