sábado, 13 de agosto de 2011

Marinhas europeias procuram especialista em “Cultura da Pirataria”


Adam Rawnsley

12/8/2011, Adam Rawnsley, Danger Room, Wired  - Danger Room
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Ver também: 
“Somália, 2010: Os piratas estão vencendo!” (traduzido), 8/11/2010, Jeffrey Gettleman, New York Review Of Books, vol. 57, n. 15


Piratas?

Você entende de piratas da Somália? Sabe tudo sobre os prósperos mercados financeiros da pirataria da Somália? Não perca tempo. Envie seu currículo, com carta com informações sobre você para a Força-Tarefa Antipirataria da União Europeia (NavFor). Estão à procura de especialista em “Cultura da Pirataria”. 

A NavFor da União Europeia, a coalizão naval da União Europeia que opera na costa da Somália anunciou na 5ª-feira que estão à procura, para contratação imediata, de um “consultor cultural para assuntos de pirataria”, para ajudá-los a entender os meandros da cabeça dos mais temidos piratas do Oceano Índico. Considerando que os negócios da pirataria vão de vento em popa, parece ser boa ideia. 

Querem alguém que ofereça ao Comando Operacional da NavFor informações sobre “tendências e fragilidades dos piratas, inclusive noções sobre o que entendem que seja seu papel na Somália.” Interessam também informes sobre práticas culturais e religiosas. Mas o que a NavFor mais quer entender são os meandros de como os piratas operam taticamente e financeiramente. Para conseguir o emprego o candidato deve comprovar que conhece a fundo o modelo de negócios dos piratas e seu modus operandi  ático no mar.

O emprego parece talhado para ex-militares, o pessoal do mundo da segurança privada, com experiência em negociação de resgates em seqüestros com reféns ou quem ganhe a vida no negócio de seguros. Importante que o candidato consiga provar que jamais teve contato “interno” com grupos de piratas. Para ser admitido, o candidato terá de ser aprovado pelo serviço secreto da União Europeia e qualquer suspeita de participação em ações de pirataria em tempos recentes inviabilizará a contratação.

Se se considera a nenhuma informação com que a NavFor pôde contar até agora nesse campo, não há dúvidas de que podem aprender muito. Em novembro passado, a NavFor da União Europeia divulgou um panfleto dirigido a pescadores sequestrados, para ajudá-los a negociar com os piratas. O que dizia o panfleto? “Se você for seqüestrado, não provoque sequestradores armados nem se deixe seduzir por qualquer tipo de droga viciante, enquanto espera que o resgate seja pago”.

Conhecer mais sobre a cultura pirata pode ajudar os militares europeus a salvar vidas no processo de negociação. É questão urgente, agora que a pirataria e a indústria dos seqüestros no Oceano Índico começa a apresentar desenvolvimentos alarmantes. É verdade que o número de seqüestros por piratas caiu, de 27 no primeiro semestre do ano passado, para 21 no primeiro semestre de 2011. Mas os seqüestros que ocorreram levaram a um número maior de mortos e feridos. Os piratas mataram sete e feriram 39 reféns nos primeiros seis meses de 2011, contra um morto e 16 feridos no mesmo período de 2010.

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