Laerte Braga |
É
o tal negócio. Quando do advento do vídeo-cassete um diretor da antiga Rede Tupi
de Emissoras Associadas – Assis Chateaubriand – disse que se estava assistindo a
uma revolução no setor. A indústria, esperta como sempre, tanto produzia vídeos
de alta qualidade e inúmeros recursos para consumidores das categorias A e B,
como vídeos mais pobres para os consumidores de C para
baixo.
É
o termômetro Ermírio de Moraes para medir a ascensão social. O empresário compra
dez calças Pierre Cardin a vista e o trabalhador uma calça em dez prestações
mensais que vão diminuir a carne de cada dia.
Descem
a rua vestidos iguais.
E
ainda falam em democracia. Polícia senta o cassete aqui, nos EUA, na Grécia, no
Egito, na Itália, na França e a “ajuda humanitária” vai para a Líbia. Destroem
tudo e, lógico, se preparam para reconstruir.
O
que eu quis dizer com tudo isso?
Você
comprar um espaço maior ou menor no Jornal Nacional, desde que preencha
determinados requisitos (não ser contra os EUA, ter o aval dos williams bonners
& waacks, não oferecer riscos às elites brasileiras e seus jagunços,
etc.).
A
CHEVRON,
por exemplo, arrumou uma lambança com um poço de petróleo na bacia de Campos
(muito mal explicada, pois estava tentando avançar sobre áreas que não são dela)
e vetou a presença de outras redes de tevê, ou empresas de mídia, mesmo sendo
todas elas compráveis com facilidade.
Na
Rede Globo notícia sai quentinha do forno do jeito que a CHEVRON
quer.
Já
que a moda é voar em avião de ONG (o tresloucado do Carlos Lupi) é também voar
em avião de empresa. Isenta, íntegra,
honesta, mandando notícias sempre verdadeiras (epa!) a Rede Globo fechou um
negócio com a CHEVRON, colocou o seu repórter no avião da empresa com direito a
mordomias, etc., etc. e noticiou o desastre ecológico com o perfil desejado pela
empresa.
Custou
caro, evidente. Um trem desses não sai barato. Afinal como a Rede Globo vai
sustentar todo aquele esquema de mentiras e podridão de todos os
dias?
O
negócio foi tão escandaloso que até Ricardo Boechat da Rede Band reclamou.
Queria o dele...
Já
o desastre ecológico em toda a sua extensão, os danos causados a curto, médio e
longo prazo... Bom, esse a GLOBO não está nem aí. Recebeu para dizer que tudo
vai ser resolvido nos conformes.
Deve
ser por isso e por outros issos que Bonner chama o telespectador
do Jornal Nacional de idiota, ou melhor de Homer Simpson.
Na
esteira da Rede Globo, para faturar uma beirada, a Folha de São Paulo insinua
que o desastre é culpa do governo. Os “planos” não teriam saído do papel.
A
culpa do governo é ter entregue parte do petróleo brasileiro e continuar
entregando a quadrilhas como a CHEVRON.
***
Semana
de NEM, o super traficante da Rocinha,
preso com direito a espetáculo e a manchete de primeira página no The Globe em sua versão brasileira, O
Globo. “A ROCINHA É
NOSSA”.
Nossa
de quem cara pálida? Dos especuladores
imobiliários que já estão enchendo os bolsos da mídia e seus sicários de olho
nos arranha-céus do futuro?
Bando
de bandidos. Soa meio esquisito? Não tem importância, tem bando de pássaros,
bando de urubus, bando de coiotes, bando de hienas, etc.,
etc..
Quem
não tem como comprar horário no Jornal Nacional se vire com outros menores,
Folha, Veja (está promovendo liquidação, mas tem pré requisitos também), RBS
(nesse se você for filho ou parente de diretor pode estuprar a vontade que não
acontece nada), Estado de Minas, a corja impressa, via rádio, ou
tevê.
A
máfia do lixo, conjunto de empresas que saqueia municípios brasileiros com a
privatização do setor, achou uma alternativa para as dificuldades com o lixo
hospitalar. Compra prefeitos e câmaras municipais de pequenos municípios,
anuncia a geração de um número elevado de empregos, vende a idéia de progresso,
passa a importar lixo de outros municípios, lixo industrial, lixo hospitalar,
despeja tudo na conta da saúde e todos felizes com o
emprego.
É
o caso do município de Ewbank da Câmara, MG. Prefeito e vereadores no bolso e lá
vai para lá o lixo hospitalar de várias cidades inclusive do Rio de
Janeiro.
Em
Juiz de Fora, MG, a empresa é a Queiroz Galvão, máfia das mais truculentas, recebe lixo de
várias cidades, num aterro sanitário ilegal, isso depois de ter comprado
prefeito anterior, prefeito atual, diretores da FEAM – Fundação Estadual do Meio
Ambiente - e tudo o mais, inclusive governo do Estado no seu
todo.
Isso
implica em riscos para uma barragem, a de Chapéu D’vas, como para várias
reservas naturais de água, mas segundo os caras é progresso, além da propina que propicia a prefeitos,
vereadores, etc.
E
a mídia, não podia deixar de ser, é parte indispensável do processo de compre no
atacado ou no varejo, mas compre. Ou seja, comprado, depende da maneira de
olhar.
O
modelo político e econômico está falido. Não há saída dentro do
institucional.
É
hora de ir às ruas e buscar caminhos diversos, diferentes dos que nos tem sido
oferecidos com o pomposo título de democracia, mas que na prática só beneficia
as elites.
Nada
de ir às ruas de maneira desorganizada, do contrário fica igual o Egito. O povo
derruba Mubarak e Mubarak permanece através dos militares todos subordinados aos
EUA (parece até que é por aqui).
Por
aqui acabo de me lembrar da Comissão da Verdade. Os torturadores, peritos em barbárie,
estupros, toda a sorte de crueldade vão se defrontar com a tal da verdade. Estão
em pânico escorados no patriotismo (“último refúgio dos canalhas”, segundo
Samuel Johnson) e escondidos atrás da saia da anistia que fizeram para garantir
a covardia dos porões da ditadura militar.
Ir
com direção e certeza que ou ocupamos os espaços em cada cidade, ou cada cidade,
nossas realidades imediatas, irão virar propriedade privada de máfias do lixo,
da água, do escambau.
Daí
a chegar ao País é barbada. É onde a CHEVRON já está, senhora de parte do nosso
petróleo.
Pode
ser que no período natalino a Rede Globo faça um desconto, quem sabe? Essa conversa
de barganha com bandidos é com ela mesmo.
Olhe,
no futuro, não tão distante assim, vão exibir em jaula um trem chamado ser
humano mais ou menos assim, deve ser no “Fantástico”, principal porta voz da
imbecilidade televisiva em nosso país (porque resumo de fatos à feição dos
donos).
Vamos
lá, apresentação de Faustão e Luciano Huck.
“Eis
aqui, nesta jaula por medida de segurança, o perigoso ser humano, espécie em
extinção. Tem o hábito de pensar e isso é perigoso, pior ainda porque fala,
transmite seus pensamentos e dessa forma pode contaminar nossa sociedade
democrática, cristã, ocidental, limpa, que usa Harpic todo diz para o vaso
sanitário e Omo para tirar manchas. Observem bem as características criminosas
dessa figura felizmente sob controle”.
Viva
os imbecis e a geração de empregos/doenças! Morra mais cedo, mas seja parte do
progresso das elites.
Enviado por Nanda Tardin
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