sábado, 26 de julho de 2014

Voo MH17: o “ocidente” não está investigando

25/7/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Passantes caminham pela estrada
ladeando o local da queda do MH17
Depois de toda a propaganda sobre a derrubada do voo MH17, gritos sobre saques que estariam acontecendo e “exigências” de acesso ao local, seria de esperar que alguém estivesse pelo menos tentando investigar imediatamente o caso.


No campo, na Ucrânia, onde caíram os restos explodidos, não há guardas nem ninguém trabalhando no recolhimento de indícios, nem policiais, nem investigadores. No início da noite de 5ª-feira (24/7/2014) praticamente não havia ninguém por ali – só duas meninas de 12 anos, olhando parte da cauda do Boeing 777.

...

“Não há ninguém lá”, disse Michael Bociurkiw, porta-voz da Organização para Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), cuja missão monitora o local diariamente desde 6ª-feira (25/7/2014). Sobre a chegada de especialistas internacionais, disse que “não se vê nenhum deles por lá, batendo à nossa porta e exigindo autorização para entrar”.

Depois dos altos brados dos EUA de “nós temos provas” de que a Rússia fez “tudo”, e depois de nenhuma prova ter aparecido – só “acreditem em nós” – os EUA parecem ter perdido todo o interesse em realmente saber e divulgar quem pagou pela munição que derrubou o avião.

Curiosos olham os destroços do avião
A Rússia desde o início exigiu investigação internacional e só a Rússia, até agora, exibiu provas verdadeiras sobre o ataque.

Navios dos EUA, com radares de alta capacidade para rastrear mísseis, estavam no Mar Negro nas últimas semanas e com certeza têm registros detalhados de todos os mísseis que voaram em toda aquela área. Nenhum navio dos EUA divulgou informação alguma. Pode-se sempre suspeitar de tanto silêncio.

E as “denúncias” de “roubos e saques” dos despojos?

Na 5ª-feira (24/7/2014) apareceram umas raras caras novas no local: três investigadores australianos, que se reuniram a outros três da Malásia. Antes de partir, na mesma 5ª-feira, os malaios disseram-se “surpresos pela facilidade para chegar a qualquer ponto do local do acidente, e que não foram ameaçados e que se sentiram seguros”, disse o Sr. Bociurkiw.

Houve “denúncias” de saques, mas o Sr. Bociurkiw disse que seu grupo de monitores, que passou mais tempo no sítio que qualquer outro, não viu sinais de saque. Os malaios disseram que viram valores pelo chão, intactos, como observou; inclusive um vidro de perfume recém-comprado em loja duty-free, peças para automóveis, mochilas cheias, um relógio e algumas jóias.

Cauda do Boeing777 do voo MH17
As “denúncias” de saques foram falsas, como também foram falsas as notícias de que os restos mortais das vítimas estariam sendo deslocados indevidamente.

Nem por isso a Casa Branca desmentiu alguma das falsas “denúncias” que divulgara. Continua em sua campanha anti-Rússia, e, até, já tem novas “denúncias” a divulgar, as quais tampouco vêm acompanhadas de alguma prova que sugira alguma veracidade:

Funcionários dos EUA, citando inteligência militar, inclusive imagens de satélites, alertaram que a Rússia parece estar-se preparando para armar os rebeldes com armamento superior – tanques e veículos blindados – ao que fornecia antes. Em Kiev, porta-voz militar disse que as tropas ucranianas têm enfrentado fogo mais pesado vindo do lado russo da fronteira, e que os militares ucranianos abateram recentemente três drones russos de vigilância. Um deles foi usado no ataque contra base ucraniana próxima da cidade de Amvrosiivka, que sofreu pesado ataque de foguetes, disse o porta-voz.

Tudo, aí, são boatos e diz-que-diz. Nenhuma das tais “imagens de satélite” citadas foi mostrada.

Mas a grande imprensa-empresa aceita o papel de repetidora desse BESTEIROL e o converte em “jornalismo” e o põe em circulação, sem acrescentar ao BESTEIROL sequer um átomo de saudável dúvida.

RPD e RPL (território rebelado da Ucrânia
em 25/7/2014, segundo o NYTimes...)
Bem visivelmente as “potências” – sejam quem for – querem guerra contra a Rússia. Seja fria, por hoje, mas sempre suficientemente quente para destruir as capacidades de produção da Europa, o que cairá muito bem na economia dos EUA, menos quente a cada dia que passa.


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como  “Whisky Bar”  ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça  Hauspostille  (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van Broekhuizen. 

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