terça-feira, 19 de abril de 2011

Crise sistêmica global

Outono de 2011: Orçamento/Títulos do Tesouro/Dólar, as três crises americanas que vão provocar a Enorme Ruptura do sistema econômico, financeiro e monetário mundial.

por GEAB [*]

Em 15 de Setembro de 2010, o GEAB nº 47 intitulava: “Primavera de 2011: Welcome to the United States of Austerity / Rumo ao enorme pânico do sistema econômico e financeiro mundial”. No entanto, no fim do Verão de 2010, a maior parte dos peritos considerava, por um lado, que o debate sobre o déficit orçamental dos EUA permaneceria um simples objecto de discussões teóricas no seio da Beltway [1] ; por outro, que era impensável imaginar os Estados Unidos a lançarem-se numa política de austeridade uma vez que bastaria ao Fed continuar a imprimir dólares. Ora, como todos podem constatar desde há várias semanas, a Primavera de 2011 trouxe a austeridade aos Estados Unidos [2], a primeira desde a Segunda Guerra Mundial, e o estabelecimento de um sistema global fundado na aptidão do motor americano a gerar sempre mais riqueza (real nos anos 1950-1970, depois cada vez mais virtual a partir desta data).

Nesta fase, o LEAP/E2020 está pois em condições de confirmar que a próxima etapa da crise será realmente a "Enorme ruptura do sistema econômico, financeiro e monetário mundial"; e que esta ruptura acontecerá no Outono de 2011 [3]. As consequências monetárias, financeiras, econômicas e geopolíticas desta “Enorme ruptura” serão de uma amplitude histórica e farão a crise do Outono de 2008 parecer aquilo que ela realmente foi: um simples detonador.

A crise no Japão [4], as decisões chinesas e a crise das dívidas na Europa certamente desempenharão um papel nesta ruptura histórica. Em contrapartida, consideramos que a questão das dívidas públicas dos países periféricos da Eurolândia não é mais o fator de risco dominante na Europa, mas que é o Reino Unido que se encontra na posição do “doente da Europa” [5]. A zona Euro pôs em ação e continua a melhorar todos os dispositivos necessários para tratar destes problemas [6]. A gestão dos problemas grego, português, irlandês, etc. será feita, portanto, de maneira organizada. Investidores privados deverão arcar com descontos (como antecipado pelo LEAP/E2020 antes do Verão de 2010) [7], mas isso não pertence à categoria dos riscos sistêmicos, o que desagrada o Financial Times, o Wall Street Journal e peritos da Wall Street e da City que tentam a cada três meses refazer o “golpe” da crise da zona Euro do princípio de 2010 [8].

Em contrapartida, o Reino Unido fracassou completamente na sua tentativa de “amputação orçamentária preventiva” [9]. Com efeito, sob a pressão da rua e nomeadamente dos mais de 400 mil britânicos que enchiam as ruas de Londres em 26/02/2011 [10], David Cameron viu-se obrigado a rever em baixa seu objetivo de redução das despesas de saúde (um ponto chave das suas reformas) [11]. Paralelamente, a aventura militar líbia obriga igualmente a rever seus objetivos de cortes orçamentais no Ministério da Defesa. Já havíamos indicados no último GEAB que as necessidades de financiamento público britânico continuavam a aumentar, sinal da ineficácia das medidas anunciadas cuja execução na realidade revela-se muito decepcionante [12]. O único resultado da política do tandem Cameron/Clegg [13]é por enquanto a recaída da economia britânica na recessão [14]e o risco evidente de implosão da coligação no poder na sequência do próximo referendo sobre a reforma eleitoral.

Neste GEAB nº 54, nossa equipe dedica-se pois a descrever os três fatores-chave que determinam esta Enorme Ruptura global do Outono de 2011 e suas consequências. Paralelamente, nossos investigadores começaram a antecipar a evolução da operação militar franco-anglo-americana na Líbia que consideramos ser um poderoso acelerador do deslocamento geopolítico mundial e esclarece utilmente certas mudanças tectônicas agora em curso nas relações entre grandes potências mundiais. Além disso, no Índice GEAB $, desenvolvemos as nossas recomendações para enfrentar os perigosos trimestres que estão para vir.

Fundamentalmente, o processo que se desenrola sob os nossos olhos, e de que a entrada dos Estados Unidos numa era de austeridade [15]é uma simples expressão orçamental, não é senão a sequência do apuramento dos 30 milhões de milhões de ativos fantasmas que invadiram o sistema econômico e financeiro mundial no fim de 2007 [16]. Se cerca da metade deles havia desaparecido durante 2009, eles em parte ressuscitaram desde então pela vontade dos grandes bancos centrais mundial e em particular pela Reserva Federal dos EUA e suas “Facilidades quantitativas 1 e 2” (“Quantitative Easings 1 e 2”). Ora, nossa equipe estima que são 20 milhões de milhões destes ativos-fantasmas que se vão desvanecer em fumo a partir do Outono de 2011, e de um modo muito brutal sob o efeito conjugado das três mega-crises estado-unidenses em gestação acelerada:

- a crise orçamental, ou como os Estados Unidos mergulham de bom grado ou à força nesta austeridade sem precedentes e vão com isso arrastar panos inteiros da economia e das finanças mundiais
- a crise dos Títulos do Tesouro dos EUA, ou como a Reserva Federal atinge o "fim do caminho" encetado em 1913 e terá de enfrentar a sua falência qualquer que seja a camuflagem contabilística escolhida
- a crise do dólar americano, ou como os sobressaltos da divisa dos EUA que vão caracterizar a travagem da Quantitative Easiang 2 no segundo trimestre de 2011 serão as premissas de uma desvalorização maciça (da ordem dos 30% em algumas semanas).

Bancos centrais, sistema bancário mundial, fundos de pensão, multinacionais, matérias-primas, população americana, economias da zona dólar e/ou dependentes das suas trocas com os Estados Unidos [17]... Este é o conjunto dos operadores estruturalmente dependentes da economia dos EUA (de que o governo, o FED e orçamento federal tornaram-se os componentes centrais), dos ativos denominados em dólar ou das transações comerciais em dólares que vão sofrer o choque frontal de 20 milhões de milhões de ativos-fantasmas a pura e simplesmente desaparecerem dos seus balanços, das suas aplicações e provocando uma grande baixa nos seus rendimentos reais.

Em torno deste choque histórico do Outono de 2011, que marcará a afirmação definitiva das tendências fortes antecipadas por nossa equipe nos GEAB anteriores, as grandes categorias de ativos vão experimentar grandes turbulências exigindo uma vigilância acrescida de todos os operadores preocupados com os seus investimentos e aplicações. Com efeito, esta tripla crise estadunidense marcará a verdadeira saída do “mundo após 1945” que viu os Estados Unidos desempenharem o papel de Atlas e será portanto marcada por choques e réplicas múltiplas no decorrer dos trimestres que se seguirão.

Exemplo: o dólar pode experimentar a curto prazo efeitos que reforçam o seu valor em relação às principais divisas mundiais (nomeadamente se as taxas de juros dos EUA elevarem-se muito rapidamente após o fim da Quantitative Easing 2), mesmo que, ao cabo de seis meses, sua perda de valor de 30% (em relação ao seu valor atual) seja inelutável. Não podemos, portanto, senão repetir o conselho figura à cabeça das nossas recomendações desde o princípio dos nossos trabalhos sobre a crise: no quadro de uma crise global de amplitude histórica como esta que atravessamos, o único objetivo racional para os investidores e os poupadores não é ganhar mais, mas sim tentar perder o menos possível.

Isso vai ser particularmente verdadeiro para os próximos trimestres em que o ambiente especulativo vai-se tornar altamente imprevisível no curto prazo. Esta imprevisibilidade a curto prazo tem a ver nomeadamente com o fato de que as três crises americanas que desencadearão a Enorme Ruptura mundial do Outono não estão sincronizadas. Elas estão estreitamente correlacionadas, mas não de maneira linear. E uma dentre elas, a crise orçamentária, está diretamente dependente de fatores humanos muito influentes no calendário do seu desenrolar; ao passo que as duas outras (seja o que for que pensem aqueles que vêem nos responsáveis do FED deuses ou diabos [18]) doravante no essencial estão inscritas nas tendências fortes em que a ação dos dirigentes americanos tornou-se marginal [19].

A crise orçamentária, ou como os Estados Unidos mergulham de bom grado ou à força nesta austeridade sem precedente e vão arrastar vastos setores da economia e das finanças mundiais.

Os números podem dar vertigens: “6 milhões de milhões de cortes orçamentais em dez anos” [20], diz o republicano Ryan, “4 milhões de milhões em doze anos”, replica o já candidato para 2012 Barack Obama [21], “tudo isso está longe de ser suficiente” agrava uma das referências do Tea Parties, Ron Paul [22]. E de qualquer modo, sanciona o FMI, “os Estados Unidos não são críveis quando falam em reduzir seus défices” [23]. Esta observação inabitualmente brutal do FMI, tradicionalmente muito prudente nas suas críticas aos Estados Unidos, é particularmente justificada em relação ao psicodrama que, por causa de um punhado de dezenas de milhares de milhões de dólares, quase fechou o estado federal por falta de acordo entre os dois grandes partidos. Um cenário que vai igualmente reproduzir-se proximamente a propósito do tecto de endividamento federal.

O FMI não faz senão exprimir uma opinião amplamente partilhada pelos credores dos Estados Unidos: se por causa de algumas dezenas de milhares de milhões de dólares de redução dos déficits o sistema político americano atinge um tal grau de paralisia, o que se vai passar quando nos próximos meses vão-se impor reduções de várias centenas de milhares de milhões de dólares por ano? A guerra civil? Esta é a opinião em todo caso do novo governador da Califórnia, Jerry Brown [24], o qual considera que os Estados Unidos enfrentam uma crise de regime idêntica àquela que conduziu à Guerra de Secessão [25].


O contexto, portanto, já não é de simples paralisia, mas antes, de uma confrontação geral entre duas visões do futuro do país. Quanto mais a data das próximas eleições presidenciais (Novembro de 2012) se aproximar, mais a confrontação entre os dois campos irá intensificar-se e desenrolar-se com desprezo para com todas as regras de boa conduta, incluindo a salvaguarda do interesse geral do país: “Os deuses tornam loucos aqueles que eles querem perder” diz Ulisses na Odisseia. A cena política washingtoniana vai assemelhar-se cada vez mais a um hospital psiquiátrico [26] nos próximos meses, tornando cada vez mais provável, tornando cada vez mais provável “decisões aberrantes”.

Se, para se tranquilizarem acerca do dólar dos Títulos do Tesouro, os peritos ocidentais repetem em uníssono que os chineses seriam loucos em se desembaraçarem destes ativos o que não faria senão precipitar a queda de valor, é porque ainda não compreenderam que é de Washington e dos seus comportamentos erráticos que pode vir a decisão que precipitará esta queda. E Outubro de 2012, com a sua votação tradicional do orçamento anual, vai proporcionar o momento ideal para esta tragédia grega que, segundo nossa equipe, não terá happy end pois não é Hollywood e sim o resto do mundo que vai escrever o cenário seguinte.

Seja qual for o caso, por decisão política deliberada, por encerramento do governo federal ou por pressões externa irresistíveis [27] (taxa de juros, FMI + Eurolândia + BRIC [28]), é certamente no Outono de 2011 que o orçamento federal dos EUA se vai contrair maciçamente pela primeira vez. O prosseguimento da recessão conjugado com o fim da Quantitative Easing 2 vai fazer subir as taxas de juros e portanto aumentar consideravelmente o serviço da dívida federal, num fundo de receitas fiscais em baixa [29] por causa da recaída numa recessão forte. A insolvência federal doravante está logo ali na esquina segundo Richard Fisher, o presidente da Reserva Federal de Dallas [30].

A sequência no GEAB (para assinantes):

- a crise dos Títulos do Tesouro dos EUA, ou como a Reserva Federal atingiu o “fim do caminho” encetado em 1913 e deve enfrentar a sua falência seja qual for a camuflagem contabilística escolhida

- a crise do dólar americano, ou como os sobressaltos da divisa estadunidenses que caracterizarão a travagem da Quantitative Easing 2 no segundo trimestre de 2011 serão as premissas de uma desvalorização maciça (da ordem dos 30% em algumas semanas).

Notas:

(1) Expressão americana que designa o núcleo político-administrativo de Washington, situado no interior da rodovia circular local, a Beltway.

(2) Desde machadadas nos orçamentos da acção internacional dos Estados Unidos até às reduções dos programas sociais, das organizações públicas e de categorias inteiras da população americana (latinos, pobres, estudantes, reformados, ...) vão ser a partir de agora duramente afetados pelo que ainda não é senão uma gota de água nos ajustamentos necessários. Os protestos populares começam com os estudantes à cabeça. Fontes: House of Representatives , 13/04/2011; Devex , 11/04/2011; HuffingtonPost , 13/04/2011; Foxnews , 14/04/2011; Foxbusiness , 12/04/2011

(3) O sistema bancário mundial (Europa inclusive), sempre subcapitalizado e amplamente insolvente, é igualmente um dos elementos desta Enorme Ruptura do Outono de 2011.

(4) No GEAB nº 55, nossa equipe apresentará suas antecipações sobre a questão do nuclear no mundo, incluindo a utilização do método de antecipação política como ferramenta de tomada de decisão neste assunto.

(5) A amplitude da crise orçamental no Reino Unido é infinitamente mais grave do que contam os atuais dirigentes britânicos que contudo se jactam de ter um discurso da verdade. Há de fato dois meios de mentir a um povo: negar a existência de um problema (a posição do Labour de Gordon Brown) ou então não confessar senão uma parte da verdade (visivelmente a escolha do tandem Cameron/Clegg). Em ambos os casos, o problema não é resolvido. Fonte: Telegraph , 26/03/2011

(6) E, a partir de agora e do estabelecimento definitivo da Eurolândia como principal motor europeu aquando da cimeira de 11 de Março último, os quatro países que não participam no pacto "Eurolândia+" de estabilização financeira, ou seja, o Reino Unido, a Suécia, a Hungria e a República Checa, serão convidados a deixar a sala das cimeiras nas discussões sobre as questões financeiras e orçamentais ligadas ao pacto.   O EUObserver de 29/03/2011 descreve o pânico que se apoderou das delegações destes quatro países cujos dirigentes desempenham o papel de brutamontes diante dos media e nos discursos destinados às suas respectivas opiniões públicas, mas que sabem muito bem que doravante estão encurralados num papel europeu de segunda classe.

(7) Font: Irish Times , 22/03/2011

(8) É preciso ler a respeito o artigo muito pertinente e muito divertido de Silvi Wadhwa, correspondente na Europa da CNBC, que ridiculariza o caricatural discurso anti-Eurolândia e anti-alemão dos seus colegas dos outros media anglo-saxões; e que recorda muito justamente que as diferenças de situações econômicas são ainda mais importantes entre estados americanos do que no interior da Eurolândia e que os problemas de endividamento da Grécia ou de Portugal nada são quando comparados àqueles de um estado como a Califórnia. Fonte: CNBC , 12/04/2011

(9) Retornaremos mais especificamente ao caso britânico no GEAB nº 55, exatamente um ano após a vitória da coligação Conservadores/Liberais Democratas.

(10) Este protesto contra os cortes orçamentais constituiu a mais importante manifestação em Londres desde há mais de vinte anos e foi acompanhada de graves violências “anti-ricos” via ataques, por exemplo, contra o HSBC, o hotel Ritz ou a loja Fortnum & Mason. Como sublinhamos por diversas vezes no GEAB, é muitíssimo significativo constatar que esta manifestação histórica do Reino Unido praticamente não tenha se transformado em manchetes nos media, onde se tornou invisível 48 horas após o seu acontecimento. Quando milhares de cidadãos gregos ou portugueses se manifestam em Atenas ou em Lisboa, em contrapartida, temos direito a uma avalanche de imagens-choque e de comentários descrevendo países à beira do caos. Este "dois pesos e duas medidas" não devem enganar o observador lúcido. Por um lado, há graves dificuldades que doravante são geridas no seio de um conjunto poderoso, a Eurolândia; do outro, há grandes dificuldades que não conseguem mais ser geridas por um país completamente isolado. Acredite nos media ou então reflita por si mesmo para adivinhar a sequência! Fonte: Guardian , 26/03/2011

(11) Fonte: Independent , 03/04/2011

(12) Além disso, os mercados financeiros percebem e realmente já não acreditam na mensagem de austeridade marcial do governo britânico, arrastando de novo a libra esterlina numa espiral descendente. Fonte: CNBC , 12/04/2011

(13) Nick Clegg tornou-se o político mais odiado do Reino Unido por ter traído um a um quase todos os seus compromissos eleitorais. Fonte: Independent , 10/04/2011

(14) E empurrar as famílias britânicas para uma perda de poder de compra semelhante unicamente àquelas da crise do pós primeira guerra mundial, em 1921. Fonte: Telegraph , 11/04/2011

(15) Como fizeram os europeus desde 2010.

(16) Estimativa média feita pelo LEAP/E2020 em 2007/2008.

(17) Para além do comércio exterior tradicional, o gráfico abaixo mostra a amplitude da redução das transferências para os seus países de origem por parte dos trabalhadores emigrados nos Estados Unidos, devido à baixa do US dólar. Esta redução ainda vai ampliar-se mais a partir de Outono de 2011.

(18) Nos Estados Unidos, hoje é a visão diabólica que está amplamente imposta na opinião pública, ao contrário de 2008 em que os responsáveis do Fed pareciam ser o último recurso. Esta mudança psicológica, como sublinhamos, não é um pormenor e contribui fortemente para limitar a margem de manobra dos dirigentes do FED. E não é a derrota judicial histórica do Banco Central dos EUA, que foi obrigado a revelar os destinatários das centenas de milhares de milhões de dólares de ajuda distribuídos após a crise da Wall Street de 2008, que vai obrigar melhorar esta situação, muito pelo contrário. Uma anedota simples, revelada pela revista Rollingstone, ilustra o agravamento das queixas do povo americano contra os seus banqueiros centrais: a título de beneficiários destas ajudas do Fed, encontram-se as mulheres de duas grandes figuras da Wall Street que criaram um instrumento sob medida permitindo-lhes receber US$200 milhões do FED para recompra de créditos apodrecidos... Com os benefícios revertendo-lhe e as perdas indo para o FED! Isto é infelizmente um exemplo dentre muitos outros que circulam atualmente na Internet e que romperam, já definitivamente, o respeito do povo americano para com a sua instituição monetária de referência. Uma situação explosiva no contexto da crise atual. Fonte: Rollingstone , 12/04/2011

(19) O destino do dólar, tal como o dos Títulos do Tesouro dos EUA, doravante no essencial está nas mãos dos operadores do resto do mundo que examinarão de maneira muito "clínica" a saída do Quantitative Easing 2 que se impõe ao Fed no decorrer do segundo trimestre de 2011. É a sua opinião colectiva (já muito crítica), e não a "comunicação" do Fed, que será decisiva.

(20) Fonte: Politico , 04/04/2011

(21) Fonte: Boston Herald, 13/04/2011

(22) Fonte: Huffington Post , 11/04/2011

(23) E tanto mais que eles continuam a bater recordes de necessidades de financiamento para os seus déficits, e que o déficit previsto durante uma década pelos compromissos de Obama monta a US$9500 mil milhões. Por um lado, ele concebe políticas que aumentam o déficit, por outro anuncia objetivos de redução. Realmente pouco crível. Fontes: CNBC , 13/04/2011; Washington Post , 18/03/2011

(24) Brown é uma personalidade americana original que tem uma longa experiência política uma vez que já foi governador da Califórnia de 1975 a 1983, e duas vezes candidato à investidura democrática para o posto de presidente dos Estados Unidos. A sua opinião sobre o estado de ruína do sistema político dos Estados Unidos não é, portanto, para tomar de ânimo leve. Fonte: CBS , 10/04/2010

(25) Àqueles que consideram a imagem ousada, nossa equipe recorda que uma das principais causas da Guerra de Secessão foi a visão irreconciliável do que devia ser o estado federal e o seu papel. Hoje, em torno das questões orçamentárias, do papel do FED, das despesas militares e das despesas sociais, vê-se novamente emergirem duas visões diametralmente opostas do que deve ser e fazer o estado federal, com o seu cortejo de bloqueios institucionais crescentes e um ambiente de ódio entre forças políticas. Já demos numerosas ilustrações nos GEAB anteriores. Fonte: Americanhistory

(26) Como qualificar de outra forma pessoas que, à custa de crises repetidas, conseguiram sacar algumas dezenas de milhares de milhões de um orçamento e que se põem agora a anunciar urbi et orbi que amanhã vão sacar mais milhões de milhões de dólares destes mesmos orçamentos? Loucos ou mentirosos? De qualquer forma inconscientes, pois acumulam-se constrangimentos que em todos os casos exigem reduções de déficits.

(27) As dívidas públicas mundiais estão no ponto máximo desde 1945 e, com 10,8% do PNB, os Estados Unidos tornaram-se o primeiro grande país em termos de déficit público. Fontes: Figaro , 12/04/2011; Bloomberg , 12/04/2011

(28) A propósito dos BRIC (doravante BRICS, com a África do Sul), é muito interessante notar que a sua terceira cimeira, reunida na ilha tropical chinesa de Hainan, beneficia finalmente de uma cobertura mediática significativa da parte dos media ocidentais. Nós fizemos parte dos primeiros e das raras publicações ocidentais a mencionar a primeira cimeira (em Ekaterinenbourg) e a sublinhar a importância do acontecimento há três anos, mas, até o presente, a grande imprensa internacional persistia em considerar os BRICS como um simples acrônimo sem dimensão geopolítica séria. As coisas mudaram visivelmente. Além disso, desde a Líbia até o dólar, a cimeira de Hainan posicionou-se claramente em contrapeso aos Estados Unidos e seus procuradores (cada vez menos numerosos em relação ao que se passa na Líbia). Quanto ao dólar, os BRICS decidiram acelerar o processo que lhes permitirá utilizarem as suas próprias divisas no seu comércio: outro sinal de que nos aproximamos muito rapidamente de um violento choque monetário. Fonte: CNBC , 14/04/2011

(29) Aqueles que ainda acreditam uma melhoria da situação econômica americana, para além do efeito “dopagem” da Quantitative Easing 2, deveriam dar atenção à moral das PME nos Estados Unidos que recomeça a degradar-se fortemente e à ficção da melhoria no emprego que será brutalmente corrigida (mesmo nas estatísticas oficiais) a partir do Verão de 2011. E remetemos aos GEAB anteriores quanto à crise fiscal dos estados federados. Fontes: MarketWatch , 12/04/2012; New York Post , 12/04/2011

(30) Fonte: CNBC, 22/03/2011

15/Abril/2011

[*] Global Europe Anticipation Bulletin - GEAB

Comuniqué nº 54 de15 de abril de 2011
Este comunicado traduzido foi retirado de Resistir .

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