22/12/2010, C. Tuttle, Blog Firedoglake [excerto]
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Gostaria de chamar atenção para telegrama recentemente distribuído por WikiLeaks. Foi enviado da embaixada dos EUA na França, escrito pouco depois do “Discurso do Cairo”, de Obama, e do discurso também infame de Netanyahu, dia 14/6/2009.
Patrice Paoli |
Vejam o que se lê em Cable Viewer, Viewing cable 09PARIS827, FRANCE MID EAST DIRECTOR ON PEACE PROCESS (telegrama secreto/NOFORN [vedado a estrangeiros] 09PARIS827, datado de 22/6/2009 [excerto aqui traduzido])
… Patrice Paoli informou ao Conselheiro Político dia 18/6 que o ministro da Defesa de Israel Ehud Barak disse aos funcionários franceses em Paris, dia 15/6, que os israelenses têm um “acordo secreto” com o Governo dos EUA para manter o “crescimento natural” das construções de israelenses na Cisjordânia.
Paoli observou que o francês previa forte resistência dos israelenses a qualquer pressão dos EUA nessa questão. Perguntou se o Governo dos EUA considerara como adaptar-se a possíveis respostas de Israel: “Como vocês reagirão às reações israelenses à pressão de vocês?” Acrescentou que “a credibilidade do presidente Obama será avaliada pela questão das construções nas colônias”.
Ludovic Pouille |
Ludovic Pouille MFA DAS, que também assistia à reunião, sublinhou esse ponto: “Os árabes estão dizendo que é crucial que haja progresso na questão das construções”. A Arábia Saudita e o Egito parecem obcecados com a questão daquelas construções; nem entrarão no jogo se não houver progresso na questão do fim das construções.” Paoli acrescentou que “negociações podem esperar pelo outono, mas os primeiros passos até lá não podem esperar tanto”. Os dois diplomatas enfatizaram a necessidade de construir medidas que aumentem a confiança em campo, nesse momento.
¶2. (S/NF) Destacando a energia que o Governo da França está disposto a empenhar na abordagem do processo de paz, Paoli disse que a França não esperará que os 27 membros da União Europeia estejam de acordo, para começar a pressionar a favor de o governo dos vários países apoiarem os esforços do governo dos EUA. Pouille disse que os franceses podem ter papel importante “em duas questões chaves”: trabalhar a favor do congelamento das construções e monitorar a implantação de um eventual acordo. Ao insistir para que outros países da União Europeia e dentro do “Quarteto” empenhem também seus recursos (“sua presença diplomática, suas redes de trabalho”), Paoli disse que a França espera contribuir para pressionar as partes o mais rapidamente possível na direção de um acordo. Pouille destacou de modo especial o monitoramento, que descreveu como “um grande furo na conferência de Annapolis”. Argumentou que “os EUA não podem ser o único juiz do progresso”.
Ehud Barak |
¶3. (S/NF) Paoli explicou que o presidente Sarkozy terá três mensagens a passar ao primeiro-ministro Netanyahu de Israel, quando se encontrarem em Paris dia 24/6:
– “Vocês pensam que têm muito tempo, mas não têm.”
– “Vocês pensam que têm solução alternativa, mas não têm.”
– “Vocês pensam que são mais fortes que os palestinos, mas não são.”
Paoli disse que Sarkozy destacará que “só há uma porta, e é imperativo passar por essa porta, agora”. Paoli e Pouille, ambos, mostraram-se frustrados e desapontados com as reservas que se viram no discurso de Netanyahu do dia 14/6, mas observaram que ainda assim refletia movimento significativo na posição do Likud em relação a um Estado palestino. “Não é fácil desmentir uma promessa de campanha, apenas dois meses depois da campanha”, disse Paoli.
Disseram também que o discurso do Presidente Obama no Cairo foi extremamente bem recebido na França e no mundo árabe. “Mas foi só um discurso, e foi recebido como um discurso”, disse Pouille. “A reação no mundo árabe foi: “Agora, faça.” [Orig. “Now do it.” [assina PEKALA]
Abaixo vídeo de referência (Al Jazeera) dos bombardeios de Gaza; encontrado no Blog Firedoglake:
Abaixo vídeo de referência (Al Jazeera) dos bombardeios de Gaza; encontrado no Blog Firedoglake:
Caso prossiga a divulgação paulatina de vazamentos sobre a Questão da Palestina, podem crer os interessados que serão postos diante de cenas abracadabrantes sobre o tema, para não significar apocalípticas. Nas cabeças da grande maioria dos israelenses, persiste a negativa da inexistência de um povo autóctone na Terra da Promissão; ou, para a minoria que o aceita, salvo raras exceções, de quaisquer direitos daqueles árabes sobre os que as Nações Unidas designam como TPOs (Territórios Palestinos Ocupados).
ResponderExcluirAbraços do
ArnaC