Laerte Braga
Os “estragos” causados pela pilha de documentos confidenciais do governo dos EUA divulgado pelo site WikiLeaks começam a produzir efeitos em todos os cantos do mundo. Uma ordem para eliminar o fundador do site já foi expedida pelo governo de Obama (semelhante ao que costumam fazer fundamentalistas chamados de “terroristas”).
O WikiLeaks atingiu alvos variados, um grande espectro de ações terroristas dos norte-americanos e como não poderia deixar de ser respingou no Brasil.
Dilma Rousseff vive um dilema antes de sua posse. Mantém o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, notório agente norte-americano e o comandante da Força Aérea Brasileira (bate continência para Washington) brigadeiro Juniti Saito, ou espanta essas duas figuras que em tempos passados seriam chamados de traidores?
O Ministro Nelson Jobim está identificado como agente dos EUA e de forças golpistas no Brasil desde os tempos de FHC, ou precisamente, desde o momento que ingressou na vida pública. Sobre essa figura sombria e repulsiva pesam acusações de corrupção, de ligações com grupos econômicos estrangeiros e agora a comprovação através dos documentos divulgados pelo WikiLeaks que, por trás de tudo isso tem uma baita “remuneração”, é o óbvio.
Juniti Saito, brigadeiro e comandante da FAB, em tese, é um militar brasileiro. Na prática é um subproduto do governo dos EUA, com assento privilegiado à mesa do embaixador daquele país em Brasília e de generais norte-americanos interessados em vender armamentos ao nosso País, na prática, impedir o Brasil de ter acesso a tecnologias indispensáveis à garantia da independência e soberania nacional.
“Vender borracha, comprar chicletes”. É o que querem que façamos.
Nem Jobim e nem Saito têm condições morais de ocupar qualquer cargo no âmbito do Estado brasileiro. Não creio que oficiais sérios ou comprometidos com o Brasil na Força Aérea estejam concordando com um comando de fora do Brasil através de um brigadeiro que, na verdade, é suspeito até de corrupção, até prova em contrário é lícito suspeitar, pois defende interesses dos EUA e da empresa Boeing.
A atitude mais simples, na hipótese de existir vestígio de dignidade num ou noutro, é pedir para sair.
Não se trata nem de discutir que caça é melhor para a FAB (na opinião de muitos especialistas o melhor caça produzido hoje é o Sukhoi SU35, russo, descartado, desde o primeiro momento, ainda no governo FHC).
O xis da questão é dar foros de “negócio” no melhor estilo máfia, negociata, a uma operação de quatro bilhões de dólares (a propina normal, 20% seria em torno de 800 milhões de dólares) e que envolve a segurança nacional no sentido real da palavra e nunca como a concebem comandantes militares subordinados a potência estrangeira, caso do brigadeiro Saito, ou de políticos trêfegos como Nelson Jobim.
A batata quente está nas mãos da presidenta eleita Dilma Rousseff. Lula poderia até facilitar o caminho pedindo a Jobim e Saito que saiam antes do término de seu mandato.
O então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel em telegrama secreto em 31 de julho do ano passado, afirma ao seu governo que o brigadeiro Saito havia tomado a iniciativa de uma conversa reservada (porta dos fundos, mala branca) com o general Doug Fraser, comandante do Comando do Sul (EUA). Como era um jantar, deve ter entrado, pedido permissão para falar com seu superior, o norte-americano, batido continência e ao receber permissão para falar, se disse disposto a cumprir a missão, declarar-se favorável aos que pagam.
Ato contínuo a concessão de comer à mesa do comandante do Comando do Sul.
Quando retirou-se, naturalmente, o general dos EUA deve ter dito ao embaixador Clifford Sobel que fosse recomendada a concessão de medalha ao brigadeiro, ou uma gratificação extra pelos relevantes serviços prestados à pátria. A pátria aí é outra, aliás, sempre foi a pátria da turma de 1964 e dos remanescentes nos “negócios”.
Se Jobim é o diretor ou não desse filme, as filmagens no Brasil, digamos assim, não sei, mas que de repente pode ser alguém que carrega a mala. Por que não?
O ministro da Defesa já se vangloriou de ter alterado a Constituição na moita, isso aí é café pequeno para a excelência das privatizações.
É urgente refundar as Forças Armadas brasileiras. Explicar à maioria dos nossos militares que o Brasil fica na América do Sul, a capital é Brasília. Cortar esse barato de achar que somos um país da América do Norte (extensão, vice-reino) e que nossa capital é Washington e eles tem que estudar no "War College" ou a "Escuela de las Americas", tudo centralizado no PENTÁGONO.
O Ministro da Defesa (dos EUA e seus “negócios”, lógico) Nelson Jobim tem requintes de cara-de-pau absoluto, quando afirma que os documentos divulgados pelo site não irão abalar as relações entre o Brasil e seu governo (dele Jobim), em Washington.
Se abalam a honra de Jobim isso certamente não o preocupa. Não tem noção do que seja isso. Entende de saber se na hora da troca, o dinheiro está direitinho como combinado.
Tudo certinho? Então “in God we trust”.
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