segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Alguns links sobre a tal “Guerra ao ISIS/ISIL”

12/9/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

 

Subúrbios de Istambul - local de recrutamento do ISIS/ISIL
Só umas poucas ideias alinhavadas e algumas manchetes sobre a tal não-guerra contra o ISIS/ISIL.

Sobre a ideia de treinar e armar “rebeldes moderados”, o pessimismo é geral:

·       Estado Islâmico contrabandeia petróleo para a Turquia – com reféns como garantiaBombardear poços de petróleo do ISIS?

Temos de fazer todo o possível para tentar saber quem é a oposição contra o ISIS/ISIL. Francamente, não temos nenhuma pista. – disse Ryan C. Crocker, ex-embaixador dos EUA no Iraque e Síria.

Recrutamento do ISIS/ISIL
Pelo menos, não mente. Não têm pista alguma, absolutamente nenhuma. Pelo menos, não mente. Não têm pista alguma, absolutamente nenhuma. Trecho de um briefing” da Casa Branca, distribuído por “Alto Funcionário”:

O ISIS/ISIL é, eu acho, ameaça que galvaniza os parceiros sunitas na região. Eles veem o grupo como ameaça existencial contra [eles mesmos, os sunitas]. A Arábia Saudita tem extensa fronteira com a Síria.

Esse pessoal totalmente-sem-noção não sabe nem interpretar um mapa! Mas acontece também com esses neocons que nem sabiam que havia xiitas no Iraque, antes de a invasão dos EUA chegar lá. De qualquer modo, não há grande diferença entre eles e os “intervencionistas de esquerda” no governo de Obama. Como diz o embaixador MK Bhadrakumar:

A presidência de Obama completou seu ciclo, ao reinventar os dogmas neoconservadores que ele rejeitava ou fingia rejeitar, rejeição que o tornou elegível. Com o pretexto de estar combatendo algum Estado Islâmico – o qual, para começo de conversa, é criação dos EUA e de seus aliados – o que temos ante os olhos é massivo projeto neoconservador para remodelar o Oriente Médio Muçulmano para que se “adapte” aos objetivos geopolíticos dos EUA. Deem o nome que quiserem, é guerra imperial – por mais que seja guerreada por Prêmio Nobel da Paz, no trono do golpista-em-chefe.

ISIS/ISIL recruta jihadistas em vilarejos do Oriente Médio
Mas o outro lado tem suas próprias ideias. Muita substância sobre a qual pensar, em três tuítos de Peter Lee, codinome “Chinahand”:

1.      Ocidentais zombam pretensões do Califato EI, mas ele toca a alma de não poucos muçulmanos: esforço para reimplantar governo teocrático. [1/3]

2.     no coração dos califatos Umayyad/Abásidas, virar a página de séculos de governo colonial e pós-colonial DESASTROSO, substituir estados fragmentados/corruptos. [2/3]

3.     por poder islâmico unificado. A passividade ocidental valida o Califato e sua estratégia transnacional. Talvez RPC [República Popular da China]/Rússia consigam traçar a linha-limite. [3/3]

Será o ISIS/ISIL movimento anti-império anglo-EUA-sionista?


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van Broekhuizen.


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