domingo, 21 de agosto de 2011

Mohammad, de Trípoli: - “Resistiremos!”


19-21/8/2011, News, from the Middle East

Tripoli on the Cusp (trecho da carta)

(carta de Mohammad ao seu amigo Franklin Lamb em Trípoli, Líbia)

“Você me perguntou como defenderemos nossa capital Trípoli, se as bombas da OTAN criarem caminho para que os “rebeldes” consigam chegar até aqui e tentem entrar na cidade pelos subúrbios. É assunto que discutimos seguidamente, à noite. O que temos a dizer, para responder sua pergunta, aqui vai:

Não é segredo que nossa defesa está organizada em todos os prédios, avenidas, ruas, praças e esquinas. Podemos e haveremos de defender cada metro de rua que a OTAN queira roubar-nos. Cada prédio de apartamentos, fábrica, armazém, esquina, cruzamento, prédio residencial ou comercial está à espera. Todos receberam armas de vários tipos.

Atiradores treinados, organizados em pequenas brigadas de 5-6 homens estão a postos. Nossa batalha será combatida casa a casa. De cada palmo de chão, de cada buraco do chão, combateremos contra os “rebeldes” da OTAN. Combateremos dos esgotos, de cada porão.

Se a OTAN entrar pela porta da frente, defenderemos cada sala, cada quarto, e ainda nos defenderemos sob os escombros das nossas casas, ruínas que a OTAN espalha por onde passa.

“Meu amigo. Os líbios somos gente boa e orgulhosa. Conversamos já sobre Omar Muktar e como os líbios derrotamos os italianos, defesa que nos custou mais de um terço da população, que morreu em combate. Você sabe, meu amigo, nos séculos de ocupação do Império Otomano, qual o único país árabe ou muçulmano que se rebelou? A Líbia. Só a Líbia. A Líbia sempre resistiu, conduzida pelas tribos. Depois vieram os turcos, e combatemos contra eles durante 20 anos. 

Por que Obama e a OTAN ainda pensam que podem nos derrotar?

Seu amigo,
Mohammad.”

Um comentário:

  1. (comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    OK, o Mohâmede só não previu uma coisa e compreendo por quê: a maioria dos tripolitanos aderiu aos "rebeldes".

    Algo assim se deu, na melancólica tarde de 1º de abril de 1964, quando a grande maioria dos cariocas apoiou o golpe. Eis um fato de que não se gosta muito de comentar entre nós, além de vários outros sobre aquela data e os meses que se seguiram.

    Abraços do
    ArnaC

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