sábado, 9 de junho de 2012

Entrevista:Toni Negri - “Não se pode fazer revolução sem armas”


Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Toni Negri
Dia 19/11/2011, durante a criação das peças de teatro L’Homme qui rit [O homem que ri] e Renzo le partisan [Renzo, o guerrilheiro], de Barbara Nicolier, no Teatro Gérard Philippe, Antonio Negri conversou com a Associação Avanti!01.

Corrupção e repressão são os principais temas de O homem que ri. Um alto funcionário do governo tenta fazer um acordo histórico. É sequestrado e condenado à morte. 

Juventude e violência são os temas de Renzo o guerrilheiro. Renzo chega ao fim da adolescência no caos da IIa. Guerra Mundial. O primeiro beijo, o primeiro tiro. Ao ritmo desse aprendizado de humanidade, vai-se construindo uma República. 

Na segunda parte da entrevista (sobre Renzo, o guerrilheiro, 5'57), Antonio Negri fala do uso necessário das armas, segundo Maquiavel, e dos movimento pacifistas, como as acampadas e o movimento 15 de mayo:

TONI NEGRI: “Não se pode fazer revolução sem armas” – a frase é de Maquiavel, não minha. Para conquistar o poder, é preciso ter dinheiro e armas, dinheiro e armas. O dinheiro também pode ser o heroísmo, a união de irmãos na luta... E as armas, não sei, podem ser até a não violência. Mas em todos os casos é preciso saber usar a força. Ninguém dá poder a ninguém.

Não quero insistir na luta armada, porque é coisa talvez superada, na forma em que a vivemos, como herança da Revolução Russa, da Resistência ao fascismo. Tudo isso talvez esteja acabado, esse tipo de prática. Mas é claro que a resistência dos pobres contra a opressão dos ricos, isso continua a ser ponto fundamental.

Talvez, hoje, a resistência não armada, não violência, consiga vencer. Espero que vença. Por exemplo, o movimento dos acampados, é algo novo, não só do ponto de vista da mobilidade, da capacidade de intervir que talvez tenha o movimento twitter... Também do ponto de vista de haver muita gente junta, na construção de uma linha estudada em conjunto, todos juntos, e eles mesmos, sem nada de representantes e de representação.

Não sei o que acontecerá na Espanha depois das eleições, nas quais é muito provável que a direita ganhe. E o que a direita fará contra o movimento dos indignados. O que acontecerá? No fundo, na Espanha, como em outros países, a questão de fundo, que está na ordem do dia, é a questão da resistência.”

Primera parte: O homem que ri 
(Para ler as legendas em espanhol, clique em “CC”).


Segunda parte: Renzo, o guerrilheiro 
(Para ler as legendas em espanhol, clique em “CC”).


Entrevista concedida a David Tuaillon, filmada e gravada por Numéro Deux, dia 19/11/2011.
A música foi criada para as peças por Gabriel Scotti e Vincent Hänni.
A tradução ao espanhol, nas legendas, é de Edurne Grau.

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