15/7/2014, Fortaleza,
Brasil – Itamaraty
Ministério das Relações
Exteriores −
Nota nº
153 [português
e inglês]
Enviado pelo pessoal
da Vila Vudu
Reunidos na VIª Cúpula dos BRICS, Chefes
de Estado e de Governo do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do
Sul aprovaram a “Declaração de Fortaleza” e o “Plano de Ação de Fortaleza”
Presidentes dos BRICS - Fortaleza, 2014 |
1. Nós,
os líderes da República Federativa do Brasil, da Federação Russa, da República
da Índia, da República Popular da China e da República da África do Sul,
reunimo-nos em Fortaleza, Brasil, em 15 de julho de 2014 na VIª Cúpula do
BRICS. Para inaugurar o segundo ciclo de Cúpulas do BRICS, o tema escolhido
para as nossas discussões foi “Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis”,
condizente com as políticas macroeconômicas e sociais inclusivas implementadas
pelos nossos governos e com o imperativo de enfrentar desafios à humanidade
postos pela necessidade de se alcançar simultaneamente crescimento, inclusão,
proteção e preservação.
2. Na
sequência do primeiro ciclo de cinco Cúpulas, sediadas por cada membro do
BRICS, nossa coordenação encontra-se assentada em diversas iniciativas
multilaterais e plurilaterais e a cooperação intra-BRICS se expande para
contemplar novas áreas. Nossas visões compartilhadas e nosso compromisso com o
direito internacional e com o multilateralismo, com as Nações Unidas como seu
centro e fundamento, são amplamente reconhecidas e constituem importante
contribuição para a paz mundial, a estabilidade econômica, a inclusão social, a
igualdade, o desenvolvimento sustentável e a cooperação mutuamente benéfica com
todos os países.
3.
Renovamos nossa disposição para o crescente engajamento com outros países, em
particular países em desenvolvimento e economias emergentes de mercado, assim
como com organizações internacionais e regionais, com vistas a fomentar a
cooperação e a solidariedade em nossas relações com todas as nações e povos.
Para tanto, realizaremos uma sessão conjunta com os líderes das nações
sul-americanas, sob o tema da VIª Cúpula do BRICS, com o intuito de aprofundar
a cooperação entre os BRICS e a América do Sul. Reafirmamos nosso apoio aos
processos de integração da América do Sul e reconhecemos, sobretudo, a
importância da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) na promoção da paz e da
democracia na região, e na consecução do desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza. Acreditamos que o diálogo fortalecido entre os BRICS e
os países da América do Sul pode desempenhar papel ativo no fortalecimento do
multilateralismo e da cooperação internacional, para a promoção da paz,
segurança, progresso econômico e social e desenvolvimento sustentável em um
mundo globalizado crescentemente complexo e interdependente.
4. Desde
a sua criação, o BRICS se guia pelos objetivos abrangentes de paz, segurança,
desenvolvimento e cooperação. Nesse novo ciclo, conquanto nos mantenhamos
comprometidos com esses objetivos, comprometemo-nos a aprofundar nossa parceria
com visão renovada, com base na abertura, inclusão e cooperação mutuamente
benéfica. Nesse sentido, estamos prontos para explorar novas áreas em direção a
uma cooperação abrangente e a uma parceria econômica mais próxima, com vistas a
facilitar interconexões de mercado, integração financeira, conectividade em
infraestrutura, bem como contatos entre pessoas.
5. A VIª Cúpula ocorre em momento crucial, à medida que a
comunidade internacional avalia como enfrentar os desafios em matéria de
recuperação econômica sólida após as crises financeiras globais e de
desenvolvimento sustentável, incluindo mudanças do clima, enquanto também
elabora a Agenda de Desenvolvimento pós-2015. Ao mesmo tempo, somos
confrontados com instabilidade política incessante e conflitos em diversas
zonas conflagradas em todo o globo e ameaças emergentes não convencionais. Por
outro lado, estruturas de governança internacional concebidas em uma
configuração de poder distinta demonstram sinais crescentemente evidentes de perda
de legitimidade e eficácia, ao passo que arranjos transitórios e ad hoc se tornam cada vez mais
frequentes, muitas vezes à custa do multilateralismo. Acreditamos que o BRICS é
uma importante força para mudanças e reformas incrementais das atuais instituições
em direção à governança mais representativa e equitativa, capaz de gerar
crescimento global mais inclusivo e de proporcionar um mundo estável, pacífico
e próspero.
6.
Durante o primeiro ciclo de Cúpulas do BRICS, nossas economias consolidaram coletivamente
suas posições como os principais motores para a manutenção do ritmo da economia
internacional que se recupera da recente crise econômica e financeira mundial.
O BRICS continua a contribuir significativamente para o crescimento global e
para a redução da pobreza em seus próprios países e em outros. Nosso
crescimento econômico e nossas políticas de inclusão social ajudaram a
estabilizar a economia global, fomentar a criação de empregos, reduzir a
pobreza, e combater a desigualdade, contribuindo, assim, para a consecução dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Nesse novo ciclo, além de sua
contribuição para o estímulo de crescimento forte, sustentável e equilibrado, o
BRICS continuará exercendo papel significativo na promoção do desenvolvimento social
e contribuirá para a definição da agenda internacional nessa área, baseando-se
em sua experiência na busca de soluções para os desafios da pobreza e da
desigualdade.
7. Para
melhor refletir o avanço das políticas sociais dos BRICS e os impactos positivos
de seu crescimento econômico, instruímos nossos Institutos Nacionais de
Estatísticas e Ministérios da Saúde e da Educação a trabalhar no
desenvolvimento de metodologias conjuntas para indicadores sociais a serem
incorporadas na Publicação Estatística Conjunta do BRICS. Encorajamos
igualmente o Conselho de Think Tanks
do BRICS (BTTC) a prestar apoio técnico nessa tarefa. Solicitamos, ademais, aos
Institutos Nacionais de Estatísticas dos BRICS que discutam a viabilidade e a
factibilidade de uma plataforma para o desenvolvimento de tais metodologias e
apresentem relatório sobre o tema.
8. A economia mundial se fortaleceu, com sinais de melhora em
algumas economias avançadas. Permanecem, no entanto, riscos significativos de
desaceleração dessa recuperação. Os níveis de desemprego e de endividamento
estão preocupantemente altos e o crescimento segue fraco em muitas economias
avançadas. Economias de mercado emergentes e países em desenvolvimento
continuam a contribuir de forma significativa para o crescimento global e irão
fazê-lo nos próximos anos. Mesmo que a economia global se fortaleça, decisões
de política monetária em algumas economias avançadas podem causar estresse e
volatilidade renovados para os mercados financeiros, e mudanças em política
monetária precisam ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas, a
fim de minimizar repercussões negativas.
9.
Estruturas macroeconômicas fortes, mercados financeiros bem regulados e níveis
robustos de reservas têm permitido que economias de mercado emergentes e países
em desenvolvimento em geral, e os BRICS em particular, lidem melhor com os
riscos e alastramentos decorrentes das condições econômicas desafiadoras dos
últimos anos. No entanto, a continuidade da coordenação macroeconômica entre
todas as principais economias, em particular no G20, permanece fator crítico
para o fortalecimento de perspectivas para uma recuperação mundial vigorosa e
sustentável. Nesse contexto, reafirmamos nosso firme compromisso de continuar a
trabalhar entre nós e com a comunidade global para fomentar a estabilidade
financeira e apoiar o crescimento sustentável, mais forte e inclusivo e gerar
empregos de qualidade. O BRICS está preparado para contribuir com o objetivo do
G20 de elevar nosso PIB coletivo em mais de 2% acima das trajetórias sugeridas
pelas políticas atuais nos próximos cinco anos.
10.
Louvamos a Rússia pelo trabalho exitoso durante a Presidência do G20 em 2013. A instituição das
Cúpulas do BRICS coincidiu amplamente com o início da crise mundial, com as
primeiras Cúpulas do G20 e com a consolidação daquele Grupo como o foro
primário para coordenação econômica entre seus membros. Com o início de nova
rodada de Cúpulas do BRICS, mantemo-nos comprometidos em oferecer respostas
construtivas para os desafios econômicos e financeiros mundiais e em servir
como uma voz firme para a promoção de desenvolvimento sustentável, crescimento
inclusivo, estabilidade financeira e governança econômica internacional mais
representativa. Continuaremos a dar continuidade à nossa frutífera coordenação
e a promover nossos objetivos de desenvolvimento dentro do sistema econômico e
da arquitetura financeira internacionais.
11. Os
BRICS, bem como outras economias de mercado emergentes e países em
desenvolvimento, continuam a enfrentar restrições de financiamento
significativos para lidar com lacunas de infraestrutura e necessidades de
desenvolvimento sustentável. Tendo isso presente, temos satisfação em anunciar
a assinatura do Acordo constitutivo do Novo Banco de Desenvolvimento, com o propósito
de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento
sustentável nos BRICS e em outras economias emergentes e em desenvolvimento.
Manifestamos apreço pelo trabalho realizado por nossos Ministros das Finanças.
Com fundamento em princípios bancários sólidos, o Banco fortalecerá a
cooperação entre nossos países e complementará os esforços de instituições
financeiras multilaterais e regionais para o desenvolvimento global,
contribuindo, assim, para nossos compromissos coletivos na consecução da meta
de crescimento forte, sustentável e equilibrado.
12. O
Banco terá capital inicial autorizado de US$ 100 bilhões. O capital inicial
subscrito será de US$ 50 bilhões, dividido igualmente entre os membros
fundadores. O primeiro presidente do Conselho de Governadores será da Rússia. O
primeiro presidente do Conselho de Administração será do Brasil. O primeiro
Presidente do Banco será da Índia. A sede do Banco será localizada em Xangai. O
Centro Regional Africano do Novo Banco de Desenvolvimento será estabelecido na
África do Sul concomitantemente com sua sede. Instruímos nossos Ministros das
Finanças a definir as modalidades para sua operacionalização.
13. Temos
satisfação em anunciar a assinatura do Tratado para o estabelecimento do
Arranjo Contingente de Reservas do BRICS com a dimensão inicial de US$ 100
bilhões. Esse arranjo terá efeito positivo em termos de precaução, ajudará
países a contrapor-se a pressões por liquidez de curto prazo, promoverá maior
cooperação entre os BRICS, fortalecerá a rede de segurança financeira mundial e
complementará arranjos internacionais existentes. Manifestamos apreço pelo
trabalho realizado por nossos Ministros das Finanças e Presidentes de Banco
Central. O Acordo é um marco para a prestação de liquidez por meio de swaps de divisas em resposta a pressões
de curto prazo reais ou potenciais sobre o balanço de pagamentos.
14.
Saudamos também a assinatura do Memorando de Entendimento para Cooperação
Técnica entre Agências de Crédito e Garantias às Exportações dos BRICS, que
aperfeiçoará o ambiente de apoio para o aumento das oportunidades comerciais
entre nossas nações.
15.
Manifestamos apreço pelo progresso que nossos Bancos de Desenvolvimento têm
feito em ampliar e fortalecer os vínculos financeiros entre os países do BRICS.
Dada a importância da adoção de iniciativas inovadoras, saudamos a conclusão do
Acordo de Cooperação em Inovação no âmbito do Mecanismo de Cooperação
Interbancária do BRICS.
16.
Reconhecemos o potencial existente no mercado de seguros e resseguros de
congregar capacitações. Instruímos nossas autoridades competentes a explorar
vias de cooperação nesse sentido.
17.
Acreditamos que o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico serão
facilitados pela tributação dos rendimentos gerados nas jurisdições onde a
atividade econômica transcorre. Manifestamos nossa preocupação com o impacto
negativo da evasão tributária, fraude transnacional e planejamento tributário
agressivo na economia global. Estamos cientes dos desafios criados pelo planejamento
tributário agressivo e práticas de não cumprimento de normas. Afirmamos,
portanto, nosso compromisso em dar continuidade a um enfoque cooperativo nas
questões relacionadas à administração tributária e aprimorar a cooperação nos
foros internacionais devotados à questão da erosão da base tributária e
intercâmbio de informação para efeitos tributários. Instruímos também nossas
autoridades competentes a explorar formas de reforçar a cooperação na área
aduaneira.
18.
Continuamos desapontados e seriamente preocupados com a presente não
implementação das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2010, o
que impacta negativamente na legitimidade, na credibilidade e na eficácia do
Fundo. O processo de reforma do FMI é baseado em compromissos de alto nível,
que já reforçaram os recursos do Fundo e devem também levar à modernização de
sua estrutura de governança, de modo a refletir melhor o peso crescente das
economias emergentes de mercado e países em desenvolvimento na economia
mundial. O Fundo deve continuar a ser uma instituição baseada em quotas.
Conclamamos os membros do FMI a encontrar maneiras de implementar a 14ª Revisão
Geral de Quotas, sem maiores atrasos. Reiteramos nosso apelo ao FMI para
formular opções para avançar seu processo de reforma, com vistas a garantir
maior voz e representação das economias de mercado emergentes e países em
desenvolvimento, caso as reformas de 2010 não entrem em vigor até o final do
ano. Conclamamos igualmente os membros do FMI a alcançar um acordo final sobre uma
nova fórmula de quotas em conjunto com a 15ª Revisão Geral de Quotas, de modo a
não comprometer ainda mais a já adiada data-limite de janeiro de 2015.
19.
Saudamos os objetivos estabelecidos pelo Grupo Banco Mundial de auxiliar países
a acabar com a pobreza extrema e de promover a prosperidade compartilhada.
Reconhecemos o potencial dessa nova estratégia em apoio à concretização desses
ambiciosos objetivos pela comunidade internacional. Entretanto, esse potencial
somente será realizado se a instituição e seus membros caminharem efetivamente
em direção a estruturas de governança mais democráticas, fortalecerem a
capacidade financeira do Banco e explorarem maneiras inovadoras de ampliar o
financiamento para o desenvolvimento e o compartilhamento de conhecimento,
enquanto buscam firme orientação voltada aos clientes que reconheça as
necessidades de desenvolvimento de cada país. Esperamos que o início dos
trabalhos de revisão acionária do Banco Mundial ocorra assim que possível, de
modo a cumprir o prazo acordado de outubro de 2015. Nesse sentido, advogamos
uma arquitetura financeira internacional que conduza à superação de desafios em
matéria de desenvolvimento. Temos sido muito ativos na melhoria da arquitetura
financeira mundial por meio de nossa coordenação multilateral e de nossas
iniciativas de cooperação financeira, que, de maneira complementar, aumentarão
a diversidade e a disponibilidade de recursos para promover o desenvolvimento e
para garantir a estabilidade da economia global.
20.
Estamos comprometidos em elevar nossa cooperação econômica a um novo patamar
qualitativo. Com esse objetivo, enfatizamos a importância de se estabelecer um
roteiro para a cooperação econômica intra-BRICS. A esse respeito, saudamos as
propostas de “Estratégia de Cooperação Econômica do BRICS” e de “Marco do BRICS
de Parceira Econômica Mais Próxima”, que formulam medidas para promover a
cooperação econômica, comercial e de investimentos intra-BRICS. Com base nos
documentos apresentados e em insumos do Conselho de Think Tanks do BRICS, instruímos nossos Sherpas a avançar nas discussões com vistas a submeter sua proposta
para endosso até a próxima Cúpula do BRICS.
21.
Acreditamos que todos os países devem desfrutar de seus devidos direitos,
igualdade de oportunidades e participação justa nos assuntos econômicos,
financeiros e comerciais globais, reconhecendo que os países possuem diferentes
capacidades e se encontram em níveis diferenciados de desenvolvimento.
Empenhamo-nos por uma economia mundial aberta com alocação eficiente de
recursos, fluxo livre de mercadorias e concorrência leal e ordenada para o
benefício de todos. Ao reafirmar nosso apoio a um sistema comercial
multilateral aberto, inclusivo, não discriminatório, transparente e baseado em
regras, daremos seguimento a nossos esforços para a conclusão bem-sucedida da
Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), na sequência dos
resultados positivos da IXª Conferência Ministerial (MC9), realizada em Bali,
Indonésia, em dezembro de 2013. Nesse contexto, reafirmamos nosso compromisso
de estabelecer, até o final deste ano, um programa de trabalho pós-Bali para a
conclusão da Rodada Doha, com base no progresso já alcançado e conforme o
mandato estabelecido na Agenda de Desenvolvimento de Doha. Afirmamos que esse
programa de trabalho deverá priorizar questões em que resultados juridicamente
vinculantes não puderam ser alcançados na MC9, incluindo Estoques Públicos para
Fins de Segurança Alimentar. Manifestamos expectativa quanto à implementação do
Acordo sobre Facilitação do Comércio. Conclamamos os parceiros internacionais a
apoiar os membros mais pobres e vulneráveis da OMC, de modo a permitir-lhes
implementar o referido Acordo, que deverá apoiar seus objetivos de
desenvolvimento. Apoiamos firmemente o sistema de solução de controvérsias da
OMC como pedra angular da segurança e previsibilidade do sistema multilateral
de comércio e ampliaremos nosso atual diálogo sobre questões substantivas e
práticas a ele relacionadas, incluindo as negociações em curso sobre a reforma
do Entendimento sobre Solução de Controvérsias da OMC. Reconhecemos a
importância dos Acordos Comerciais Regionais, que devem complementar o sistema
multilateral de comércio, e que devem ser mantidos abertos, inclusivos e
transparentes, bem como abster-se de introduzir cláusulas e padrões exclusivos
e discriminatórios.
22.
Reafirmamos o mandato da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD) como ponto focal no sistema das Nações Unidas dedicado
a tratar de questões interrelacionadas de comércio, investimento, finanças e
tecnologia a partir da perspectiva do desenvolvimento. O mandato e o trabalho
da UNCTAD são únicos e necessários para lidar com os desafios de
desenvolvimento e crescimento em uma economia global cada vez mais interdependente.
Ao saudar a UNCTAD pelo 50º aniversário de sua fundação, em 2014, que é
igualmente o aniversário do estabelecimento do Grupo dos 77, reafirmamos,
ainda, a importância de fortalecer a capacidade da UNCTAD de concretizar seus
programas de construção de consensos, diálogo sobre políticas, pesquisa,
cooperação técnica e formação de capacidades, de modo a estar mais bem equipada
para realizar seu mandato de desenvolvimento.
23.
Reconhecemos o importante papel que Empresas Estatais desempenham na economia e
encorajamos nossas Estatais a continuar a explorar vias de cooperação,
intercâmbio de informações e melhores práticas. Reconhecemos igualmente o papel
fundamental desempenhado por pequenas e médias empresas na economia de nossos
países como importantes geradoras de emprego e riqueza. Ampliaremos a
cooperação e reconhecemos a necessidade de se fortalecer o diálogo intra-BRICS
para promover intercâmbio e cooperação internacionais e para fomentar inovação,
pesquisa e desenvolvimento.
24.
Ressaltamos que 2015 marca o 70º aniversário da fundação das Nações Unidas e do
fim da IIª Guerra Mundial. A esse respeito, apoiamos as Nações Unidas a iniciar
e organizar eventos comemorativos para marcar e homenagear esses dois momentos
históricos na história da humanidade, e reafirmamos nosso compromisso de
salvaguardar uma ordem internacional justa e equitativa com base na Carta das
Nações Unidas, preservando a paz e a segurança mundiais, bem como promovendo o
progresso e o desenvolvimento humanos.
25.
Reiteramos nosso firme compromisso com as Nações Unidas como a organização
multilateral fundamental, incumbida de ajudar a comunidade internacional a
preservar a paz e a segurança internacionais, a proteger e promover os direitos
humanos e a fomentar o desenvolvimento sustentável. As Nações Unidas desfrutam
de composição universal e estão no centro da governança e do multilateralismo
globais. Recordamos o Documento Final da Cúpula Mundial de 2005. Reafirmamos a
necessidade de uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho
de Segurança, com vistas a torná-lo mais representativo, eficaz e eficiente, de
modo que possa responder adequadamente a desafios globais. China e Rússia
reiteram a importância que atribuem ao status e papel de Brasil, Índia e África
do Sul em assuntos internacionais e apoiam sua aspiração de desempenhar um papel
maior nas Nações Unidas.
26.
Recordamos que desenvolvimento e segurança são estreitamente interligados, se
reforçam mutuamente e são centrais para o alcance da paz sustentável.
Reiteramos nossa visão de que o estabelecimento da paz sustentável requer
enfoque abrangente, concertado e determinado, baseado em confiança recíproca,
benefício mútuo, equidade e cooperação, que enfrente as causas profundas dos
conflitos, incluindo suas dimensões política, econômica e social. Nesse
contexto, salientamos igualmente a estreita inter-relação entre manutenção da
paz e consolidação da paz. Destacamos também a importância de integrar
perspectivas de gênero na prevenção e resolução de conflitos, na manutenção da
paz, na consolidação da paz e em esforços de reabilitação e de reconstrução.
27.
Daremos seguimento aos nossos esforços conjuntos em coordenar posições e em
atuar sobre interesses compartilhados pela paz mundial e em questões de segurança,
tendo em vista o bem-estar comum da humanidade. Enfatizamos nosso compromisso
com a solução sustentável e pacífica de conflitos, conforme os princípios e
objetivos da Carta da ONU. Condenamos intervenções militares unilaterais e
sanções econômicas em violação ao direito internacional e normas universalmente
reconhecidas das relações internacionais. Tendo isso presente, enfatizamos a
singular importância da natureza indivisível da segurança e que nenhum Estado
deve fortalecer sua segurança em detrimento da segurança dos demais.
28.
Acordamos em continuar a tratar todos os direitos humanos, inclusive o direito
ao desenvolvimento, de maneira justa e equitativa, em pé de igualdade e com a
mesma ênfase. Fomentaremos o diálogo e a cooperação com base na igualdade e no
respeito mútuo no campo dos direitos humanos, tanto no BRICS quanto em foros
multilaterais – incluindo o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, do
qual todos os BRICS participam como membros em 2014 –, levando em conta a
necessidade de promover, proteger e realizar os direitos humanos de maneira não
seletiva, não politizada e construtiva, e sem critérios duplos.
29.
Louvamos os esforços feitos pelas Nações Unidas, União Africana (UA),
Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outros, em apoiar a realização de
eleições legislativas e presidencial na Guiné-Bissau, pavimentando o caminho
para o retorno à democracia constitucional no país. Reconhecemos a importância
de se promover a estabilidade política de longo prazo na Guiné-Bissau, o que
abrange necessariamente medidas para reduzir a insegurança alimentar e para
avançar a reforma abrangente do setor de segurança, conforme proposto pela
Configuração Guiné-Bissau da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas.
Da mesma forma, saudamos também os esforços das Nações Unidas, da UA e da
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) em apoiar as
eleições legislativas e presidencial em Madagascar, auxiliando no retorno da
democracia constitucional no país.
30.
Louvamos os esforços da comunidade internacional no enfrentamento da
instabilidade na África por meio do engajamento com e da coordenação da UA e de
seu Conselho de Paz e Segurança. Expressamos nossa profunda preocupação com a
deterioração da segurança e da situação humanitária na África Ocidental.
Conclamamos todas as partes envolvidas nesses conflitos a cessar hostilidades,
exercer moderação e se engajar em diálogo para garantir o retorno da paz e da
estabilidade. Entretanto, notamos, igualmente, o progresso que tem sido feito
em áreas da região para enfrentar desafios políticos e de segurança.
31.
Expressamos igualmente nossa preocupação com a situação das mulheres e crianças
de Chibok sequestradas e clamamos pelo fim dos contínuos atos de terrorismo
perpetrados pelo Boko Haram.
32.
Apoiamos os esforços da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas
para a Estabilização no Mali (MINUSMA) em sua tarefa de auxiliar o Governo do
Mali a estabilizar completamente o país, facilitar o diálogo político nacional,
proteger civis, monitorar a situação dos direitos humanos, criar condições para
a prestação de assistência humanitária e para o regresso de deslocados internos
e refugiados, e estender a autoridade estatal em todo o país. Enfatizamos a
importância de um processo político inclusivo; da imediata implementação de
processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR); e do
desenvolvimento político, econômico e social, de maneira que o Mali alcance paz
e estabilidade sustentáveis.
33.
Expressamos nossa preocupação com as continuadas crises política e humanitária
no Sudão do Sul. Condenamos a continuação da violência contra civis e
conclamamos a todas as partes a garantir ambiente seguro para a entrega da
assistência humanitária. Condenamos igualmente a continuação dos confrontos,
apesar dos compromissos sucessivos para a cessação das hostilidades e
expressamos nossa convicção de que uma solução sustentável para a crise somente
será possível por meio de diálogo político inclusivo voltado para a
reconciliação nacional. Apoiamos, nesse sentido, os esforços regionais para
encontrar solução pacífica para a crise, especialmente o processo de mediação
liderado pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).
Saudamos o "Acordo para a Resolução da Crise no Sudão do Sul",
assinado em 9 de maio, e esperamos que os líderes políticos do Sudão do Sul
permaneçam comprometidos com o processo negociador e com a conclusão do diálogo
sobre a formação de governo transitório de unidade nacional dentro de 60 dias,
conforme anunciado pela IGAD em 10 de junho. Louvamos os esforços da Missão das
Nações Unidas no Sudão do Sul em cumprir seu mandato e expressamos nossa
profunda preocupação com os ataques armados direcionados contra as bases das
Nações Unidas no país.
34.
Reiteramos nossa profunda preocupação com a situação na República
Centro-Africana (RCA). Condenamos fortemente os abusos e atos de violência
contra a população civil, incluindo a violência sectária, e exortamos todos os
grupos armados a cessar hostilidades imediatamente. Reconhecemos os esforços da
Comunidade Econômica dos Estados da África Central e da UA em restaurar a paz e
a estabilidade no país. Louvamos o estabelecimento da Missão Multidimensional
Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na RCA (MINUSCA). Expressamos
nosso apoio para uma transição exitosa da Missão Internacional de Apoio à RCA
(MISCA), de liderança africana, para a MINUSCA até 15 de setembro de 2014.
Exortamos as autoridades de transição na RCA a aderir estritamente ao Roteiro
de N'Djamena. Conclamamos todas as partes a permitir o acesso humanitário
seguro e desimpedido àqueles em necessidade. Reafirmamos nossa prontidão para
trabalhar com a comunidade internacional no auxílio à RCA em acelerar a
implementação do processo político no país.
35.
Apoiamos os esforços das Nações Unidas, em particular a Missão das Nações
Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), desdobrada sob a resolução
2098 do Conselho de Segurança, e as organizações regionais e sub-regionais para
trazer a paz e a estabilidade à República Democrática do Congo (RDC), e
conclamamos todos os envolvidos a honrar suas obrigações, de maneira a alcançar
paz e estabilidade duradouras na RDC.
36.
Saudamos a decisão da Cúpula da UA em Malabo de estabelecer uma Capacidade
Africana de Resposta Imediata a Crises (ACIRC) interina, em outubro de 2014,
para responder rapidamente a situações de crise à medida que surjam.
Ressaltamos a importância de apoio adequado para garantir a operacionalização
oportuna da ACIRC, aguardando a criação definitiva das Forças de Reserva
Africanas.
37.
Expressamos profunda preocupação com a violência em curso e com a deterioração
da situação humanitária na Síria e condenamos o aumento das violações dos
direitos humanos por todas as partes. Reiteramos nossa visão de que não há
solução militar para o conflito e destacamos a necessidade de evitar a sua
maior militarização. Conclamamos todas as partes a se comprometer imediatamente
com um completo cessar-fogo, deter a violência e permitir e facilitar acesso
imediato, seguro, pleno e irrestrito para as organizações e agências
humanitárias, em conformidade com a resolução 2139 do Conselho de Segurança da
ONU. Reconhecemos as medidas práticas tomadas pelas partes sírias na
implementação de suas exigências, incluindo a prática de acordos locais de
cessar-fogo alcançados entre as autoridades sírias e as forças da oposição.
Reiteramos nossa condenação ao
terrorismo em todas as suas formas e manifestações, onde quer que ocorra.
Estamos seriamente preocupados com a contínua ameaça do terrorismo e extremismo
na Síria. Conclamamos todas as partes sírias a se empenharem em pôr fim aos
atos terroristas perpetrados pela Al-Qaeda, suas afiliadas e outras
organizações terroristas.
Condenamos fortemente o uso de armas
químicas em quaisquer circunstâncias. Saudamos a decisão da República Árabe da
Síria de aderir à Convenção sobre Armas Químicas. De acordo com decisões
pertinentes do Conselho Executivo da Organização para a Proibição das Armas
Químicas (OPAQ) e a resolução 2118 do Conselho de Segurança da ONU, reiteramos
a importância da completa remoção e eliminação das armas químicas da Síria.
Louvamos o progresso nesse âmbito e saudamos o anúncio de que a remoção de
produtos químicos declarados da República Árabe da Síria foi concluída.
Conclamamos todas as partes sírias e atores externos interessados com
capacidades relevantes a trabalhar em conjunto e com a OPAQ e as Nações Unidas para
organizar a segurança da missão de monitoramento e destruição em sua fase
final.
Apoiamos o papel de mediação
desempenhado pelas Nações Unidas. Agradecemos a contribuição feita pelo
ex-Representante Especial Conjunto das Nações Unidas e da Liga dos Estados
Árabes, Lakhdar Brahimi, e saudamos a nomeação de Staffan De Mistura como
Enviado Especial das Nações Unidas para a Síria, e expressamos nossa esperança
de que seus esforços ativos promovam uma rápida retomada de negociações
abrangentes. Recordamos que o diálogo nacional e a reconciliação são centrais
para a solução política para a crise síria. Tomamos nota da recente eleição
presidencial síria. Ressaltamos que apenas um processo político inclusivo,
liderado pelos sírios, conforme recomendado no Comunicado Final de 2012 do
Grupo de Ação sobre a Síria, conduzirá à paz, à proteção efetiva de civis, à
realização das legítimas aspirações da sociedade síria por liberdade e
prosperidade e ao respeito pela independência, integridade territorial e
soberania sírias. Ressaltamos que um processo de reconciliação nacional deve
ser lançado o mais cedo possível, no interesse da unidade nacional da Síria.
Para esse fim, instamos a todas as partes na Síria a demonstrar vontade
política, reforçar a compreensão mútua, demonstrar moderação e se comprometer a
buscar denominador comum para acomodar suas diferenças.
38.
Reafirmamos o nosso compromisso de contribuir para uma solução abrangente,
justa e duradoura do conflito árabe-israelense, com base no marco jurídico
internacional universalmente reconhecido, incluindo resoluções relevantes das
Nações Unidas, os Princípios de Madrid e a Iniciativa de Paz Árabe. Acreditamos
que a resolução do conflito israelo-palestino é um componente fundamental para
a construção de paz duradoura no Oriente Médio. Conclamamos Israel e Palestina
a retomar as negociações conducentes a uma solução de dois Estados, com um
Estado palestino contíguo e economicamente viável, existindo lado a lado e em
paz com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas
internacionalmente com base nas linhas de 4 de junho de 1967, com Jerusalém
Oriental como sua capital. Opomo-nos à continuada construção e à expansão dos
assentamentos nos Territórios Palestinos Ocupados pelo Governo israelense, que
violam o direito internacional, solapam gravemente os esforços de paz e ameaçam
a viabilidade da solução de dois Estados. Saudamos os recentes esforços pela
unidade intra-palestina, inclusive a formação de um governo de unidade nacional
e os passos em direção à realização de eleições gerais, elemento-chave para
consolidar um Estado palestino democrático e sustentável, e conclamamos as
partes a se comprometerem totalmente com as obrigações assumidas pela
Palestina. Conclamamos o Conselho de Segurança da ONU a exercer plenamente suas
funções nos termos da Carta das Nações Unidas no que diz respeito ao conflito
israelo-palestino. Recordamos com satisfação a decisão da Assembleia Geral das
Nações Unidas (AGNU) de proclamar 2014 Ano Internacional de Solidariedade com o
Povo Palestino, saudamos os esforços da UNRWA em prestar assistência e proteção
a refugiados palestinos e encorajamos a comunidade internacional a continuar a
apoiar as atividades da agência.
39.
Expressamos nosso apoio para a convocação, o mais rapidamente possível, da
Conferência sobre o estabelecimento de uma zona no Oriente Médio livre de livre
de armas nucleares e de todas as outras armas de destruição em massa.
Conclamamos todos os Estados da região a comparecer à Conferência e a se
engajar construtivamente e de maneira pragmática, com vistas a avançar esse
objetivo.
40.
Tomando nota das consultas abertas sobre um projeto de Código Internacional de
Conduta para as Atividades no Espaço Exterior, e o engajamento ativo e
construtivo de nossos países nessas consultas, clamamos por uma negociação
multilateral inclusiva e baseada no consenso, a ser conduzida no âmbito das
Nações Unidas sem prazos específicos, a fim de alcançar um resultado
equilibrado que atenda às necessidades e reflita as preocupações de todos os
participantes. Reafirmando nossa vontade de que a exploração e o uso do espaço
exterior devem ser para fins pacíficos, ressaltamos que as negociações para a
conclusão de um acordo ou de acordos internacionais para evitar uma corrida
armamentista no espaço exterior continuam a ser uma tarefa prioritária da
Conferência do Desarmamento, e saudamos a apresentação pela China e pela Rússia
de projeto atualizado de Tratado sobre a Prevenção de Colocação de Armas no
Espaço Exterior, a Ameaça ou o Uso da Força contra Objetos no Espaço Exterior.
41. Ao
reiterar nossa visão de que não há alternativa para uma solução negociada para
a questão nuclear iraniana, reafirmamos nosso apoio a sua resolução por meios
políticos e diplomáticas e pelo diálogo. Nesse contexto, saudamos o momento
positivo gerado pelas negociações entre o Irã e o E3+3 e incentivamos a
implementação exaustiva do Plano de Ação Conjunto de Genebra de 24 de novembro
de 2013, com vistas a alcançar uma solução completa e duradoura para essa
questão. Incentivamos igualmente o Irã e a Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) a continuar fortalecendo sua cooperação e seu diálogo com base
no Comunicado Conjunto assinado em 11 de novembro de 2013. Reconhecemos o
direito inalienável do Irã ao uso pacífico de energia nuclear de forma
condizente com suas obrigações internacionais.
42.
Reconhecendo que paz, segurança e desenvolvimento são estreitamente
interligados, reafirmamos que o Afeganistão precisa de tempo, assistência e
cooperação para o desenvolvimento, acesso preferencial a mercados mundiais e
investimentos estrangeiros para alcançar paz e estabilidade duradouras.
Apoiamos o compromisso da comunidade internacional em permanecer engajada no
Afeganistão durante a década de transformação (2015-2024), conforme enunciado
na Conferência Internacional de Bonn em dezembro de 2011. Salientamos que as
Nações Unidas devem desempenhar papel cada vez mais relevante na assistência à
reconciliação nacional, recuperação e reconstrução econômica do Afeganistão.
Também reafirmamos nosso compromisso em apoiar a emergência do Afeganistão como
um Estado pacífico, estável e democrático, livre de terrorismo e extremismo, e
enfatizamos a necessidade de cooperação regional e internacional mais efetiva
para a estabilização do Afeganistão, incluindo por meio do combate ao
terrorismo. Estendemos apoio a esforços dirigidos ao combate ao tráfico ilícito
de opiáceos originados no Afeganistão dentro do marco do Pacto de Paris.
Esperamos um processo de paz amplo e inclusivo no Afeganistão que seja liderado
e apropriado pelos afegãos. Saudamos o segundo turno da eleição presidencial no
Afeganistão, que contribui para a transferência democrática de poder nesse
país. Saudamos o oferecimento da China de sediar a IV Conferência Ministerial
do Coração da Ásia em agosto de 2014.
43.
Estamos profundamente preocupados com a situação no Iraque. Apoiamos firmemente
o governo do Iraque em seus esforços para superar a crise, preservar a
soberania nacional e a integridade territorial. Estamos preocupados com os
efeitos do alastramento da instabilidade no Iraque resultantes das crescentes
atividades terroristas na região, e instamos todas as partes a enfrentar a
ameaça terrorista de maneira consistente. Exortamos todos os atores regionais e
globais a se absterem de interferências que agravarão a crise e a apoiarem o
Governo e o povo iraquianos em seus esforços para superar a crise e construir
um Iraque estável, inclusivo e unido. Enfatizamos a importância da
reconciliação e da unidade nacionais do Iraque, levando em consideração as
guerras e os conflitos a que o povo iraquiano esteve submetido e, nesse
contexto, saudamos a realização pacífica e ordenada da última eleição
parlamentar.
44.
Expressamos nossa profunda preocupação com a situação na Ucrânia. Clamamos por
um diálogo abrangente, pelo declínio das tensões no conflito e pela moderação
de todos os atores envolvidos, com vistas a encontrar solução política
pacífica, em plena conformidade com a Carta das Nações Unidas e com direitos humanos
e liberdades fundamentais universalmente reconhecidos.
45.
Reafirmamos nosso compromisso em continuar a enfrentar o crime organizado
internacional, com pleno respeito aos direitos humanos, a fim de reduzir o
impacto negativo sobre indivíduos e sociedades. Estimulamos esforços conjuntos
voltados à prevenção e ao combate a atividades criminais transnacionais, em
acordo com legislações nacionais e instrumentos jurídicos internacionais,
especialmente a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional. Nesse sentido, saudamos a cooperação do BRICS em foros
multilaterais, salientando nosso compromisso na Comissão do ECOSOC de Prevenção
do Crime e Justiça Criminal.
46. Pirataria e assaltos armados no mar são fenômenos
complexos que devem ser combatidos efetivamente de maneira abrangente e
integrada. Saudamos os esforços feitos pela comunidade internacional em
combater a pirataria marítima e conclamamos todas as partes envolvidas – civis
e militares, públicas e privadas – a se manterem comprometidas na luta contra
esse fenômeno. Realçamos, igualmente a necessidade de uma revisão transparente
e objetiva das Áreas de Alto Risco, com vistas a prevenir efeitos negativos
desnecessários na economia e na segurança de Estados costeiros. Comprometemo-nos
a fortalecer nossa cooperação nessa séria questão.
47.
Estamos profundamente preocupados com o problema mundial das drogas, que
continua a ameaçar a saúde pública, a segurança e o bem-estar e a minar a
estabilidade social, econômica e política e o desenvolvimento sustentável.
Comprometemo-nos a enfrentar o problema mundial das drogas, que permanece uma
responsabilidade comum e compartilhada, por meio de enfoque integrado,
multidisciplinar e mutuamente reforçado e equilibrado para fornecer e exigir estratégias
de redução, em linha com as três convenções das Nações Unidas sobre drogas e
outras normas e princípios relevantes do direito internacional. Saudamos o
trabalho substancial feito pela Rússia em preparar e sediar o Encontro
Internacional de Ministros em 15 de maio de 2014 para discutir o problema
mundial das drogas. Tomamos nota da proposta de criação de um Grupo de Trabalho
Antidrogas apresentada no IIº Encontro Chefes das Agências Antidrogas dos
BRICS.
48.
Reiteramos nossa forte condenação ao terrorismo em todas as suas formas e
manifestações e salientamos que não há justificativa, qualquer que seja, para
ato de terrorismo de todo tipo, seja ideológica, religiosa, política, racial,
étnica, ou qualquer outra justificativa. Conclamamos todas as entidades a se
abster de financiar, incentivar, oferecer treinamento ou apoiar de qualquer
forma atividades terroristas. Acreditamos que a ONU exerce papel central em
coordenar a ação internacional contra o terrorismo, que deve ser conduzida de
acordo com o direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, e com
respeito aos direito humanos e liberdades fundamentais. Nesse contexto,
reafirmamos nosso compromisso com a implementação da Estratégia Antiterrorista
Global das Nações Unidas. Expressamos nossa preocupação quanto ao crescente
uso, na sociedade globalizada, por terroristas e seus adeptos, de tecnologias
da informação e comunicação, em particular a Internet e outros meios, e
reiteramos que tais tecnologias podem ser ferramentas poderosas no combate à
propagação do terrorismo, inclusive ao promover a tolerância e o diálogo entre
os povos. Continuaremos a trabalhar conjuntamente para concluir, o mais
brevemente possível, as negociações e adotar, na AGNU, a Convenção Abrangente
sobre Terrorismo Internacional. Salientamos, igualmente, a necessidade de se
promover a cooperação entre nossos países na prevenção de terrorismo,
especialmente no contexto de grandes eventos.
49.
Acreditamos que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) devem
fornecer instrumentos para fomentar o progresso econômico sustentável e a
inclusão social, trabalhando em conjunto com a indústria de TICs, sociedade
civil e academia, a fim de efetivar as oportunidades e alcançar os benefícios
potenciais relacionados às TICs para todos. Concordamos que deve ser conferida
especial atenção aos jovens e às pequenas e médias empresas, com vistas a
promover o intercâmbio e a cooperação internacionais, bem como promover a
inovação, a investigação e o desenvolvimento das TICs. Concordamos que o uso e
o desenvolvimento das TICs, por meio de cooperação internacional e de normas e
princípios do direito internacional universalmente aceitos, é de suma
importância, a fim de garantir um espaço digital e de Internet pacífico, seguro
e aberto. Condenamos fortemente os atos de vigilância eletrônica em massa e a
coleta de dados de indivíduos em todo o mundo, bem como a violação da soberania
dos Estados e dos direitos humanos, em especial o direito à privacidade.
Tomamos nota da Reunião Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da
Internet, realizada em São Paulo, em 23-24 de abril de 2014. Agradecemos o
Brasil por tê-la organizado.
50.
Exploraremos a cooperação no combate a crimes cibernéticos e também nos
comprometemos, mais uma vez, com a negociação de um instrumento universal
juridicamente vinculante nesse campo. Consideramos que as Nações Unidas possuem
papel central nessa questão. Concordamos que é necessário preservar as TICs, em
particular a Internet, como um instrumento de paz e desenvolvimento e prevenir
seu uso como arma. Além disso, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto a fim
de identificar possibilidades de desenvolvimento de atividades conjuntas para
enfrentar problemas de segurança comuns na utilização das TICs. Reiteramos o enfoque
comum estabelecido na Declaração de eThekwini sobre a importância da segurança
na utilização das TICs. Saudamos a decisão dos Altos Representantes
Responsáveis por Segurança Nacional de estabelecer um grupo de especialistas
dos Estados membros dos BRICS que elaborará propostas práticas relacionadas às
principais áreas de cooperação e coordenar nossas posições em foros
internacionais. Tendo presente a importância desses temas, tomamos nota da
proposta da Rússia de acordo do BRICS sobre a cooperação nesse campo, a ser
elaborado conjuntamente.
51.
Reiteramos nosso compromisso com a implementação da Convenção sobre Diversidade
Biológica e os seus Protocolos, com especial atenção a o Plano Estratégico para
a Biodiversidade 2011-2020 e as Metas de Aichi. Reconhecemos o desafio posto
pelas metas acordadas para a conservação da biodiversidade e reafirmamos a
necessidade de implementar as decisões sobre a mobilização de recursos
acordadas por todas as partes em Hyderabad em 2012, e estabelecer metas de
mobilização de recursos, a fim de permitir a sua realização.
52.
Reconhecendo que a mudança climática é um dos maiores desafios que a humanidade
enfrenta, conclamamos todos os países a apoiar-se nas decisões adotadas na
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), com vistas
a alcançar uma conclusão bem-sucedida até 2015 das negociações sobre o
desenvolvimento de um protocolo, um outro instrumento jurídico ou um resultado
acordado com força jurídica nos termos da Convenção aplicável a todas as
Partes, de acordo com os princípios e disposições da UNFCCC, em particular o
princípio de responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas
capacidades. Neste sentido, reiteramos nosso apoio à Presidência da 20ª sessão
da Conferência das Partes e da 10ª sessão da Conferência das Partes atuando na
qualidade de reunião das Partes do Protocolo de Quioto, a ser realizada em
Lima, Peru, em dezembro de 2014. Notamos igualmente a convocação da Cúpula do
Clima das Nações Unidas de 2014
a ser realizada em setembro.
53. Tendo
presente que os combustíveis fósseis continuam a ser uma das principais fontes
de energia, reiteramos nossa convicção de que energia renovável e limpa,
pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e eficiência energética podem constituir
importante motor para promover o desenvolvimento sustentável, criar novo
crescimento econômico, reduzir custos energéticos e aumentar a eficiência no
uso dos recursos naturais. Considerando a ligação dinâmica entre energia
renovável e limpa e o desenvolvimento sustentável, reafirmamos a importância de
se dar seguimento aos esforços internacionais destinados a promover o
desenvolvimento de tecnologias de energia renovável e limpa e de tecnologias de
eficiência energética, tendo em conta políticas, prioridades e recursos
nacionais. Defendemos o fortalecimento da cooperação internacional para a
promoção de energia renovável e limpa e para universalizar o acesso à energia,
o que é de grande importância para a melhoria da qualidade de vida de nossos povos.
54.
Estamos empenhados em trabalhar em direção a um processo intergovernamental
inclusivo, transparente e participativo para a construção de uma agenda de
desenvolvimento universal e integrada com a erradicação da pobreza como
objetivo central e abrangente. A agenda deve integrar as dimensões econômica,
social e ambiental do desenvolvimento sustentável de forma equilibrada e
abrangente, com objetivos concisos, implementáveis e mensuráveis, tendo em
conta diferentes realidades e níveis de desenvolvimento nacionais e respeitando
políticas e prioridades nacionais. A Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 deve,
igualmente, respeitar plenamente e basear em todos os princípios do Rio sobre
desenvolvimento sustentável, inclusive o princípio de responsabilidades comuns,
porém diferenciadas. Saudamos o documento final do Evento Especial da AGNU
sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que decidiu lançar um
processo intergovernamental no início da 69ª Sessão da AGNU, que levará à
adoção da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015.
55.
Reiteramos nosso compromisso com o Grupo de Trabalho Aberto da AGNU sobre os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o trabalho em conjunto
para alcançar uma proposta consensual e ambiciosa em ODS. Ressaltamos a
importância do trabalho da Comissão Intergovernamental de Peritos sobre
Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável e destacamos a necessidade de
uma estratégia de financiamento do desenvolvimento sustentável eficaz para
facilitar a mobilização de recursos para a realização dos objetivos de
desenvolvimento sustentável e para apoiar os países em desenvolvimento nos
esforços de implementação, com a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento como uma
importante fonte de financiamento. Apoiamos a criação de mecanismo de
facilitação para o desenvolvimento, a transferência e a difusão de tecnologias
limpas e ambientalmente saudáveis e clamamos pelo estabelecimento de um grupo
de trabalho no âmbito das Nações Unidas sobre essa proposta, tendo presente o
documento final da Rio+20 e os relatórios do Secretário-Geral sobre o assunto.
Nesse sentido, reafirmamos que o resultado de cada um desses processos pode
contribuir para a formulação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
56.
Reconhecemos a importância estratégica da educação para o desenvolvimento
sustentável e o crescimento econômico inclusivo. Reafirmamos nosso compromisso
em acelerar o progresso na consecução dos objetivos Educação para Todos e dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio relacionados à educação até 2015 e
salientamos que a agenda de desenvolvimento após 2015 deve basear-se nesses
objetivos, de modo a garantir educação equitativa, inclusiva e de qualidade e
aprendizado ao longo da vida para todos. Estamos dispostos a reforçar a
cooperação intra-BRICS na área e saudamos a reunião de Ministros da Educação
realizada em Paris, em novembro de 2013. Tencionamos continuar a cooperar com
as organizações internacionais relevantes. Encorajamos a iniciativa de
estabelecer a Rede Universitária do BRICS.
57. Em
março de 2014, concordamos em colaborar por meio de diálogo, cooperação,
compartilhamento de experiências e capacitação em assuntos relacionados a
população que são de interesse mútuo dos Estados-membros. Reconhecemos a
importância vital do dividendo demográfico que muitos de nós possuímos para
avançar nosso desenvolvimento sustentável, bem como a necessidade de integrar
fatores populacionais nos planos de desenvolvimento nacionais, e promover
população e desenvolvimento equilibrados de longo prazo. Os desafios da
transição e pós-transição demográfica, incluindo o envelhecimento da população
e a redução da mortalidade, estão entre os mais importantes desafios que o
mundo enfrenta atualmente. Confirmamos o nosso firme compromisso com a solução
dos problemas sociais em geral e, em particular, a desigualdade de gênero, os
direitos das mulheres e os problemas enfrentados por jovens e reafirmamos nossa
determinação em garantir a saúde sexual e reprodutiva e os direitos
reprodutivos para todos.
58.
Reconhecemos que a corrupção afeta negativamente o crescimento econômico
sustentável, a redução da pobreza e a estabilidade financeira. Estamos
comprometidos a combater o suborno doméstico e estrangeiro e a fortalecer a
cooperação internacional, incluindo a cooperação relacionada ao cumprimento da
lei, em consonância com princípios e normas estabelecidas multilateralmente,
especialmente a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
59.
Considerando a relação entre cultura e desenvolvimento sustentável, assim como
o papel da diplomacia cultural como fator de entendimento entre os povos,
encorajaremos a cooperação entre os países do BRICS no campo cultural,
inclusive em instâncias multilaterais. Reconhecendo a contribuição e os
benefícios do intercâmbio cultural e da cooperação no incremento da nossa
amizade e entendimento mútuo, promoveremos ativamente maior conscientização,
entendimento e apreço da arte e cultura dos nossos países. Nesse sentido,
solicitamos nossas autoridades responsáveis por cultura a explorarem
iniciativas de cooperação, inclusive para acelerar as negociações do acordo
sobre cooperação cultural.
60.
Estamos satisfeitos com os avanços na implementação do Plano de Ação de
eThekwini, que enriqueceu ainda mais nossa cooperação e estimulou amplo potencial
para nosso desenvolvimento. Nesse sentido, saudamos a África do Sul pela plena
implementação do Plano de Ação de eThekwini.
61.
Estamos comprometidos com a promoção da cooperação agrícola e com o intercâmbio
de informação atinente a estratégias para assegurar o acesso à alimentação para
as populações mais vulneráveis, reduzir o impacto negativo da mudança climática
sobre a segurança alimentar e adaptar a agricultura à mudança do clima.
Recordamos com satisfação a decisão da AGNU de declarar 2014 o Ano
Internacional da Agricultura Familiar.
62.
Tomamos nota dos seguintes encontros mantidos em preparação para esta Cúpula:
● − IIIª Reunião do Conselho de Think Tanks do BRICS;
● − IIIº Conselho Empresarial do BRICS;
● − VIº Foro Acadêmico;
● − Vº Foro Empresarial;
● − IVº Foro Financeiro.
63.
Saudamos os resultados do encontro dos Ministros das Finanças e Presidentes de
Banco Central do BRICS e endossamos o Comunicado Conjunto do encontro de
Ministros do Comércio do BRICS, realizados em preparação para a Cúpula.
64. A V edição do Foro Empresarial do BRICS ofereceu
oportunidade para o estabelecimento de contatos e para a discussão aprofundada
de temas altamente relevantes da agenda de comércio e investimento. Saudamos o
encontro do Conselho Empresarial do BRICS e o elogiamos por seu Relatório Anual
2013/2014. Encorajamos as respectivas comunidades empresariais a dar
prosseguimento às iniciativas propostas e a aprofundar o diálogo e a cooperação
nas cinco áreas abordadas pelos Grupos de Trabalho de Indústria/Setor com
vistas a intensificar os fluxos de comércio e investimentos entre os países do
BRICS, assim como entre os BRICS e outros parceiros ao redor do mundo.
65.
Reiteramos nosso compromisso, firmado por ocasião do retiro entre líderes do
BRICS e da África na V Cúpula, de apoiar e desenvolver a cooperação
BRICS-África em prol do desenvolvimento socioeconômico da África,
particularmente no tocante ao desenvolvimento da infraestrutura e à
industrialização. Saudamos a inclusão dessas questões em discussões durante o
encontro do Conselho Empresarial do BRICS, realizado em Johanesburgo, em agosto
de 2013.
66. Saudamos o
estudo do BTTC “Towards a Long-Term
Strategy for BRICS: Recommendations by the BTTC”. Tomamos nota da decisão do BTTC,
adotada em seu encontro no Rio de Janeiro em março de 2014, de concentrar seu
trabalho nos cinco pilares sobre os quais se sustentará a estratégia de
cooperação de longo prazo do BRICS. O BTTC é encorajado a desenvolver caminhos
estratégicos e planos de ação que resultem na consecução dessa estratégia de
longo prazo.
67.
Saudamos a realização do primeiro Encontro de Ministros de Ciência, Tecnologia
e Inovação do BRICS e a Declaração da Cidade do Cabo que é voltada para (I) fortalecer a cooperação em ciência,
tecnologia e inovação; (II) lidar
com desafios socioeconômicos globais e regionais comuns, utilizando
experiências compartilhadas e complementaridades; (III) gerar, em conjunto, novo conhecimento, produtos inovadores,
serviços e procedimentos, utilizando financiamento apropriado e instrumentos de
investimento; e (IV) promover,
quando cabíveis, parcerias conjuntas do BRICS com outros atores internacionais
do mundo em desenvolvimento. Instruímos os Ministros de Ciência e Tecnologia do
BRICS a assinar, em seu próximo encontro, o Memorando de Entendimento sobre
Ciência, Tecnologia e Inovação, que oferece um arcabouço estratégico para a
cooperação nessa área.
68.
Saudamos o estabelecimento da Plataforma de Troca de Informações e Intercâmbio
do BRICS, que busca facilitar a cooperação em comércio e investimento.
69.
Continuaremos a aperfeiçoar as políticas de competitividade e implementação,
empreender ações para lidar com desafios enfrentados pelas Autoridades de
Defesa da Concorrência do BRICS e propiciar melhor ambiente de competição, a
fim de ampliar as contribuições para o crescimento de nossas economias. Notamos
a oferta da África do Sul em sediar o IVº Encontro de Autoridades de Defesa da Concorrência
do BRICS em 2015.
70.
Reiteramos nosso compromisso de promover nossa parceria para o desenvolvimento
comum. Com esse intuito, adotamos o Plano de Ação de Fortaleza.
71.
Rússia, Índia, China e África do Sul estendem sua calorosa satisfação ao
Governo e ao povo do Brasil por sediar a VIª Cúpula do BRICS em Fortaleza.
72.
Brasil, Índia, China e África do Sul comunicam seu apreço à Rússia por sua
oferta de sediar a VIIª Cúpula do BRICS em 2015 na cidade de Ufa e oferecem seu
pleno apoio para a consecução desse fim.
Plano de Ação de
Fortaleza
1. Reunião dos Ministros de Negócios
Estrangeiros / Relações Internacionais do BRICS à margem da AGNU.
2. Reunião de Altos Representantes
Responsáveis por Segurança Nacional do BRICS
3. Reunião intermediária de Sherpas e Sub-Sherpas do BRICS.
4. Reuniões de Ministros das Finanças
Presidentes de Banco Central do BRICS à margem de reuniões do G20, reuniões do
Banco Mundial/FMI, bem como reuniões específicas, quando solicitadas.
5. Reuniões de Ministros do Comércio do
BRICS à margem de eventos multilaterais, ou reuniões específicas, quando
solicitadas.
6. Reunião de Ministros da Agricultura
e do Desenvolvimento Agrário do BRICS, precedida de reunião Grupo de Trabalho
de Cooperação Agrícola do BRICS.
7. Reunião de Ministros da Saúde do
BRICS.
8. Reunião de Ministros de Ciência,
Tecnologia e Inovação do BRICS.
9. Reunião de Ministros da Educação do
BRICS.
10. Reunião de Ministros ou Altos
Funcionários responsáveis por segurança social, à margem de reunião
multilateral.
11. Seminário de Funcionários e Peritos
em Questões Populacionais do BRICS.
12. Encontro de Cooperativas do BRICS
(realizada em Curitiba, em 14-16 de maio de 2014).
13. Reuniões de autoridades financeiras
e fiscais à margem de reuniões do Banco Mundial/FMI, bem como reuniões específicas,
quando solicitadas.
14. Reuniões do Grupo de Contato sobre
Temas Econômicos e Comerciais (GCTEC).
15. Reunião do Fórum de Cooperação de
Cidades Irmãs e Governos Locais dos BRICS.
16. Reunião do Fórum de Urbanização do
BRICS.
17. Reunião de Autoridades de Defesa da
Concorrência do BRICS em 2015 na África do Sul.
18. Reunião de Chefes de Instituições
Nacionais de Estatística dos BRICS.
19. Reunião de Peritos em Antidrogas.
20. Reunião de Peritos dos BRICS sobre
Cooperação em Anticorrupção, à margem de reunião multilateral.
21. Consultas entre Missões Permanentes
e/ou Embaixadas dos BRICS, conforme o caso, em Nova York, Viena, Roma, Paris,
Washington, Nairóbi e Genebra, onde apropriado.
22. Reunião consultiva de Altos
Funcionários dos BRICS à margem de foros internacionais relevantes relacionados
a desenvolvimento sustentável, meio ambiente e clima, onde apropriado.
23. Esportes e Megaeventos esportivos.
Novas áreas de cooperação a serem
exploradas:
● − Reconhecimento mútuo de Graduações e
Diplomas de Ensino Superior;
● − Trabalho e Emprego, Seguridade
Social, Políticas Públicas de Inclusão Social;
● − Diálogo de Planejamento de Política
Externa;
● − Seguro e resseguro;
● − Seminário de Peritos em E-commerce.
VIª Cúpula dos BRICS - Fortaleza, Brasil Encerramento |
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