Sempre
que Washington e sua PRESSTITUTA falam, mentem
5/2/2015, [*] Paul Craig Roberts
− Institute for Political Economy
Tradução: mberublue
Nota da redecastorphoto: No Brasil a PRESSTITUTA dos EUA
é reapresentada e servilmente REACANALHADA
pelo Grupo GAFE (Globo, Abril, Folha de SP e Estadão) e seus repetidores, que só
fazem TRADUZIR, COPIAR & COLAR incansavelmente as mesmas MENTIRAS sem
sequer se dar ao trabalho de reinterpretá-las.
As PRESSTITUTAS! |
Fevereiro
de 2015, dia 5. Existe uma confusão alvoroçada, um bafafá em andamento que
versa sobre um jornalista norte−americano o qual contou uma história sobre
estar em um helicóptero numa zona de guerra. O helicóptero teria sido atingido
e foi obrigado a pousar. Não sei qual zona de guerra. Os Estados Unidos tem
andado tão ocupados criando várias zonas de guerra mundo afora que há certa
dificuldade em manter-se atualizado sobre todas elas, e como vocês verão, não
estou interessado na história em si mesma.
Ocorre
que o tal jornalista pode ter lembrado os acontecimentos de forma incorreta.
Ele realmente estava em um helicóptero numa zona de guerra, mas a máquina não
foi atingida nem teve que pousar. O jornalista foi acusado de ter mentido na
esperança de apresentar-se como “mais experiente do que realmente é”.
O
jornalista tem colegas que também trabalham na PRESSTITUTA e eles caíram para
cima dele cheios de acusações. Ele teve até que pedir desculpas para as tropas.
Não ficou bem claro de quais tropas estamos falando. A exigência norte−americana
de que todos se desculpem por cada palavra dita me traz lembranças da antiga
União Soviética, onde, conforme alegado (realidade ou não) por anticomunistas,
os cidadãos soviéticos eram obrigados a criticar a si mesmos.
A National
Public Radio (2/5/2015), achou que tudo isso era tão importante que o
programa até tocou uma gravação do jornalista contanto a história. Para mim,
parece uma boa história. A audiência do programa gostou e riu muito. O
jornalista não se gabou de nenhum heroísmo de sua parte, nem se queixou de
qualquer falha por parte da tripulação do helicóptero. Afinal, é normal que
helicópteros caiam em zonas de guerra.
Estabelecendo
que o jornalista tinha dito que o helicóptero fora atingido quando na realidade
isso não se deu, a National Public Radio levou ao programa um
psicanalista da Universidade da Carolina, Irvine, que seria um expert em “falsa memória”. O
especialista então listou várias razões que podem levar alguém a ter falsas
memórias, frisando o ponto de que não é assim tão incomum e que o jornalista
muito provavelmente não passa de mais um exemplo. Porém a NPR fazia ainda
questão de saber se não era possível ter o jornalista mentido para parecer um
ótimo profissional. Não foi explicado porque estar em um helicóptero caindo faz
um jornalista parecer ótimo, mas poucos trabalhadores na PRESSTITUTA quiseram
cavar tão fundo na questão.
ESCREVEMOS O QUE VOCÊ
DISSER!
GRATOS, IMPRENSA-EMPRESA
Nós jamais controlaríamos o povo sem vocês
Uma mensagem do Ministério de Segurança Interna |
Agora,
vamos ao que interessa. Eu estava ouvindo tudo isso enquanto dirigia, porque é
menos deprimente ouvir a propaganda enganosa da NPR que ouvir os pregadores
cristãos/sionistas. Na hora anterior a NPR apresentava a seus ouvintes três
reportagens sobre a morte de civis nas províncias separatistas do leste e do
sul ucraniano. Quando ouvi a reportagem pela primeira vez, a NPR PRESSTITUTA
relatava como um hospital havia sido atingido por explosivos, matando cinco
pessoas na República separatista de Donetsk. A PRESSTITUTA não relatou que esse
feito seria responsabilidade das forças ucranianas (junta de Kiev), sugerindo
em vez disso que poderia ser obra dos “rebeldes apoiados pela Rússia”. Não foi
oferecida qualquer explicação quanto aos motivos que levariam os rebeldes a
atacar seu próprio hospital. A impressão que ficou, para aquela pequena
percentagem de norte−americanos que ainda sabem pensar, é a de que a PRESSTITUTA
não tem permissão para dizer que os ucranianos apoiados por Washington atacaram
um hospital.
Em
todas as três reportagens o Secretário de Estado dos Estados Unidos, John
Kerry, foi ouvido, transmitindo-se sua afirmação de que os EUA estão procurando
uma solução pacífica e diplomática, mas os russos estariam bloqueando estas
tentativas através do envio de colunas de tanques e tropas para dentro da
Ucrânia. Na viagem de volta, ouvi por mais três vezes Kerry afirmando, através
da NPR, a alegação acusatória sem pés nem cabeça sobre as tropas e os tanques
russos a derramar-se pela Ucrânia. Claramente, a NPR não passa de mais uma voz
a serviço da PROPAGANDA ENGANOSA sobre a Rússia invadindo a Ucrânia.
Pense
um pouco sobre isso. Temos ouvido de altos funcionários do governo dos Estados
Unidos, e até do presidente por meses e meses sobre as colunas de tanques russos
e das inumeráveis tropas russas entrando na Ucrânia. O governo russo nega essas
acusações com firmeza, mas é claro que não podemos acreditar em nada que os
russos dizem, porque não podemos acreditar no que dizem os russos demonizados.
Não temos permissão para acreditar neles, porque eles foram posicionados como
inimigos, e os bons e patrióticos norte−americanos jamais acreditam nos
inimigos.
Mentiroso Patológico |
Mas...
como podemos ajudar mesmo acreditando nos russos? Se é verdade a alegação de
que todas essas tropas e tanques russos realmente invadiram a Ucrânia, o
governo fantoche em Kiev já teria caído desde o ano passado e o conflito
estaria terminado. Qualquer um que tenha um cérebro sabe disso.
Pronto.
Agora chegamos ao meu ponto. Um jornalista qualquer contou uma história
inofensiva e quase foi queimado vivo, forçado a pedir desculpas para as tropas
por ter mentido. No meio de todo esse bafafá, o Secretário de Estado dos
Estados Unidos, o Presidente dos Estados Unidos, inúmeros senadores,
autoridades do Poder Executivo e a PRESSTITUTA relataram repetidamente por
meses após meses que colunas de tanques e tropas russas estavam entrando na
Ucrânia. Ainda assim, apesar de todas essas forças russas, os civis das províncias
separatistas do leste e sul ucranianos ainda continuam a ser massacrados pelo
governo fantoche que os EUA instalaram em Kiev.
Se
as tropas e tanques russos são assim tão inoperantes, ineficientes, por que os
comandantes da OTAN e os neoconservadores belicistas alertam sobre o terrível
perigo que a Rússia representa para os países Bálticos, Polônia e Leste Europeu?
Isso
não faz o menor sentido, é ou não é?
Pois
bem. A questão é a seguinte: por que está a PRESSTITUTA toda em cima de um
jornalista infeliz em vez de responsabilizar os Grande Mentirosos, John Kerry e
Barack Obama?
A
resposta é: não haverá custo para a PRESSTITUTA ao destruir um qualquer, seja
lá porque razão, mesmo que apenas para se divertir, como um “atirador
americano” (American Sniper, referência ao filme lançado recentemente- NT),
que mata pessoas por diversão sua e de amigos, mas eles seriam botados no olho
da rua se apontassem para a responsabilidade de Obama ou Kerry, e sabem disso. Mas
eles têm que chamar a atenção, mesmo que seja devorando-se uns aos outros.
Não
há possibilidade da existência de uma democracia sem uma mídia honesta. A
democracia nos EUA não passa de uma fachada, por trás da qual se operam todas
as maldades a que se inclina a humanidade. Pelos últimos 14 anos o povo norte−americano
apoiou governos dos EUA que invadiram, bombardearam, ou atacaram com drones
sete países, matando, mutilando e deslocando milhões de pessoas sem nenhuma
outra razão que a busca de lucro e poder hegemônico. Apesar disso, não há o
menor sinal de que isso tenha tirado o sono ou deixado com um peso na
consciência qualquer norte−americano.
Quando
Washington não está bombardeando e matando, está conspirando para derrubar
governos reformistas, como aconteceu com o governo hondurenho que o governo
Obama derrubou, e os governos da Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina, que o
governo Obama está atualmente tentando derrubar. Não se esqueçam, é claro, do
governo democraticamente eleito da Ucrânia que foi vencido pelo golpe de estado
de Washington.
O
novo governo grego, assim como o próprio Putin, estão na mira.
As PRESSTITUTAS nos EUA |
Washington
e sua PRESSTITUTA servil para justificar tudo assinalaram o governo ucraniano
eleito que foi derrubado por um golpe de Washington como uma “ditadura
corrupta”. O governo colocado em seu lugar consiste em uma combinação de
fantoches de Washington e neonazistas que fazem questão de ostentar em suas
forças militares insígnias nazistas. Mas é claro que a PRESSTITUTA americana
esmera-se em não notar as insígnias nazistas.
Pare
um pouco e pergunte a si mesmo porque um episódio insignificante como a mentira
de um jornalista qualquer merece um estardalhaço da mídia americana enquanto as
flagrantes, extraordinárias, descaradas e nuas mentiras de Kerry e Obama são
olimpicamente ignoradas pela PRESSTITUTA?
Talvez
você tenha esquecido o quanto são eficientes as forças militares russas.
Rebusque na memória e lembre qual foi o destino do exército da Geórgia,
treinado e equipado por Israel e Estados Unidos e que Washington atiçou na
Ossétia do Sul. A invasão perpetrada pela Geórgia na Ossétia do Sul acabou por
resultar em mortes de soldados russos de forças de paz e de cidadãos russos. Os
militares russos intervieram e em cinco horas derrotaram inapelavelmente o
exército georgiano, treinado e equipado pelos Estados Unidos e Israel. Nesse
momento, toda a Geórgia estava nas mãos do exército russo, que recuou assim
mesmo, mantendo a independência da antiga província da Rússia, apesar das
mentiras de Washington, de que Putin pretendia restaurar o Império Soviético.
A
única conclusão a que deve chegar qualquer cidadão norte−americano é que cada
declaração do governo americano replicada pela mídia PRESSTITUTA é uma mentira
ignóbil, que serve apenas para uma agenda secreta que os norte−americanos não
apoiariam, se dela tivessem conhecimento.
Sempre
que Washington ou sua PRESSTITUTA falam, mentem.
Nota do tradutor
[1] PRESSTITUTE é neologismo criado por Gerald Celente, através da
união das palavras “press” (imprensa) e “prostitute” (prostituta), usado
largamente entre articulistas para designar a mídia (imprensa-empresa) norte−americana,
em sua maioria cooptada pela propaganda enganosa de Washington. Vários
tradutores brasileiros a traduzem como “PRESSTITUTA”.
[*] Paul Craig Roberts (nascido
em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators
Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração
Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall
Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante
comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica.
Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House,
escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde
Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a
proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como
habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes
de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra
contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os
palestinos. Roberts é graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem
Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da
Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.
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