terça-feira, 21 de abril de 2015

Aiatolá Ali Khamenei: “EUA inventaram o mito das armas nucleares, para converter o Irã em ameaça”

19/4/2015, Information Clearing House, da AP
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Aiatolá Ali Khamenei em 19/4/2015
O Supremo Líder do Irã, Aiatolá Ali Khamenei disse que “a ideia de armas nucleares iranianas foi invenção e que a real ameaça são os EUA” – endurecendo o discurso oficial iraniano antes do reinício das negociações nucleares, semana que vem.

Inventaram o mito das armas nucleares, para poder dizer que a República Islâmica seria alguma ameaça. Nada disso. A fonte de todas as ameaças é a América, os EUA, eles próprios – disse o Aiatolá Khamenei em comentários citados pela agência Fars de notícias, no domingo (19/4/2015).

O outro lado vem metodicamente, desavergonhadamente, nos ameaçando militarmente. Mesmo que não façam ameaças declaradas, temos de estar preparados – disse ele, em discurso aos comandantes militares.

No mesmo domingo, um alto comandante da Guarda Revolucionária do Irã disse que:

(...) nenhum inspetor entrará em instalações militares do Irã, não importa o que diga qualquer acordo nuclear que venha a ser assinado com as potências mundiais.

O general Hossein Salami, vice-comandante da Guarda Revolucionária, disse, pela televisão estatal, que:

(...) permitir inspeção estrangeira em instalações militares é equivalente a “entregar tudo”.

Responderemos com chumbo quente contra quem falar disso. O Irã não se deixará converter em paraíso para espiões. Não desenrolaremos o tapete vermelho para o inimigo – disse Salami.

General de Brigada Hossein Salami em 19/4/2015
O Irã e seis potências mundiais – EUA, Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia – já chegaram a um primeiro esboço de acordo para limitar o programa nuclear de Teerã, em troca do fim das sanções, e esperam alcançar um acordo final até 30/6/2015.

Uma relação de “tópicos para a mídia” divulgada pelo Departamento de Estado dos EUA dizia que o Irã teria de garantir acesso a inspetores da agência nuclear da ONU a todos os “lugares suspeitos”. O Irã protestou contra esse item e contra outra expressão que se lê nos tais “tópicos para a mídia”: que as sanções só seriam levantadas depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter “comprovado” que Teerã estaria cumprindo sua parte no acordo. Líderes iranianos disseram que as sanções têm de ser levantadas no primeiro dia de vigência do acordo.

Aqueles “tópicos para a mídia” diziam que o Irã teria concordado com implementar o Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que garantiria à AIEA acesso mais amplo a instalações nucleares declaradas e não declaradas.

Mas Salami disse que:

(...) permitir acesso a inspetores estrangeiros, para visita a bases militares, equivaleria a permitir “uma ocupação” e exporia “segredos militares e de defesa”.

Seria humilhar a nação. Não serão autorizados a inspecionar nem em sonhos qualquer instalação militar do Irã, por normal que seja -  disse Salami pela TV estatal iraniana.
 
Acordo Nuclear Irã e P5+1 e a Imprensa

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