12/9/2014, [*] Moon
of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Subúrbios de Istambul - local de recrutamento do ISIS/ISIL |
Só umas
poucas ideias alinhavadas e algumas manchetes sobre a tal não-guerra contra o ISIS/ISIL.
Sobre a
ideia de treinar e armar “rebeldes moderados”, o pessimismo é geral:
·
Estado
Islâmico contrabandeia petróleo para a Turquia – com reféns como garantia. Bombardear
poços de petróleo do ISIS?
Temos de fazer todo o possível para tentar saber quem é a
oposição contra o ISIS/ISIL. Francamente, não temos nenhuma pista. – disse
Ryan C. Crocker, ex-embaixador dos EUA no Iraque e Síria.
Recrutamento do ISIS/ISIL |
Pelo menos,
não mente. Não têm pista alguma, absolutamente nenhuma. Pelo menos, não mente.
Não têm pista alguma, absolutamente nenhuma. Trecho de um “briefing”
da Casa Branca, distribuído por
“Alto Funcionário”:
O
ISIS/ISIL é, eu acho, ameaça que galvaniza os parceiros sunitas na região. Eles
veem o grupo como ameaça existencial contra [eles mesmos, os sunitas]. A Arábia Saudita tem extensa fronteira
com a Síria.
Esse pessoal
totalmente-sem-noção não sabe nem interpretar um mapa! Mas acontece também com
esses neocons que nem sabiam que havia xiitas no Iraque, antes de a invasão dos
EUA chegar lá. De qualquer modo, não há grande diferença entre eles e os “intervencionistas
de esquerda” no governo de Obama. Como diz o embaixador MK Bhadrakumar:
A presidência de Obama completou seu ciclo, ao reinventar os
dogmas neoconservadores que ele rejeitava ou fingia rejeitar, rejeição que o
tornou elegível. Com o pretexto de estar combatendo algum Estado Islâmico – o
qual, para começo de conversa, é criação dos EUA e de seus aliados – o que
temos ante os olhos é massivo projeto neoconservador para remodelar o Oriente
Médio Muçulmano para que se “adapte” aos objetivos geopolíticos dos EUA. Deem o
nome que quiserem, é guerra imperial – por mais que seja guerreada por Prêmio
Nobel da Paz, no trono do golpista-em-chefe.
ISIS/ISIL recruta jihadistas em vilarejos do Oriente Médio |
Mas o outro
lado tem suas próprias ideias. Muita substância sobre a qual pensar, em três tuítos de Peter Lee, codinome “Chinahand”:
1. Ocidentais
zombam pretensões do Califato EI, mas ele toca a alma de não poucos muçulmanos:
esforço para reimplantar governo teocrático. [1/3]
2. no coração
dos califatos Umayyad/Abásidas, virar a página de séculos de governo colonial e
pós-colonial DESASTROSO, substituir estados fragmentados/corruptos. [2/3]
3.
por poder islâmico unificado. A passividade ocidental valida
o Califato e sua estratégia transnacional. Talvez RPC [República Popular da
China]/Rússia consigam traçar a linha-limite. [3/3]
Será o ISIS/ISIL movimento anti-império anglo-EUA-sionista?
[*] “Moon of Alabama” é
título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar”
ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na
peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e
foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a
Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela
personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter
sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi
regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The
Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van
Broekhuizen.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.