quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Escócia: Reflexões sobre o referendo da independência (Parte 2/2)

11/9/2014, Vários Autores., LRB, vol. 36, n. 17, 11/9/2014, p. 13-15 (2/2)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu 


Ler também: 16/9/2014, redecastorphoto em: Escócia: Reflexões sobre o referendo da independência (Parte 1/2)


Entreouvido no Quiosque do Curtura na Vila Vudu: O que pode ser mais INADMISSÍVEL que a opinião pública num país importante como o Brasil continuar CONDENADA a só saber, sobre o referendo para decidir sobre a independência da Escócia (no próximo dia 18/9/2014), o que “pensam” que sabem os wwaacks, ecantanhedes, crossis, contis, anunes & “sumidades jornalísticas” equivalentes?!


Se os Scots votam “Sim” e deixam todo o Reino Unido para os Tories, a possibilidade de eles deixarem a União Europeia fica muito mais próxima. É difícil encontrar quem se preocupe com a independência da Escócia em Dublin, mas eles, sim, se preocupam muito seriamente com a União Europeia. Presos como ainda estamos no laço envenenado dos bancos de Frankfurt, o país está num estado ideológico estranhamente passivo e fluido.

Seria ótimo ver a Escócia independente, porque independência é sentimento ótimo. É possível que o orgulho nacional escocês venha a ter sabor um pouco mais picante que o orgulho nacional irlandês, e que isso nos ponha em brios. Seria gratificante ver a mudança de perspectiva entre os Unionistas do Ulster cuja herança é escocesa, mas que juram fidelidade à rainha – e seria uma das grandes (esperemos que sem sangue) piadas da história.

Seria fantástico ver um novo país anglófono escrever ele própria a própria constituição, porque a nossa já está inapelavelmente desmontada por referendos sobre abortos, nenhum dos quais salvou uma única refugiada, recentemente, do suicídio ou do estupro, forçadas a carregar a própria barriga e o feto até que seja viável, porque não conseguiam viajar a Inglaterra para dar solução irlandesa ao problema delas. Essa é forma fabulosamente debilitante de comandar uma democracia. Também chama a atenção para a questão de o quê, numa economia global, o estado-nação realmente controla. A Irlanda, com dívida que já chega aos 200 bilhões de euros, controla tudo, exceto o dinheiro. Será que já é alguma coisa? Ou é absolutamente nada?

Essa diferença, entre o país e o dinheiro, está nesse momento na mente dos votantes escoceses. É possível que lhes peçam que votem pelo tipo de identidade nacional que já não existe. Isso também deve andar pela cabeça deles. Seria ótimo se existisse. Seria ótimo se acreditassem que existisse.


Alguns amigos entregaram os pontos. Há agora um novo tabu nos jantares: há assuntos que se devem evitar, a menos que você tenha certeza de que todos, por mesa, defendem o mesmo campo. “É como a Irlanda do Norte, menos as bombas?” perguntou-me um professor visitante, politólogo do sul da Inglaterra. Com certeza detecto ecos da sociedade descrita por Seamus Heaney, no seu poema morbidamente cômico “Diga o que disser, não diga coisa alguma” [orig. Whatever You Say, Say Nothing]. A Escócia também se tornou uma “terra de senhas, apertos cifrados de mãos, piscadelas, acenos de cabeça”, onde “você os conhece pelos olhos”, e fica de boca bem fechada. Mas falo como apoiador do “Não”, gente em cujas fileiras a reticência é ainda mais aparente. A Escócia parece outra coisa, imagino, vista do outro lado. O que mais espanta é o caráter assimétrico de nossa grande divisão nacional. Há muita paixão entre os nacionalistas, de fato, às vezes, muito barulho e alvoroço, sejaonline seja nas ruas.

Por que a maioria do unionismo nas pesquisas de opinião não se reflete no número de cartazes pró “Não” que se veem nas janelas – pouquíssimos? Será que mostra falta de apoio ou medo de ter a janela quebrada? Por outro lado, “Melhor Unidos”, o principal órgão da campanha pró União, tem toda a parafernália de um Sabah em Stornoway. E os que votam “Não” são em geral discretos, sem manifestações, de fato até suspeito que muitos optaram – para preservar o próprio sossego – pelo voto “não decidi”. É provável que cerca de 30% do eleitorado seja apaixonadamente nacionalista, suplementados por defensores velhos do velho trabalhismo, que veem a independência – compreensivelmente – como um modo de recuperar parte do estado do bem-estar social britânico, das garras dos vândalos do livre mercado.

À parte do estado do bem-estar social, a britanicidade inspira adesão e aquiescência, não gritos de “Não!”, entre os que votam “Não”. A ansiedade predomina. Os unionistas andam calados e inquietos, preocupados com aposentadorias, oportunidades de emprego para os jovens e o petróleo do Mar do Norte que está secando. Acho que têm razão para preocupação. Alex Salmond é o que se chama na Escócia de “jogador”, um chancer. Está correndo grandes riscos – contra o conselho de especialistas – sobre o status de membro da União Europeia, esquemas de aposentadorias trans-fronteiras, a moeda e uma economia que só conhece séculos de integração ao mercado britânico. Claro que Salmond quer o melhor para a Escócia, mas se estiver errado, ameaça destruir mais empregos escoceses que Margaret Thatcher, arruinar mais planos de aposentadoria que Robert Maxwell.


Num mundo ideal, uma Escócia plenamente independente pode ser lugar melhor que um estado semi-independente ou quase-independente que é agora, mas é quase impossível ver por quê, por causa das pausas longas e silêncios da campanha pró “Sim”. O argumento do Partido Nacional Escocês é essencialmente que a plena independência será transformadora por si só: detalhes podem ser deixados para depois de amanhã. Mas a questão são os detalhes. Nenhuma decisão bem informada pode ser tomada sem considerar os detalhes.
Quais são os detalhes faltantes? Não foi apresentado qualquer modelo de Constituição para uma Escócia independente. Todos sabemos que a Escócia continuará a ser monarquia, o que não ajuda muito. Não se deu adequada atenção à questão da moeda. O Partido Nacional Escocês parece querer que a Escócia permaneça numa zona-libra, mas a Inglaterra já disse que não será assim e que, em todos os casos, supervisionará a moeda em seu próprio interesse, não no interesse da Escócia. E há a questão da defesa. Como a Irlanda, a Escócia precisa de pouca defesa, mas os campanhistas pró “Sim” supõem que o estado inglês continuará a construir navios nos estaleiros escoceses e a atracá-los em águas escocesas? Assim também, será que imaginam que importantes instituições culturais da União, como a BBC, sobreviverão à dissolução da União? Haverá fronteira e aduana e fiscalização de imigração na fronteira com a Inglaterra e, sendo assim, tais coisas interessam à Escócia? Haverá livre movimentação de mão de obra?

Presumivelmente, os Scots reivindicarão os mesmos direitos que cidadãos irlandeses, mas nada garante que os obtenham. As possíveis implicações para o status da Escócia como membro da União Europeia (a Escócia deixará de sê-lo, a menos que outros estados membros a admitam, e a Espanha não admitirá) tampouco foram tratadas adequadamente.

E os que investiram na Escócia quererão permanecer, mesmo que a Escócia deixe a União? Muitos, não. Banking e finança são cruciais para a Escócia; mais, talvez, até, que para a Inglaterra. Quem resgatará o Royal Bank of Scotland, quando, sem demora, chegar à beira da falência? Não o estado inglês. Nem o estado inglês continuará a subsidiar a Escócia. E como se desfazem 300 anos de história conjunta? A devolução escocesa foi resultado de longas negociações, nas quais o Partido Nacionalista Escocês recusou-se a tomar parte. O resultado daquela recusa vê-se agora, bem evidente.


Em interessante entrevista, muito bem-humorada, que deu ao Guardian, mês passado, o romancista escocês Alan Warner disse que ama a Inglaterra e passou ali muito tempo, mas que, como muitos escritores escoceses, é “homem do SIM, daqueles cuja tradição “remonta aos anos 1920s, quando escritores e poetas sentiram que, pela literatura, estavam construindo uma nação, uma nação virtual, uma nação imaginada”. E apresenta como exemplo Golden Treasury of Scottish Poetry, de Hugh MacDiarmid, que chama de “um construto, um fabuloso construto de país”.

Warner mostra com fina sinceridade, como são diferentes os artistas. Muita gente, afinal, não vê vantagem alguma em ter o próprio país construído por artistas, seja a construção fabulosíssima ou simples. Tendo acabado de reemergir dos escritos de Edmund Burke, constato que esse desacordo é tema recorrente, talvez, até, dominante, no ataque que Burke move contra os revolucionários franceses. “Homens de letras” – ele protesta – “cheios de se autoelogiarem, não raro conservadores e avessos à novidade”.

Em termos escoceses, querem ser os Makars não só da poesia de sua nação, mas da própria nação. Querem que o país deles lhes ofereça um quadro sensacional para que se deleitem, não um cenário sem graça no qual acontece a vida deles. A festa no trailer de Neal Ascherson soa como os Makars sobre rodas. Qualquer um hesita a bater a porta na cara de gente tão encantadora. Mesmo assim, não gostaria de tê-los estacionados na minha rua, porque tenho o incômodo pressentimento de que no país que há na cabeça deles, só se ouvem  pibrochs, como única música.

Tenho pouca paciência com políticos que dão pouca atenção a questões que são ditas “arroz com feijão”: empregos, salários, aposentadoria, pensões. Menos ainda tenho paciência com a anglofobia que põe aqueles trolls e doidos a guinchar em protestos, os quais nada têm de pessoal com a coisa toda. E há algo de infantil na recusa a reconhecer os três séculos de paz civil e progresso econômico que advieram depois do Ato de União.

Desejo de coração que a maioria dos escoceses votem para manter o único país que eles conhecem. Desejo igualmente de todo o coração que, se votarem assim, o governo do ainda Reino Unido honre a promessa que fez de completar o processo da devolução e restaure todos os poderes para cobrar impostos dos governos locais e regionais dos dois lados da fronteira (uma mudança crucial, que Ascherson descartou sem lhe dar atenção). “Não” à independência deve também significar “Sim” a sérias reformas democráticas.


Todas as narrativas clássicas vêm a Inglaterra como estado-nação original e modelo para os tempos modernos. Um modo de considerar a votação do dia 18/9/2014 é vê-la como signo do fim desse modelo.

Ao longo da era passada, as questões vitais nos vinham da industrialização, da emergência da manufatura e do comércio numa escala que exigia dimensões maiores que as cidades-estados e regiões nas quais o capitalismo floresceu pela primeira vez. Estados-nação eram a resposta, e dentro desses estados-nação havia homogeneidade suficiente para permitir que se desenvolvessem ‘identidades’ funcionais que conseguiam sobreviver à rapidez com que as circunstâncias iam-se modificando. Na evolução de um mundo de estados-nação, era importante a escala relativamente grande.

O capitalismo pode ter começado em pequenas cidades-estado e países marginais, mas só entidades maiores forneceram a combinação de mercados e culturas comuns que favoreceram o surgimento da manufatura durante os séculos 18 e 19. Não houve qualquer escala pré-estabelecida para esse processo: o ‘nacional’ viu-se impulsionado na direção do ‘imperial’ e para a expansão transoceânica – a qual foi, claro, receita para conflito rampante. Depois que se exauriram as guerras mundiais, desenvolveram uma Guerra Fria entre diferentes modos de autismo, ou de globalismo, que o capitalismo friamente venceu e assim assumiu o comando a fase derradeira do crescimento da Terra do Meio.

No século XXI a escala exige menos e, portanto, se torna menos significativo que as sociedades procurem identidade coletiva, ou nacionalidade. É como se a globalidade tivesse criado novas frestas: sociedades – Catalunha, País Basco, Crimeia, Escócia – antes tidas por inviáveis, tornaram-se imagináveis e capazes para se formarem ou reformarem.

Uma tendência reconhecível está emergindo em vários países, bem diferentes sob outros critérios, e vai adquirindo voz comum. E não haverá também traços semelhantes entre os que se opõem aos novos países, as grandes potências já ultrapassadas ou grandes potências em potencial de Espanha, França, Rússia e Grã-Bretanha? Esses estados construíram o nacionalismo histórico que culminou na guerra mundial de 1914-1946, e também no conflito “frio” que a sucedeu, estão ansiosos para preservar a política das nacionalidades dos tempos passados, o “realismo” da escala e da defesa viáveis.
Recuar para saltar melhor: os Scots devem dar um passo atrás no Estado, para saltarem avante e abraçarem o novo tempo, a globalidade na qual com certeza há maior número de unidades autogovernadas.

Um voto “Sim” não escolhe alguma modalidade ultrapassada ou renovada de autogoverno, mas uma forma necessariamente nova de autocomando, uma política modelada parcialmente pelas próprias novas circunstâncias. Os Scots têm alguma chance de atravessar a (ou pelo menos de se aproximar da) saída. Façamos isso, em vez de rolar por aí por mais algumas décadas, e tentando reunir autoconfiança suficiente para abraçar os novos tempos. A confiança virá de já o estarmos fazendo.


Na política às vezes, quando você ganha, você perde. Já parece agora completamente claro que a Escócia votará “Não” à independência. É votação que Salmond não poderia deixar de convocar, depois que o Partido Nacional Escocês obteve a maioria nas eleições escocesas de 2011 (durante a legislatura parlamentar de 2007-2011, a minoria do PNE ficava cercada pela maioria unionista de Holyrood). Salmond bem que gostaria de deixar a coisa rolar por mais uma ou duas legislaturas, à espera que a balança começasse a pender na direção do separatismo. Uma elasticidade de Shrek o fez mudar de direção.
Antes de 2008, uma Escócia independente seria o próximo tigre celta, uma economia de eurozona com negócios sólidos como rocha, para atrair investidores. Como Salmond disse em 2009, “o argumento de ter poderes fiscais fortes (...) dentro de um contexto de euro europeu, se comprovará argumento fortíssimo para o povo da Escócia”.

Hoje, o tigre já virou tapete numa sala do Banco Central Europeu, Alba [“Escócia”, em gaélico escocês  (NTs)] livre será a próxima Noruega – que nem pertence à União Europeia. Na campanha pelo referendo, Salmond partiu para a triangulação. Decidiu conservar a libra, preferentemente com união monetária, mas não quer saber da parte “escocesa” da dívida  nacional; mantém a rainha; não quer saber do sistema nuclear inglês Trident; mas a Escócia permanece na OTAN. Quer livre trânsito de pessoas e bens entre a Bretanha do norte e do sul, como sempre, embora, ao deixar o Reino Unido, a Escócia deixe também a União Europeia, fato que parece só ter ocorrido ao Partido Nacionalista Escocês com considerável retardo. Depois, se, presumivelmente, candidatar-se e for aceita, a Escócia poderá descobrir-se numa União Europeia da qual o Reino Unido retirou-se.

O sucesso eleitoral do Partido Nacionalista Escocês em Holyrood e Westminster explica-se por os votantes terem desertado do Partido Trabalhista, que sempre os teve como favas contadas; as políticas do Partido Nacionalista Escocês contra o sistema nuclear Trident, a favor de educação de 3º grau gratuita para idosos, com cuidados gratuitos à saúde, são populares. Mas ninguém sabe até onde essas políticas se manterão depois da independência – nem o Partido Nacionalista Escocês tem muita certeza de que se manterá. Salmond recuou de uma plataforma separatista muito densa, construída daquelas políticas, para uma “independentismo” light, na esperança de capturar votos vacilantes que tendessem ao “Sim”. Repetindo: às vezes, quando se ganha, se perde – você corta, corta, e mesmo assim perde.


Embora descendente de “proprietários” de Lake District, cuja lei da propriedade os obrigava a defender a fronteira contra escoceses desocupados que andassem por ali à procura do que roubar, os quais em boa hora disseram ao rei James VI e a mim para pensarmos melhor sobre a unificação das coroas, quando ele disse que então já não havia escoceses desocupados por ali e ele queria a terra dos ex-desocupados, mudei-me para a Escócia há 45 anos, vindo da University of Wisconsin.

Nos EUA, usando um visto de curta duração para escapar de ser mandado para o Vietnã, eu me apresentara ao Conselho de Pesquisa Médica, tentando que me mandassem para um daqueles postos africanos dos mais desagradáveis vírus. A resposta é que na África não havia vagas, mas havia uma vaga em Glasgow. Naquele tempo, fazia-se boa ciência na Escócia. Graças à União, ainda se faz, até hoje. Nossa pesquisa é financiada generosamente pelo Reino Unido. A independência seria péssima para a ciência na Escócia. E a Inglaterra também perderá. Beneficiou-se extraordinariamente da influência escocesa e do livre trânsito entre norte e sul. Meu primeiro monitor científico fora orientado por Alexander Fleming no Hospital de Santa Maria, em Londres. O Tratado da União reza que as universidades escocesas “como agora criadas por lei, devem continuar para sempre no Reino”. Gosto disso, e quero impedir que o tratado seja rejeitado.


O referendo da independência é o primeiro de três votações que ajudarão a determinar a forma futura da política britânica. A segunda é a próxima eleição geral, daqui a apenas nove meses. A terceira é um possível referendo para decidir sobre se a Escócia entra, fica ou sai da União Europeia. Há um cenário de pesadelo aqui (pesadelo, pelo menos, para muitos Scots e para alguns de nós cá ao sul da fronteira): a Escócia vota “Não”; os Tories vencem as eleições e então a Escócia, junto com o resto do Reino Unido, descobre-se fora da Europa, destino decidido por alguns inglaterrenses. A tendência é contrária a essa sequência de eventos, mas a margem não é suficiente, que tranquilize. Acho possível que um referendo sobre a União Europeia siga o padrão do referendo sobre a Escócia: longa e grave discussão política que, apesar de toda a agressividade pelas bordas, gera posições de princípios dos dois lados, o que permite aos defensores do status quo apresentar suas posições e fazê-las ouvir. Mas duvido muito.

Aconteça o que acontecer dia 18/9/2014, difícil imaginar que a discussão fique por aí. Se a Escócia escolher continuar como parte do Reino Unido, haverá discussões cada vez que uma decisão do Reino Unido implique destinos que a Escócia não escolheria por conta própria. A pressão por mudanças aumentará, em vez de diminuir. Ao mesmo tempo, o nacionalismo inglês erguerá a própria cabeça em algum momento, sobretudo se o resultado “Não” implicar maiores concessões à devolução escocesa. As outras regiões também vão querer ser ouvidas. O status quo dentro do Reino Unido é defensável no curto prazo, mas não é sustentável no longo prazo. No que tenha a ver com a posição do Reino Unido dentro da União Europeia pode ser bem o contrário.

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