25/11/2014,
[*] Moon
of Alabama
Traduzido
pelo pessoal da Vila Vudu
Susan Rice (por Rob Bates) |
Ontem, a
Conselheira de Segurança Nacional dos EUA Susan Rice demitiu o Secretário
de Defesa, Chuck Hagel. Foi erro terrível, do presidente Obama, ter concordado
com a jogada. Há muitos problemas na política externa, que a Casa Branca criou.
Nenhum deles foi criado por culpa de Hagel, e praticamente todos eles podem ser
rastreados até a própria Susan Rice e seu estilo surreal de administrar:
No início deste ano, a decisão sobre
quantos soldados norte-americanos permaneceriam no Afeganistão em 2015 foi
objeto de 14 reuniões de membros do Conselho de Segurança Nacional dos EUA,
quatro reuniões de secretários do gabinete e outros “figurões” do CSN, e duas
sessões do CSN com o presidente, como informou um ex-alto funcionário da
administração.
Consequência dessas reuniões foi que o
número de soldados a permanecer no Afeganistão caiu de 10.500 para 9.800: 700
soldados a menos.
Ilustração distribuída pelo Daily Mail (UK) |
Depois que
Obama e Rice, contra todas as promessas feitas, prorrogaram secretamente o combate dos EUA no Afeganistão, o número de soldados a
ficar lá, decidido depois de 20 reuniões do CSN, já está outra vez em
discussão, e deve aumentar. Esse processo de decisão mostra o sistema
ensandecido de governar de Susan Rice – não de Hagel.
Rice exigiu
que Hagel fosse demitido, porque ela enlouqueceu quando Hagel recomendou que os
EUA deixassem de lado, para sempre, a (não)política perfeitamente enlouquecida
que Rice desenvolvera contra o Estado Islâmico e para a Síria. Homem realista,
Hagel sabe que os EUA precisarão do exército sírio, comandado pelo presidente
Assad, para devolver o Estado Islâmico ao fundo dos infernos. Contra todos os
conselhos dos militares, Rice, que é “intervencionista democrática” insiste em
[continuar a esfalfar-se, tentando] derrubar Assad.
Michèle Flournoy |
Os
neoconservadores, inclusive os redatores das páginas
de piadas que Fred Hiatt edita no Washington
Post, querem ver Michèle Flournoy no lugar de Hagel. Ela é ativa
propagandista das Operações de Contra-insurgência [COIN], sempre em
campanha a favor das duas”‘avançadas’, no Iraque e no Afeganistão. As duas
avançadas e toda a COIN fracassaram e não chegaram nem perto dos
resultados que Flournoy e outros tanto prometeram.
O ato de
nomear Flournoy, que só acrescentará mais incompetência e sandice à política
externa dos EUA, não favorecerá a paz no mundo: só favorecerá guerra e mais
guerra.
[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama
Song” (também conhecida como “Whisky
Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção
aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de
Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A
Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece
cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a
ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada
por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors
(1967). A seguir podemos ver/ouvir versão em performance de David Johansen com legendas em português.
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