Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Jon Queally |
Essa
a clara mensagem do governo do Equador, hoje, de que não se deixará abusar ou
“chantagear” pelo governo dos EUA na questão de um possível asilo político para
Edward Snowden.
Em
conferência de imprensa em Quito, funcionários do governo do Equador disseram
que os EUA estão tentando golpes de “chantagem”, com ferramentas de economia
internacional, no processo de conseguir acesso a Edward Snowden, vazador de
informações secretas, mas que as ameaças não surtirão qualquer efeito.
Snowden,
que permanece no terminal de um aeroporto russo, tornou-se objeto de disputa
entre Equador e os EUA, depois que se confirmou a notícia de que ele procura
asilo nesse país da América Latina.
Robert Menendez |
Ontem,
4ª-feira, em declarações do senador Robert Menendez (D-NJ), os EUA ameaçaram
retirar do Equador o status de parceiro comercial preferencial, caso o
país conceda asilo político a Snowden, depois do vazamento de grande quantidade
de documentos secretos que expuseram ao mundo os vastos programas de vigilância
mantidos pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, contra cidadãos
norte-americanos e inúmeros outros, por todo o mundo.
“Nosso governo não recompensará o mau
comportamento de outros países” – disse Menendez em declaração em
Washington. “Se o
Equador conceder asilo político a Snowden, eu, pessoalmente, liderarei um
movimento para impedir a renovação da garantia de acesso privilegiado que o
Equador tem hoje em
termos de PNB [orig. Gross
State Product]
e para impedir a renovação do acordo
“Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act”. “O acesso privilegiado é privilégio que os
EUA concedemos a alguns países, não é direito”.
O Equador
ofereceu “assistência em Direitos Humanos” aos EUA, a qual poderia ser usada para ajudar a resolver os problemas recentes com tortura,
execuções ilegais e ataque à privacidade dos seus
cidadãos.
Já
no dia seguinte, o Equador neutralizou completamente as ameaças dos
norte-americanos e cancelou aquele acordo comercial. Deixou claro que não se
intimidou ante as ameaças da superpotência global.
“O Equador está cancelando unilateralmente e
irrevogavelmente os direitos de tarifa aduaneira preferencial” – disse o
porta-voz do governo do Equador, Fernando Alvarado, naquela conferência de
imprensa.
Fernando Alvarado |
“O Equador não aceitará pressões nem ameaças
de ninguém e não faz concessões no campo dos valores nacionais nem os deixa
subjugar por interesses mercantis” – disse Alvarado.
Alvarado
classificou as ameaças norte-americanas envolvendo acordos comerciais, como uma
espécie de “chantagem”. Disse que o governo do Equador não apenas abria mão de
cerca de 23 milhões que são direito seu, nos termos daquele acordo enquanto
vigente. E que o país também daria um presente aos EUA, na forma de pacote de
ajuda humanitária de valor equivalente, para dar treinamento aos
norte-americanos no campo dos direitos humanos e civis.
Segundo
agências equatorianas, o Equador mantém
um programa de “assistência para questões de direitos humanos”, que os EUA
poderiam usar com grande proveito, para dar conta de seus graves problemas com
torturas, assassinatos de cidadãos norte-americanos por drones
norte-americanos e ataques sistemáticos, por agências dos EUA contra a
privacidade de cidadãos norte-americanos.
A Agência
France-Presse noticia que
o referido acordo comercial entre EUA e Equador é vigente há décadas (...) E
expirará dia 31 de julho, se não for renovado pelo Congresso dos EUA.
Autoridades
do Equador explicaram que o Acordo em questão oferece benefícios aduaneiros, em
troca de empenho na luta contra o tráfico de drogas. E que os EUA agem muito
mal, se cedem no combate ao tráfico, para tentar alcançar objetivos políticos.
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