sexta-feira, 10 de agosto de 2012

EUA: A taxa de emprego agora é INFERIOR à da recessão de 2008-2010




Sabia que uma percentagem menor de americanos está, hoje, trabalhando do que quando supostamente acabou a última recessão? Mas não se ouve falar disso na imprensa “de referência”. Esta, ao invés, atormenta-nos com a altamente politizada e manipulada “taxa de desemprego”. A imprensa de mercado (ou “de referência”) está falando de como “163 mil novos emprego” foram criados em julho/2012, mas que a taxa de desemprego subiu para “8,254%”.

Tristemente, estes números são muito enganosos.

Segundo o Bureau of Labor Statistics, em junho/2012, 142.415.000 pessoas tinham empregos nos Estados Unidos. Em julho p.p., esse número diminuiu para 142.220.000. Isso significa que em julho/2012 menos 195 mil americanos estavam trabalhando do que em junho/2012. Mas de alguma forma o que eles publicaram foi “criados 163 mil novos empregos” em julho.

Não estou certo de como é que eles fazem para que essa matemática dê certo. Talvez alguém possa me explicar. Pessoalmente, considero que a “taxa de emprego” dá um retrato muito mais claro do que está realmente a acontecer na economia.

A razão emprego/população mede a percentagem de americanos em idade de trabalhar que realmente tem empregos. Quando ela sobe, isso é bom. Quando baixa, isso é mau. Em julho, a razão emprego/população caiu de 58,6% para 58,4%.

Na realidade, a percentagem de americanos em idade de trabalhar que têm empregos tem estado, há 35 meses, abaixo dos 59%.

A seguir está um gráfico da razão do emprego em relação à população nos Estados ao longo dos últimos 10 anos:


A área cinzenta do gráfico representa a última recessão, tal como definida pela Federal Reserve. Como se pode ver, a percentagem de americanos em idade de trabalhar com um emprego caiu drasticamente de aproximadamente 63% no princípio de 2008 para um pouco mais de 59% quando a recessão terminou (?).

Mas a “taxa de emprego” continuou caindo ainda mais... E finalmente chegou ao fundo com 58,2% em Dezembro de 2009. 

Desde então, tem permanecido muito firme. Não caiu abaixo dos 58% e não subiu acima dos 59%. 

Isto é muito estranho, porque após outras recessões desde a IIa. Guerra Mundial este número saltava fortemente para o nível anterior (63% a 64%), mas desta vez isto não aconteceu. 

No essencial, tudo se parece como se 4% da população dos Estados Unidos em idade de trabalhar houvesse sido removida permanentemente da força de trabalho.

A boa notícia nisto tudo é que as coisas, pelo menos, não têm ficado piores durante os últimos dois anos.

Muito embora as coisas estejam más, tivemos um período de relativa estabilidade.

A má notícia é que a “taxa de emprego” não tornou a subir apesar das tomadas de empréstimos e gastos sem precedentes do governo federal e apesar da temerária impressão de papel-moeda pela Federal Reserve

Considerando quão desesperadamente o governo federal e a Federal Reserve têm tentado estimular a economia, eu realmente esperava ver a “taxa de emprego” subir agora pelo menos um pouquinho. 

Infelizmente isso não aconteceu e, agora, a economia dos EUA está rapidamente se encaminhando para mais uma recessão. 

Mas Barack Obama vai fazer “mágicas & ginásticas” com isso durante alguns dias e falar acerca de quão maravilhoso é que a economia haja criado “163 mil novos empregos" em julho/2012. 

Do que ele NÃO vai falar é acerca dos milhões de americanos que estão desempregados por tanto tempo que já nem são “contados” mais nos números oficiais do desemprego. 

Mas aquelas pessoas realmente existem e sofrem. Muitas delas começam a perder seus benefícios de desemprego e realmente não sabem o que vão fazer. O texto seguinte é uma notícia recente no USA Today:

Desde Junho/2012, quando perdeu abruptamente o seu cheque semanal de desemprego no valor US$312, Lauri Cullinan esgotou as suas poupanças, procurou comida no Exército de Salvação e acende velas para poupar eletricidade. 
Se não puder encontrar um emprego ainda este mês, comentam seus preocupados vizinhos em Royal Oak, Michigan, será expulsa do seu apartamento, uma perspectiva impensável para a senhora de 52 anos, que até a perda do seu emprego como chefe de escritório dois anos atrás, desfrutava um estilo de vida classe média. 
“O que vou fazer se ficar sem casa?” pergunta Cullinan, que aguentou o desemprego por um ano e meio. “Não consigo compreender isso”.

Pode-se imaginar enfrentar uma situação assim? O que faria se fosse lançado à rua? 

Quando se somam todos os americanos em idade de trabalhar, mas sem emprego nos Estados Unidos de hoje, chega-se a mais de 100 milhões. 

Algumas pessoas acusaram-me de mentir acerca desse número, mas ele é realmente verdadeiro. 

Há mais de 100 milhões de americanos em idade de trabalhar que agora não estão empregados. 

E mesmo quando se tem um emprego isso não significa que se esteja bem. Como escrevi ontem, apenas 24,6% de todos os empregos nos Estados Unidos de hoje são bons empregos. 

O custo de vida continua subindo muito mais depressa do que os salários. Muitas famílias estão tendo tempos difíceis só para pagar o básico. O padrão de vida inflacionado que todos nós desfrutávamos há tanto tempo começa a desaparecer.

Um número crescente de jovens está vivendo com os seus país bem além dos 18 anos porque não há suficientes bons empregos e é assim nesta nossa economia. Se puder acreditar, 14% de todos os americanos na faixa dos 20 aos 34 anos estão vivendo em casa com os seus pais neste momento. 

Mas veremos muito mais disso quando a economia ficar ainda pior. “Famílias multi-geracionais” tornar-se-ão muito comuns e isso não é necessariamente mau. Talvez venha a dar a algumas famílias oportunidade de estabelecer alguma intimidade...

Enquanto isso, muitas das nossas, outrora grandes, cidades continuam a apodrecer e decair a um ritmo estarrecedor. Hoje, vi um relatório que discutia como a cidade de Detroit se tornara um local de despejo de cadáveres. 

Quão triste é isso? 

Detroit - que foi outrora invejada pelo mundo inteiro – é, hoje, um lugar onde vítimas de assassinato são despejadas.

Todas estas considerações são indicativas do quanto decaímos. 

Mas as coisas estão em vias de ficarem muito pior; de modo que deveríamos realmente ser gratos pelo período de relativa estabilidade que estamos desfrutando neste exato momento. 


O colapso econômico a longo prazo que estamos agora experimentando irá acelerar-se.

Finalmente, mesmo a altamente manipulada “taxa de desemprego” oficial irá elevar-se acima dos dois dígitos.

Quando isso acontecer, a cólera e a frustração que neste país ferve sob a superfície vai explodir. 

Vamos esperar o melhor, mas devemos nos preparar para o pior.
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Esta tradução foi extraída de Resistir e ligeiramente adaptada pela redecastorphoto 

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