quarta-feira, 27 de julho de 2011

“Murdoch falava MUITO MAIS com seus editores, do que diz”

Oliver Wright

27/7/2011, Oliver Wright, The Independent, UK
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu




Excerto da discussão de pauta, na Vila Vudu:
Vam traduzi isso aí, sim. Taí o caso Murdoch, prá prová comé o negócio. 
Os nossos ministros dos nossos governos Lula-Dilma têm de pará coesse papim-fraco de dar entrevista pro grupo GAFE (Globo-Abril-Folha-Estadão) do desjornalismo brasileiro. 
Um dia, a casa cai prôs murdochs do grupo GAFE Brasil-2011, os carin lá vai tudo pará na cadeia... e comé kefica quem vivia em convescotes com eles?!
Já não basta a presepada dos mervais e miogosdainardis e goldembergs e cerras & tucanaria udenista golpista, em lambeção de bota côs sub-dos-subs da embaixada dos EUA, como WikiLeaks noticiou?! 
Se, no Brasil os jornalistas são “idiotas que perderam a modéstia” (e são!), por que, diabos, o Jobim vive a dar entrevistas por aí, prôs mesmos idiotas arrogantes do grupo GAFE? 
Deu pá entendê, ministro Jobim... OU A GENTE VAI TÊ QUE DESENHÁ?!

Rupert Murdoch mantinha contato muito mais próximo e mais frequente com os editores de seus jornais londrinos do que admitiu no depoimento a deputados do Parlamento inglês, semana passada –, disse ontem seu biógrafo.

Michael Wolff, que gravou mais de 60 horas de entrevista com Rupert Murdoch para sua biografia semiautorizada, disse que o presidente e principal executivo da empresa News Corp passava “mais da metade do dia, todos os dias” envolvido com os jornais e conversava regularmente com os editores sediados em Londres sobre matérias a serem publicadas.

Semana passada, em depoimento ao Parlamento, Rupert Murdoch declarou que “só muito raramente” conversava com seus editores em Londres, e acrescentou: “Vocês não fazem ideia da quantidade de assuntos de que tenho de tratar diariamente. Acabei por perder de vista o The News of the World, talvez porque era pequeno demais, praticamente insignificante no contexto geral de minha empresa”. 

Mas em entrevista ao Independent, Mr. Wolff, que teve o mais irrestrito acesso à intimidade da família Murdoch quando escreviaThe Man Who Owns the News publicado em 2008, disse que Rupert Murdoch sempre foi proprietário muito mais presente e ativo do que agora admite.

“O envolvimento [de Murdoch] com os jornais sempre foi total” – disse Wolff. “Rupert foi chamado a depor, e seus advogados disseram ‘Você tem de dizer que não se envolvia com os jornais’. E ele foi e mentiu.” 

E acrescentou: “Estive com ele durante horas e horas. Todas as vezes em que trabalhamos, ele atendia, pelo menos, um telefonema e muitas vezes atendia vários telefonemas, de Londres. Sempre eram os editores – James [Murdoch] e Rebekah [Brooks].

“Pelas minhas contas, ele passava metade do dia envolvido diretamente no dia a dia dos jornais. Ele trabalha assim. Ele telefona – e pergunta sobre as manchetes. Quer saber o que está sendo preparado. Quer saber de onde vieram as matérias. É sempre muito preciso quando fala de uma ou outra matéria, quando pensa sobre uma matéria, ao analisar a substância da história: se é boa, ou se é fraca.” 

Mr. Wolff lançou dúvidas sobre as declarações de que a empresa News Corp nada teria tido a ver com a indicação de Andy Coulson para trabalhar com David Cameron. Disse que acredita que tenha sido parte de uma estratégia construída por Rebekkah Brooks e James Murdoch, para conseguir que Rupert decidisse apoiar o então líder da oposição.

“Em 2007, quando eu estava preparando o livro, Rupert não tolerava Cameron” – disse Mr. Wolff. “Falava abertamente contra ele, sempre com desdém. Depois, começou a dizer “meu filho gosta dele e vou ter de confiar no que meu filho diz. A decisão será do meu filho.” 

“Rebekkah fez campanha, se não para obter o apoio de Rupert a Cameron, pelo menos para reduzir a antipatia que Cameron lhe inspirava. Parte dessa campanha foi a indicação de Andy Coulson. Pessoalmente, não tenho dúvidas que houve uma barganha: para atrair Rupert na direção de Cameron. Rebekkah incluiu Andy no processo, como alguma espécie de garantia, para convencer Rupert a apoiar Cameron.”

Na opinião de Mr. Wolff, que rompeu espetacularmente com Rupert Murdoch depois da publicação do livro, o papel crucialmente decisivo que Murdoch desempenhava na empresa está hoje gravemente comprometido.

“Agora, estamos diante de um fato consumado. Não há como voltar atrás. É impossível meter a pasta de dente de volta no tubo” – diz ele.

Encontros com ministros... 

George Osborne [desde maio de 2010, é Ministro da Fazenda do Reino Unido, Chancellor of the Exchequer]

Teve dois encontros com Rupert Murdoch depois da eleição de maio de 2010; quatro com seu filho, James Murdoch; cinco com a ex-editora executiva de Murdoch na empresa News International, depois de presa, acusada de participação no crime de grampeamento ilegal de telefones; e um encontro com Elisabeth Murdoch. Convidou Elisabeth Murdoch para sua festa de aniversário.

Jeremy Hunt [Secretário de Estado da Cultura, Jogos Olímpicos, Mídia e Esportes] 

Teve dois encontros em janeiro de 2011 com James Murdoch para “delinear o processo da fusão da BSkyB”. Jantou com Rupert Murdoch dias depois da eleição geral.

Michael Gove [Secretário de Estado da Educação] 

Rupert Murdoch almoçou ou jantou seis vezes com Michael Gove a partir das eleições, mais do que com qualquer outro ministro do Gabinete. Gove reuniu-se uma vez com James Murdoch.

Liam Fox [Secretário da Defesa do Reino Unido]

Três reuniões com executivos da empresa News International, nas quais o ministro passou-lhes informes da Defesa (em agosto do ano passado e em março e junho de 2011). Rebekkah Brooks esteve presente às três reuniões; James Murdoch participou de duas; e Rupert Murdoch, de uma.

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