24/5/2015, Al-Manar, Líbano
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Sayyed Hassan Nasrallah no Dia da Liberação 24/5/2015 |
O Secretário-Geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah destaca que a Resistência luta, maximamente empenhada, em todas as frentes. Mas lembrou que, embora o Hezbollah esteja combatendo na Síria, nunca perde de vista Israel.
Falando em gigantesca cerimônia no Dia da Resistência e Libertação, Sayyed Nasrallah falou da urgente necessidade de todas as frentes se unirem no Oriente Médio para destruir o esquema Takfiri, porque, disse Sua Eminência, aquele esquema ameaça toda a região.
Sua Eminência reiterou a importância da interação exército+povo+Resistência, observando que os países da região devem confiar nessa “equação de ouro”.
O líder da Resistência disse que o Hezbollah continuará sua batalha em Qalamoun até que toda a fronteira do Líbano esteja segura. Nesse contexto, Sua Eminência disse que o governo libanês tem de discutir e resolver a questão de Arsal, porque “nosso povo em Bekaa não deixará vivo nenhum militante Takfiri” na cidade fronteiriça.
Ao regime do Bahrain, Sayyed Nasrallah recomendou que atenda as demandas de seu povo, e disse que o ISIL está já em solo do Bahrain. Sua Eminência recomendou aos sauditas que ponham fim à agressão no Iêmen, para facilitar o diálogo político que começa em Genebra nos próximos dias.
A história se repete
Na abertura de sua fala, Sayyed Nasrallah apresentou condolências aos moradores da região saudita de Qatif, onde um suicida-bomba, dois dias antes, matou e feriu vários fiéis que rezavam na Mesquita do Imã Ali (que a paz esteja com ele).
No Dia da Resistência e da Libertação, Sayyed Nasrallah saudou as multidões que resistem, seus mártires, os feridos, todos os combatentes da Resistência e suas famílias. Saudou também os líderes da Resistência, Imam Sayyed Moussa al-Sadr, Sayyed Abbas al-Mousawi, Sheikh Ragheb Harb e Hajj Imad Moughnieh – e os aliados da Resistência, Irã e Síria.
Falando sobre a ocasião, Sayyed Nasrallah disse que o Hezbollah, com outras frentes patrióticas, decidiram-se pela Resistência – mas alguns grupos no Líbano não apoiaram essa decisão.
“Falarei sobre os primeiros estágios da Resistência, porque os eventos aos quais assistimos hoje sugerem circunstâncias semelhantes” – disse Sayyed Nasrallah à multidão que o saudava na cidade de Nabatiyeh.
E continuou:
“Quando o inimigo israelense invadiu o Líbano em 1982, os libaneses discordaram no modo de encarar a invasão. Alguns tinham compreensão clara da ameaça israelense, enquanto outros apostavam na invasão e participaram dos massacres que foram cometidos”.
“Sempre, desde que iniciamos a luta, houve quem duvidasse da dedicação e do patriotismo da Resistência”.
“Três anos depois, a Resistência conseguiu infligir perdas ao inimigo israelense, forçando-o a retirar-se sem condições – lembrou Sayyed Nasrallah, referindo-se à retirada dos israelenses, que tiveram de deixar várias cidades do sul, na guerra de 1985.
Degoladores "takfiris" são apoiados por Israel |
Sayyed Nasrallah disse que, depois desses eventos, a Resistência manteve, até 2000, os efeitos daquela retirada humilhante da entidade sionista, que teve de deixar o sul do Líbano. E destacou que, se não tivesse havido resistência, o inimigo israelense teria invadido o Líbano.
“Foi vitória de alguns libaneses, embora tenha sido dedicada a todo o povo libanês”.
Depois de relembrar vários feitos da Resistência, principalmente a Libertação, Sayyed Nasrallah disse que, hoje, o Líbano enfrenta ameaça similar à ameaça israelense: o esquemaTakfiri.
“Hoje, a história se repete. O esquema que hoje ameaça toda a região, povos e exércitos, é o projeto Takfiri, do qual o ISIL é uma amostra”.
“Infortunadamente, há alguns lados que entendem que os Takfiris não nos ameaçariam. E há os que se mantêm neutros. E também há os que apoiam aqueles Takfiris e apostam neles”.
Sayyed Nasrallah falou sobre o perigo que são os Takfiris e disse que ninguém está a salvo deles, nem no Líbano nem na região.
“Estamos diante de ameaça sem precedentes. O que fez o ISIL no Iraque e Síria? O que fez até com grupos de sua própria tendência? Em vez de se unirem, eles se combatem e massacram-se uns os outros”.
“Meu conselho para os que estão calados e apostam nos Takfiris é que tenham muito cuidado, porque eles mesmos serão as primeiras vítimas”. Sayyed Nasrallah alertou que “líderes e deputados do movimento Futuro serão as primeiras vítimas dos Takfiris”.
Conclamou também os cristãos a que não se calem ante essa ameaça, sem saber quem os protegerá, quem protegerá suas famílias e igrejas, contra a ameaça Takfiri.
Frente Unida
No mesmo contexto, o líder da Resistência conclamou povos e governos da região a se unirem numa só frente, para lutar contra a ameaça Takfiri.
“Para derrotar os Takfiris, os povos dessa região têm de confiar neles mesmos e unir-se contra o inimigo de todos”.
Sua Eminência disse que “a equação de ouro é exército+povo+Resistência como solução para derrotar a insurgência Takfiri em qualquer país.
Noutro contexto, Sayyed Nasrallah disse que a coalizão chefiada pelos EUA e que estaria operando contra o ISIL no Iraque e Síria não é séria nem confiável para fazer frente ao grupo terrorista. “Os Takfiris movem-se de uma cidade para outra, no Iraque e Síria, sob as vistas de Washington”, disse.
Sua Eminência lembrou que “O número de ataques aéreos da coalizão chefiada pelos EUA ao longo de um ano contra os Takfiris é menor que o número de ataques aéreos de Israel contra o Líbano durante a guerra de julho, em 2006” .
Batalha de Qalamoun
Sobre a batalha que se trava nos terrenos pedregosos de Qalamoun, Sayyed Nasrallah disse que o Hezbollah prossegue nessa operação, mas que é errado apresentar a batalha contra os Takfiris em Qalamoun como batalha do Hezbollah.
Qalamoun, Líbano - localização geográfica |
“Essa é batalha do governo” – destacou o Secretário-Geral do Hezbollah.
“A batalha nas áreas de Qalamoun continuará, até que as fronteiras do Líbano estejam seguras” – disse Sua Eminência, observando que a questão da cidade fronteiriça de Arsal, que tem sido considerada fortaleza dos Takfiris, deve ser discutida no Gabinete libanês.
“É responsabilidade do governo resolver essa questão. (...) O Ministro do Interior [Nouhad Mashnouq] diz que se trata de cidade ocupada. O governo que desocupe e retome a cidade”. Dirigindo-se aos representantes do movimento Futura, Nasrallah aconselhou-os a “não deixar de discutir no Gabinete a situação de Arsal”.
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