24/10/2012, Jack Mirkinson,The Huffington
Post
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Entreouvido
na Vila Vudu: Sorte
dos EUA, que, lá, ainda haja jornais que noticiam O QUE AÍ SE LÊ. No Brasil é
MUITO PIOR.
No
Brasil, o Partido da Imprensa Golpista (PIG) age SEMPRE como uma espécie de
Super Comitê de Ação Política Midiática (SCAPoM) absolutamente golpista.
Todos
os veículos do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadinho) operam como quadrilha
mafiosa golpista.
No
Brasil, no caso de os anúncios pagos não mentirem suficientemente, também o
“jornalismo”, os “jornalistas” e todas as redes comerciais (em SP, também a TV
estatal!) são postos a serviço de um dos candidatos e autorizados a mentir
desbragadamente, também nos noticiários!
Dado
que, no Brasil, toda a quadrilha “midiática” age do mesmo modo, todos se
protegem... e nenhum veículo quadrilheiro dá sinal de qualquer incômodo.
Que
fique aí, pelo menos, o alerta: o que é bom para a mídia norte-americana é bom
para a mídia brasileira. Por aqui, muito provavelmente, a grana já está se
organizando HOJE, para as próximas eleições.
De
jornalismo de democratização, é claro, por aqui, nenhuma rede comercial de
televisão jamais cogitou. E todas continuam a beneficiar-se, para esse trabalho
sujo de desdemocratização do Brasil, impunemente, de concessões que o Estado
brasileiro assegura a todas elas. Até quando?!
As
empresas de TV nos EUA jamais viram nada semelhante à enchente de anúncios de
campanhas eleitorais que as está afogando na campanha eleitoral de 2012. São
tantos anúncios, e aportam tal quantidade de dinheiro, que as redes locais têm
tomado decisões sem precedentes para lidar com a situação.
O Twitter explodiu na 4ª-feira, em torno
de matéria publicada no Washington Post [1] sobre
o que o influxo de anúncios pagos está fazendo às empresas de TV que operam em
Washington. Um dos canais retirou do ar episódios de “The Simpsons”,
substituindo-os por edição expandida de noticiários – exclusivamente para
conseguir pôr no ar a maior quantidade possível dos super lucrativos spots das campanhas eleitorais. A
receita que chega da venda de tempo para anúncios dos candidatos sextuplicou, em
relação a 2008.
Não é
difícil ver por que as redes comerciais estão de ponta-cabeça, para conseguir
pôr no ar os anúncios. Se se soma tudo que os comitês eleitorais das campanhas
para o Congresso, campanhas locais e os Super PAC [Super Comitês de Ação
Política] estão gastando em anúncios eleitorais, vê-se que é estratosférica a
quantidade de dinheiro que está entrando nos cofres das redes comerciais de TV.
Estima-se que estejam sendo gastos, em todo o país, algo em torno de $3,3
bilhões, só em tempo de televisão para exibição dos spots das campanhas
eleitorais. Em Las Vegas, segundo matéria publicada no New York Times [2], as
redes estão reduzindo o tempo dos noticiários para exibir spots de
propaganda eleitoral – situação que o país jamais viu antes.
As redes, não raras vezes, veem-se
envolvidas em situações anômalas, o que não parece perturbar nenhuma delas,
desde que o dinheiro não pare de jorrar. Em Roanoke, Virginia , uma rede
local já utilizou o “dinheiro novo” [3] para
reabrir um escritório que havia sido extinto e promoveu inúmeras outras mudanças
para conseguir mais tempo para mais anúncios de propaganda eleitoral.
Mas as editorias de notícias estão
postas na estranha situação de ver as redes reproduzirem anúncios de campanha em
que se repetem, infinitamente, declarações e frases que os próprios noticiários
desmentem, em alguns casos completamente [4], sem
que, por isso, os spots de propaganda deixem de repetir e repetir, bem
feitas as contas, em vários casos, exclusivamente mentiras, 24 horas por dia. Já
se ouvem críticas indignadas a esse procedimento. [5]
Mesmo
no caso de spots de propaganda de candidatos cujas falas já tenham sido
exaustivamente desmentidas pelas editorias de notícias, os anúncios continuam no
ar.
Assim
se gera a real possibilidade de um consumidor que paga para receber notícias de
um ou outro canal pago, ouvir jornalistas que dizem que o anúncio anuncia
mentiras e, em seguida, repetidas incansavelmente, as mesmas mentiras. Para
piorar, as empresas de televisão só em casos raríssimos recusam-se a por no ar
algum spot de propaganda eleitoral, por mentiroso que seja. Matéria do
blog Free Press estima que, para cada
minuto de serviço jornalístico, as redes comerciais estejam exibindo 162 minutos
de material pago.
Aos
residentes nos estados indecisos, resta o consolo de saber que, domingo, 7/11,
tudo isso será passado [até as próximas eleições].
Notas de
rodapé
[1] 22/10/2012, Washington
Post, Paul Farhi em: “Dilemma
for D.C. stations: So many political ads, so little airtime”
[2] 15/10/2012, New York Times, Jeremy W.Peters em: “73,000
Political Ads Test Even a City of Excess”
[3] 19/10/2012, Columbia Journalism Review, Tharon Giddens em: “Awash
in ads in Roanoke”
[4] 16/10/2012, Poynter.org, Craig Silverman em:
“Denver
TV stations debunk political ads they air, says Factcheck.org’s
Jamieson”
[5] 3/10/2012, NPR.org, Scott
Finn em: “Should
TV Stations Refuse To Air Political Ads That Make False
Claims?”
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