segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Carta à ministra da Cultura: Ajude o Chico de Assis

por Caipira Zé Do Mér dia 12 de setembro de 2011,

Para quem não sabe quem é Chico de Assis, bastaria dizer que ele é um dos dramaturgos mais importantes desse país e um dos estudiosos de dramaturgia mais importantes do mundo.

Trabalhou com os maiores diretores teatrais, foi um dos responsáveis pelos festivais da TV Record na década de 60, festivais que ajudaram a revelar, por exemplo, Chico Buarque.

Ainda que saiba de sua importância Chico de Assis continuava a dar aulas de dramaturgia por preços populares (quando lá estive você pagava quanto queria, literalmente) no teatro de Arena em São Paulo. Um cara simplesmente maravilhoso, mais um dos tantos sem reconhecimento nesse país.

Tenho absoluta convicção de que ele seria de grande serventia ao ministério da cultura, por exemplo, nas questões ligadas à lei Rouanet.

Segue a carta, com a minha assinatura embaixo. Aqueles que desejarem podem deixar o nome nos comentários que eu mesmo repasso aos fóruns de discussão pela internet, bem como SATED e Cooperativa Paulista de Teatro.

 São Paulo, 04 de setembro de 11
Prezada
Ministra da Cultura
Sra. Ana de Hollanda 
Nós, dramaturgos, atores, músicos, cineastas, radialistas e pessoas ligadas às artes em geral, vimos através desta manifestar nossa intenção de fazermos justiça a um homem, mestre em dramaturgia, que vem dedicando 23 anos de sua vida a formar atores e autores no “Teatro de Arena Eugenio Kusnet” (Funarte), São Paulo. 
Esse homem é  Chico de Assis, que formou uma geração de dramaturgos e atores, sempre trabalhando com afinco, sem nenhum ganho próprio, salvo esporádicos contratos firmados com a Funarte. 
Perdemos Boal, Guarnieri e recentemente José Renato Pécora. 
Chico de Assis é  o único remanescente dessa geração e apelamos para que a atenção da Sra. Ministra volte-se nesse instante para dar ao mestre Chico, nada mais que o justo e merecido por tantos anos de dedicação 
Os jovens talentos estão todos lá, nesse instante, nos bancos do Arena, à espera de seus ensinamentos, que acontecem todas as segundas e terças-feiras. 
Chico de Assis encontra-se hospitalizado, com pneumonia dupla, e agitado, para sair e poder trabalhar, porque ele é assim, sempre trabalhando com amor pelo que faz. Se não trabalhar ele morre! 
Apelamos para a Sra. Ministra, que seu trabalho seja reconhecido desde já, não há mais porque esperar. 
Acreditamos não seja justo para um homem que tenha título de “Notório Saber”, viver em estado de pobreza, muitas vezes, sem dinheiro para comer ou comprar seus remédios. 
Agradecemos desde já sua atenção, Sra. Ministra e contamos sinceramente com suas providências no sentido de se fazer um contrato permanente para que Chico de Assis tenha um mínimo de segurança em dar continuidade a seu trabalho que tem formado não só autores e atores mas principalmente, seres humanos muito melhores. 
Com a anuência de: 
Lauro Cesar Muniz  
Renata Pallottini
Maria Adelaide Amaral
Silvio de Abreu
Alcides Nogueira
Zuza Homem de Mello
Eva Wilma
Ari Toledo
Marcos Caruso
Rubens Ewald Filho
Marcos Mendonça
Ednaldo Freire
Roberto Lage
João Carlos Couto
Noemi Marinho
Paulo Goulart
Nicette Bruno
Daltony Nóbrega
Eduardo Gudin
Mario Prata
Fulvio Stefanini
Bruna Lombardi
Carlos Meceni
Antonio Petrin
Castor Filho
Ney Latorraca
Aimar Labaki
Ascânio P. Furtado
Miriam Mehler
Enio Gonçalves
Maria Lúcia Candeias
Annamaria Dias
Jairo Mattos
Nilton Moreno
Neusa Velasco
Zecarlos de Andrade
Erne Vaz Fregni
Jorge Helal
Rosaly Papadopol
Rafaela Puopolo
Mauro de Almeida
Wilma de Souza
Barbara Bruno
Beth Goulart
Vanessa Goulart
Walter Breda
João Signorelli
Luiz Baccelli
Sandra Corveloni
Paulo Goulart Filho
Mariana Guarnieri
Leonel Prata
Jair Aguiar
Tania Bondezan
Ariel Moshe
Edu Silva
Luiz Amorim
Genésio de Barros
Carlos Cappeleti
Neyde Veneziano
João Acaiabe
Silvia de Assis
David Leroy
Dyonisio Moreno
Antonio Rocco
Antonio Prata
Graça Berman
Leonardo Alkmim
Nanna de Castro
Fernando Bezerra
Paulo Hesse
Mara Faustino
Imara Reis
Fausto Fuser
Rachel Araújo Baptista Fuser
Tato Fischer
Teca La Macchia
Candido Souza
Francisco Villela
Chico Cabrera
Antonio Netto
Renata Zhaneta
Eliane Rossetto
Cristina Melo
Sergio Yamamoto”China”
Roberto Lima
Carlos Jerônimo Vieira
José Farid Zaine
Di Moretti
Gustavo Engracia
Valter Luiz Cordeiro
Alvaro Gomes
Cinthia Zaccariotto
Nany di Lima
Horácio Ribeiro de Sousa
Olavo Wiesmann
Maria Thereza
Valter Padgurschi
Nadia de Lion
Paulo Drumond
Evil Rebouças
Marcya Arco
Analuiza Lacombe
Ana Flavia Lima da Silva
José Eduardo Vendramini
Valéria Lauand
Fátima Collétti
Maira Galvão
Rogério Nagai
Juliano Mazurchi
Elvira Gentil
Afonso Gentil
Eneida Palermo
Antonio Celso Batista
Paulo Del Castro
Adriano Rizk
Marcos Cardelíquio
Will Damas
Nara Gomes
Sonia Andrade
Geuli Leugi
Raquel Araújo
Guilherme Vale
Bia Nóbrega
Luiz Carlos Cardoso
Luiz Ademaro Prezia
José Carlos Sibila Barbosa
José Antonio de Souza
Vanessa Portugal
Marimar Chimenes Gil
Sidnei Caria
Aguiberto Santos
Cassio Reis
Antonio Paiva Filho
João Batista de Andrade
Tarcisio Cardieri
Silvio Giraldi
Teca Spera
Ariane Porto
Antonio Viviani
Franz Keppler
Wil Lanzillo
Adolfo Mazzarini Filho
Fabio Brandi Torres
Fabricia Ouriveis Maciel
Odete Ouriveis Maciel
Joferraz
Tereza Freire
Ricardo Homuth
Antonio Paiva Filho
José Carlos Gondim
Jacy Lage
Chico Maciel
Pepe Nuñez
Wanderleia Will
Nilu Lebert
Lui Strassburger
Ana Bach
Martha Mellinger
Sonia Alves Dias
Suia Legaspe
José Paulo Moutinho Filho
Naruna Costa
Erika D´Cardoso
Isaías Edson Sidney
Talita Contipelli
Edu Brisa
Geovane Fermac
Spencer Cunha
Patrícia Negrão
Flavio Guimarães
Lineu Dias
Leandro Alves
Daniel Palácios
Germano Dorna
Nabil Arida
Dalva Martinez
Meméia Garcia
Adelene Virginia
Marcos Benedito de Oliveira
Ivone Martini
Eliana Iglesias
Enviado por ImprenÇa

4 comentários:

  1. Por favor.
    Também assino.
    Abraços
    Jader Resende

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  2. (comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    Uma história do querido Chico de Assis contada pelo Sérgio Ricardo: estavam por umas daquelas feiras do sertão nordestino, talvez Caruaru, e o Sérgio interessado em uma banca de artigos de caça. Não que fosse caçador, mas curioso pela engenharia dos artefatos da cultura matuta.

    Porém, já antes, em paradas por mercadores de outros indústrias, ciências e artes, haviam reparado num tipo meio glauberiano que os observava de longe, talvez um pouco aperreado pelos cabelos do Chico, sempre longos a lhe bater pelos ombros, contornado o rosto barbado. Provável que o tipo se sentisse arremedado, pois não lhe ia longe (ao Chico) no jeitão tosco e falas caudalosas.

    Pois ali na banca dos apetrechos de caça, enquanto Sérgio questionava sobre os funcionamentos de travas e tramelas de ardilosas armadilhas, Chico se encantou com os piados e urros de uns apitos escalavrados a mão em duras madeiras. Quando novamente avista o tal estranhoso sorrateiramente observando-os lá no outro lado da rua, Chico escolhe um daqueles de chamar jacu e se põem a apitar compassado, como no estilo do pássaro, concentrando o olhar no centro dos olhos do galalau que sentiu a provocação. E respondeu.

    Respondeu atravessando a rua no mesmo compasso pausado do apito. Sérgio percebeu aquilo e gelou, temendo o aranzel eminente, mas antes que conseguisse interromper as detalhadas explicações do vendedor de traquitanas e arapucas para pedir ao Chico que evitasse o enguiço, já estavam os dois homenzarrões barba a barba. Foi quando e só quando, com o polegar e o indicador, Chico retirou o apito da boca e, no mesmo olhar seco e duro cravado nos não menos do sertanejo, confirmou: “- Veio no apito, hein Jacu véio!.

    Ambos caíram na gargalhada e dalí à frente se fizeram amigos, indo os três trocar conversas molhadas por talagadas de boas cachaças, durante às quais Chico de Assis rebatizou aquele típico Antônio das Mortes de Jacu Véio

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  3. (comentário enviado por e-mail . postado por Castor)


    É muito triste saber que um homem tão importante da nossa realidade cultural esteja passando por tantas privações e, tenho certeza que a nossa querida ministra saberá o que fazer pra melhorar a situação do grande Chico de Assis!!!
    Aquele abraço


    Valdir Dafonseca

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  4. Amigo Castor,

    publiquei no meu blog a Carta:

    http://midiacaricata.blogspot.com/2011/09/carta-aberta-ministra-da-cultura.html

    Apoiemos!

    Abraço

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