sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ucrânia: um dos nazistas renuncia − E a Rússia já inverteu as sanções

7/8/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Entreouvido na tendinha do Xibungo na Vila Vudu:Agora, só se o presidente Putin aceitar a integração da Grécia na Federação Russa... [pano rápido]

Andriy Parubiy discursa em Maidan ao lado do retrato de Stepan Bandera, ucraniano
que se tornou Coronel do Exército Nazista ocupante na IIa. Grande Guerra
O homem mais violento e agressivo do governo ucraniano, secretário de Segurança Nacional e do Conselho de Defesa Andriy Parubiy renunciou hoje (7/8/2014):

A imprensa informa que Parubiy decidiu renunciar depois de receber ordens [do presidente Petro Poroshenko] para declarar outro cessar-fogo na operação militar em Kiev, no sudeste do país, e ter-se recusado a obedecer.

Parubiy foi cofundador do Partido Nacional-Socialista da Ucrânia, de extrema direita, e criador e comandante das forças da Guarda Nacional, voluntários assemelhados ao  Einsatzgrupppen, atualmente ativos no genocídio em curso no leste.

Parece que o bombardeio indiscriminado de grandes cidades no leste por ordem e sob o comando de Parubiy já deram resultados de publicidade negativa suficientes. A ONU está alarmada com os fluxos de refugiados e a situação humanitária, e até a Anistia Internacional já está acusando o Einsatzgruppen de Parubiy de praticar sequestros e maus tratos contra a população no leste. Poroshenko tem de pôr fim àquela guerra, antes que suma todo o apoio popular com que ainda conta.

Os protestos em Maidan continuam (7/8/2014)
Uma tentativa pelo governo de Kiev para desalojar da Praça Maidan os manifestantes que levaram o mesmo governo ao poder, terminou, como antes, em batalha campal e brigas de rua. Aqueles manifestantes ainda esperam por qualquer “mudança”. A corrupção na Ucrânia prossegue, a mesma de sempre. Só mudaram os oligarcas que passam a mão no dinheiro do povo.

Rasmussen, chefe da OTAN, que está atualmente em Kiev, não gostaria da ideia de Kiev parar a guerra. Está cheio de esperanças de que a Rússia ainda venha a intervir militarmente na Ucrânia, o que então justificaria mais agressões pela OTAN. Se Kiev continua a bombardear populações locais, a Rússia terá de mandar soldados de paz, para parar o morticínio. Se o bombardeio parar, não haverá motivo para a Rússia intrometer-se.

As insuperavelmente estúpidas sanções que a União Europeia impôs à Rússia estão gerando o bem merecido efeito “tiro-pela-culatra”. Os índices de aprovação popular do presidente Putin da Rússia alcançaram estratosféricos 87%. As contrassanções que a Rússia está impondo, rejeitando alimentos importados dos países que aplicaram sanções contra a Rússia, terão efeito superestimulante para os produtores russos. Para alguns “especialistas ocidentais”, as sanções, com o tempo, acabarão por empurrar a classe média contra Putin. Qualquer um que conheça, um pouco que seja, da história social russa sabe ver, nessa avaliação, pura conversa fiada; bullshit, exclusivamente.

Vladimir Putin sorri: 87% de aprovação na Rússia
Sob pressão, a Rússia sempre se une, e o caráter nacional escolherá abrir mão de absolutamente todos os luxos, antes de ceder a pressão externa. A Rússia tem terra, recursos e braços para produzir qualquer coisa de que precise. Nenhuma sanção contra a Rússia, nunca, em tempo algum, terá qualquer dos efeitos dos quais se fala por aí.


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça  Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de David Bowie.

Um comentário:

  1. Emocionado, simplesmente emocionado (e talvez aqui caibam desculpas, pelo caráter centrado e sério deste sítio de notícias, contrastando, talvez, com meu desespero, agora mudado em felicidade, de encontrar notícias fundadas e sem a histeria e desonestidade servil insuportáveis na mídia ocidental e mesmo na própria mídia da Rússia (Voz da Rússia e Gazeta da Rússia, sobretudo este último). Obrigado outra vez, por proporcionarem leitura tão prazerosa, tão límpida sem abandonar a sagacidade investigativa e responsável, que a tudo põe em prova.

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