Sábado, 07 Agosto 2010 02:00
Aporrea- O afamado quadrinhista Robert Crumb afirmou hoje que sente vergonha de ser estadunidense, ao assegurar que seu país se tornou um estado corporativo fascista, "o pior do mundo". |
Crumb, considerado o pai dos comics underground e um dos símbolos da contracultura das décadas de 1960 e 1970 do século passado, participa na oitava Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) -pequena cidade a uns 230 quilômetros do RIo de Janeiro, junto a mais de trinta escritores de 14 países. Ao participar numa das oficinas da FLIP, Crumb asseverou que se Estados Unidos fosse umade suas personagens, a ilustração não teria um aspeto muito agradável, segundo uma reportagem da estatal Agência Brasil. "Teria uma cara feia, porque Estados Unidos tornou-se um estado corporativo fascista, o pior do mundo. Obama tem boas intenções, mas não acho que possa fazer muito para mudar as coisas por lá, devido a que os poderes e as potências que vêm governando aquele país desde faz tantos anos já são parte daquilo", sublinhou o afamado autor de histórias em quadrinhos. Crumb, que vive em França com sua família faz quase vinte anos, qualificou como museu a exposição de suas ilustrações e indicou que "participar desta festa também é estranho. Ainda me vejo como um cartunista, que é sempre omitido pelo mundo literário, uma pessoa que não deve ser levada a sério". Perguntei a um escritor brasileiro por que eles queriam minha presença aqui e me disse que era uma questão de negócio, já que as editoras estão vendo as histórias em quadrinhos como algo sério e viável, referiu Crumb, e acrescentou que apesar disso é difícil encontrar editoras que apostem nos quadrinhos. Mesmo reconhecendo que atualmente exista um escopo comercial muito forte, Crumb -que levou às histórias em quadrinhos obras de Franz Kafka, Charles Bukowski e Philip K. Dick- estimou que algumas indústrias pequenas abrem espaço para os trabalhos independentes e originais. Interrogado sobre a reprodução digital das histórias em quadrinhos, Crumb foi enfático: "sou um artista do século 20, uso caneta e gosto de papel. Não tenho nenhum interesse na tecnologia moderna". A oitava FLIP, que homenageia o escritor Gilberto Freyre, concluirá no próximo domingo e além de Crumb destacam entre os convidados desta edição a chilena Isabel Allende, autora da reconhecida Casa dos espíritos, e seu esposo, o advogado estadunidense William Gordon, com The ugly awarf, sua última obra. Não menos importante é a presença de Salman Rushdie, que apresentará seu livro Luka e o Fogo da Vida, inspirado no mundo dos videojogos. extraído do diárioLiberdade |