domingo, 17 de maio de 2015

Paul Craig Roberts – Seymour Hersh sucumbe à desinformação

11/5/2015, [*] Paul Craig Roberts – IPE, Institute for Political Economy
Seymour Hersh Succumbs To Disinformation–Paul Craig Roberts
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu




Seymour Hersh publicou um longo relato do assassinato de Osama bin Laden. Hersh conclui que o relato que o governo Obama distribuiu sobre a morte de bin Laden é totalmente mentiroso, exceto que bin Laden foi assassinado. 
 
Não acredito em nada do que Hersh escreveu, por três razões: 
 
A primeira é que bin Laden sofria de uma doença com a qual ninguém sobrevive por dez anos. A morte dele foi amplamente noticiada em 2001. 

A segunda é que também o relato dito “verdadeiro” de Hersh do que “realmente aconteceu” é desmentido por testemunhas oculares e pelas primeiras entrevistas que a TV paquistanesa publicou com aquelas testemunhas oculares. 

A terceira razão é que a história de Hersh é excessivamente cheia de peripécias e reviravoltas, para uma missão rotineira, nos EUA, de assassinato. Desmascara pequenas mentiras dentro de mentiras maiores, explica uma indecisão com outra, resultados inesperados com resultados inesperados, e reporta tal número de gente que sabia com antecedência do raid, que de modo algum se manteria qualquer segredo sobre qualquer coisa relacionada ao assassinato, por tanto tempo.

Mentindo para a America (EUA)
Poderia ainda acrescentar uma quarta razão: a total falta de credibilidade do governo dos EUA. Washington mente sobre tudo. Por exemplo: as armas de destruição em massa de Saddam Hussein, o uso de armas químicas pelo presidente Assad, as bombas iranianas, a invasão russa na Ucrânia. 

SE, como diz Hersh, 99% de tudo que Washington diz ou disse sobre o ataque em Abbottabad é falso, por que acreditar que 1% desse mar de mentiras seria verdade, e que bin Laden foi assassinado? É muito difícil comprovar um assassinato, se não há corpo. 
 
A única prova de que bin Laden foi morto é a palavra do governo.

Em minha opinião, as agências de desinformação de Washington conseguiram afinal engambelar Seymour Hersh e o fizeram crer numa “história interna” que confirma o que Washington diz, que matou bin Laden; e prova que o governo dos EUA é extraordinário mentiroso e violador de leis. 

O que Hersh escreveu prova, sim, que o governo dos EUA é mentiroso, mas não prova que aqueles SEALs mataram Osama bin Laden.
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 [*] Paul Craig Roberts (nascido em 3/4/1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como Secretário-Assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da ReaganomicsEx-editor e colunista do Wall Street Journal,Business Week e Scripps Howard News ServiceTestemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.
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[*] Seymour Myron “Sy” Hersh (Chicago, 8/4/1937) é jornalista de investigação norte-americano, ganhador do prêmio Pulitzer e especializado em geopolítica, atividades dos serviços secretos e assuntos militares dos Estados Unidos.

Principais feitos jornalísticos
  • Revelação do massacre de My Lai, no Vietnam, em novembro de 1969, o que lhe valeu o prêmio Pulitzer de 1970.
  • Revelação do projeto Jennifer (tentativa de resgate dos destroços do submarino soviético K-129 promovida pela CIA, também em 1969, visando recuperar, em proveito dos Estados Unidos, dados e tecnologias soviéticas).
  • Revelação das atividades ilegais da CIA contra organizações pacifistas e outros movimentos políticos de oposição, nos Estados Unidos, em 1974, o que resultou na demissão de James Jesus Angleton, chefe da contraespionagem da CIA.
  • Revelação da existência do Office of Special Plans (OSP) do Departamento de Defesa norte-americano, ao publicar o artigo “Selective Intelligence”, em 2003.

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