*José Flávio Abelha
Na minha querência diziam que todo moribundo sempre apresentava uma recuperação quase milagrosa antes do suspiro final. Era o aviso de chegada da parca. Com aquele sopro de vida a família já se preparava para o final.
Num repente essa cena bem interiorana me acudiu quando tomei conhecimento do que está se passando no ninho dos tucanos, com gritos, bravatas, ameaças de impugnações de candidaturas já consagradas pelo povo e uma orquestração midiática e parcial que eu nunca vi igual.
Um candidato já moribundo no primeiro turno e seus asseclas tentam virar o jogo, nos instantes finais da disputa, quando o juiz já faz menção de levar à boca o apito para o trilo final.
A pugna que se desenrolava no chão batido, nas ruas calçadas de pedras ou asfalto, desejam os amigos do moribundo que ela, a pugna, seja encerrada no tapetão, como se diz na linguagem do ludopédio.
Nos minutos finais, nada de confetes e papéis picados. Dossiês que ninguém viu, documentos apócrifos, suposições e a velha frase já batida e rebatida: só pode ser coisa do PT, a Geny da banda podre da elite brasileira.
Li alhures que saíram de uma pequena agência da Receita Federal coisa de 140 (cento e quarenta) pastas contendo informações sigilosas de declarantes do imposto de renda. Cento e quarenta mas a mídia só divulga o nome de QUATRO declarantes, os quatro Cavaleiros do Apocalipse, as quatro pragas. Agora, surgiu mais uma personagem, não sei se dos já 140 ou novidade. Então, ficam formados os modernos personagens de Alexandre Dumas, Os Três Mosqueteiros, que eram quatro e, com mais um/uma, as cinco pragas descritas na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. ...
Os restantes, quase 140, certamente compõem o famoso “Incrível Exército de Brancaleone” do inesquecível Mario Monicelli.
Nesta batalha que está no fim, morre melancolicamente o patureba Zé, sem heroísmo, sem glória, caindo sem uma espada na mão e sim um papelucho ensebado, peça de museu que lhe disseram ser a arma atômica. Um traque igual ao famoso pum que um “ancora” deixou escapar ao vivo na TV.
O patureba Zé, com esse seu suspiro denunciador da parca, matou-se. Lutou contra a sua sombra, sua vaidade e envenenou-se com o seu próprio veneno. Tratorista inquestionável, atropelou aquele que daria brilho e calor nesta pugna, o governador das Minas Gerais, jovem que traz consigo o DNA precioso da velha política mineira. Seus avós, Tristão e Tancredo, dispensam adjetivos. Seu pai outro político de nome, e sua irmã, petista de carteirinha. Mas o patureba não pensava assim.(Vale lembrar Cândido Mendes in Lula: A opção mais que o voto:” Serra poderia até dramatizá-la, num efeito retórico de cuja improbidade eleitoral já se deu conta na disjuntiva “ ou eu ou o caos”).
Outro gole de veneno foi o besteirol em desejar imitar a campanha de Obama trazendo dos EUA o marqueteiro que bolou colocar a internete na batalha eleitoral. Mas o Zé esqueceu-se de que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Na terra do Tio Sam o voto não é obrigatório, vota quem quer. A grande campanha é para convencer a população a ir votar, se não me engano, nas três etapas. Uma barafunda que nem eles entendem direito. E o marqueteiro veio ensinar como se podia fazer isso aqui. Deu com os burros n’água.
Outra golada de veneno? Esconder FHC e dependurar o Sapo Barbudo no pescoço. Prometer a continuidade do seu governo para, em seguida, deitar a borduna nos Partidos aliados à candidata do presidente. Foi o macaco sentado no rabo. Quem é o DEMO se não o que há de mais retrógrado, politicamente incorreto, agremiação que apoiou e locupletou-se das benesses da “ditabranda” desde o primeiro instante. A candidata comunista e o patureba Zé aliado ao antigo comunista, assim dizia ele, presidente do PC tal e coisa. Os mensaleiros, carro chefe da oposição, a mancha branca na batina do padre, a vergonha do PT, teve como denunciante quem? Curiosamente o político que hoje apóia e é palpiteiro da tucanalha.
Existem outras gotas de veneno que causaram essa falência dos órgãos do moribundo que dá agora os últimos suspiros, com alguns poucos companheiros achando que esgar é sinal de recuperação. O povo, o povão, sabe que é sinal de falecimento.
Até seus antigos áulicos estão deixando a nau Trololó numa imitação barata dos ratos que são os primeiros a abandonarem o barco ao menor sinal de soçobramento. Aquele que ameaçou dar uns tapas no Presidente está quietinho na floresta, cuidando da sua re-eleição, Em Minas o “dilmasia” não é uma indisposição estomacal, é uma virada eleitoral que ficará na história, a paulicéia desvairada já está fazendo a sua opção, o neto do Arrais vai ser o governador mais votado no Brasil, derrubando as velhas oligarquias, os gaúchos envergonhados com uma governadora que ficou abaixo da mediocridade já estão se posicionando.
E mais, e mais, e mais.
Surge agora o velhaco que “teria” falsificado uma procuração entregue à Receita. E diz o meliante, com todas as palavras, que só denuncia quem encomendou o serviço se receber “algum”, “se eu me arrumar”. Mas os Cavaleiros do Apocalipse não querem saber o nome do autor da encomendação, o pai da urdidura. Querem culpar a candidata cujas pesquisas dizem estar eleita.
Dizem alguns que tudo não passa de “fogo amigo”. Não creio que os tucanos sejam tão inteligentes assim, apesar de que pode ser obra do marqueteiro norte-americano. Eles são useiros e vezeiros em provocar incidentes para proveito próprio.
Não vou longe para lembrar dois fatos marcantes na história mundial: o ataque a Pearl Harbor , hoje mais que sabido que foi provocado pelos norte-americanos para que pudessem “entrar na guerra”, visto que o comandante Mac Arthur sabia de tudo. Mais recente as Torres Gêmeas, até agora sem uma explicação plausível não fosse a frase dita em voz alta no Pentágono, na sala de guerra onde se estudava uma possível nova invasão ao Iraque: Precisamos de um novo Pearl Harbor, e surgiu o episódio das torres, a invasão do Iraque, a bagunça que se instalou no Oriente Médio sem que ouvissem a mensagem do Papa: Não despertem milhões de muçulmanos. Despertaram.
Com esses dossiês fajutos é o momento de se dizer: não despertem o povão que aprova o Presidente com escandalosos 96%.Os restantes 4% são os carregadores e fabricantes de dossiês, mais velhos do que fazer cocô de cócoras.
*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar.