sábado, 28 de junho de 2014

Síria: Obama prolonga a guerra

27/6/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu



O presidente Obama pediu $500 milhões ao Congresso na 5ª-feira (26/6/2014), para treinar e equipar “membros da oposição síria adequadamente selecionados”, como disse a Casa Branca, mostrando crescente preocupação com o “respingamento” do conflito sírio sobre o Iraque.

É ideia de doidos e movimento lunático. Injetar mais armas e mais rebeldes armados no conflito sírio só fará aumentar o conflito e afetará negativamente a situação da segurança na Síria, no Iraque, no Líbano, na Turquia e na Jordânia. Assim se comprova que ninguém está preocupado com qualquer “respingamento”.

Em agosto do ano passado, Edwald Luttwak escreveu que os EUA ganham, se os dois lados continuarem a lutar; e que os EUA portanto deveriam estender o conflito o mais possível:

O objetivo dos EUA deve ser manter o impasse. E o melhor meio possível para conseguir manter o conflito é armar os rebeldes quando parecer que as forças do Sr. Assad estejam em ascensão; e cortar o suprimento, se os rebeldes parecerem estar realmente vencendo. 

Civis sírios assassinados com gás SARIN pelo ESL, financiados pelos EUA (ago/2013)

Tudo sugere que Obama, mesmo ao preço de fracasso regional mais amplo, está seguindo essa política.

Os porta-vozes de Obama merecem outra medalha Orwell:

Apesar de continuarmos a crer que não há solução militar para essa crise e que os EUA não devem pôr soldados norte-americanos em combate na Síria, esse pedido marca mais um passo para ajudar o povo sírio a defender-se contra ataques do regime – disse Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em declaração.

O maior perigo para os civis e para o Exército Sírio Livre, cujo principal comandante oficial foi (outra vez) demitido por corrupção, não são as forças do governo de Assad, mas os terroristas jihadistas.

Terrorista (sniper) do ESL, treinado pelos EUA com fuzil belga FAL, com luneta
Os EUA já treinam e armam rebeldes “adequadamente selecionados” há, no mínimo, dois anos! E já entregaram a eles toneladas de armas. Aquelas armas acabaram em mãos dos terroristas jihadistas e os rebeldes “selecionados” estão hoje ou mortos ou já se uniram a grupos associados à al-Qaeda. O novo treinamento tomará seis meses, antes de os “treinados” estarem, digamos, “prontos”. Em seis meses, o exército sírio legal estará em melhor posição do que está hoje e o principal inimigo para todos naquele campo de batalha será o ISIS.

Não será surpresa para mim quando os tais rebeldes “adequadamente selecionados” e já treinados se unirem ou às tropas de Assad ou às tropas do ISIS, tão logo retornem à Síria, no final do “treinamento” que os EUA desejam que tenham.


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou  “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille  (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van Broekhuizen.


3 comentários:

  1. Comentário enviado por e-mail e postado por Castor (29/6/2014):

    Mesmo com a guerra perdida pelas potencias ocidentais, Obama teima em desconhecer os resultados da ultima eleição presidencial na Síria que reelegeu Bashar al-Assad para um novo mandato. E assim sendo, o presidente norte-americano continua descaradamente a apoiar grupos ligados a Al Qaeda que combatem o governo de Assad.

    Caso Assad tivesse perdido a eleição, a imprensa-empresa corrupta, safada e vendida teria dado todo o destaque ao vencedor e a essa altura estaria a cortejá-lo visando com isso angariar simpatia junto ao novo presidente e mostrar ao mundo que o povo sírio provocou a mudança.

    Como venceu Assad, a imprensa-empresa, notadamente o grupo GAFE – Globo, Abril (Veja) Folha de SP, Estadão − não deu nenhum destaque a não ser algumas pequenas notas para dizer que os Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha não reconheciam a vitória do atual presidente (Assad).

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  2. Obama é um demônio e o mundo em suas mãos assassinas, onde seus olhos olharem é lá que estará seus próximos ataques, que Deus proteja toda a população no mundo, sendo mantidas refém desse imperialista tirano e ditador!

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    1. Nos EUA existe toda uma cultura de dominação e exploraçao. Obama é só o aríete dessa cultura imbecil.

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