sábado, 20 de agosto de 2011

Hitler, Freud: austríacos alemães...


Vou meditar na sacada que me inspirou o filme “A Queda”: o povo alemão, representado no bunker por aquele staff  final, com a espécie de oferenda  do suicídio em grupo, num por um daqueles sequazes expiando-se em homenagem fúnebre a Hitler, é pura  reciprocidade do Amor que o Führer dedicou a seus compatriotas. O Amor que se paga com o Amor, sem mais, mas, para mim, na nebulosa irracionalidade do "love's bitter mystery" do “Ulysses”, que é o único que o agente passivo do Amor aceita e acalenta, fideliza, na crença de sua imortalidade .

            E a Alemanha, nos primórdios do séc. XX até seu final sentia-se, pelos resultados da primeira Guerra, e andamento final da segunda, carente e órfã.
Aí exsurgiu Hítler!...
Se Hitler ordenasse, Bach, Kant, (até Beethoven !) se lançariam ao precipício. É a disciplina dos carentes e a racionalização da orfandade. E ainda pairava acima de tudo o suspiro orgulhoso da Economia recuperada, por força da concentração da usura ( sentido técnico ), sobre o empreendimento, com o esteio empenhado dos sólidos banqueiros judeus.
E só Freud explica, este um judeu!, a revolta manipuladamente inconsciente, e devastadora, do mendigo contra o esmoler.
Mas esta é uma crítica impressionista (= subjetiva) à qual me filio, um vezo que adquiri na década de 50, de "incorporar" o grande Mário de Andrade, herança que trago, e traio, até hoje em quase tudo que escrevo; penso que agradaria muito ao Mário, possivelmente um gênio ainda não de todo aquilatado. Contudo, se fôssemos contemporâneos, com toda aquela carga professoral e sem o senso de gozação e atrevida dessacralização de um Oswald, talvez não me aceitasse em sua sua companhia...)

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Fiquemos tranquilos, que o meu approach sobre a fidelidade dos alemães a Hitler não é tão simples assim, como parece no avulso supra.
Precisa ser complementado por outros enfoques, claro. Foi só uma tese central de amor mórbido, que é o que mais cativa, hipnotiza, o ser amado.
Estou humildemente estudando algum poder (até de ordem mística: o messianismo volta ciclicamente a fascinar os seres, dizem nos incunábulos do ramo!) poder que fez o fanático, genial e obstinado, possuir a mente e o coração daqueles pobres diabos, e num país que vinha de ser o berço do maior racionalismo possível e maior esplendor do Romantismo!... Embora o Romantismo, sem dúvida o maior movimento e tendência da Humanidade no campo do pensamento, ao lado da Grécia antiga, sempre exacerbe perigosamente o indivíduo (Perigo & Desafio; Temor & Tremor: Fausto e o infausto...).
Acho que todo mundo não sabe nada sobre a grande abstração Estadismo, e deste se fantasiam os que têm inteligência fora do comum, menos para o emocional...
Revi ontem Minha Luta, o documentário, e me caiu o queixo vendo aqueles generais reluzentemente fardados, de óculos (rsrsrs), cabelos grisalhos, silêncio sepulcral, com os olhos vidrados na figura e fala do Führer, o domínio absoluto de um semi-letrado (embora grande orador), fracassado em várias tentativas de carreiras, sobre formigueiros humanos, tonitruantes (além daqueles jovens, mas jovem é sempre imbecil, até deixar de ser... imbecil).    
E tudo tem sua repetição. É o corso e ricorso de Vico: Lula & Sarcozy (se bem que este seja idiota por completo), Lula & a sexy e nebulosa Kirchner (o marido não cai onde ela caiu...), Lula e o Obama de início, Lula e a América Latina, Lula e parte do Oriente Médio (embora o Deus Comércio sobrepaire até aos deuses mais fundamentalistas)... enfim...

[Esqueci de pôr no rol dos mistagogos o fascinante, endiabrado, inconfiável, ex-futuro-quase perigossíssimo "estadista"... Jânio Quadros! Que alegria vê-lo, ouvi-lo, senti-lo... SERÁ QUE É BACTÉRIA ECTOPLASMÁTICA? OU UM CASO DE ABDUÇÃO ÀS AVESSAS, ONDE UM EXTRATERRENO É CHAMADO A INVADIR O SER E DAR-LHE ESSES PODERES EXTRAORDINÁRIOS? OU.]

Florivaldo Menezes (pai de todos, mas "fura bolos")
Texto de Florivaldo Menezes, meu poeta impopular
Leia mais em asdf (flomenidex)
Ilustração redecastorphoto

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