Raul Longo
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Ilustrações:
redecastorphoto
Meu amigo Arthur Perez pede que me
retrate pela crônica que escrevi e distribui em setembro, confessando que “Nada
acontece em meu coração” por uma cidade que, até então,
mantinha intenção de eleger um prefeito que desconsiderava a necessidade de
planejar sua provável gestão.
Na verdade não foi bem isso que o
Arthur pediu, mas que homenageasse o aniversário do Presidente Lula,
conferindo-lhe por presente a eleição do Fernando Haddad.
“Um poste!” – escarnecia o mau
humor paulistano quatrocentão, resgatando a mesma opinião que antes expressaram
por Dilma Rousseff. Na sua fina argúcia e bom humor que conquistou simpatia
mundial, Lula lembrou que com seus postes tem iluminado o Brasil.
Contrafeita, a concorrente de Lula
desde a eleição de Fernando Collor de Melo em 1990 faz questão de alardear que
em Manaus e
Salvador foram eleitos aqueles que prometeram pegar o
Presidente de pau lá fora
Moleques mal educados, é verdade,
mas isso de festa e eleição é assim mesmo. Iludisse com as desculpas do
prometido presente que não veio e custa-se a perceber quem não deve mais ser
convidado.
Aqui em Florianópolis também se
elegeu um da turminha barra pesada. mas há de se considerar que de toda forma os
tempos mudaram e dessa vez a molecada terá de aprender a ter modos, pois a
oportunidade é de resgatar a má impressão deixada em anteriores gestões de
copartidários, gestores e padrinhos.
Decepcione a quem decepcionar, ao
menos se espera que o prefeito eleito em Florianópolis, por exemplo, não copie
as grosserias racistas de Jorge Bornhausen. E já castigados por indisciplina e
falta de civilidade em anteriores festas eleitorais de suas próprias cidades,
tanto ACM Neto quanto Arthur Virgílio devem ter aprendido alguma coisa.
Se não tomarem jeito com a vitória
apertada tanto em Florianópolis quanto em Salvador e Manaus , como os
de São Paulo seus eleitores algum dia vão acabar reconhecendo quem é o
estraga-festa sem compostura. E olha que os paulistanos foram complacentes
demais! Quanto tempo aguentaram as ranhetices do menino manhoso a entisicar por
qualquer perguntinha de seu desagrado e fazer escarcéu até por uma bolinha de
papel?
Daí que nada acontecia em meu
coração naquela cidade sem o mínimo de organização e planejamento. Que graça tem
participar de uma festa com jeito de velório? Eu, hein!
Mas dessa vez o Presidente Lula
conseguiu vencer a cara feia da mãe coruja desses meninos. Até em Curitiba! E lá o eleito
também foi dos que tentavam estragar a grande festa brasileira.
Com o apoio da pose sisuda do pai
de sua prole, o muito discutível Poder Judiciário, Dona Mídia novamente bem
tentou manter ares de dona da casa, mas não teve jeito.
Portanto, pulando de Caetano a
Cartola, agora reconheço que por São Paulo bate outra vez o meu coração, pois,
enfim, as rosas falaram.
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