sábado, 19 de março de 2011

Os EUA iniciam o ataque à Líbia: Operação “Aurora da Odisséia”

19/3/2011, Brad Knickerbocker, CSMonitor
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Entreouvido na Vila Vudu: 
“Mas e o quê, diabos, Obama faz no Brasil, todo discursante, numa hora dessas?! 
Como assim, Mr. President?! Veio esconder-se, com a família, na Cinelândia?!”
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Lançamento de mísseis Tomahawk em 19/3/11
O primeiro ataque da “Operação Aurora da Odisséia” contou com 112 mísseis-cruzadores Tomahawk, mar-terra, dirigidos aos principais centros de comunicação. É o primeiro passo, para implantar uma zona aérea de exclusão.

Enquanto a situação na Líbia entra em escalada de guerra internacional, o governo Obama cuida, atentamente, de pintar o envolvimento dos EUA como “de apoio”, pondo no comando outros países. Mas no primeiro dia de mais um conflito multinacional, coube aos EUA o papel de fornecer todo o poder de fogo e o comando militar da “Operação Aurora da Odisséia” [e o presidente Obama está fora de território dos EUA, em visita ao Brasil]. 

Apenas algumas horas – talvez minutos – depois de uma reunião de emergência em Paris, sobre como seria implementada a resolução n. 1.973 do Conselho de Segurança da ONU, autorizando ação militar na Líbia, jatos de combate franceses e britânicos já sobrevoavam a Líbia. 

Os primeiro relatos dizem que os jatos franceses atingiram quatro tanques do exército líbio. Mas o primeiro grande ataque veio de 112 mísseis-cruzadores Tomahawk lançados de navios dos EUA (e de um submarino britânico). 

“Esses ataques nos abrirão caminho para chegar a ambiente de médio a alto risco, sem por em risco nossas tripulações” – explicou o vice-almirante William Gortney, diretor da Junta do Estado-Maior, em briefing no Pentágono, sábado à tarde. “Abre-nos o maior espaço possível para a zona aérea de exclusão”. (...) 

“Estou profundamente consciente dos riscos de qualquer operação militar, independente dos limites que criemos” – disse, do Brasil, o presidente Obama. “Quero que o povo americano saiba que o uso da força não foi nossa primeira escolha e não é escolha que eu faça sem demorada consideração.” 

Mirage 2000 francês
“Mas não podemos permanecer inertes, quando um tirano diz ao próprio povo que não terá misericórdia, quandos suas forças avançam contra cidades como Benghazi e Misurata, onde homens e mulheres inocentes enfrentam brutalidades e a morte, nas mãos do próprio governo” – disse Obama. “Assim sendo, temos de ser claros: ações têm consequências e as decisões da comunidade internacional têm de ser implementadas.”

O Pentágono batizou a aventura de “Operação Aurora da Odisséia”. No comando dos ataques, a bordo do USS Mount Whitney, está o almirante Samuel Locklear, comandante de todas as forças navais dos EUA na Europa e na África.

2 comentários:

  1. (comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    1. Repito: o Kadafi tomou uma decisão estrategicamente desastrada ao reagir com violência aos rebeldes. Tivesse concordado em conversar com os líderes rebelados, teria ganhado tempo e faria a transição nos moldes do Império. "Lenta e segura" -- como no clichê da ditabranda. Teria evitado o banho de sangue e a malfadada OTAN. E ainda sairia com a riqueza pessoal, e a vida, intactas.
    Atenção: não o estou defendendo. Apenas comento sua decisão do ponto de vista de gestão de crises.

    2. O Obama foi se esconder no Teatro Municipal do Rio. Já pensaram o que aconteceria se ele estivesse na Cinelândia quando o boca-press espalhasse entre a audiência a notícia do bombardeio? Agora entende-se o porquê do cancelamento do discurso na rua. A decisão do ataque militar à Líbia foi tomada, provavelmente, pouco antes do cancelamento.

    3. Aí, cariocas: ninguém vai sequestrar o Obama e exigir o fim do bombardeio como resgate?

    4. Se alguém estiver pensando nisso, desista. O Tea Party, os judeus sionistas, os republicanos -- que não veem a hora de se livrar do "negro" que ousou desafiá-los e se eleger presidente dos EUA, posto que eles consideram privilégio da elite branca de olhos azuis -- agradeceriam. Capaz até de encher os bolsos de sequestradores de dólares para que Obama continuasse em local incerto e não sabido. Mas não se animem: o dólar é moeda podre. É só a China resolver se livrar das verdinhas que tem, inundar o mercado e os EUA já eram.

    4. Well, agora o petróleo é deles. Não só o petróleo. Do ponto de vista geopolítico, controlar a Líbia é importante no teatro da tal "guerra ao terror" inventada pelos neocons.

    Pé de pato mangalô treis veiz, moçada.
    BSA

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  2. Castor,
    Nenhum gesto de bom senso da parte de Kadafi - caso tivesse - seria capaz de impedir a invasão da Líbia. O mais interessante é que a Itália e a França vão perder o espaço que a ENI e a TOTAL detém na Líbia, provavelmente para a ESSO e a CHEVRON. Ou seja, franceses e italianos vão pagar a conta para os americanos.

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