domingo, 5 de outubro de 2014

Hong Kong: A alternativa “radicalizar ou encolher-se”

4/10/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Polícia anti-tumulto defende com bombas de efeito moral tentativa de invasão de prédios públicos
Os protestos em Hong Kong, instigados por grupos grupos financiados pelos EUA, estavam à beira de terminar por esvaziamento negociado.

Os protestos de Hong Kong esvaziaram-se depois de uma proposta de conversações

Os protestos de massa em Hong Kong pareceram ter perdido o ímpeto, depois que o governador do território chinês recusou-se a renunciar, mas ofereceu-se para dialogar

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A Federação de Estudantes de Hong Kong disse em declaração distribuída na 6ª-feira (3/10/2014) pela manhã que planejava participar de conversações com o governo, focadas especificamente sobre reformas políticas. Reiteraram a ‘'exigência'’ de que Leung renunciasse, dizendo que ele teria “perdido a integridade”.

Grupo maior, pró-democracia, que se havia integrado às demonstrações, “Occupy Central” comemorou o início das conversações e também insistiu que Leung renuncie.

Polícia anti-tumulto vai desobstruir as ruas em 6/10/2014
A proposta de conversações, a chuva e o fim do feriado de dois dias marcaram o momento em que os protestos esvaziaram-se consideravelmente. Alguns mais insistentes continuaram a bloquear ruas e prédios, mas era claro que o fim estava à vista.


Blake Hounshell @blakehounshell
When protesters don't get at least some of what they want, they have to radicalize or fold. Key moment in Hong Kong right now. – 5:36 AM – 2 Oct 2014

Tudo faz crer que outras pessoas tiveram idêntico pensamento e ideia pronta sobre o que fazer para radicalizar a multidão:

Centenas de pessoas que se opõem às manifestações pró-democracia em Hong Kong atacaram o movimento num dos principais focos de reunião de manifestantes, na 6ª-feira, gerando as mais violentas cenas de violência de toda a semana anterior de protestos. 

No início da tarde de 6ª-feira (3/10/2014), grande número de pessoas que se opõem aos manifestantes andaram em massa contra o local da ocupação nos arredores de Mong Kok, popular distrito de compras do outro lado do porto de Hong Kong. Atacaram barracas e roubaram os mantimentos dos que mantinham a ocupação; e há relatos de batalhas de rua entre os manifestantes e o grupo de opositores.

Segurança atira jatos de água para afastar manifestantes
Consequência fácil de prever daquele ataque, e que absolutamente não interessa ao governo, foi o renascimento dos protestos e o endurecimento da posição dos manifestantes:

Os líderes estudantis cancelaram a participação nas conversações com o governo – propostas e aceitas na véspera – acusando o governo de permitir que os atacantes usassem de violência contra os manifestantes. Diminuíram assim as esperanças de solução para uma ação de massas que, no momento de máxima mobilização popular, viu dezenas de milhares de pessoas tomarem as ruas da cidade.

A questão pois é saber:

Quem pagou os agressores, vários dos quais, segundo a polícia são membros de gangues criminosas conhecidas, que instigaram a radicalização?
O governo, que queria o fim dos protestos?
Os donos de lojas que perderam dinheiro durante o bloqueio das ruas?
Ou aquela agência com nome de três letras, vinda de longe?

O governo agora já anunciou que porá fim ao bloqueio de vias públicas e prédio, na 2ª-feira, 6/10/2014. Como já alertei em postado anterior:

Enquanto as Revoluções Coloridas de antes utilizavam quase que exclusivamente meios pacíficos, o objetivo hoje é fazer correr a maior quantidade possível de sangue pelas ruas e provocar o maior dano possível à infraestrutura local, para enfraquecer as forças que se oponham-resistam contra os golpes para mudar regimes. As autoridades em Hong Kong devem preparar-se, portanto, para muito mais do que apenas “manifestações” de estudantes que “pedem democracia”.
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[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille  (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ver/ouvir versão em performance de David Johansen com legendas em português.


Um comentário:

  1. O governo chinês não pode assistir passivamente à promoção de falsos protestos por democracia, unicamente para instabilizar e derrubar o país, de forma passiva. A advertência direta aos promotores de ações desse tipo devem ser duramente cobrados pelos suas irresponsáveis e criminosas ações. Eles estão se tornando mais atrevidos a cada dia. Ontem foi em um país vizinho (Ucrânia, para atingir a Rússia), hoje foi DENTRO de um país soberano e distante do país de origem dos que promovem as ações desestabilizadoras para enfraquecer a China e, principalmente, sua pujante economia. Esta ação estrangeira dentro do país não pode ficar sem uma resposta à altura para que não se repita.

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