segunda-feira, 18 de julho de 2011

A LINGUAGEM DO PODER

Laerte Braga

As características de uma Federação de mentira, um ornitorrinco, transformam governadores dos estados brasileiros e prefeitos de nossas cidades em meros mendigos do Governo Federal. Seja porque transformam governos estaduais em feudos (caso da família Sarney no Maranhão e se apropriam dos recursos públicos e da máquina estatal em proveito próprio), seja porque não existe outro objetivo que não esse o de saquear o dinheiro público.

A maioria esmagadora dos governadores e a maioria esmagadora dos prefeitos. A isso alia-se a soma de um poderoso marketing via mídia privada (comprada sempre com dinheiro público qualquer que seja a sua dimensão, nacional, estadual ou regional), capaz de fazer com que boa parte da população carioca acredite que Eduardo Paes seja um prefeito honesto, preocupado com o bem estar do cidadão, com o presente e o futuro da cidade, quando é apenas parceiro de Sérgio Cabral, o governador, no processo de destruição do Rio. Essa “parceria” ocorre em vários outros estados (Minas, com a aberração política Antônio Anastasia e Márcio Lacerda, o prefeito de BH, etc).

Um pouco antes de deixar o governo de São Paulo José Serra determinou à Polícia Militar (PMs são resquícios de um tempo que não existe mais, organizações terroristas a serviço das elites) que fosse dura e enérgica na repressão à greve de professores estaduais.

Não deu outra. A PM paulista, literalmente, baixou a borduna, desceu a borracha.

Esse procedimento ocorre em quase todo o País, em quase todos os estados brasileiros. O tratamento dispensado à Educação e a Saúde, direitos básicos do cidadão e dever do Estado, é a repressão pura e simples.

Professores são espancados no Rio Grande do Norte, no Rio, em Minas, em Santa Catarina, em São Paulo, Espírito Santo e vai por aí afora.

A “ordem” desse tipo de governador – ocorre nos municípios também – é mantida.

Num estado como Minas, feudo de algumas poucas famílias, governado por um desastre inventado por Aécio Neves, outro descalabro, a situação do magistério estadual é aviltante. Não é uma prática que resulte da falta de recursos (sobram recursos para bancos, empreiteiras, terceirizações, jornal O ESTADO DE MINAS e todo seu entorno de mídia vendida).

É ação deliberada e, qualquer emergência, os terroristas fardados da PM resolvem.

No episódio envolvendo o Corpo de Bombeiros do Rio o desgovernador Sérgio Cabral, corrupto de carteirinha, num primeiro momento chamou os soldados de “vândalos”. Não contava com a reação pública e entre um contrato e um vôo com Eike Batista, grossas propinas, voltou atrás e acertou-se via mídia (o esquema O GLOBO de sempre, apesar de ser o mais caro, mas também o mais eficiente na mentira, na corrupção).

Professores são tratados como se animais fossem, escravos, trabalham em condições precárias, recebem salários míseros e se reivindicam o mínimo de dignidade para a função, para o trabalho, se mostram a importância que têm (valem mais que qualquer vereador por exemplo, que muitos deputados, senadores, governadores), os “homens da lei”, terroristas que falam a linguagem de um poder, baixam o sarrafo.

A repressão a trabalhadores da educação e a médicos do setor público de saúde exibe apenas a pilantragem de governadores e prefeitos no processo de privatização dos dois setores fundamentais; cassam o direito do cidadão e se eximem do dever do Estado; enchem suas burras de dinheiro e das empresas que assumem esses serviços e pagam o “sustento” desses governantes.

O prefeito da cidade de Juiz de Fora, MG, o tucano Custódio Matos, privatiza até a sombra do prédio da Prefeitura. O pobre menino com casa de milhões, prefere negócios com a Queiroz Galvão, rende mais, permite sonhos londrinos, obsessão do alcaide. No jogo político do clubinho tem um inquérito até hoje sobre compra de votos que não sai do lugar, ou se saiu, vai morrer nos escaninhos da Justiça.

O Brasil, aparentemente, está distante dos efeitos da crise que devasta a Europa Ocidental e vai dissolvendo países inteiros transformando-os em meras bases militares de um poder terrorista do complexo EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Os governos estaduais e municipais não têm, hoje, o manejo político do ex-presidente Lula, mas o rigor tecnocrático da presidente Dilma Rousseff. Sobram cortes orçamentários, falta sensibilidade e percepção do tsunami que se aproxima por conta da falência do modelo chamado de nova ordem econômica, o neoliberalismo.

Isso faz com que governadores e prefeitos assumam posturas agressivas e os índices de “quero-o-meu” aumentem de forma desmesurada, uma espécie de garantia contra trombadas faturas. É só olhar o exemplo do ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda, o que seria vice de José Serra (parte do esquema irmãos Metralhas).

Não significa que no governo Lula as condições de trabalhadores da educação e da saúde tenham melhorado. Não. Nos estados e municípios não. O disfarce, os tapumes que escondiam a realidade funcionavam melhor.

O que fica visível em todo esse processo que, neste momento, acontece em vários estados da Federação de mentirinha, é que trabalhadores da educação e da saúde são tratados como marginais dentro de um modelo político e econômico falido, corrupto e que esse tipo de situação não será mudado com diálogo junto ao clube de amigos e inimigos cordiais que compõem o chamado mundo institucional, mas nas ruas, na luta popular.

Fora disso é chover no molhado. Os terroristas fabricados em série no estilo BOPE nas PMs dos estados continuarão a descer a borracha em nome da “lei”, a deles.

E gente como Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Antônio Anastasia continuará a governar para os interesses de gente como Eike Batista, Daniel Dantas e outros.

Na hora que acordar o cidadão comum, se acordar, vai se ver como que num deserto, no meio do deserto sem água. E um monte de castelos dessa turma, mas a GLOBO vai dizer que é miragem e que o país, o mundo ocidental e cristão está em ordem. Se falhar tem PM, tem OTAN, todo um aparato “democrático”.

Água só na casa de Luciano Huck, a casa ilegal legalizada pelo governo corrupto de Cabral.

Já professores, médicos, trabalhadores...

O tratamento é borduna.

É a linguagem do poder para os que não se deixam seduzir pela linguagem alienante da GLOBO e assemelhados

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