Grande Rio Artificial: aqueduto subterrâneo de 5 m de diâmetro e 3.500 km de extensão
Revolução líbia constrói o maior aqueduto do planeta
Governo líbio transformou o deserto em um local fértil promovendo o acesso à água da população, das municipalidades, da indústria e agricultura
Aqueduto em construção |
No dia 14 de julho de 2004 foi inaugurado o projeto líbio “Grande Rio Artificial”, um gigantesco aqueduto subterrâneo de 5 metros de diâmetro e 3.500 quilômetros de extensão. Um projeto que revolucionou o acesso à água da população, das municipalidades, da indústria e agricultura do país. O Festival da Juventude comemorativo da finalização do projeto, que se deu com a colocação do último tubo, teve a participação de delegações de mais de vinte países. Entre as organizações presentes estavam a Nasyo (Organização dos Jovens e Estudantes Não Alinhados), a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), União Internacional dos Estudantes, Associação dos Estudantes da Ásia e da Juventude do Movimento Pan-Africano. Do festival participaram 5 mil estudantes das escolas e universidades líbias coordenados pela União Geral dos Estudantes da Grande Jam-ahiryia (denominação da República da Líbia). O entusiasmo dos jovens se expressava em palavras de ordem entoadas pelos jovens que se apresentaram com danças e canções regionais.
A oitava Maravilha
A convite do governo, Mauro Bianco, membro do secretariado nacional do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, coordenador da Juventude Revolucionária 8 de Outubro e vice-presidente da Nasyo, participou do festival. O projeto também foi denominado pelo povo como a 8a Maravilha do Mundo. “Essa obra é um marco, um salto de qualidade na vida das pessoas”, afirmou Mauro ao falar em nome de todas as delegações estrangeiras presentes ao ato inaugural. “Ela abre possibilidades econômicas inimagináveis; uma revolução no mais profundo significado da palavra, muda a economia do país e representa um salto de séculos à frente realizado em pouco tempo”, acrescentou.
“Um trabalho impressionante que é a prova da capacidade de um povo que determina seu próprio destino. Essa foi a grande conquista da revolução Al Fatah liderada pelo grande líder Muamar Kadafi. Vocês têm todas as razões para se orgulharem desta obra gigantesca de seu governo e de seu líder. Esse rio está mudando a vida e a qualidade de vida de toda população e abrindo caminho para um progresso sem precedente na Líbia e em toda a África. Os benefícios não serão apenas para os líbios mas para toda a humanidade”, enfatizou Mauro, destacando ainda que, “além de toda a infra-estrutura que se criou para construir o rio trouxe aos líbios um desenvolvimento tecnológico e um avanço no conhecimento científico absolutamente novos”.
Incentivo aos povos
Festa de Inauguração |
“Essa obra combateu a fome gerando milhares de empregos e multiplicando a produção agrícola numa região absolutamente desértica, mas que se comprovou fértil depois de irrigada. Ela é um incentivo para os povos pelos avanços impressionantes embasados em conquistas democráticas inéditas de um povo que conquistou a independência nacional numa luta titânica na qual morreu aproximadamente metade da população”, afirmou.
Quanto à força do povo, demonstrada na construção da obra, o líder Muamar Kadafi destacou, quando inaugurou a primeira parte do projeto - após um investimento de US$ 5 bilhões, em 1º de setembro de 1991, no 22º aniversário da revolução: “A Líbia completou este trabalho em circunstâncias difíceis. O fez sob um bloqueio econômico imposto pelo imperialismo antipovo e antiprogresso. Foi completada sem a ajuda dos bancos mundiais”.
“A revolução agrícola permitirá ao povo líbio garantir sua vida, comer livremente seu alimento que normalmente era importado do exterior, isto é liberdade, independência, é revolução. Essa obra demonstra que o povo líbio é um povo amante da paz usando sua própria capacidade para superar o subdesenvolvimento”, acrescentou Kadafi.
No festival inaugural as presenças mais destacadas foram: o ministro da Juventude e dos Esportes, Ali Al Sharri; o prefeito de Sirt (cidade onde o ato se deu e onde se encontram dois dos lagos formados pelo transporte de água); e o presidente da União Geral dos Estudantes da Grande Jamahiryia, Abluhaim Ammr.
Iniciado em 1984, o projeto utiliza água depositada por milhares de anos em gigantescos lençóis no coração do deserto de onde é agora transportada para as regiões costeiras do país atendendo a demanda crescente do povo - uma população de 5 milhões - das cidades, da indústria e da agricultura.
Geradores de energia
Este projeto comporta o maior aqueduto e tubulação subterrânea do planeta com 5 metros de diâmetro enterrado sob a superfície de uma imensa região desértica. Acresce-se a isso a gigantesca infra-estrutura que permite sua operacionalização. Estações geradoras de energia elétrica com potência de 15 megawatts com turbinas acionadas a gás instaladas nas origens do aqueduto, em Sarir e Tarzebo, seguem-se na superfície extensas redes e linhas de distribuição com subestações ao longo da rota do aqueduto.
As escavações ao longo dos 3 mil e quinhentos quilômetros do projeto, foram de 6 metros de largura por 7 de profundidade para a colocação dos tubos. O acesso a eles, seja para conservação ou manutenção corretiva eventual, é através de 3 mil válvulas.
Como resultado da obra estão sendo irrigadas 135 mil hectares e produzidas plantações com um resultado já atingido de 270 mil toneladas de grãos por ano e de 760 mil toneladas de forragem para alimentação animal, além de frutas, legumes e verduras em abundância.
No futuro o rio subterrâneo se estenderá com novos braços para chegar a todas as aldeias e comunidades do país.
Mil litros de água para cada Líbio por dia
Para o projeto foram abertos mil e trezentos poços, alguns com profundidade que chega a 500 metros . Com isso se estabeleceu em direção à região costeira um fluxo de 6,5 milhões de metros cúbicos por dia. Para se ter uma idéia do salto de qualidade no acesso à água, isso significa uma disponibilidade média de 1000 litros de água por dia para cada líbio.
Para chegar a seu destino, a água leva 9 dias de jornada desde o momento em que se desloca dos lençóis subterrâneos até os lagos artificiais, de 3 mil metros de diâmetro cada, ao longo da costa.
A manutenção preventiva é garantida por bases de técnicos instaladas ao longo do aqueduto e interligadas por sistemas modernos de comunicação que empregam tecnologia de fibra ótica e de microondas.
Assista o vídeo abaixo:
Reportagem de Nataniel Braia
Publicado pelo Jornal Hora do Povo
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