sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Do embaixador dos EUA em Roma: “Berlusconi propõe ultrapassarmos rapidamente o assassinato de Calipari”

Ou: Quando os italianos querem fazem SEMPRE algum "acerto"...

Traduzido pelo Coletivo da 
Vila Vudu

Nicola Calipari é o agente do serviço secreto italiano que foi assassinado em março de 2005, quando transportava a jornalista Giuliana Sgrena, do jornal Il Manifesto, que havia sido seqüestrada, seqüestro reivindicado por terroristas jihadistas. As versões italiana e norte-americana dos eventos que resultaram na morte de Calipari apresentam várias diferenças, mas as duas versões elaboravam sobre a tese de morte acidental: num ponto de controle dos EUA em Bagdá, o Toyota dirigido pelo agente italiano foi confundido com um carro-bomba e recebeu mais de 400 tiros, um dos quais atingiu Calipari na cabeça, matando-o. A tese da morte acidental foi confirmada por vários testemunhos, inclusive da própria jornalista Sgrena, mas persistem as diferenças entre a versão oficial e a versão da Procuradoria italiana.


O telegrama WikiVazado: Viewing cable 05ROME1506

 
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Esse registro é extrato parcial do telegrama original. O texto integral do telegrama original não está acessível.Tradução não oficial, para simples leitura.

031518Z May 05 / S E C R E T  ROME 001506 / SIPDIS
SUBJECT: IRAQUE/ITÁLIA: BERLUSCONI PROPÕE ULTRAPASSARMOS RAPIDAMENTE O INCIDENTE CALIPARI – INQUÉRITO ITALIANO NÃO ENCONTROU RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL

1. (S) RESUMO E RECOMENDAÇÃO: Pouco antes da divulgação, dia 2 de maio, do resultado do inquérito italiano sobre o assassinato dia 4 de março do agente de segurança Nicola Calipari num posto de controle e revista em Bagdá, o Embaixador, o Conselheiro de Defesa e Conselheiros Políticos Militares fomos chamados ao gabinete do primeiro-ministro Berlusconi, para recebermos cópia prévia do inquérito e ouvir a opinião de altos funcionários do governo italiano [orig. GOI] sobre encaminhamentos futuros. Os italianos destacaram que o governo italiano desejava ultrapassar rapidamente o incidente; que isso não abalaria nossa forte amizade nem nossa aliança, e que não afetaria o comprometimento dos italianos no Iraque. Os italianos disseram que, embora a cooperação que os norte-americanos deram aos italianos na investigação conjunta tenha sido total e absolutamente profissional, a Itália tinha de confirmar os resultados que os italianos encontraram na reconstrução do incidente de 4 de março. O inquérito italiano, disseram, concluiu que os tiros não foram intencionais e não era possível atribuir qualquer responsabilidade individual pelo tiroteio; assim sendo, era pouco provável que o inquérito viesse a ser convertido em processo criminal.

2. (S) RECOMENDAÇÃO (ver também parágrafo 9): Apesar de o inquérito dos italianos discrepar de muitas das descobertas e de parte significativa da metodologia do inquérito US AR 15-6 sobre o incidente, teremos mais vantagens se resistirmos à tentação de atacar item por item a versão dos italianos, e devemos pois continuar a deixar que as conclusões do nosso inquérito falem por elas mesmas. Embora o movimento instintivo nessa embaixada seja no sentido de defender os resultados do nosso inquérito e criticar o italiano, entendemos que as consequências de assim procedermos seriam assimétricas: é pouco provável que nossa crítica ao inquérito italiano tenha consequências negativas sérias para o governo dos EUA, se o governo italiano aparecer como desleal aos seus próprios funcionários – ou se aparecer como tendo agido apenas para satisfazer o governo dos EUA nesse assunto. Mas as consequências para o comprometimento do governo Berlusconi no Iraque podem ser severas. Assim sendo, recomendamos fortemente que todo o pessoal da comunicação do governo dos EUA [orig. “all USG spokespeople” confirme o relatório italiano 15-6 e evite qualquer crítica detalhada ao texto proposto pelos italianos. FIM DO RESUMO E RECOMENDAÇÃO.

3. (S) O Embaixador, o Conselheiro de Defesa e Conselheiros Políticos Militares fomos convidados ao gabinete do Primeiro-ministro dia 2 de maio passado, para receber cópia não divulgada do inquérito italiano sobre o incidente Calipari (4 de março), resultado da investigação conduzida conjuntamente com os EUA, e para conhecer a opinião de altos funcionários do governo italiano sobre o assunto. Presentes, do lado italiano, Fini (Ministro das Relações Exteriores), U/S Letta, PM Dip Advisor (equivalente à Agência Nacional de Segurança dos EUA e embaixador designado para os EUA) Castellaneta, Pollari, Chefe do SISMI, alguns de seus altos assessores, os dois investigadores italianos BG Campregher e Ragaglini, do ministério de Relações Exteriores. (Berlusconi não participou da reunião e, cremos, esteve ausente de Roma até a manhã seguinte.)

4. (S) Os italianos apresentaram os seguintes pontos:

-- O objetivo do governo italiano é que esse incidente não tenha qualquer efeito negativo em nossas excelentes relações bilaterais.

-- Especificamente, não deve haver qualquer efeito sobre o comprometimento dos italianos no Iraque.

-- O governo italiano deseja ultrapassar rapidamente o incidente e espera que o relatório do inquérito contribua para esse objetivo (ver adiante, explicação sobre como servirá a esse objetivo).

-- Um versão não sigilosa do relatório deve ser divulgada no website do governo italiano dia 2 de maio, com os trechos sensíveis editados [orig. “with classified sections redacted”]. O relatório do inquérito, completo, só será entregue ao primeiro-ministro Berlusconi, mas o governo dos EUA poderá obter cópia depois de Berlusconi tomar conhecimento dele.

-- Berlusconi discutirá o relatório no Parlamento na 5ª-feira, 5 de maio.

-- Seria útil que o presidente Bush telefone a Berlusconi na 4ª.-feira, de modo que o italiano possa dizer, no Parlamento, dia seguinte, que falou com o presidente sobre o assunto.

5. (S) Quanto ao próprio relatório do inquérito, os italianos dizem que confirma a tese do “trágico acidente” e destacam o seguinte:

-- O relatório diz que é impossível atribuir responsabilidade individual pelo assassinato.

-- Diz também que os investigadores italianos não encontraram qualquer prova de que o assassinato tenha sido intencional.

-- Esse último ponto visa especificamente a desestimular investigações futuras pelos Procuradores, uma vez que, pela lei italiana, eles podem investigar casos de homicídio intencional contra cidadãos italianos fora da Itália, mas não casos de homicídio não intencional. (NOTA: Nossos contatos alertam que os magistrados italianos têm má fama de ‘entortar’ essas leis, de modo a atender aos seus objetivos. Assim sendo, nada assegura que a tática do governo italiano funcionará, quanto a esse ponto.) Além disso, Castellaneta contou-nos mais tarde que o governo italiano conta com que os Procuradores aceitem a tese, porque, sendo o assassinato não intencional, não haverá base para alegar “excesso, em legítima defesa”.

-- O relatório italiano foi escrito com vistas aos advogados da procuradoria. Os italianos destacaram que as regulações 15-6 permitiram que se encobrissem algumas coisas na investigação conjunta, mas não outras, enquanto os magistrados italianos tinham objetivos mais amplos a serem atendidos.

-- O governo bloqueará tentativas de comissões parlamentares para abrir investigações próprias (a oposição sempre encaminha pedidos dessa natureza), sob o argumento de que as respostas desse relatório são suficientes.

-- O relatório está conforme os depoimentos de Sgrena [a jornalista de Il Manifesto], do motorista e do chefe do escritório em Bagdá do SISMI; isso é, está conforme a “reconstrução italiana” [orig. “the “Italian reconstruction” (aspas no original)] do incidente.

6. (...)[Não relevante]

7. (S) O Embaixador Sembler disse aos italianos que o governo dos EUA compartilha o desejo dos italianos, de ultrapassar rapidamente esse incidente e de não permitir que afete nossas relações bilaterais. Quanto a isso, é importante que o governo italiano não ponte dedos acusadores na direção dos EUA, e que não reclame de falta de cooperação. De nossa parte, corresponderemos. Fini disse que a Itália não poderia reclamar de falta de cooperação dos EUA; o relatório do inquérito italiano esclareceu que os investigadores italianos tiveram pleno acesso; que recomendaria a Berlusconi que destacasse esse fato no Parlamento, dia 5 de maio. Ragaglini e BG Campregher foram efusivos sobre a cooperação “total e completa” que receberam dos investigadores dos EUA, incluído o pleno acesso a todas as provas. (...)
8. (S) Os italianos estão visivelmente insatisfeitos quanto às partes secretas do USA 15-6 que foram tão facilmente postadas na internet antes de serem “editadas” e pediram explicações ao embaixador. Não insistiram depois que o embaixador explicou que não passara de erro técnico. Os italianos disseram que removeram de Bagdá o comandante do SISMI local, cujo nome foi revelado na versão “não editada” do 15-6; ele não retornará.

9. (S) Recomendações da embaixada para os próximos passos imediatos:

-- O Conselho de Segurança Nacional deve tentar agendar o telefone de Berlusconi ao POTUS [President Of The United States], na 4ª.-feira.

-- A reação pública do governo dos EUA, por hora, deve limitar-se a “Acabamos de receber o relatório do inquérito italiano e estamos examinando”. (A imprensa italiana vasculhará tudo furiosamente, e de nada nos servirá contestar um a um os itens do inquérito, pelo menos nesse momento, embora possamos vir a querer fazê-lo mais tarde, sem alarde [orig. backgrounders], em Bagdá, Washington ou Roma.)

-- O Departamento [de Estado] deve considerar um telefonema ao secretário de Estado Fini nos próximos dias, para confirmar que partilhamos o desejo da Itália, de superar rapidamente o incidente.

10. (U) Tradução informal, feita pela Embaixada, das Conclusões do Relatório do Inquérito italiano:

“Os representantes italianos – baseados nas evidências que puderam reunir – não encontraram elementos que comprovassem que os fatos indicam assassinato deliberado.

É hipótese realista que a tensão vivida pelos soldados, uma certa inexperiência e o estresse podem tê-los levado a reagir instintivamente e com pouco controle.

A falta de referências formais a regras claras a serem observadas torna problemática a atribuição de responsabilidade pessoal específica.

As afirmações da Sra. Sgrena, do motorista do carro e do chefe do serviço do SISMI em Bagdá podem ser consideradas plausíveis e verdadeiras. Conforme a análise geral, a reconstrução é coerente e plausível.” --- FIM DA TRADUÇÃO INFORMAL FEITA PELA EMBAIXADA, DAS CONCLUSÕES ---

11. (U) Assim se dá por resolvida a minimização de Bagdá [orig. Baghdad minimize considered]. [assina] SEMBLER

Editorial da redecastorphoto e da Vila Vudu (31/12/2010)


Este Editorial foi elaborado em contraposição à frase constante de e-mail a nós enviado pelo blogueiro petista Sérgio Telles que diz:

Desde sempre, está sendo destacado que o movimento dos blogueiros é pluripartidário e abrange todas as correntes que defendem a democratização da comunicação, sejam eles pró ou contra o governo. E que o grupo que está indo lá organizou-se em paralelo às estruturas dos movimentos estaduais e do nacional de blogueiros (Barão de Itararé).

Bom. Esperamos que o pessoal que vai (ou está) a Brasília para a posse da Presidenta Dilma não se ponha a declarar-se “representante” de coisa alguma.

As representações fracassaram, todas, no mundo. Esse pessoal não “representa” nada, a não ser eles mesmos, mas pode manifestar muito. Isso é que interessa ao avanço da democracia no Brasil: cada vez mais manifestação e cada vez menos representação.

Apresentar-se como “pluripartidário [que] abrange todas as correntes que defendem a democratização da comunicação” quase parece bom.

Mas “sejam eles (os blogueiros) pró ou contra o governo” é péssimo. A Vila Vudu e a redecastorphoto jamais entrariam em festa de gente que seja contra o nosso voto democrático. Pra falar por esses caras “contra”, já chega o Estadão, a Rede Globo, a revista Veja, uai.

O que falta, no Brasil, é jornalismo que fale PELOS POBRES.

“Yo soy não blogueiro não jornalista e lulista-dilmista não petista, super militante na Internet. Não estou representado nesses blogueiros, nem estou representado nos outros blogueiros. E se eu não me manifestar, ninguém me manifestará por mim” -- como se comentou na Vila Vudu.

Paco lembrou um poeta cubano que escreveu:

“... yo no soy poeta (...). Yo destrozo mis versos, los desprecio, los regalo, los olvido: me interesan tanto como a la mayor parte de nuestros escritores interesa la justicia social”

em resposta a outro poeta, que tentava elogiá-lo, aparentemente, pra poder escrever, em todas as orações adversativas que aplicava a tudo: mas “aquilo não é poesia”. 

A Vila Vudu e a redecastorphoto não são jornalistas, não fazem trabalho jornalístico: nós destroçamos nossos versos, os desprezamos, os distribuímos de graça; escrevemos e nos esquecemos deles. O blog redecastorphoto é apenas um "pró-memória" para uso geral.

Que o grupo que se apresenta para a posse da Presidenta Dilma se tenha organizado “em paralelo às estruturas dos movimentos estaduais e do nacional de blogueiros (Barão de Itararé)” é péssimo. Soa como demagogia “jornalística”. Afinal, “paralela” àquelas estruturas, até as danuzas são.

“Ser paralelo” não assegura nenhuma legitimidade democrática a coisa alguma: a União Ruralista é “paralela” ao nosso voto lulista. Grande merda. “A única coisa que sugeriria que haja alguma coisa que NOS interesse nesse movimento de blogueiros seria, precisamente, alguma CONVERGÊNCIA”. (Entreouvido em papo informal na Vila Vudu sobre o assunto.)

Temos que desaprender tudo onde haja “paralelismo” proclamado e haja convergência-zero proclamada. É isso.

Vamos esperar a cobertura. Aí então se verá se os paralelos não-convergentes que aí se apresentam são capazes de acrescentar alguma coisa, ou se só haverá, mesmo, o jornalismo metido a ético e metido a equilibrado e sempre tendencioso, que já fracassou completamente no Brasil e que absolutamente NÃO NOS INTERESSA.

A Vila Vudu e a redecastorphoto são da geração pós-WikiLeaks: a gente aqui já sabe que o jornalismo-que-há não interessa à radicalização da democracia. Se for paralelo (não convergente) em relação ao nosso voto democrático lulista-dilmista, então, aí é que não nos interessa mesmo. Vamos aguardar.

De fato, falta verificar se os “paralelos” aí têm alguma novidade a apresentar, ou se são paralelos só porque não se interessaram por convergir para ampliar [e complexificar as discussões]. Há proliferações que são só repetição: o negócio parece que é novo, mas vai-se ver, é mais do mesmo, sob outra denominação. Entre um passo e outro, as questões importantes foram soterradas antes de serem discutidas. (E só a luta ensina).

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Documentos secretos exibem fúria de Thatcher, na crise dos anos 1980

30/12/2010, Cahal Milmo [repórter-chefe], The Independent, UK
Traduzido e comentado pelo pessoal da Vila Vudu


Essa tradução é dedicada a D. Eliane Cantanhêde, da FSP, sósia perfeita de Margaret Thatcher, e não só nas madeixas louras: o fundo da alma neoliberal-fascista-sincera, autoritária e de maus bofes, de ambas, é idêntico.

Eliane Tiririca
Em matéria de D. Eliane e verbas publicitárias, somos a favor de o nosso governo Dilma COBRAR, em vez de pagar.

Por exemplo: D. Eliane precisa falar mal do nosso governo Dilma, porque fez da futrica profissão e encontrou emprego no oligo-futriquismo da Folha de S.Paulo? É simples.

É só D. Eliane pagar a uma caixinha que reverterá para cursos de ensinar os pobres a NÃO ACREDITAR em jornalões paulistas... E D. Eliane poderá escrever o que bem entender. É como faz a LADY GAGA.
Tudo é grana. Thatcher entenderia.

O que de modo algum se admite é o nosso governo Dilma entregar o nosso suado dinheiro para a D. Eliane, e a D. Eliane, depois, só obrar em causa própria, a favor da bactéria da febre amarela, a favor do cáosaéreo que ela inventou, a favor do fabricante da vacina, a favor do fabricante do avião, a favor dos pilotos pirados (hoje, já condenados), a favor do governador Serra-erra-erra (Serra... Who? [risos, risos]), obrando pra ver se põe fogo no palheiro “militar” (que D. Eliane inventou também)...

Queremos saber o seguinte: Por dinheiro nosso no jornal e no jornalismo da D. Eliane implica que NÓS estaríamos pagando para receber exatamente O QUÊ, em troca do nosso dinheirinho amado?!

(Viram? Com a D. Eliane pagando para falar sobre o nosso governo (fale bem, fale mal, tanto faz!), em vez de nós pagarmos, a NOSSA sensação melhora!
Mas nós pagarmos e, depois, D. Eliane escrever aquiiiiilo*, aí, francamente, não e não.

Não pague meeeesmo, presidente Dilma! Dinheiro nosso, no jornal da D. Eliane, façavôr, é núncaras!)

[Assina] COLETIVO DE TRADUTORES VILA VUDU.


Em 1980, Margaret Thatcher enfrentava pressão intensa, ante praticamente nenhum sinal de que suas políticas econômicas, de violentos cortes nos gastos públicos, estivessem dando qualquer resultado desejável.

Desemprego em alta, o programa de Thatcher, de cortes brutais nos gastos públicos fere milhões de cidadãos, e grandes industriais alertam para o colapso iminente. Quase parece 2010 [na colunagem ridícula da Folha de S.Paulo, O Estadão, O Globo, da revista Veja, Jornal da Globo, GloboNews etc.], mas foi em 1980, na Inglaterra. E Margaret Thatcher respondeu aos alertas de que seu remédio econômico não estava dando certo, com teimosia e fúria.

Documentos sigilosos só agora publicados mostram hoje que, à medida que o mal-estar invadia Whitehall há trinta anos, ante a severidade das medidas de austeridade implantadas pelo novo governo conservador, Mrs. Thatcher esbravejava cada vez mais furiosamente nas coxias, ainda muito mais do que se a via esbravejar na imagem pública da “Dama de Ferro”; que houve briga feia entre ela, seu próprio Chanceler e o presidente do Banco da Inglaterra; e fúria inaudita, por causa das cotas de pescado e dos burocratas de Bruxelas.

Os documentos estão sendo agora publicados pelos Arquivos Nacionais em Kew, oeste de Londres, e revelam que Thatcher acusou Gordon Richardson (do Banco da Inglaterra) de estar boicotando sua estratégia econômica, ao “fazer chover” dinheiro para as empresas britânicas. E criticou o chanceler Geoffrey Howe, por jamais apresentar contas corretas nos empréstimos públicos.
Margaret Thatcher

Em lugar de procurar meios para atenuar o impacto dos cortes no orçamento, em momento em que o desemprego atingia 2,8 milhões de ingleses e a inflação chegava a 22%, o Gabinete de Thatcher, sem alarde, propôs medidas para aumentar a arrecadação, entre as quais cobrança por consultas no serviço público de saúde e cortes nas pensões para idosos. Essas propostas foram deixadas de lado, depois de os ministros concluírem que havia alto risco de manifestações populares e tumultos.

Os documentos, publicados depois de completarem 30 anos de arquivamento (“Lei dos 30 anos”), revelam o quanto Thatcher estava sendo pressionada no verão de 1980, quando já havia sinais claros de que sua política econômica de cortes drásticos não estava dando resultados desejáveis. O pior aconteceu quando, em rápido encontro em Lake Zug, na Suíça, banqueiros suíços garantiram-lhe que suas políticas eram sólidas. O problema, disseram os banqueiros, estaria no modo de implementá-las.

Thatcher voltou do feriado suíço e disparou memorandos para Howe e Richardson, nos quais declarava que o dinheiro britânico estaria “fora de controle”; e acrescentava que “não me interessam explicações, mas planos para ação imediata”. Quando o presidente do Banco da Inglaterra respondeu que Thatcher “não entendeu corretamente em que ponto os números explodiram”, explodiu, isso sim, de vez, a fúria da Dama de Ferro. Declarou que “a peça central da estratégia do governo está sendo boicotada pelos nossos próprios aliados”.

A extensão das dificuldades que havia no coração do mais importante triunvirato da política econômica inglesa aparece bem clara em nota de um dos secretários particulares da própria Thatcher, Mike Pattison: “As relações com o chanceler não são boas no momento. E com o presidente do Banco da Inglaterra, são péssimas – pelo menos, aos olhos da primeira-ministra.”

A teimosia e a impenetrabilidade a qualquer tipo de bom-senso, que foi marca registrada de Thatcher, aparece ainda mais claramente nos contatos com seu inimigo preferido – Bruxelas. Os documentos mostram que Thatcher rejeitou, praticamente sem considerá-las, todas as sugestões de que os britânicos fizessem algumas concessões nas negociações da Common Fisheries Policy (CFP) [aproximadamente “Política Comum de Pesca”], de manejo dos estoques pesqueiros na União Europeia.

A tentativa, pelo ministro da Agricultura Peter Walker, de explicar, num memorando, por que interessava ao Reino Unido que o acordo fosse rapidamente assinado, recebeu cinco grandes “Não”, anotados em cinco diferentes parágrafos, antes de que Thatcher parasse de ler, e escrevesse, como resposta: “A água é nossa. O peixe é nosso. Não entregue coisa alguma.”

Preocupações da diplomacia, por causa de Reagan

Ronald Reagan
O relacionamento entre Margaret Thatcher e Ronald Reagan foi dos maiores romances políticos do século passado. Mas, para os diplomatas britânicos, não foi amor à primeira vista.

Depois de o ex-astro de Hollywood ser eleito, aos 69 anos, presidente dos EUA, em 1980, o embaixador da Grã-Bretanha em Washington mostrou-se preocupado, porque lhe parecia que faltava “vitalidade mental” ao Reagan presidente.

Sir Nicholas Henderson escreveu:

“[Reagan] É dos que acredita que haja respostas simples (não confundir com fáceis) para problemas complexos. O que mais preocupa no novo presidente não é a idade, mas saber se terá a vitalidade mental e a visão política necessárias para enfrentar os problemas graves e sempre mutáveis (...) de governar esse vasto país.”

Thatcher jamais deu qualquer sinal de preocupação.





*Hoje, 30/12/2010, na Folha de S.Paulo, p. 2, na coluna “Questão de segurança” (para assinantes), por exemplo, D. Eliane Cantanhêde pergunta, enviesando, como sempre: “Quantos dos 8.094 veículos de comunicação que recebem verbas de publicidade do governo publicaram a história da Erenice como ela é? Quais são os 2.512 sites e blogs agraciados?”.

Durante as décadas e décadas em que só a Folha de S.Paulo e mais um ou dois jornalecos foram os únicos “agraciados” pelas verbas de publicidade dos governos da tucanaria, D. Eliane não só JAMAIS publicou “a história de Erenice” como ela é, como publicou “a história de Erenice” como a história NÃO É, pretendendo que seria. E, pra piorar, D. Eliane JAMAIS reclamou de só um ou dois jornalecos viverem de mamar nas tetas da publicidade oficial. Agora, que as verbas publicitárias foram pulverizadas... D. Eliane dá chiliques à Thatcher?! Conta outra, D. Eliane!

Quem precisa dos Tatcherismos “neoliberais” metidos a “jornalísticos” de D. Eliane Cantanhêde, em pleno século 21, no Brasil de Lula & Dilma?!

Documental "Hilos de Acero", sobre Gira Presidencial Oct2010

Realizado por Karen Méndez e transmitido por Venezolana de Televisión (VTV) no dia 28 de dezembro de 2010.

 

1era parte

2da parte
3ra parte

O Presidente Hugo Chávez virá ao Brasil para assistir a posse da Sra. Dilma Rousseff na Presidência da República Federativa do Brasil, no dia 1 de janeiro de 2011. E juntamente com a Sra. Hillary Clinton, representante do Presidente Obama dos Estados Unidos e com a Presidenta brasileira a ser empossada dividirão o interesse da mídia brasileira e mundial, já que os citados Chefes de Estado disputam interesses hegemônicos ao nível mundial.  

Cada um desses líderes políticos tem estilos comportamentais diferenciados. A nossa Presidenta sabemos como será, pois ela já ocupou cargos ministeriais no governo Lula e, portanto, tem estilo que é muito conhecido. A Sra. Hillary Clinton como Ministra de Estado dos Estados Unidos, também sabemos principalmente através da divulgação pela mídia do escândalo dos telegramas sigilosos publicados pela WikiLeaks. Quanto á Hugo Chávez o que sabemos é o que a grande mídia mundial divulga, geralmente de forma distorcida e afetada ideologicamente.

Os vídeos acima disponibilizados mostram o comportamento de Hugo Chávez como Chefe de Estado em visita ao exterior e foram feitos durante seu último giro à Rússia, Bielorússia, Ucrânia, Irã, Síria, Líbia e Portugal e aí poderemos conferir sua maneira diferente de ser e sua forma apaixonada de defender os interesses de seu país e do nosso Continente.  

Como é bom termos Chefes de Estado à nível mundial que tenham comportamentos diferenciados, pois o padrão clássico adotado por quase todos torna-se chato e tedioso.

Chávez entre as virtudes e os defeitos que tem, pelo menos traz a esperança que mudanças podem (e precisam) ser realizadas nesse nosso mundo tão afetado pela ideologia neoliberal.

Texto e vídeo (Venozolana de Televisión - VTV) disponibilizados por Jacob David Blinder
enviado por Nanda Tardin e Simonides Carneiro da Silva

Israel derruba negociações com palestinos

Um palestino tenta atravessar
uma cerca israelita.

Cada vez mais palestinos pagam o preço da paralisação das conversações sobre a construção ilegal de assentamentos que Israel leva adiante na Cisjordânia e na ocupada Jerusalém oriental.
Por Mel Frykberg/IpsNews.

ARTIGO | 29 DEZEMBRO, 2010 - 14:09

Mohammad Robin Alyyan, de 27 anos, observa a pilha de escombros e metais retorcidos no instável bairro de Issaweya, em Jerusalém oriental. Não restou nada dos dez anos de duro trabalho e poupança em conjunto com os seus dois irmãos para montar uma gráfica produtiva.

A oficina dos irmãos Alyyan e numerosas casas de palestinos em Jerusalém oriental foram demolidas pelas forças de segurança em novembro porque não tinham autorização para construir, segundo as autoridades. Organizações de direitos humanos denunciaram o quanto é difícil para os palestinos conseguir a documentação necessária. Israel complica o trâmite de propósito e incentiva o assentamento de judeus para que seja maioria no leste da cidade.

“Perdemos mais de 200 mil dólares em poucas horas. A minha mulher está grávida de sete meses. Não sei como vou mantê-los, onde vou conseguir outro trabalho? Muitos palestinos estão desempregados na cidade. Os meus irmãos têm seis filhos e mulheres”, disse Mohammad à IPS. Durante a operação, a polícia algemou Mohammad, agrediu-o e deitou gás de pimenta em direção ao seu rosto. Nos protestos que se seguiram na semana seguinte em Issaweya, 15 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas. Um jovem perdeu um olho, atingido por uma bala de borracha.

As autoridades israelitas demoliram várias casas e expulsaram muita gente da Cisjordânia e de Jerusalém oriental nas últimas semanas, deixando dezenas de palestinos sem teto. Centenas de licitações foram publicadas para realizar construções ilegais nesta parte da cidade. Dois grupos de colonos israelitas ocuparam dois apartamentos em Jerusalém oriental e expulsaram a família que ocupava um deles com escolta policial. Pouco depois ocorreram vários confrontos entre jovens palestinos e as forças de segurança.

A justiça criticou a atuação policial que permitiu a entrada dos colonos quando a propriedade de uma das moradias não estava resolvida. Os apartamentos foram comprados pela Lowell Investments, empresa criada pela organização de colonos de direita Elad, dedicada a apropriar-se de terras e bens palestinianos em Jerusalém oriental. Os palestinos são expulsos de suas casas e, além disso, as forças de segurança destroem casas e outras propriedades suas no vale do Rio Jordão, nas colinas do sul de Hebron e no norte e centro da Cisjordânia.

Washington ofereceu a Israel um grande pacote de incentivos para ampliar em três meses a moratória sobre os assentamentos, que venceu em Setembro. O pacote incluía 20 aviões de combate F-35, material para as Forças de Defesa israelitas, 205 milhões de dólares para comprar sistemas de defesa antiaérea e um significativo aumento dos programas de capacitação militar. Os Estados Unidos também prometeram vetar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) todas as resoluções contra Israel e rejeitar todas as tentativas da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de propor a criação de um Estado na ONU. Mas o governo israelita rejeitou a oferta.

Washington “recompensa Israel por mau comportamento”, escreveu no The Washington Post Dan Kurtzer, ex-embaixador norte-americano em Israel e especialista em política do Oriente Médio. A proposta foi uma “má ideia”, afirmou. Os últimos acontecimentos exacerbaram a já frágil posição da ANP, cuja autoridade pende por um fio e se mantém graças à enorme ajuda estrangeira e a uma presença onipresente de sua segurança, que controla todas as críticas e a oposição política.

A “ANP considera propor a criação de um Estado palestino diretamente à ONU sem a aprovação de Israel e Estados Unidos”, disse à IPS Samir Awad, da Universidade de Birzeit, perto de Ramalá. “O primeiro-ministro da ANP, Salaam Fayyad, trabalha para criar um Estado palestino em agosto de 2011”, acrescentou. “A proposta existe há dois anos e se concentra na criação das instituições estatais com crescente apoio da comunidade internacional. As negociações não andam para nenhum lado. A ANP precisa encontrar alternativas que incluam a ONU, mas sem limitar-se a ela”, acrescentou.

Artigo de Mel Frykberg publicado em IPSNews/Envolverde
Extraído do Esquerda.net

“HaiKaiLeaks” - recortados dos WIKItelegramas

Enviado pelo pessoal da Vila Vudu


TOTALMENTE IMPERDÍVEIS, os "haikais" recortados dos WIKItelegramas.

Chegamos até aos “HaikuLeaks” por dica de Greg Mitchel (quem manda, afinal, vocês só lerem a Folha de S.Paulo, o Estadão, o Globo e coisa e tal?!

O que interessaria a alguém o que pense o Demétrio Magnolli sobre WikiLeaks?!

Os “haikais” vão sem traduzir, porque seria demasiado trabalho (mas se alguém quiser tentar, mãos à obra).

O pessoal aqui achou melhor, em vez de traduzir, fazer nossos próprios HaikaiLeaks.

Haïkuleaks- Cable is poetry 65 haikus in 1830 cables

1.                               As is typical,
   the Pope stayed above the fray 
and did not comment.
2.                               Whether such tactics
   will have a chilling effect
remains to be seen.
3.                               Rocha and Rands
   did not attend the meeting
with Micheletti.
4.                               "We have made request
   after request," he said, "Why
doesn't the U.S. respond?
5.                               They do not know when
   those attacks might occur or
what form they will take.
6.                               The current tensions
   demonstrate just how little
progress has been made.
7.                               Sol Melia owns
   and operates 24
hotels in Cuba.
8.                               Parts of the country
   are often cut off by snow
and avalanches.
9.                               Instead, he gulped three
   cans of Coca-Cola while
inhaling his food.
10.                            Note: Gilead has not
   yet filed a planned judicial
appeal in Brazil.
11.                            King Hamad flatly
   stated that Bahrain is not
happy with Qatar.
12.                            Trans-Atlantic Ties:
   The Cases of Britain, France
and Germany.
13.                            He added that there
   should be "no blank checks, no checks
at all," for Hamas.
14.                            They are being seen
   as barometers for next
year's nationwide vote.
15.                            The vessels are met
   either on shore or a short
distance off the coast.
16.                            The machines do not
   operate well in non-air
conditioned spaces.
17.                            The forum would be
   shaped with the broader picture
in mind, not just oil.
18.                            They also often
   released hostages shortly
after their capture.
19.                            Post will be open
   today for emergency
services only.
20.                            This does more than just
   ensure that she has something
important to do.
21.                            However, he said
   he was willing to review
the matter again.
22.                            (U) Liberation
   is moderately left-wing
and pro-socialist.
23.                            We will still work toward
   domestic legislation
as well, Froman said.
24.                            Therefore, he added,
   we must prepare carefully,
out of the spotlight.
25.                            The Opel story
   has dominated the news
November 4-5.
26.                            Rocha and Rands
   did not attend the meeting
with Micheletti.
27.                            Also, the changes
   would reduce the penalties
for non-compliance.
28.                            For years, the Embassy’s top goal
   has been to promote progress
in these areas.
29.                            (C) China’s oil demand has
   grown substantially over
the last 30 years.
30.                            Strengthening the US
   Navy presence in the Gulf
sent a good message.
31.                            Macedonia
   continues to progress well
on defense reforms.
32.                            A Cuban woman
   in her thirties confides, “It’s all
about who you know.
33.                            In his pride, he lashed
   out at perceived opponents.
No Comparison?
34.                            (C) Changing tack, Li
   launched into a spirited
defense of free trade.
35.                            Once through this door, there
   was another metal gate
inside the entrance.
36.                            “Where is he putting
   the money?” those Cubans ask.
End Comment. ) ¶16.
37.                            He has written books,
   but most critics understand
that is not his gift.
38.                            We have not noted
   any tendency to shake,
blink or roll his eyes.
39.                            It is not yet clear
   whether these can be addressed
before the deadline.
40.                            To do otherwise,
   he said, risked more violence
and more bloodshed. ¶5.
41.                            They won’t want an untried
   Conservative leadership
in charge,” he told us.
42.                            Sol Melia owns
   and operates 24
hotels in Cuba.
43.                            (C) The wreath-laying
   ceremony proceeded
according to script.
44.                            Canada also
   supports Paris Club efforts
on debt reduction.
45.                            They were fast to point
   out that the decree is not
AIDS-drug-specific.
46.                            Several Agreement
   implementation measures
remain unresolved.
47.                            I believe we do
   our duty as determined
by God.” ¶17.
48.                            But it is doing
   so on its own timetable,
a slow timetable.
49.                            " Persistently low
   domestic investment rates
bear this out (Ref H).
50.                            His son will soon be
   moving to New York to work
for Deloitte Touche. ¶12.
51.                            The draft speech he had
   taken with him to Rome had
been "toughened up" there.
52.                            This message could be
   reinforced from the White House
as appropriate.
53.                            ¶1. (U) This cable
   contains an action request
in para 12. ¶2.
54.                            (S) Saleh did not
   waste time for his usual
quid-pro-quo tactics.
55.                            It remains to be
   seen how Lugovoy’s new role will affect
LDPR’s election prospects.
56.                            Please see paragraphs
   3-4. ¶2. (S) Summary
and Action Request.
57.                            REASON: 1.4 (b), (d) ¶1.
   This is an action request;
see para 13.
58.                            The Baghdad Mission
   Firearms Policy has been
revised and issued.
59.                            -- Foreign attitudes
   on UN-sanctioned arms control
negotiations.
60.                            (S/NF) Throughout the meeting,
   Mubarak was expansive
and in fine humor.
61.                            The three officials
   have informed their capitals
but have no response.
62.                            ¶4. (C) The Sultan
   appeared to follow events
in Iraq closely.
63.                            "People need to see
   the results of decisions,"
the Sultan stated.
64.                            The United States
   and South Korea must apply
patience and pressure.