sábado, 2 de junho de 2012

O reequilibramento do consumo na China já está em andamento


12/2/2012, Yiping Huang, Universidade de Pequim, East Asia Fórum
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Ver também:
1/6/2012, redecastorphoto, Grupo de Bilderberg 2012: a lista - Começou a reunião do Grupo Bilderberg, em Chantilly, Virgínia, EUA
15/3/2010, Yiping HuangEASTASIAFORUM em: Krugman’s Chinese renminbi fallacy(em inglês) 

Nota do Coletivo da Vila Vudu: Lemos de cabo a rabo a lista dos militantes do tal grupo terrorista Bilderberg-2012 (endereço acima) – que vai, da rainha da Bélgica a Paul Zoelick, além de zilhões de jornalistas, alguns na função declarada de redatores de relatórios da reunião do grupo terrorista de Bilderberg-2012, outros, na função não declarada de repetidores das opiniões dos mesmos relatórios.

Não há evidência mais clara do que seja a tal “imprensa livre” em 2012: Le Monde, The Economist etc. estão, todos, representados em Chantilly, Virginia, 2012, além de zilhões de “institutos”, “consultorias”, “think-tanks” e o escambau, cujos intelectuais-profissionais vivem de escrever... para a “imprensa livre”, que é livre só para eles escreverem.

Um único nome realmente nos interessou, dentre aqueles magotes de terroristas que, classificados por tipos e traduzidos ao português do Brasil, vão, de legiões de mendoncinhas-da-Consultoria-Tendências e sergiosfaustos-dos-Instituto FHC & CEBRAP & USP, a legiões de joelmiresbettings & sardembergs & miriansleitões, e não passam disso, além dos reis da Holanda & Bélgica de sempre, tão irrelevantes quanto hors concours.

O único nome que realmente nos interessou naquela (longa) lista é Yiping Huang, o chinês.

Logo descobrimos que Yiping Huang é professor de Economia na Universidade de Pequim. É também economista-chefe para a Ásia, do Banco Barclays de Hong Kong; e é co-autor do relatório “A Grande Onda de Upgrade do Consumo na China” (jan. 2012).

Dado que artigos dos paulszoelicks do mundo, os editoriais do Le Monde e opiniões de The Economist são facilmente acessíveis no Brasil como vozes do grupo terrorista Bilderberg-2012, porque são caninamente traduzidos e reproduzidos sem-tirar-nem-por na “imprensa livre” no Brasil-2012, e dado que o rei da Bélgica e a rainha da Holanda são, ao que se suspeita, analfabetos crônicos, decidimos saber o que escreve, no mundo, o tal professor chinês – e único ser cuja opinião nos interessou, dentre os presentes à reunião, em curso, do grupo terrorista Bilderberg-2012.

O chinês-lá é especialista em upgrade do consumo (além de especialista em banking).

É provável que a rainha da Holanda, o rei da Bélgica, todos aqueles jornalistas de aluguel e outros subalternos, além dos trocentos subsubalternos de banqueiros lá presentes estejam, nesse momento, disputando a murros um lugarzinho na mesa, perto do chinês-lá.

Nós, aqui, oferecemos, grátis, uma amostrinha do que o chinês-lá sabe e talvez (mas ele ainda não decidiu tentar) explique aos panacas do grupo terrorista Bilderberg-2012, os quais, claro, não aprenderão é po**a nenhuma. Como sempre. O chinês manda dizer que lá está para ouvir, mais do que para falar.

A tradução que aí vai não é tradução feita por economista e, sim, pode conter imprecisões e erros – que aí vão, livres e leves, em busca de quem os corrija.

Em todos os casos, o que aí se lê, com erros de tradução que haja, e tudo, é e sempre será MUITO mais aproveitável que TUDO que Le Monde/O Estado de S.Paulo, Rede Globo, Folha de S.Paulo e revista (NÃO)Veja algum dia publiquem sobre os mesmos temas, nesse Brasil-2012 desgraçado pelos jornais e jornalismo que há aqui.

Professor Yiping Huang em Conferência na Austrália
A comunidade internacional, particularmente os políticos e planejadores norte-americanos, tem grandes expectativas quando à contribuição que a China pode dar à recuperação da economia global, pelo reequilibramento da economia chinesa mediante a promoção do consumo.

As autoridades chinesas aceitam amplamente essa prioridade e já implantaram várias medidas [1] para promover o reequilibramento do consumo.

Se se aproximam os dados oficiais e não oficiais, para construir quadro completo do consumo na China, veem-se alguns detalhes interessantes que mostram o quanto a China já andou na direção de impulsionar o consumo doméstico.

A relação consumo/PIB chineses foi provavelmente subestimada numa média de 3,1 pontos percentuais durante a década passada, quando declinou em ritmo constante, de 64% em 2000 para 50% em 2008, segundo estatísticas oficiais, com posterior recuperação até 54% em 2010.

Esses números podem significar que o longamente aguardado reequilibramento da economia chinesa já começou, sobretudo se se considera o agudo declínio no déficit comercial do país, de 7,5% do PIB em 2007, para 2,1% em 2011. Se essas mudanças continuarem, a economia chinesa poderá passar, de caso de “milagre” econômico, para ritmo de desenvolvimento mais normal – o crescimento arrefece, a inflação sobe, o upgrade das indústrias é acelerado e os ciclos econômicos tornam-se mais dramáticos.

Estimular o consumo interno na China é uma das políticas chaves do governo chinês, para reequilibrar a economia. Mas, segundo as estatísticas oficiais, a relação consumo/PIB caiu persistentemente, de 62% em 2000, para 47% em 2010, o que aponta para grave falha naquelas políticas.

Ainda mais surpreendente é a crescente diferença entre o crescimento das vendas no varejo e o crescimento do consumo em anos recentes. O fato de que o varejo relativo ao consumo cresça cada vez mais rapidamente que o consumo total indica a fragilidade relativa dos componentes do consumo relacionados à venda no varejo. Essa fragilidade concentra-se, sobretudo, no setor chinês de serviços. Mas contraria o senso comum, dado que, normalmente, a demanda por bens de serviço é mais elástica que a demanda por outros bens de consumo.

O Serviço Nacional Chinês de Estatísticas extrai dados de consumo, de pesquisa por domicílios. Se a renda das famílias foi gravemente subestimada, como vários estudos sugerem que tenha acontecido, é perfeitamente possível que o consumo das famílias também tenha sido gravemente subestimado, como, igualmente, as taxas de crescimento em geral.

Um recálculo da proporção PIB/consumo na China, que leva em conta essas distorções, sugere que essa proporção caiu, na China, na realidade, de 64% (as estatísticas oficiais falam de apenas 62%) em 2000, para 50% (oficialmente, 48,4%) em 2008, mas então subiu para 54% (oficialmente, 47%) em 2010.

O que teria provocado a melhora?

Há fortes argumentos que levam a pensar que as duas coisas, o “crescimento milagroso” da China e os desequilíbrios na economia durante o período das reformas no país, podem ser atribuídas a amplas distorções no fator mercados. Essas distorções em geral reprimem o fator custos e, portanto, operam como os subsídios dados a produtores, investidores e exportadores. E, ao mesmo tempo, também pesam sobre as famílias.

Assim se explicam, ao mesmo tempo, o crescente predomínio de investimentos e exportações no crescimento chinês, e o enfraquecimento do consumo na década passada. Isso implica que o fator chave para reequilibrar a economia chinesa é liberalizar cada vez mais os mercados e remover as distorções que pesam sobre os custos.

Vários fatos sugerem que o clima para maior consumo já começou a melhorar em anos recentes. Parece ter sido acionado, sobretudo, por mudanças no fator custos e lucros, mas, mas importante, as mudanças acontecem e se observam em amplas respostas naturais dos mercados, não em deliberados ajustes das políticas. O governo, sim, tomou medidas para reformar os mecanismos de preços para o fator mercados [2], sobretudo nos preços da energia e do câmbio. Mas rápido crescimento dos salários e papel maior atribuído a juros de mercado ainda são as mudanças mais significativas.

Embora o Banco do Povo da China não tenha tomado medidas concretas para liberar a taxa de juros, as medidas de mercado já começam a desempenhar papel cada vez mais importante na intermediação financeira na China. Mudanças em ambos, no mercado de capitais e no mercado de trabalho estão tendo impacto positivo no consumo, por, no mínimo, duas vias. Primeiro, elas aumentam a renda das famílias, e, ao mesmo tempo reduzem os ‘subsídios’ a empresas chinesas. E, segundo, os aumentos nos salários e os juros facilitados para famílias de baixa renda, promovem melhor distribuição da riqueza.

Essa análise foi recebida com ceticismo e desconfiança

Alguns críticos argumentaram que a venda a varejo não é parâmetro aproveitável para aferir demanda de consumo, porque os números da China têm de incorporar o atacado e os negócios dos quais o estado participa. Mas os números do varejo chinês não incluem negócios de atacado, e a análise não usa a venda a varejo como parâmetro para aferir consumo.

Outros fazem objeções a essa análise, porque a moeda chinesa subvalorizada, o baixo crescimento dos salários e a repressão dos juros não dão sinal de qualquer mudança – e esses são fatores que pesam crucialmente sobre o aumento de renda das famílias.

Mas a queda no superávit comercial, a diminuição das reservas e discussões ocasionais sobre a moeda depreciada, com a  desvalorização do renminbi, estão sendo significativamente corrigidas para baixo. De fato, os salários estão crescendo mais depressa e, embora não haja muitas mudanças nos juros controlados, a proporção da intermediação financeira entregue à flutuação dos juros de mercados aumentou muito. Essas são, exatamente, os tipos de mudanças que estão levando a um reequilibramento da economia e a uma recuperação do consumo na China.

Todos os números sobre a queda do consumo na China são distorcidos para cima, e a culpa disso é, em parte, das estatísticas oficiais.

A verdade, de fato, parece ser o contrário: o consumo na China já começou a crescer.



Notas dos tradutores
[1] e [2] 6/2/2012, EASTASIAFORUM, Chinese economic reform, full front and centre

2 comentários:

  1. (Comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    Claro que os bilderberguianos não entendem e não gostam. Pra eles o must da economia, a musa-mór, é a dona Angela Merckel, a Margaret Tatcher da vez. Ela garante os lucros dos banqueiros e financistas, que no contexto Bilderberg é o que importa. A família Rothschild & bando agradecem.

    Baby

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    1. Prezada Baby
      Na verdade essa reunião foi realizada com gente do "2o. time", uma espécie de time aspirante.Os verdadeiros membros titulares do "Clube" (Rothschild "et cataerva") nem precisam aparecer. Eles apenas mandam nessa tchurma aí da reunião de Virgínia. Mesmo o chinês tema do artigo é "aspirante" lá na China.
      Abraço
      Castor

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