sábado, 27 de junho de 2015

ONGs “éticas” & “moralizantes”: Desconfie MUITO dessa gente!


15/6/2015, [*] Andrew Korybko, The Vineyard of the Saker
Excertos traduzidos pelo pessoal da Vila Vudu



Ler também:

31/5/2015, redecastorphoto, F. William Engdahl, New Eastern Outlook em: Rússia: soberania, sedição e as velhas e detestáveis ONGs

22/11/2014, redecastorphoto (via Juntos Somos Fortes), Aeneas GeorgGlobal Research em: Táticas de “mudança de regime” aplicadas pelos EUA


The Saker

ONGs ligadas a serviços secretos estrangeiros de inteligência tornaram-se grave ameaça à segurança e à soberania de estados multipolares, e podem ser responsabilizadas diretamente pela montagem e operação das estruturas que levam às “revoluções coloridas” e lhes garantem manutenção e logística nas operações para “mudança de regime”.
Depois da primeira onda (logo depois da autodissolução da União Soviética) e da segunda onda (“Primavera Árabe”) das chamadas “Revoluções Coloridas”, os estados-alvos finalmente acordaram para o jogo do Ocidente e, agora, já trabalham ativamente para defender-se de modo criativo e inovador contra essa grave agressão premeditada contra sua estabilidade interna.
A Rússia sempre esteve na vanguarda desse movimento e ordenou que essas chamadas “Organizações Não Governamentais” mantidas na Rússia com fundos recebidos de fora do país se registrassem ante as autoridades russas como “agentes de interesses estrangeiros”. A mesma lei recentemente aprovada na Rússia também dá aos procuradores de Justiça o direito de ordenar o fechamento de ONGs indesejáveis, o que é mais um passo na direção certa para fortalecer a soberania do estado democrático de direito.
Com o objetivo de completar o processo de defender o estado contra a mais recente arma assimétrica que os EUA têm usado para promover “mudança de regime”, e para varrer as forças hostis ainda ativas contra o voto dos cidadãos, é hora de a Rússia e seus aliados multipolares iniciarem campanha para estimular militantes e ex-militantes daquelas ONGs de desdemocratização a procurar autoridades e denunciar as reais atividades ilegais daquelas organizações.
Começamos aqui por discutir a natureza estratégica de ONGs norte-americanas e outras, ativas fora de seus países de origem e sempre na oposição a governos eleitos; na sequência, mostramos como elas se disseminaram muito rapidamente pelo mundo. Depois documentamos a distribuição padronizada dessas organizações; e expomos essas novas táticas de guerra híbrida que os EUA usaram e continuam a usar na Síria e na Ucrânia. Bem demonstrado o perigo que essas ONGs (a maioria das quais são norte-americanas) impõem à estabilidade global, propomos, para combater essas organizações, uma abordagem “de dentro para fora”. E na conclusão explicamos como tudo isso funcionará na prática.
Perigo infiltrado
As ONGs operam na linha de frente dos golpes para mudança de regime, e praticamente sempre se “internam” e “integram-se” no próprio tecido social dos estados-alvos, muito antes que recebam as primeiras instruções diretas para dar início à tentativa de golpe de Estado. Muito frequentemente, as ONGs não operam explicitamente para forçar atividade antigoverno.
O mais comum é que escolham nomes que se associam, como marca [orig. brand], mais ao serviço social [sempre ostensivamente apresentado como “sem política” (NTs)], que à agitação diretamente política golpista. É o que se observa também nas atividades que promovem, que visam sempre a manifestar posições “neutras” – como oferecer comida a desempregados [desde que não haja “contaminação” entre o que a ONG faz e o que os sindicatos fazem (NTs)]; ou dar pseudo-abrigo a sem-tetos [desde que os sem-tetos ajudados não estejam organizados para promover ocupações (NTs)]; ou divulgar dados pseudo-estatísticos sobre “kurrupção” (nunca a corrupção dos mantenedores daquelas ONGs, sempre só dos seus inimigos políticos).
Servindo-se desses mecanismos para desmobilizar qualquer sociedade democrática, as ONGs conseguem expandir sua rede de apoio, repetindo incansavelmente que não têm qualquer interesse ou militância política em suas atividades. Em si e por si mesmo, não há necessariamente qualquer ilegalidade nesse processo – mas sem dúvida é gravemente suspeito e nada tem de boa moralidade pública que uma organização política esconda da sociedade os seus objetivos políticos e apresente-se não apenas como “apolítica”, mas como ativamente “antipolítica”, contra todos os partidos políticos e contra todos os políticos (exceto uns poucos) e contra governos eleitos que não seja dos próprios amigos.

ONGs dos EUA que corroem a Democracia (clique na imagem para aumentar)

Mas todos esses problemas tornam-se exponencialmente mais graves, quando essa organização “mascarada” oculta atividade a favor de interesses políticos de outros países e contra cidadãos locais nos locais onde elas atuam. Em outras palavras: tudo se torna muitíssimo mais grave quando a tal Organização Não Governamental é apenas a fachada atrás da qual se esconde organização violentamente “Pró-Governo” e “Pró-Empresas”, só que governos e empresas que vivem, produzem, lucram e prosperam bem longe do local da intervenção ongueira/onguística.
ONGs mantidas com fundos que lhes vêm de fora do país onde elas operam, e que se ocultam por trás de máscaras de assistência social têm, é claro, outras motivações, e já há muito tempo muitas autoridades governamentais em todo o mundo preocupam-se com o caráter secretivo desses grupos, as intenções não expostas e as conexões com diferentes agências de inteligência.
Não há quem não saiba que uma ONG social, com boa reputação e griffe prestigiadas em todo o mundo pode ter impacto poderoso sobre a opinião pública (sobretudo no caso de ONGs que são muito ativamente promovidas e propagandeadas pelos veículos da imprensa-empresa comercial liberal, dos quais muitas ONGs e/ou seus patrocinadores são ricos anunciantes [NTs]). E se a tal organização repentinamente decide assumir “um lado” em disputas políticas locais, o mais provável é que consiga carregar consigo seus “recrutas” e toda sua rede de sustentação social, o que pode criar movimento de consideráveis dimensões, saído, supostamente naturalmente, do “seio da sociedade”.
Na realidade, esse sempre foi o objetivo de todas as ONGs – politizar uma rede dispersa de grupos de pessoas operantes em outras ONGs aparentemente sem contato entre elas, e converter a tal nova rede em força política unificada para “mudança de regime”, em todos os casos em que algum governo local não esteja governando localmente na direção dos desejos do dinheiro que, de fora, mantém planetariamente as ONGs.
Mas se a opinião pública democrática e governos locais democraticamente eleitos não dão atenção em tempo oportuno a esse processo, o buraco negro resultante do caos social pode ser suficientemente potente para capturar mais e mais apoiadores, ao mesmo tempo em que faz colapsar o centro de gravidade do poder do Estado.
Crescimento metastático das “revoluções coloridas”
Esse processo foi desencadeado planejadamente com sucesso devastador na Sérvia, Geórgia, Ucrânia e Quirguistão na primeira onda de choque; e todo o Oriente Médio viu-se envolvido depois que as Revoluções Coloridas da “Primavera Árabe” começaram por lá, no segundo tsunami de agitações de rua.
Resultado de haver testemunhado a carnificina destrutiva da mais recente maré de agitações, a Rússia e seus corpos de tomada de decisão política afinal acordaram para essa superarma de desestabilização social que os EUA construíram bem diante do nariz deles.
Desde o final da Guerra Fria, os EUA trabalham no processo de converter movimentos sociais em armas de intervenção na sociedade, criando uma espécie de 5ª Coluna [hoje já fala em “criar e manter células dormentes em território inimigo”, como grupos de terroristas internacionais fazem hoje, e aprenderam a fazer, ao que parece, com os EUA (NTs)] a ser rapidamente mobilizada contra estados-alvos.
Apanhados na ingenuidade da “nova ordem mundial” dos “liberal-democratas” dos anos 1990s, muitos estados e seus cidadãos não deram qualquer atenção à possibilidade de as ONGs serem manipuladas por agências da inteligência unipolar. Assim, ficaram sem defesas contra a lavagem cerebral que viria e veio, persuadidos de que a griffe “não governamental” carregaria alguma espécie de conotação santificada de “liberdade” que governo algum se atreveria a contestar.
Algumas das ONGs internacionais na Rússia

Os EUA exploraram amplamente essa convicção simplória [que a imprensa-empresa comercial liberal e a respectiva universidade liberal comercial trataram de converter em “conhecimento certo e indiscutível” (NTs)], para fazer proliferar enormemente a rede de suas ONGs pressupostas benignas para quase todos os cantos do planeta que a Guerra Fria abriu; e, sempre, preparando cenários nos quais fosse possível testar o recurso de militarizar as tais ONGs.
Soltar A Besta
A oportunidade perfeita surgiu quando a rede CNN, instrumento “midiático” da propaganda dos EUA, declarou em 1999, retoricamente (e ridiculamente) que Slobodan Milosevic [1] era o novo Adolf Hitler.
Essa óbvia “senha” para o início da operação para mudança de regime condicionou o psiquismo ocidental e o induziu a aceitar a eventual derrubada do presidente, que aconteceu, em operação ilegal, na “Revolução Escavadeira” [orig. Bulldozer Revolution’], uma espécie revolução mãe de todas as “revoluções coloridas”.
Depois de recolher todos os tipos de dados de inteligência aos quais tiveram acesso graças a essa operação de intervenção violenta, os EUA decidiram expandir o objetivo de sua ação e introduzir-se diretamente nos territórios da Geórgia, Ucrânia e Quirguistão pós-soviéticas, com o objetivo de levar adiante sua ação de mudança de regimes, fazendo-a avançar, por inércia, até a Rússia.
A ação integral, como foi inicialmente planejada, jamais pôde ser levada a efeito (agora já é conhecida e é preciso desmontá-la), mas os EUA conseguiram derrubar os governos daqueles três países; e, enquanto isso ia acontecendo, os EUA acumularam grande experiência dessa sua nova superarma, ao vivo.
Os especialistas norte-americanos aperfeiçoaram a própria tecnologia para mudar regimes “não amigáveis”, e a aplicaram no contexto de uma grande “revolução colorida”, sobre território amplíssimo, em movimento que foi promovido pela “comunicação” do império, para todo o mundo, como a “Primavera Árabe”.
Guerra híbrida à maneira ocidental
A inovação chave aqui foi uma estratégia híbrida, de usar uma Revolução Colorida como base para lançar Guerra Não Convencional, como se viu na Líbia e prossegue até hoje na Síria. O mesmo foi tentado na Ucrânia, pouco antes do golpe de fevereiro de 2014, quando as forças ocidentais no país chegaram a confrontar Kiev, em rebelião armada de grande escala.
Os EUA já haviam doutrinado as massas globais a aceitarem o golpe, o que fizeram com o anúncio, distribuído pela Newsweek de que a Ucrânia estaria à beira de uma guerra civil. Mas, numa dupla inovação no modus operandi do golpe para “mudança de regime”, atiradores “pró-golpe’” com armas de precisão foram deslocados para a capital do país, ao mesmo tempo em que o país era incendiado em direção a revolta total. Essa super onda dupla de pressão quebrou a decisão pessoal de Yanukovich, que chegara a começar a resistir contra a operação de mudança de regime. Mas capitulou inesperadamente ante os “revolucionários coloridos”, movimento que, em tese, deveria ter “resolvido” tudo e posto fim à agitação no país. Não aconteceu assim.
Uma oposição local ao governo de Yanukovich fez acontecer um “golpe” menos de 24 horas depois da derrubada do presidente eleito.
O sucesso dessa mudança “surpresa” de regime cancelou os planos dos EUA para Guerra Não Convencional no oeste da Ucrânia, que começavam a ser traçados. O que não se deve deixar de observar, contudo, é que não fossem os atiradores de armas de precisão que foram dispostos ao redor da praça e atiraram contra a multidão na rua [e também contra policiais leais ao governo regular já então deposto], os EUA estavam prontos para converter a Ucrânia numa outra Síria. Para tanto, mais uma vez, contavam com o seu modelo de guerra híbrida para mudança de regime, cuja primeira linha de ataque haviam sido as ONGs que trabalhavam na oposição ao governo de Yanukovich, mantidas com dinheiro que lhes vinha de fora do país.
A nova abordagem “de dentro para fora”
Confrontada com o indubitável perigo que são as ONGs mantidas com dinheiro externo, para a segurança do Estado e para a estabilidade regional, a Rússia iniciou os passos legais que lhe permitem, hoje, combater em melhores condições contra essa superarma, e neutralizar-lhe a potência.
Apesar do muito que demoraram a ser tomadas, a importância dessas medidas está no fato de que o establishment russo, afinal, dá sinais de ter visto o problema que há anos cresce na clandestinidade, e tomou providências firmes para impedir que avance aquele tipo de ação. Agora, o governo russo está planejando os passos necessários para extinguir e desmontar definitivamente essas verdadeiras “máquinas” para promover golpes de “mudança de regime” – o que está sendo organizado para ser feito “de dentro para fora”: o governo pode organizar uma campanha dirigida aos próprios ongo-ativistas, que em muitos casos sabem mais sobre o funcionamento tortuoso dessas organizações do que supõe a “cúpula”. Alguma coisa como um “disque-ONG”, que assegure proteção ao anonimato do ongueiro desiludido arrependido.

A NED (mantida pelo governo dos EUA)
comanda 4 principais ONGs-satélites

As ONGs orientadas para golpes de “mudança de regime” são especialistas em construir e insuflar insurgências assimétricas contra governos-alvos, mas sua principal vulnerabilidade é que as ONGs não têm meios para se autoprotegerem contra exatamente a mesma estratégia que elas usam.
A ação Estado-contra-ONGs, usando a dinâmica dessa campanha de fora-para-dentro para atrair ongueiros desiludidos pode disparar também um movimento interno, criando um conflito dentro-dentro que minará muito seriamente a coesão interna e, portanto, a serventia da organização como arma para disparar golpes. É como se o estado russo estivesse empurrando uma “revolução colorida” para dentro das organizações de “revolucionários coloridos”, forçando as organizações a ter mais de se autodefender, do que agredir e atacar a sociedade em geral.
A ideia básica é que essas organizações perdem a força de coesão interna que as mantém prestáveis – e nunca mais conseguem se recuperar – se expusermos como mentirosas as fachadas de organizações “éticas”, “boas”, “do bem”, “sérias” (sempre “sem política”) atrás da qual se ocultam as piores intenções golpistas antidemocráticas, quando não são ativamente fascistizantes, desses grupos.
Revolução Colorida Reversa
A Revolução Colorida Reversa pode ser definida como campanha “de dentro para fora”, pela qual elementos internos, mas manobrados pelo lado de fora, operam contra a estrutura interna prefixada, até fazê-la colapsar. Com isso em mente, incentivar ongueiros a falar sobre o que só eles sabem sobre ações ilegais ou antidemocráticas dessas organizações das quais participam ou tenham participado, joga os próprios golpistas uns contra os outros, e todos contra a administração central da ONG: esse, precisamente, é o modus operandi de uma “revolução colorida”.
A “revolução colorida” que temos visto pelo mundo joga cidadão contra cidadão, e cidadão contra governos eleitos. ONGs para mudança de regime mantidas com dinheiro que lhes chega do exterior já estão sob forte pressão na Rússia, graças às novas leis recentemente aprovadas. Inserir um vírus, um “cavalo-de-Troia”, dentro dos muros das últimas organizações não governamentais que ainda resistem pode, sim, acabar com elas de uma vez por todas.
(...)
Como fazer funcionar
Se a Rússia ou qualquer de seus parceiros de orientação multipolar decidirem impedir o funcionamento de organizações mantidas por dinheiro que recebam do exterior e que trabalham contra governos locais eleitos, aqui vão algumas ideias de como a campanha pode ser concebida.
Campanha de Informação para a Opinião Pública
O estado e o governo democráticos, pelos veículos de difusão de informação social, divulgarão a nova política antigolpismo, focando na atividade golpista das ONGs que existem para promover “mudança de regime”.


ATENÇÃO: 

No Brasil será impossível essa campanha ou, no mínimo, muito difícil de montar e executar porque no Brasil NÃO HÁ veículos de informação social de democratização.

Os veículos de informação de massa (redes de jornais, televisão e internet) operam no Brasil EXATAMENTE como operam as ONGs pró golpe.
No Brasil a amplíssima maioria dos jornalistas empregados são fascistas sinceros: eles acreditam firmemente que o fascismo individual capitalista bom-mocista & udenista deles seria alguma espécie de variante da democracia, algo como uma “democracia de fascistização”...

É impossível e incompreensível e não faz sentido algum, mas, no Brasil, as redações estão cheias desse tipo de zumbi que sai semizumbificado dos colégios de ricos, e totalmente zumbificado dos cursos de “jornalismo [NTs].

Gestão da Ação Policial Legal
A luta de um estado democrático contra ONGs golpistas mantidas com dinheiro que recebam do exterior não é caça às bruxas, mas ação policial tão legal e legítima quanto campanhas públicas que se organizem contra o preconceito racista ou qualquer outro preconceito de discriminação elitizante. Portanto, a campanha de divulgação deve enfatizar os princípios legais e democráticos em que a campanha se fundamenta, indicando o quanto se relacionam à defesa da sociedade democrática e dos direitos democráticos dos cidadãos.
ONG internacional = espionagem

Por isso, toda a operação tem de ser construída e gerenciada com a direta colaboração dos corpos de manutenção da ordem social e de segurança do Estado, para que seja efetiva e não se desencaminhe em retórica de suposta ‘oposição’, sobre supostas motivações partidárias ou eleitorais.
Incentivos para ongueiros desiludidos, que se interessem por cooperar com governos democráticos
Sem recompensas que encorajem ongueiros desiludidos a informar o que saibam sobre crimes cometidos pelas ONGs das quais participaram, o mais provável é que a campanha consiga sucesso apenas retórico. Dada a natureza das denúncias que se pode esperar que surjam, é preciso instituir, além de recompensas financeiras, outros tipos de estímulos, como imunidades, perdão no caso de cumplicidade em ações criminosas cometidas pela ONG e afinal denunciadas – desde que, evidentemente, as denúncias se comprovem legítimas e gerem condenação de membros dirigentes responsáveis pela ONG denunciada.
Dada a natureza criminosa da ação de algumas ONGs que se espera conseguir provar, deve-se inclusive prever um programa de proteção a testemunhas, que assegure a segurança pessoal dos ex-ongueiros denunciantes.
À guisa de conclusão
Várias ONGs internacionais gigantes conhecidas em todo o planeta pela ação golpista, estão afinal da defensiva, pela primeira vez na história delas, e a Rússia está tendo atuação exemplar no trabalho de neutralizá-las e erradicá-las.
Mas essas organizações são cheias de ardis e deve-se pressupor que tenham recursos adaptativos que tentarão perpetuá-las.
Por mais que o Estado faça para impedir que operem à vista de todos, elas não estarão completamente destruídas enquanto não se desconstruir na sociedade a ideia hoje prevalente de que organizações privadas de fachada “social” seriam necessariamente instrumentos de serviço social de democratização. Isso é falso, como o provam todas as organizações não governamentais privadas que, em todo o planeta, existem para promover a des-democratização de sociedades que já estejam avançadas no processo democrático.
A campanha pública para estimular ongueiros arrependidos a denunciar às autoridades crimes que eles saibam que foram cometidos pelas ONGs das quais participaram deve ser ampla e destacada, para promover, precisamente, a ideia de que ONG que trabalhe contra governo democrático é organização criminosa, não é organização “ética” nem “legítima”, nem por ela se manifesta(ria) qualquer “liberdade de manifestação”.

ONGs internacionais atuando no Brasil (algumas)

Em estado democrático, pretender que uma organização privada que visa a atacar a democracia e a derrubar governo eleito mereceria tanta liberdade de manifestação e/ou de expressão dos próprios desejos e objetivos e planos quanto um pedófilo ou um assassino serial compulsivo: nenhuma.
Com a campanha para estimular que a própria sociedade denuncie crimes cometidos por ONGs, completa-se o plano em três etapas: legislação (criar as necessárias leis) e identificação (já há lei que define as ONGs mantidas por dinheiro que lhes venha do exterior como agentes estrangeiros); definição do alvo (apenas as ONGs que sejam denunciadas por ex-membros arrependidos); e desmantelamento (das ONGs denunciadas pela sociedade, em resposta a campanha de esclarecimento sobre a operação de ONGs indesejáveis).
Se a Rússia conseguir livrar-se completamente da ação desse tipo de organização que existe para promover “mudança de regime”, terá fixado um precedente libertador, que poderá ser seguido por outros estados da constelação de estados multipolares, hoje atacados por essa ameaça infiltrada, o que talvez, por efeito dominó, venha a eliminar, de uma vez por todas, para todos esses estados multipolares, o perigo das ONGs golpistas armadas.
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Nota dos tradutores
[1] Slobodan Milosevic foi presidente da Sérvia de 1989 a 1997 e da República Federal da Jugoslávia de 1997 a 2000. E principal líder do Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.
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[*] Andrew Korybko é Analista Político e escreve extensivamente sobre as relações internacionais da Rússia. É especialista em política do Oriente Médio, Ásia Central e Europa Oriental. Freqüente comentarista de TV e rádio. Originário de Cleveland, Ohio, está concluindo estudos de pós-graduação em Relações Internacionais na Universidade Federal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO).

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