2/9/2014, [*] Jon Queally, Commondreams
Excerto traduzido pelo
pessoal da Vila Vudu
Sergei Ordzhonikidze, Vice-Secretário Geral da Câmara Pública da Rússia |
Em resposta a
ameaças da OTAN, de que expandirá suas capacidades militares na direção leste,
a Rússia reagiu ontem, 3ª-feira (2/9/2014), dizendo que tais
movimentos só provocarão uma recalibração das forças militares da Federação
Russa.
A reação, que
mobilizou o alto comando militar russo, veio pouco antes de reunião de cúpula
da OTAN, marcada para essa semana e depois de fala do Secretário-Geral da OTAN,
Anders Fogh Rasmussen, de que uma força “avançada” de 4 mil soldados e de “resposta
rápida” seria posicionada no leste da Europa.
O Vice-Secretário
Geral da Câmara Pública, Sergei Ordzhonikidze, disse à agência estatal de
notícias que os planos de Rasmussen não passam de “histeria militar” e implicam trair promessas históricas. Disse que, diante
disso, só restava à Rússia a alternativa de tomar medidas recíprocas, também
pelo seu lado.
Quando tropas da OTAN se aproximarem de nossas
fronteiras, é claro que teremos um plano implantado, disse
Ordzhonikidze. Há ameaça real, se temos
tropas estacionadas junto às nossas fronteiras. Lembro do compromisso da OTAN,
de que não expandiria o território do bloco na direção leste... Agora, só nós
resta impedir, seja como for, essa expansão da OTAN.
Secretário-Geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen |
Rasmussen
começou a falar da “expansão” da OTAN para o leste exatamente na semana passada, em entrevista convocada com jornais
europeus. Aquelas “novidades” viraram manchete exatamente quando o Presidente
Vladimir Putin da Rússia e Petro Poroshenko da Ucrânia, estavam reunidos em
Minsk, Bielorrússia, para a primeira reunião presidencial para começar a
discutir uma saída para a terrível crise na Ucrânia. A “oportunidade midiática”
escolhida a dedo por Rasmussen e o “ocidente” não passou despercebida pelo Ministro
Sergei Lavrov, das Relações Exteriores da Federação Russa.
Fato muito interessante – disse Lavrov na 3ª-feira (2/9/2014), em entrevista ao
vivo transmitida pela TV – é que essa
iniciativa da OTAN apareça imediatamente depois da reunião em Minsk, quando
começou o processo do Grupo de Contato que tenta chegar a um acordo aceitável
para todos, na atual crise da Ucrânia.
Lavrov
classificou as declarações de EUA e a fala de Rasmussen sobre expansão da OTAN
como esforço consciente para minar até esses primeiros frágeis esforços em
direção à paz entre rebeldes ucranianos no leste e o governo em Kiev.
É muito lamentável que esse ânimo para reforçar
as posições do “partido da guerra” seja tão empenhadamente estimulado por
Washington e outras capitais europeias, e cada vez mais frequentemente também
por Bruxelas e pelos quartéis generais da OTAN, de onde sai o Secretário-Geral,
com notícias que absolutamente ele não é autoridade competente para distribuir – disse
Lavrov.
Sergey Lavrov, Ministro de Relações Exteriores da Federação Russa |
Em
comentários separados, o Vice-Secretário do Conselho de Segurança da Rússia,
Mikhail Popov, disse a RIA Novosti que, em resposta ao ímpeto
expansionista da OTAN, já há planos em preparação para modificar a doutrina
militar da Rússia.
Esses planos − disse ele − foram desencadeados por fatores geopolíticos, inclusive essa
movimentação da OTAN próxima das fronteiras russas e a situação na Ucrânia.
(...)
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