sábado, 15 de dezembro de 2012

Oposição síria, apoiada pelos EUA, reivindica apoio para a Al-Qaeda


13/12/2012, Land Destroyer Repport
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Ver também: 10/12/2012, Al Jazeera, Hassan N. Gardezi, redecastorphoto em: EUA e al-Qaeda: estranhos companheiros de cama?, em português. [NTs]


Entreouvido na Vila Vudu: Se se sabe que as coisas são como aqui se leem... então... a imprensa-empresa no Brasil só existe, mesmo, para REPRODUZIR, para REPETIR incansavelmente, exclusivamente, a parte das notícias das agências internacionais que REPRODUZEM, que REPETEM, as mentiras do Departamento de Estado dos EUA, em guerra em todo o planeta?!
Então... então... os consumidores pagantes da imprensa-empresa no Brasil (e no Brasil, necessariamente, os consumidores pagantes dos produtos da imprensa-empresa somos todos eleitores!) PAGAMOS para sermos malhados, dia e noite, por esse amontoado de mentiras de propaganda das guerras dos EUA?!
Como assim?! Por quê?! Até quando?! Quem precisa da imprensa-empresa?!


Hollande e al-Khatib
Como parte do golpe norte-americano, de declarar apoio e reconhecimento [1] à chamada oposição “síria”, os EUA tentaram acrescentar um dos grupos extremistas que integram o conjunto de milícias armadas que operam dentro da Síria, a uma lista de organizações terroristasdo mal” [2].

A ideia era ter um bode expiatório ao qual atribuir as atrocidades, enquanto os EUA continuam a garantir apoio armado, financiado e militarmente organizado pelo ocidente, aos demais grupos extremistas que estão destruindo a Síria.

O golpe não funcionou. O próprio novo líder da oposição “síria” nomeado pelos EUA, Moaz al-Khatib, [3] protestou! A agência Reuteurs registrou as palavras de al-Khatib: [4]

A decisão de considerar um dos grupos que luta contra o regime como grupo terrorista tem de ser revista. Podemos discordar de alguns grupos nossos aliados, de suas ideias e de sua visão política e ideológica. Mas afirmamos que todas as armas dos rebeldes visam igualmente a derrubar aquele regi
e criminoso e tirânico.

Moaz al-Khatib
O próprio Al-Khatib declara abertamente que seu projeto é estabelecer um “Estado Islâmico”, [5] sobre as cinzas da atual Síria secular; já disse também, sem fazer segredo, que tem laços com a Fraternidade Muçulmana. É representante, também, dos interesses das grandes petroleiras ocidentais, especificamente da Royal Dutch Shell.

Segundo a BBC, [6] Al-Khatib trabalhou por seis anos para a al-Furat Petroleum Company, subsidiária da Shell Oil. [7] Também é conhecido por sua atividade no lobby a favor da Shell na Síria, entre 2003-2004, e deu aulas na Europa e nos EUA, como se lê na biografia publicada em sua própria página na Internet. [8]

Os EUA apoiarem e armarem essa “coalizão de oposição” na Síria implica colaboração e apoio dos EUA também aos terroristas da Frente Jabhat al-Nusra; em outras palavras, os EUA estão fornecendo apoio material e recursos a uma Organização Estrangeira Terrorista (OET), o que é crime, nos termos do [Code of Laws of the United States of America] USC § 2339B, onde se lê: [9]

Quem deliberadamente forneça apoio material ou recursos a organização estrangeira terrorista, ou tente conspirar para fazer isso, deve ser multada nos termos dessa lei ou sofrerá pena de prisão não superior a 15 anos, ou ambas as penas, e, se da ação resultar morte de alguém, será condenado a prisão perpétua. Para que se dê a violação desse parágrafo, a pessoa tem de saber que a organização foi classificada como organização terrorista (nos termos da subseção g-6; que a organização pratica ou praticou atividade terrorista (nos termos da seção 212(a)(3)(B) da lei Immigration and Nationality Act); ou que a organização praticou ou pratica terrorismo (nos termos da seção 140(d)(2) da lei Foreign Relations Authorization Act, Anos Fiscais 1988 e 1989). Tradução de trabalho apenas deste excerto, para ajudar a ler, sem qualquer valor de “lei” [NTs].

É perfeitamente claro que, no mínimo, os EUA estão impedidos, por lei, de “reconhecer” esse grupo como “representante” do povo sírio; e que tampouco podem apoiá-los, seja pelo meio que for, financeiro, militar ou político.

O apoio que os EUA estão dando àqueles grupos é prova de que o governo dos EUA viola suas próprias leis antiterror.

Logo da al-Qaeda 
A chamada oposição “síria” tem sido problema cada dia maior para os próprios interesses ocidentais que arregimentaram aqueles grupos, contra o desejo do povo sírio, processo que se iniciou nos idos de 2007. [10]

Assim, agora, ao mesmo tempo em que a OTAN serve-se ilimitadamente das redes regionais da Al-Qaeda para infiltrar milhares de terroristas na Síria, [11] o grupo ocidental já vê os próprios líderes da oposição que o próprio ocidente impôs na Síria... a exigir, abertamente que o ocidente apoie e financie a Al Qaeda.

Afinal a opinião pública mundial começa a conseguir ver em profundidade a ilegitimidade da dita “mudança de regime” que o ocidente tenta forçar na Síria.


Notas

Um comentário:

  1. (comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    A humanidade se assemelha: quando a corda aperta, os caras fazem qualquer negócio...parece até com nossos patrícios, ao perderem mais de três sufrágios eleitorais. Vele lembrar que, nos anos-50, tão logo da vitória de JK, em meio a todo o fuzuê armado na "República do Galeão", um oficial da Aeronáutica, muito ligado ao futuro brigadeiro e ministro Delio Jardim de Mattos, exclamou: "uma é ruim (referia-se a 1945), duas é péssima (1950), três é corrupção deslavada (1955), logo, a quarta (eleição) é pura ilegalidade (1960-61)!".

    Aí vieram Jacareacanga (1956) e Aragarças (1959), ambas falhando fragorosamene, até à Grande Traição (1964), que não sou derrubou um Presidente da República, como desmantelou um governo e, mais grave ainda, deixando-nos marcas que nem o neocapitalismo globalizante, homologado pelo mundo afora, conseguirá tão cedo apagar. A "Solução Síria", portanto, não é motivo de surpresa para nós. Aliás, não esqueçamos de que os EUA promoveram vigorosamente o golpe de 1964: o Brasil "estava ilegal demais", com tatás derrotas udeno-burguesas e neofascistoides-classes médias-altas.
    Abraços do ArnaC

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