sábado, 6 de outubro de 2012

Depois do Afeganistão, o Pentágono muda-se para a América Latina


6/10/2012, Richard Rozoff, Stop NATO
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O secretário Panetta, no Peru, oferecerá a possibilidade de o país unir-se como parceiro dos EUA num programa chamado “Conselheiros do Ministério da Defesa”, Ministry of  Defense Advisers, MODA. 

O programa MODA é ativo no Afeganistão. Agora, o Departamento de Defesa o está expandindo para outros países, entre os quais Peru e Montenegro.

No Hemisfério Ocidental, Chile, Brasil, Peru, Colômbia e Guatemala já participam da Iniciativa DIRI (Defense Industrial Reform Initiative [Iniciativa de Reforma Industrial da Defesa]).

Richard Rozoff
WASHINGTON. Em visita essa semana para encontrar-se com líderes do Peru e Uruguai e respectivos ministros numa conferência de ministros da Defesa das Américas, o Secretário de Defesa dos EUA Leon E. Panetta implementará itens da “Orientação Estratégica do Departamento de Defesa dos EUA para 2012” [orig. 2012 DOD Strategic Guidance: Sustaining US Global Leadership. Priorities for the 21th century Defense [1]] relativos ao Hemisfério Ocidental. [2]

Ontem, antes da viagem de Panetta, o Departamento de Defesa distribuiu uma “Declaração sobre a Política de Defesa do Hemisfério Ocidental” [orig. Western Hemisphere Defense Policy Statement [3]].

A Declaração “visa a explicar como essa orientação estratégica modelará nosso engajamento da região, como aplica-se à região e, assim, acrescenta novos detalhes sobre como implementaremos essa Orientação Estratégica no Hemisfério Ocidental” –disse um dos funcionários da Defesa aos jornalistas que viajarão com o secretário Panetta.

“O documento articula coerentemente os nossos objetivos e a Orientação Estratégica” – acrescentou. – “Entendo que é importante destacar que o secretário não estará apenas divulgando a Orientação Estratégica, mas, de fato já esteja trabalhando para implementá-la enquanto está lá”.

Panetta fará esse trabalho, disse o funcionário, operando com nações na América Latina nos esforços que envolvem (...) fortalecer instituições de defesa multilateral na região e apoiar o crescimento de instituições de defesa profissionais e amadurecidas.
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Os funcionários do Ministério da Defesa dos EUA buscam também fortalecer as instituições multilaterais de Defesa na região, onde muitos países, dentre os quais Uruguai, Peru, Argentina, Brasil e outros são o que o funcionário do Ministério da Defesa chamou de “exportadores de segurança”.

Esses países, disse ele, contribuem significativamente para a segurança regional e global, inclusive com tropas de pacificação para a ONU, além de ajudarem a construir capacidades e treinarem polícias e forças armadas na América Central e em outros pontos.

“Em abril, em Cartagena, Colômbia, durante a Cúpula das Américas, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos e o presidente Barack Obama assinaram um plano de ação para coordenarem esforços na mesma direção” – disse o funcionário da Defesa. E explicou que “Estaremos alavancando essa experiência, as capacidades, as lições aprendidas em tantos países da América Latina, para coordenar esforços que evitem retrabalho na América Central”.

Barack Obama (E) e Juan Manuel Santos (D)
“Em outubro”, continuou ele, “estamos construindo plano detalhado de ação, segundo o qual EUA e Colômbia coordenarão ações para alavancar recursos e capacidades para construir capacidades efetivas e circunstâncias de treinamento e outras, na América Central e em outros pontos”.

O mesmo funcionário disse aos jornalistas que os EUA e Canadá já estão trabalhando em plano específico de Defesa, para a América Central.

“Estamos trabalhando em várias frentes, conforme orientação do secretário e nos termos da Orientação Estratégica para Defesa do Hemisfério Ocidental, para desenvolver abordagens inovadoras e parcerias inovadoras que nos capacitem a enfrentar desafios que sabemos que são muito complexos, e que enfrentamos no Hemisfério” – disse o funcionário.

Como parte do esforço para apoiar o crescimento de instituições de defesa maduras e profissionais, o secretário Panetta, oferecerá ao Peru a possibilidade de o país unir-se como parceiro dos EUA num programa chamado “Conselheiros do Ministério da Defesa”, Ministry of Defense Advisers, MODA.

O programa MODA é ativo no Afeganistão. Agora o Departamento de Defesa o está expandindo para outros países, como o Peru e Montenegro.

Se o Peru aceitar a parceria, o programa MODA introduzirá, no Departamento de Defesa do Peru, um especialista técnico, que ali trabalhará durante dois anos. Esse especialista operará como conselheiro técnico em questões como orçamento, compra, aquisição, planejamento e planejamento estratégico – informou aos jornalistas o funcionário do Departamento de Defesa.

O Programa MODA é parceria que os EUA oferecem a países que já trabalharam com os EUA em outro programa chamado DIRI, “Defense Industrial Reform Initiative” [Iniciativa de Reforma Industrial da Defesa]. Para esse programa, as equipes do Departamento de Defesa dos EUA são deslocadas para os diferentes países, onde operam por uma semana ou duas de cada vez, com os ministérios locais de defesa, sempre sobre questões técnicas e similares.

Leon Panetta
No Peru, disse o funcionário, “o secretário Panetta explicará o Programa MODA ao ministro de Defesa peruano. A partir do momento em que o Peru aceite a parceria, caberá aos EUA dar andamento ao programa, e assegurar que o MODA peruano atenda exatamente aos interesses do Peru, considerando as ações mais apropriadas e mais efetivas para os peruanos”.

No Hemisfério Ocidental, Chile, Brasil, Peru, Colômbia e Guatemala já participam atualmente do programa DIRI – disse o funcionário.

Além de assistência humanitária e resposta a desastres, outros tópicos devem ser discutidos na conferência de ministros de Defesa, como preservação da paz, o Sistema Interamericano de Defesa e segurança e defesa, relacionada à atuação de militares em situação que não sejam de Defesa – como no combate ao tráfico de drogas.

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A Iniciativa das Operações Globais de Preservação da Paz dos EUA [orig. US Global Peacekeeping Operations Initiative, GPOI], opera com vários países, dentre os quais Peru, Uruguai, El Salvador, em treinamento e equipamento de tropas para preservação da paz e reabastecer centros de treinamento para esses agentes.

Desde 2007, os EUA já transferiram para o governo do Peru o equivalente a $7 milhões de dólares, de fundos da GPOI.



Notas dos tradutores (em inglês)

[1]  3/1/2012, U.S. Departament of Defense, em: Sustaining U.S. Leadership: Priorities for 21st. Century Defense .

[2] 5/10/2012, U.S. Departament of Defense, em: Panetta to Meet With Top Officials in Peru, Uruguay” .

[3] 4/10/2012, U.S. Departament of Defense , em: DOD Releases the Western Hemisphere Defense Policy Statement”.

Um comentário:

  1. 1) Panetta é conhecido como "Mãos leves"...

    2) Os funcionários do Ministério da Defesa dos EUA buscam também fortalecer as instituições multilaterais de Defesa na região, onde muitos países, dentre os quais Uruguai, Peru, Argentina, Brasil e outros são o que o funcionário do Ministério da Defesa chamou de “exportadores de segurança”.

    Peru, ou Colômbia, ou Chile = PACÍFICO SUL

    Uruguai, Argentina e Brasil = ATLÂNTICO SUL

    Portanto, existe uma pequena diferença

    3) "Esses países, disse ele, contribuem significativamente para a segurança regional e global, inclusive com tropas de pacificação para a ONU, além de ajudarem a construir capacidades e treinarem polícias e forças armadas na América Central e em outros pontos."

    Porque o PIRATA Panetta não questiona suas pretensões diretamente ao UNASUL??

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