22/11/2014,
[*] Peter Koenig, The Vineyard of the Saker
Traduzido
pelo pessoal da Vila Vudu
Vladimir Putin, Presidente da Rússia |
Press TV noticia, em matéria de
22/11/2014, que o presidente Putin, falando num fórum da Frente de Povos de
Toda a Rússia, em Moscou, dia 17/11/2014, disse que:
Eles [os EUA] querem nos submeter,
querem resolver os problemas deles, à nossa custa. Ninguém, na história, jamais
conseguiu submeter a Rússia e ninguém jamais conseguirá.
Não há aí
qualquer exagero. A Rússia não tem só uma sólida aliança monetária e comercial
com a China, que já deixou para trás o sistema ocidental dominado pelo dólar
ocidental; a Rússia é também um dos países chaves dos BRICS e da Organização de
Cooperação de Xangai [orig. Shanghai
Cooperation Organization (SCO)] que se reuniu em setembro passado em
Dushanbe, Tadjiquistão, para ampliar o número de membros (China, Rússia,
Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão) e incluir Índia, Paquistão, Irã e
muito provavelmente também a Mongólia. A Turquia, que abriga uma base
crucialmente estratégica da OTAN e vacila entre o ocidente e o oriente, aspirou
durante algum tempo a também se integrar à OCX. Países falantes de turco e que
já são membros da OCX apoiariam provavelmente a demanda da Turquia, o que
criaria vasto conflito e seria rude golpe contra as potências ocidentais,
especialmente Washington – e dificilmente passariam sem “receber castigo”.
Essa OCX expandida
controlaria cerca de 20% do petróleo do mundo e metade das reservas globais de
gás. Além do mais, o bloco reuniria cerca de metade da população mundial. A OCX
e os BRICS juntos cobrem mais de metade da população mundial e controlam 1/3 do
PIB total mundial.
OCX - Organização de Cooperação de Xangai (SCO) |
O lançamento
de uma nova moeda global comum por esses países, seja imediatamente, de uma só
vez, seja passo a passo, já é certeza. A questão é quando. Dado o curso
desastroso das economias ocidentais, essa nova moeda e respectivo novo sistema
monetário não podem ser providências muito demoradas. A nova moeda substituirá
gradualmente o (petro)dólar no comércio mundial, e também como moeda de
reserva. Esse último processo já começou. Há uma década, cerca de 90% das
reservas mundiais eram securities denominadas em dólar. Hoje, essa
proporção já encolheu para 60% e – apesar de a maioria dos seres humanos não
terem nem ideia disso – continua consistentemente a encolher.
Segundo o
FMI, as reservas em outras moedas nos mercados emergentes encolheram para cerca
de ¼ do que eram em 2003. De agosto de 2013 até fevereiro de 2014, a Coreia do Sul
multiplicou por 25 suas reservas em yuan.
Significa
que as palavras aparentemente “duras” do presidente Putin encontram sólida base
em fatos. O
sistema ocidental predatório está se desmontando rapidamente. Rússia e China já
estão, hoje, preparadas com um sistema alternativo. Trabalham ativamente com os
outros países BRICS e da OCX para construir sistema monetário alternativo, em
sólida maior escala, livre do FED, de Wall Street, do FMI e do Banco
Internacional de Compensações [orig. Bank
for International Settlements, BIS).
_______________________________
Epidemias e
pandemias
Em outro
campo, aparentemente sem relação com o que se discutiu acima, está emergindo
fenômeno novo. Desde o início parece nada ter a ver com a disputa ente leste e
oeste pelo poder econômico. Mas absolutamente não é fenômeno não conectado à fracassada
economia ocidental.
Fala aqui da
ameaça de pandemias mortais que parecem emergir todas ao mesmo tempo – e todas
sob o controle da ONU e de seu braço especializado, a Organização Mundial da
Saúde (OMS), constituída, assistida e aconselhada por várias empresas
fabricantes de medicamentos, cuja atividade dentro da OMS é também ignorada
pela opinião pública mundial. Quase todas as epidemias, potencialmente
pandêmicas, começaram na África, onde estão hoje cerca de 60% dos recursos
naturais não renováveis do planeta – recursos que são empenhadamente buscados,
para o próprio conforto e bem-estar, pelas elites que governam os hemisférios
ocidental e norte.
África - Mapa do Ebola (outubro de 2014) |
O ebola
reapareceu há alguns meses na África Ocidental – Libéria, Sierra Leone, Guiné
e, na sequência, disseminou-se para o Mali e a Nigéria. Ebola não é doença
nova. Desde os anos setenta há casos observados e registrados na África
Central, ex-Zaire. A OMS conhece antídotos e vacinas. Mas o Departamento de
Defesa dos EUA – o qual, por falar dele, mantém um programa de pesquisas de
armas para guerra biológica – contratou um laboratório canadense há dois anos,
para testar e desenvolver uma vacina contra o ebola, em hospitais especialmente
construídos para esse fim na Libéria e em Sierra Leone. Desde
o início do novo surto de ebola em julho de 2014, já teriam morrido mais de 5
mil pessoas, segundo a OMS.
Há alguns
dias, circulou a notícia, distribuída pela OMS, de outra epidemia, em
Madagascar, que já provocara 40 mortes desde agosto de 2014. – A peste
bubônica, também chamada Peste Negra, era considerada extinta, depois de ter
dizimado 1/3 da população da Europa no século XIV, embora haja notícia de uma
forma menos virulenta da doença, que continuaria a existir até hoje. A última
notícia de epidemia é de 1904, quando morreram cerca de 3% da população de
Bombaim, em momento em que ainda não havia antídotos. A versão que se encontra
hoje pode, ao que se sabe, ser combatida bem facilmente com antibióticos e
pesticidas. Assim sendo, por que continuaria a matar pessoas em Madagascar? E
por que as notícias só apareceram agora?
Há algumas
semanas, o vírus da febre aviária, o mortal H5N1, foi novamente encontrado nos
Países Baixos, na Alemanha e no Reino Unido. De sete casos recentemente
notificados dessa febre aviária no Egito, dois doentes morreram. Em 2009,
graças a um falso alarme distribuído pela OMS, a Europa comprou centenas de
milhares de doses de vacina anti-H5N1 – o que foi como ganhar na loteria para
as gigantes da indústria farmacêutica – escândalo que maculou profundamente a
imagem da OMS. Em alguns países, dentre os quais a Suíça, pessoas que não
manifestavam qualquer sintoma de resfriado foram praticamente forçadas a
vacinar-se. [1]
Tratamento da AIDS |
A epidemia
de AIDS (em português SIDA,
Síndrome Da Imunodeficiência Adquirida), doença causada pelo vírus HIV – também criado como experimento do Pentágono
para a guerra biológica – eclodiu nos anos 1980s, também na África, de onde se
teria disseminado para o Haiti, de onde teria sido “importada” para os EUA e
para o resto do mundo. Hoje, embora permaneça incurável, a doença já pode ser
controlada. Mas uma nova cepa do mesmo vírus sempre poderá ser facilmente
criada, para tornar impotentes as drogas que se usam hoje.
Tudo isso
obriga a pensar em esforço organizado e concentrado, pela elite do poder, para
(I) manter paralisadas as populações; e justificar a aplicação de leis
marciais (e na maioria das vezes de lei-zero) para sufocar quaisquer levantes
potenciais, por exemplo contra uma nova onda de assalto/roubo organizado pela
ganância da predatória elite econômica ocidental; e
(II) para ajudar a gradualmente reduzir a população mundial – alvo que a
elite ocidental busca alcançar desde o final da IIª Guerra Mundial – e também
um dos objetivos chaves do Grupo Bilderberg, como já se ouviu anunciado por
várias figuras do poder como, dentre outras, Bill Gates e, várias vezes, também
por Henry Kissinger, muito provavelmente o pior criminoso de guerra ainda vivo
no mundo.
Alguns
doentes podem ser facilmente postos sob quarentena por Ordem Executiva assinada
pelo presidente, sob o pretexto de que a quarentena dos doentes protegeria a
população em geral – e aquelas pessoas podem receber vacinas e antídotos
desenvolvidos clandestinamente como parte do programa de guerra biológica –
para proteger a elite – com outros medicamentos destinados ao público em grande
escala, provavelmente já distribuídos junto com a própria doença que se supõem
que devessem evitar. Uma vez que Washington dê a ordem, por exemplo, de
vacinação obrigatória, ou de lei marcial – os lacaios europeus simplesmente
obedecerão; é modo fácil para manter as populações sob controle, ao mesmo tempo
que o sistema financeiro ocidental corre para o seu objetivo final: depredar,
pôr abaixo, reduzir a ruínas o que reste das redes de proteção social, de saúde
pública e as poupanças públicas.
Guerra biológica |
Mais uma vez
– no cenário da economia ocidental em cacos e das ameaças das pandemias
construídas contra os pobres do mundo – as palavras duras do presidente Putin
contra os EUA, aquele seu grito de “não se metam com a Rússia” – são sinal bem
claro para que Washington não se atreva, para que reconsidere seus “planos”
contra uma Rússia (e uma China) já vigilantes, no momento em que a única
realidade que se vê no horizonte é o iminente colapso do sistema monetário
ocidental; e já atentos, também, ao jogo sujíssimo das ameaças massivas de
guerra militar e biológica no qual o ocidente ainda insiste.
É ideia que
merece um segundo de atenção? Claro que merece. Como também merece divulgação
massiva, para que as pessoas tenham os meios para ligar todos os pontos.
__________
Nota dos tradutores
Irresponsável |
[1] Escândalo
semelhante verificou-se no Brasil, onde uma colunista irresponsável da Folha de S.Paulo, Eliane Cantanhêde (hoje no canal GNT
afiliado da Rede Globo) disseminou o mais absoluto pânico, sobre uma fantasiada
epidemia de febre amarela que estaria fora de controle no Brasil. O mais
desavergonhado movimento dessa campanha criminosa foi uma coluna pressuposta “jornalística”,
assinada por aquela colunista, que a FSP publicou dia 09/01/2008, sob o título “Alerta
Amarelo”. Por causa do pânico gerado por essa
coluna, as pessoas, mal informadas, puseram-se alucinadamente a vacinar-se
contra a febre amarela e houve várias mortes por efeito de vacinação excessiva
(detalhes em “Surto que não houve e mortes por vacinação desnecessária”).
__________
[*] Peter Koenig é
economista e analista de geopolítica. Trabalhou
no Banco Mundial e por todo o mundo, em pesquisas sobre ambiente e recursos
hídricos. Escreve regularmente para Global
Research, Information Clearing
House, Voice of Rússia (hoje Ria Novosti), The Vineyard of the Saker Blog, e
para outras páginas de internet. É autor de Implosion – Thriller econômico sobre
guerra, destruição do meio ambiente e ganância das corporações, ficção baseada em fatos dos quais teve
conhecimento nos seus 30 anos de trabalho no Banco Mundial. (Há excelente
entrevista com Peter Koenig, em Voice
of Rússia).
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