sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O Hezbollah e a nova “teoria” militar de Israel

3/11/2014, [*] Yahya DboukAl-Manar, Beirute  Líbano
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Soldados de Israel em mais uma invasão... na Palestina
Em Telavive, quando as soluções acabam, começam os milagres. Foi o que aconteceu com o militar israelense de alta patente que descobriu uma estratégia necessária e suficiente para obrigar o Hezbollah a render-se, logo na próxima guerra.

Há alguns poucos dias, o oficial, membro do comando militar de Israel, apareceu com uma nova teoria de combate, pela qual Israel não tomará a iniciativa na próxima guerra, de atacar áreas civis ou infraestrutura no Líbano. Em vez de atacar civis nas ruas, Israel atacará quadros e oficiais comandantes do Hezbollah. Segundo a nova teoria de Israel, só essa ação bastará para forçar o Partido a retirar-se.

O oficial da entidade sionista reconheceu também que todos os esforços de inteligência, para recolher informação sobre o Hezbollah e sobre a noticiada superioridade de sua Força Aérea, não foram de grande serventia com vistas à próxima guerra.

As informações que reunimos estavam erradas – disse o oficial israelense –mas a nova estratégia e a melhor solução já é conhecida: tomar por alvo os altos comandantes do Hezbollah.
RPG-7 - arma russa, antitanque, utilizada em 2006, quando Israel tentou invadir o sul dom Líbano

Os altos comandantes do Hezbollah, evidentemente, souberam do que os israelenses andam dizendo. E, claro, acharam muito engraçado.

Não passa de piada, dizem os oficiais do Hezbollah, e é prova de que o inimigo não encontrou “solução” alguma, apesar do alto potencial do exército sionista. Mais uma vez o “plano” consiste em “ou acerta ou erra”, nessa nova “teoria” de atacar comandantes e oficiais do Hezbollah. Nada de novo além do que os israelenses dizem desde 2006, e as conversas que inventam sobre vitórias, competências, inteligência, ataques à nossa infraestrutura em Dahiyeh e ataques contra civis, é sempre a mesma coisa, desde a guerra de julho de 2006 contra o Líbano – e tudo, como sempre, condenado antecipadamente ao fracasso.

Agora, então, Israel ameaça atacar oficiais e comandantes do Hezbollah, como se tivesse capacidade para atacá-los. Como se os israelenses tivessem podido atacá-los em 2006 e só não os mataram... porque optaram por deixá-los vivos!

Milhares e militantes reúnem-se para ouvir Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do partido Hezbollah em Beirute, Líbano.
Israel há anos faz o possível e o impossível para matar precisamente esses comandantes e altos oficiais do Hezbollah e sempre fracassa. Desde bombardear prédios, construções, casas em Dahiyeh, porque “supõem” que haja altos comandantes do Hezbollah naqueles locais, até atacar pistas em Tiro, no sul, e em Baalbek, no leste, tudo isso sempre é feito para tentar eliminar oficiais e altos comandantes do Hezbollah – e Israel sempre fracassa.

O comando do Hezbollah tem memória longa. O povo libanês também.

[*] Yahya Dbouk é repórter do jornal AL-Manar de Beirute, Líbano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.