quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Hagel demitido sugere mais e mais guerra

25/11/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Susan Rice
(por Rob Bates)
Ontem, a Conselheira de Segurança Nacional dos EUA Susan Rice demitiu o Secretário de Defesa, Chuck Hagel. Foi erro terrível, do presidente Obama, ter concordado com a jogada. Há muitos problemas na política externa, que a Casa Branca criou. Nenhum deles foi criado por culpa de Hagel, e praticamente todos eles podem ser rastreados até a própria Susan Rice e seu estilo surreal de administrar:

No início deste ano, a decisão sobre quantos soldados norte-americanos permaneceriam no Afeganistão em 2015 foi objeto de 14 reuniões de membros do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, quatro reuniões de secretários do gabinete e outros “figurões” do CSN, e duas sessões do CSN com o presidente, como informou um ex-alto funcionário da administração.

Consequência dessas reuniões foi que o número de soldados a permanecer no Afeganistão caiu de 10.500 para 9.800: 700 soldados a menos.

Ilustração distribuída pelo Daily Mail (UK)
Depois que Obama e Rice, contra todas as promessas feitas, prorrogaram secretamente o combate dos EUA no Afeganistão, o número de soldados a ficar lá, decidido depois de 20 reuniões do CSN, já está outra vez em discussão, e deve aumentar. Esse processo de decisão mostra o sistema ensandecido de governar de Susan Rice – não de Hagel.

Rice exigiu que Hagel fosse demitido, porque ela enlouqueceu quando Hagel recomendou que os EUA deixassem de lado, para sempre, a (não)política perfeitamente enlouquecida que Rice desenvolvera contra o Estado Islâmico e para a Síria. Homem realista, Hagel sabe que os EUA precisarão do exército sírio, comandado pelo presidente Assad, para devolver o Estado Islâmico ao fundo dos infernos. Contra todos os conselhos dos militares, Rice, que é “intervencionista democrática” insiste em [continuar a esfalfar-se, tentando] derrubar Assad.

Michèle Flournoy
Os neoconservadores, inclusive os redatores das páginas de piadas que Fred Hiatt edita no Washington Post, querem ver Michèle Flournoy no lugar de Hagel. Ela é ativa propagandista das Operações de Contra-insurgência [COIN], sempre em campanha a favor das duas”‘avançadas’, no Iraque e no Afeganistão. As duas avançadas e toda a COIN fracassaram e não chegaram nem perto dos resultados que Flournoy e outros tanto prometeram.

O ato de nomear Flournoy, que só acrescentará mais incompetência e sandice à política externa dos EUA, não favorecerá a paz no mundo: só favorecerá guerra e mais guerra.


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como  “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ver/ouvir versão em performance de David Johansen com legendas em português.

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