segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Dez sinais que, se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia, TODOS veriam

30/8/2014,[*] Dmitry Orlov, blog Club Orlov
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Desfile de uma coluna de tanques T-62 russos, com blindagem extra
5ª-feira passada, o governo ucraniano, ecoado por porta-vozes da OTAN, declarou que militares russos estariam agora operando dentro das fronteiras da Ucrânia. Ora... Pode ser que sim, pode ser que não. Como ter certeza? Já disseram coisa semelhante antes, a data mais próxima, dia 13 de agosto de 2014, depois outra vez dia 17 de agosto de 2014, e prova nenhuma, nem que fosse prova plantada ou prova-que-não-prova. Mas concedamos-lhes o benefício da dúvida. Seja você mesmo o juiz.

Roman Kretsul
Ofereço aqui essa útil listinha de dez sinais CLARÍSSIMOS, indiscutivelmente claros, que permitem que, ante qualquer um deles, você possa ter certeza de que sim, a Rússia invadiu a Ucrânia; ou de que, na ausência do sinal, você possa ter certeza de que não, a Rússia não invadiu a Ucrânia na 5ª-feira (28/8/2014), e as “notícias” da 5ª-feira não passam de fabulação (créditos para Roman Kretsul).

Porque se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia na 5ª-feira, já logo no sábado (30/8/2014) à tarde a situação em solo seria do seguinte tipo:

1. A artilharia ucraniana teria mergulhado em silêncio sepulcral quase imediatamente. Já não estaria bombardeando os distritos residenciais de Donetsk e Lugansk. Isso porque antes da invasão os russos já teriam localizado as posições deles, e na 5ª-feira à tarde aquela artilharia teria sido varrida do cenário, por ataques aéreos, de artilharia e com fogo de foguetes em terra, como item um da agenda do business. Os residentes locais estariam nas ruas, festejando o fim do horrível suplício a que estão submetidos.

2. O visual da atividade militar em solo em Donetsk e Lugansk teria mudado dramaticamente. Sem invasão, o que se viam eram pequenos grupos de combatentes resistentes; com invasão, seriam batalhões de 400 soldados e dúzias de blindados, seguidos de comboios de veículos de apoio (caminhões-tanques, de comunicações, cozinhas de campanhas, hospital de campanha e o resto todo). O fluxo de veículos passa a ser ininterrupto, plenamente visível pelos aviões de reconhecimentos e muito claro em fotos de satélites. Acrescentem-se as infindáveis conversas por rádio, sempre em russo, que qualquer um poderia interceptar. Significa que “invasão” é operação que ninguém consegue(ria) esconder.

3. Os militares ucranianos teriam sumido, desaparecido. Soldados, oficiais, comandos, teriam despido os uniformes, largado as armas, e feito o melhor que pudessem para misturar-se à população local. Ninguém se atreveria a apostar no exército ucraniano contra o exército russo. A única vitória militar da Ucrânia contra a Rússia aconteceu na batalha de Konotop em 1659, mas naquele tempo a Ucrânia era aliada ao Khanato da Crimeia; e, agora, todos já devem ter visto que a Crimeia não está lutando ao lado da Ucrânia.

Os NEONAZISTAS teriam desaparecido da Ucrânia
4. Se a Rússia tivesse invadido na 5ª-feira, haveria postos russos de controle por toda parte. Civis locais poderiam andar por onde quisessem, mas qualquer um associado com o governo da Ucrânia, estrangeiro ou nacional, estaria detido para ser interrogado. Um sistema de seleção já estaria implantado, para desmobilizar todos os recém alistados ao exército ucraniano e providenciar o retorno deles às suas regiões nativas; e voluntários e comandantes já estariam alocados em centros de detenção, até que se determinasse se ordenaram a prática de crimes de guerra.

5. A maioria dos pontos de fronteira na fronteira da Ucrânia já estariam sob controle dos russos. Alguns teriam sido reforçados com defesas aéreas e sistemas de artilharia e batalhões blindados, para dissuadir as forças da OTAN que por acaso se interessassem por fingir que invadiam alguma coisa. O trânsito de civis e bens humanitários é livre, claro. Homens de negócios podem passar, desde que preencham todos os formulários (escritos em russo).

6. Se tivesse invadido a Ucrânia, a Rússia já teria implantado sua zona aérea de exclusão sobre toda a Ucrânia. Voos civis já estaria cancelados, todos. Haveria uma legião de meninos-de-recados do Departamento de Estado dos EUA, agentes da CIA e do Mossad, muita gente de ONGs ocidentais, todos se empurrando nos guichês do aeroporto Borispol em Kiev. Vários agarrados nervosamente aos seus telefones por satélite, tentando falar com qualquer um. Políticos ocidentais exigem que aquela gente seja imediatamente evacuada, mas as autoridades russas precisam interrogar todos, antes de deixá-los partir, porque há alta possibilidade de que muitos deles estejam envolvidos (cúmplices) em crimes de guerra.

7. Aquelas caras-de-televisão ucranianas de sempre, como o presidente Poroshenko, Yatsenyuk e outros, teriam sumido, se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia, e não estariam dando entrevista a TODOS os canais da mídia ocidental, sem parar. Ninguém, ninguém mesmo, saberia do paradeiro deles. Haveria boatos de que já teriam fugido do país. As mansões onde vivem teriam sido invadidas e destruídas e multidões teriam visto, embasbacadas, que as casas eram adornadas com urinóis de ouro. Nenhum oligarca ucraniano seria acessível, inencontráveis, exceto Igor Kolomoisky, senhor da guerra, descoberto em sua residência, abandonado pelos criados, morto por ataque cardíaco (contribuição do Saker).

A união do neonazismo ucraniano com a
oligarquia SIONISTA de Igor Kolomoisky (C)
8. Alguns dos mais de 800 mil refugiados ucranianos já estariam começando a voltar, da Rússia, se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia na 5ª-feira. Lá, têm de morar em barracas, alguns na região vizinha de Rostov, mas, com o inverno chegando, só pensariam em voltar para casa porque, se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia, os bombardeios teriam acabado. E com os refugiados, já estariam chegando equipes de construção, caminhões de cimento, e caminhões com fios e tijolos e canos não parariam de chegar, para começar a reconstruir e reparar os estragos causados pelos bombardeios (tudo isso, claro, se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia na 5ª-feira).

Victoria "Foda-se a UE" Nuland (C) ladeada por elementos da "Junta de Kiev; à direita dela o "inefável" chefe do Partido Nazista Svoboda, Oleh Tyahnybok; atrás vemos o ex-boxeur Vitaly Klitschko; e à esquerda dela o não menos "inefável" PM Yats! 'Taí o Banderastão! 
9. Haveria a mais intensa atividade diplomática e militar em todo o mundo, especialmente na Europa; e as forças militares dos EUA estariam em alerta máximo, diplomatas entrando e saindo de jatinhos pelo mundo, em conferências sem fim. O presidente Obama já teria convocado conferência de imprensa, para anunciar que “ainda não temos uma estratégia para a Ucrânia”. A estratégia de sempre, dos conselheiros militares de Obama, de “bombardeie um pouco e ‘vamvê comé que fica’, ajudaria pouco (se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia na 5ª-feira).

10. Se a Rússia tivesse invadido a Ucrânia na 5ª-feira, Kiev já se teria rendido. Haveria tanques russos na Praça Maidan. Infantaria russa, cuidando dos remanescentes da Guarda Nacional da Ucrânia. Kiev estaria sob toque de recolher. A tomada de Kiev seria muito parecida com “Choque e Pavor” em Bagdá: uns poucos bangs em tom bem alto e, depois, um gemido.

Pronto. Armado com a lista acima, você mesmo pode decidir se a Rússia invadiu ou não invadiu a Ucrânia, na 5ª-feira passada (28/8/2014).


[*] Dmitry Orlov é um engenheiro russo-americano e escritor sobre temas relacionados ao declínio econômico, ecológico e político dos Estados Unidos. Orlov acredita que o colapso será o resultado dos orçamentos militares, enormes déficits do governo e um sistema político que não responde e declínio da produção de petróleo. Orlov nasceu em Leningrado (agora São Petersburgo) e se mudou para os Estados Unidos com 12 anos. Tem bacharelado em Engenharia de Computação e Mestrado em Lingüística Aplicada. Foi testemunha ocular do colapso da União Soviética durante os ano 1980-90. Entre 2005 e 2006 escreveu uma série de artigos sobre o colapso da União Soviética publicada em Peak Oil. Em 2006 publicou o Manifesto Orlov on-line, A Nova Era da Vela. Em 2007, ele e sua esposa venderam seu apartamento em Boston e compraram um veleiro, equipado com painéis solares e seis meses de fornecimento de gás propano e capaz de armazenar grande quantidade de produtos alimentícios. Chamou “cápsula de sobrevivência”. Continua a escrever regularmente no seu blog “Clube Orlov” e no EnergyBulletin.Net

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