sexta-feira, 28 de junho de 2013

Equador aos EUA: “Não nos deixaremos chantagear na questão Snowden”

 27/6/20134, Jon Queally, Commondreams
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Jon Queally
Essa a clara mensagem do governo do Equador, hoje, de que não se deixará abusar ou “chantagear” pelo governo dos EUA na questão de um possível asilo político para Edward Snowden.

Em conferência de imprensa em Quito, funcionários do governo do Equador disseram que os EUA estão tentando golpes de “chantagem”, com ferramentas de economia internacional, no processo de conseguir acesso a Edward Snowden, vazador de informações secretas, mas que as ameaças não surtirão qualquer efeito.

Edward Snowden, 30 anos, ex-funcionário terceirizado da Agência Nacional de Segurança, que constrangeu o governo dos EUA ao revelar detalhes de programas de vigilância  para telefonia e computadores via internet, pediu asilo político ao Equador (Foto: scmp.com)
Snowden, que permanece no terminal de um aeroporto russo, tornou-se objeto de disputa entre Equador e os EUA, depois que se confirmou a notícia de que ele procura asilo nesse país da América Latina.

Robert Menendez 
Ontem, 4ª-feira, em declarações do senador Robert Menendez (D-NJ), os EUA ameaçaram retirar do Equador o status de parceiro comercial preferencial, caso o país conceda asilo político a Snowden, depois do vazamento de grande quantidade de documentos secretos que expuseram ao mundo os vastos programas de vigilância mantidos pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, contra cidadãos norte-americanos e inúmeros outros, por todo o mundo.


Nosso governo não recompensará o mau comportamento de outros países” – disse Menendez em declaração em Washington.Se o Equador conceder asilo político a Snowden, eu, pessoalmente, liderarei um movimento para impedir a renovação da garantia de acesso privilegiado que o Equador tem hoje em termos de PNB [orig. Gross State Product] e para impedir a renovação do acordo “Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act”. “O acesso privilegiado é privilégio que os EUA concedemos a alguns países, não é direito”.

O Equador ofereceu “assistência em Direitos Humanos” aos EUA, a qual  poderia ser usada para ajudar a resolver os problemas recentes com tortura, execuções ilegais e ataque à privacidade dos seus cidadãos.

Já no dia seguinte, o Equador neutralizou completamente as ameaças dos norte-americanos e cancelou aquele acordo comercial. Deixou claro que não se intimidou ante as ameaças da superpotência global.

O Equador está cancelando unilateralmente e irrevogavelmente os direitos de tarifa aduaneira preferencial” – disse o porta-voz do governo do Equador, Fernando Alvarado, naquela conferência de imprensa.

Fernando Alvarado
O Equador não aceitará pressões nem ameaças de ninguém e não faz concessões no campo dos valores nacionais nem os deixa subjugar por interesses mercantis” – disse Alvarado.

Alvarado classificou as ameaças norte-americanas envolvendo acordos comerciais, como uma espécie de “chantagem”. Disse que o governo do Equador não apenas abria mão de cerca de 23 milhões que são direito seu, nos termos daquele acordo enquanto vigente. E que o país também daria um presente aos EUA, na forma de pacote de ajuda humanitária de valor equivalente, para dar treinamento aos norte-americanos no campo dos direitos humanos e civis.

Segundo agências equatorianas, o Equador mantém um programa de “assistência para questões de direitos humanos”, que os EUA poderiam usar com grande proveito, para dar conta de seus graves problemas com torturas, assassinatos de cidadãos norte-americanos por drones norte-americanos e ataques sistemáticos, por agências dos EUA contra a privacidade de cidadãos norte-americanos.

A Agência France-Presse noticia que o referido acordo comercial entre EUA e Equador é vigente há décadas (...) E expirará dia 31 de julho, se não for renovado pelo Congresso dos EUA.

Autoridades do Equador explicaram que o Acordo em questão oferece benefícios aduaneiros, em troca de empenho na luta contra o tráfico de drogas. E que os EUA agem muito mal, se cedem no combate ao tráfico, para tentar alcançar objetivos políticos.



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