Pepe Escobar |
22/7/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Resenha de SYED SALEEM SHAHZAD, Inside al-Qaeda and the Taliban: Beyond Bin Laden and 9/11 [Por dentro da al-Qaeda e do Talibã: além de Bin Laden e do 11/9], Pluto Press, California [24/5/2011]. ISBM-13: 978-0745331010. US$26. 272 pp. (Pode ser comprado na Pluto Books).
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Nota
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Syed Saleem Shahzad |
Pense em Saleem Shahzad como um avião-robô drone Predator paquistanês, carregado não de bombas, mas de palavras, sobrevoando todo o “Af-Pak”. Em vez de detonar “terroristas” – e uma festa de casamento dos pashtuns – os mísseis Hellfire de Saleem Shahzad detonam, completamente, os muros do labirinto concêntrico, de pressupostos e desinformações, que é tudo que o ocidente sabe sobre o “Af-Pak”.
A editora Pluto Press – em gesto de compaixão – deveria enviar imediatamente um exemplar do livro ao autoproclamado ás da ‘contrainsurgência’ e atual diretor geral da CIA, general David Petraeus, para nem falar da equipe de sicofantas de coturnos nunca em terra que o cercam, ou dos “terrorism experts” de sofá, variedade “think tanks” –, para que possam pelo menos começar a ter alguma ideia aproveitável sobre o que realmente acontece na vida real, no “Af-Pak”.
[À parte: Saleem Shahzad foi meu colega e meu amigo. Trabalhamos sincronizados imediatamente depois do 11/9 – ele em Karachi, eu em Islamabad/Peshawar. Depois, nos encontramos várias vezes em Karachi. Infelizmente nunca viajamos juntos às áreas tribais ou ao Afeganistão (habituei-me a usar intérpretes e contatos do Punjab ou pashtuns).]
Foi depois da invasão do Iraque, em 2003, que Saleem – chefe da sucursal de Asia Times Online no Paquistão – fixou a reputação de mais empenhado e brilhante jornalista que investigava o labirinto das áreas tribais paquistanesas. Por um desses golpes trágicos da história, seu livro foi lançada apenas três semanas depois do assassinato predefinido [orig. targeted assassination] de Osama bin Laden, no assalto a Abbottabad; e menos de uma semana antes de o próprio Saleem ser sequestrado, torturado e assassinado. Não, Saleem não foi assassinado pela “al-Qaeda”. A investigação sobre seu assassinato no Paquistão insiste em não andar para lugar algum (e assim com certeza permanecerá); mas a melhor aposta até agora, em matéria de culpados, parece ser uma facção da sub-bandidagem dos Inter-Services de Inteligência do Paquistão (ISI), com autorização dos níveis superiores.
No pain no gain. “Só a luta ensina”.
Mesmo para quem conheça bem o Paquistão, as áreas tribais e o Afeganistão, esse livro pode ser tão difícil quanto uma trilha no Hindu Kush – sobretudo pelo esforço para não confundir uns com outros, um elenco alucinante de personagens do que o próprio Saleem, em perfeita analogia, chama “uma versão al-Qaeda das Mil e Uma Noites”.
O que se tem aqui é Saleem, como um Sir Richard Burton paquistanês, traduzindo para o mundo as aventuras hardcore de atores crucialmente decisivos, como o cruel Tahir Yaldochiv, senhor-da-guerra uzbeque e seu exército privado de 2.500 jihadis degoladores; ou o capitão Kurram e seu irmão mais velho, major Haroon – exemplos perfeitos de oficiais de médio escalão das forças armadas do Paquistão que renunciaram aos postos e encontraram os próprios destino e missão no trabalho de reciclar as táticas medievais da guerrilha Talibã, servindo-se, para isso, de lições da Guerra do Vietnã.
Haroon, por exemplo, avalia, corretamente, que o apoio que o exército do Paquistão deu aos Talibã afegãos sempre foi apoio apenas tático –, parte da política oficial de Islamabad para criar “profundidade estratégica” contra a Índia; o mesmo se pode dizer do apoio à milícia do Lashkar-e-Taiba, ferramenta útil para o Paquistão, no caso de guerra contra a Índia.
Foi Haroon quem recrutou a maioria dos melhores e mais ideologicamente comprometidos jovens guerreiros que integram a já legendária – em termos do “Af-Pak” – Brigada 313 do comandante Ilyas Kashmiri.
E foi Haroon quem construiu conceitualmente toda a estratégia matadora de cortar as linhas de suprimento da OTAN, impedindo o avanço dos contêineres que chegam ao porto de Karachi, ao sul – essenciais para a sobrevivência da ocupação –, 80% dos quais têm de passar pelo desfiladeiro Khyber; e 20% vão para Kandahar.
E, se Haroon for opinião na qual se deva confiar, 2012 será o inferno na terra. Harron disse a Saleem, em Karachi, que em 2012 osMahdi reaparecerão “para comandar as forças muçulmanas no Oriente Médio e derrotar os exércitos do ocidente comandados pelo anticristo [Dajjal]”.
Fica aberta à discussão a questão sobre quem é o Dajjal, nessa cosmologia: o presidente dos EUA, Barack Obama; o Pentágono, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu ou “Valem todas as anteriores”.
A espantosa quantidade de informação contida nesse livro é dose capaz de manter acordados por muitos anos os interessados em Hindu Kush. Dentre outras preciosidades, Saleem conta:
– como a al-Qaeda conseguiu unir duas tribos, os Mehsud (os “panteras” do Grande Jogo do século 19) e os Wazir (os “lobos”) e, assim, obteve controle completo sobre a área tribal do Waziristão Sul; antes, não havia ali mais que uma espécie de posto avançado dos Talibã da província de Helmand, sob influência do Talibã afegão; e como a al-Qaeda selecionou o Waziristão Norte, “perdedor”, para ali estabelecer seus quartéis-generais internacionais; e
– que esse foi o plano de jogo para reconstruir a al-Qaeda e os Talibã, depois do 11 de setembro.
Saleem também conta como o legendário Jalaluddin Haqqani – sempre de cabelos e barbas tingidos e sempre em contato próximo com os serviços secretos paquistaneses (ISI) – nunca deixou de ser o principal Talibã senhor-da-guerra no Waziristão Norte; e como, por isso, o ISI cuidou de informá-lo de que os ataques contra ele não passariam de encenação.
Como Sirajuddin, filho de Haqqani, no Waziristão Norte, e Baitullah Mehsud, no Waziristão Sul, conseguiram ascender à posição de respeitados tenentes do líder Talibã Mullah Omar, que confia neles; e como Sirajuddin Haqqani converteu-se no mais perigoso comandante do Talibã afegão que a OTAN enfrenta hoje. Como um dos principais ideólogos da al-Qaeda, o egípcio Sheikh Essa al-Misri, “vendeu” a estratégia deles aos líderes das áreas tribais.
Como a principal “reestreia” dos Talibã, na grande ofensiva da primavera de 2006 – quando Washington decidiu que os Talibã já estariam mortos e enterrados – foi também uma história de sucesso da al-Qaeda, turbinada por 4.000 novos combatentes chechenos, uigures, uzbeques e árabes de diversas origens.
Como o Estado Islâmico do Waziristão Norte e o Estado Islâmico do Waziristão Sul conseguiram reunir, no norte, mais de 10 mil jihadis de Karachi, Lahore, Quetta e Peshawar, mais 12 mil das tribos – dos quais 3 mil afegãos e 2 mil de outras nacionalidades; e, no sul, 13 mil das tribos, inclusive algumas centenas de uzbeques e árabes de diversas origens. Assim, o Mulá Omar tem para começar, exército de, no mínimo, 40 mil combatentes.
Como o principal emissário de Omar, Mullah Dadullah – aproveitando-se de contatos íntimos com a resistência sunita no Iraque – divulgou entre as tribos o conceito de suicida-bomba como forma legítima de jihad.
Mas, sobretudo, como a al-Qaeda “modelou uma entidade paralela, Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP, Talibã Paquistaneses), para reforçar suas posições nas fortalezas naturais em sete agências tribais do Paquistão”.
Poucos sabem que o TTP foi criado, de fato, como tática diversionista – de modo que a al-Qaeda pudesse promover sua ideologia dejihad global rumo ao califato global, que jamais correspondeu ao que quer Mullah Omar (cujo único interesse é expulsar do Afeganistão os exércitos estrangeiros de ocupação). Mas o Talibã no Afeganistão não podia criticar o TTP, porque estavam ajudando os afegãos a combater as forças da OTAN-EUA.
A grande franquia tribal
A tese central do livro é essa – que a al-Qaeda “clonou” os Talibã Afegãos, para criar os Talibã Paquistaneses – dentre aquela miríade de grupos militantes –, para que tivessem como conduzir uma revolução islâmica dentro do Paquistão, como franqueados da al-Qaeda. Nas palavras de Saleem, “É a primeira franquia apoiada pela al-Qaeda, local, popular e absolutamente tribal, em todo o mundo”. É possível que o Pentágono e a CIA, em Langley, tenham conseguido entrever pelo menos uma fresta desse grande quadro – mas um pouco tarde demais, no que tenha a ver com “Af-Pak”.
A expressão “Af-Pak” foi cunhada pelo ex-enviado especial do governo Obama, Richard Holbrooke, em março de 2008. O problema é que chegou muito atrasada. Al-Qaeda tivera a mesma ideia muito tempo antes, já em 2002.
Saleem argumenta, a partir de entrevistas que fez com comandantes e estrategistas chaves, que, se a al-Qaeda não tivesse concebido “um plano de combate para enfrentar dois exércitos hostis [a OTAN no Afeganistão; e o exército paquistanês no Paquistão], a guerrilha no Afeganistão teria morrido no final de 2002 e seus militantes em retirada estariam cercados e dizimados já no início de 2003” .
Foi exatamente a impressão que tive, no Afeganistão, no outono de 2002: que a al-Qaeda estava em ruínas. Mas fato é que, no final de 2008, todas as sete agências tribais paquistanesas já estavam sob seu controle e influência.
Al-Qaeda apostava em que Washington acabaria por render-se a algum tipo de acomodação com os Talibã históricos com bases no Afeganistão, em conjunção com o exército paquistanês; a situação seria aproximadamente a mesma de meados dos anos 1990s. De diferente que, dessa vez, os Talibã Paquistaneses lá estariam para estragar a festa – e fazer ver aos afegãos que a Jihad não estava confinada ao Afeganistão: que tivera de globalizar-se.
Mas a al-Qaeda absolutamente não previu que os Talibã, com alguma esperteza, fossem seduzidos por Washington, por alguma espécie de acordo de partilha do poder (estamos hoje mais ou menos nesse ponto).
Há quem duvide que Mullah Omar prefira a jihad, se puder ter voz no poder em Kabul, para nem falar da possibilidade de caber-lhe gorda fatia das taxas de pedágio, no caso de a saga do óleo-gasoduto TAP (Turcomenistão-Afeganistão- Paquistão) algum dia chegar a bom termo.
Apesar de a al-Qaeda não ter previsto a massiva guerra de aviões-robôs pilotados à distância contra as áreas tribais, é evidente que vê como produtiva a crise humanitária gerada pelos drones e o bombardeio de terra arrasada que os EUA fazem contra as áreas tribais. Mais de um milhão de pessoas já abandonaram casa e terras em cinco das sete agências tribais: são um milhão de pessoas (e mais, se se consideram as famílias estendidas) que combaterão contra os EUA até o último alento.
Saleem argumenta que a guerra dos aviões-robôs drones tripulados à distância forçou a al-Qaeda a entrincheirar-se mais fundo no Hindu Kush, onde todas as montanhas se ligam e interconectam; que, se não pode vencer nos desertos do Iêmen ou o Iraque, nem nas selvas da Somália, talvez possa vencer nas áreas tribais, aliada a Talibã Paquistaneses “que se movem livres pelas montanhas, como a águia que luta e sobrevive”.
Já a águia norte-americana pensa diferente:o único modo de ‘vencer’ a guerra nas áreas tribais é ‘droná-los’ com bombas disparadas à distância, bombardeá-los sem parar, até que não reste uma alma viva.
E que fim levou Osama?
É interessante observar o que Saleem não diz sobre Osama bin Laden. Fica implícito que Osama e (hoje líder da al-Qaeda) Ayman al-Zawahiri, com algumas poucas centenas de jihadis, pelo menos depois que escaparam de Tora Bora no final de 2001, estavam amoitados em Shawal, literalmente terra-de-ninguém na encruzilhada entre o leste do Afeganistão, o Waziristão Sul e o Waziristão Norte.
Então, Osama some da narrativa – afinal, já permanecera “invisível” por anos. Reaparece depois da débâcle de 2007 na Mesquita Vermelha (Lal Masjid) em Islamabad – tentativa da al-Qaeda para abrir um front na própria capital –, quando, segundo Saleem, Osama teria indicado Abu Obaida al-Misri para organizar um levante no Paquistão, para tornar ingovernável o país.
Se se pode crer na narrativa de Washington sobre Abbottabad – e há aí um imenso “se” –, Osama, naquele momento, já vivia em Abbottabad, mantido perfeitamente informado de tudo que acontecia no Paquistão.
Saleem acredita na tese da al-Qaeda, segundo a qual o ataque de 11/9 foi organizado para atrair os EUA para uma armadilha no Afeganistão; o Pentágono teria usado o 11/9 como pretexto para implantar-se nas encruzilhadas cruciais da Ásia Central e Sul; e há sempre a possibilidade de que se permitiu que acontecessem os ataques do 11/9, de modo a que o Pentágono pudesse expandir o que, depois, passou a ser conhecido como a doutrina da Dominação de Pleno Espectro.
Dado que Osama é relativamente ausente na narrativa – o que pode significar que seu papel, nos anos recentes, tenha sido só simbólico –, a verdadeira estrela é, de fato, Ilyas Kashmiri. Saleem foi (e ainda é) o único jornalista que jamais o entrevistou.[2]. Destacando-se dentre uma série de jihadis operacionais substituíveis, cada um com seu modus operandi, Kashmiri impressionou tanto os ideólogos da al-Qaeda, que foi promovido a chefe do Comitê Militar e encarregado de expandir a jihad para a Ásia Central.
Para ele, o principal teatro de guerra sempre foi o Afeganistão e as áreas tribais paquistanesas, até que a jihad na Ásia Central – e na Índia – ganhou força. O mais extraordinário é que esse foi o plano do serviço secreto do Paquistão há 30 anos: construir um teatro de guerra para derrotar os soviéticos no Afeganistão e deixar que a Caxemira (e os Kashmiris [Caxemireses]) se autogovernassem na Índia. É imensa ironia da história que um Kashmir esteja hoje encarregado do mesmo plano... mas, dessa vez, para servir aos objetivos da Jihad global da al-Qaeda.
Pode-se discordar de Saleem atribuir poderes imensos à al-Qaeda. No final do livro, escreve que o objetivo da al-Qaeda é exaurir o Ocidente e, então, anunciar sua vitória no Afeganistão. Enquanto os Talibã Afegãos – não a al-Qaeda – não pararem de zunir à volta da OTAN em tempo integral, o ocidente não sairá do Afeganistão: por causa do Óleo-gasodutostão; por causa das suculentas bases militares, ali, ao pé de Rússia e China; por causa dos planos expansionistas da OTAN; por causa da abundância de recursos minerais a serem explorados.
E quando expõe os objetivos da al-Qaeda, a coisa vai ainda mais longe: “em seguida, a al-Qaeda aspira a ocupar a terra prometida do velho Khurasan, cujas fronteiras vão da Ásia Central ao Khyber Paktoonkhwa atravessando o Afeganistão, e daí expandir o teatro de guerra até a Índia”.
Nunca acontecerá. Mas é certo que essa “visão” não sumirá sem mais nem menos. Sobretudo, será mantida eternamente viva, enquanto houver norte-americanos e europeus ocupando o Afeganistão, e as áreas tribais paquistanesas continuarem sob o fogo mortal, infernal, dos aviões-robôs drones dos EUA pilotados à distância.
E quanto ao Irã?
O livro tem alguns pequenos problemas – como Saleem dizer que em meados dos anos 1990s o então presidente do Afeganistão Burhanuddin Rabbani e seu ministro de Defesa, o “Leão do Panjshir” Ahmad Shah Massoud, “permitiram que Osama bin Laden se movesse do Sudão para o Afeganistão”. A verdade é que Osama chegou quando os Talibã já estavam no poder e os tadjiques de Massoud eram a única oposição.
E há um grande problema: o que Saleem chama de ‘normalização’ das relações entre al-Qaeda e o Irã (discutimos muito furiosamente essa questão, por e-mail). Saleem argumenta que quando um diplomata iraniano foi sequestrado em Peshawar em 2008, a complexa rede tribal era comandada por Sirajuddin Haqqani. Muitos meses depois de negociações mediadas por Sirajuddin, Teerã recebeu seu diplomata, em troca da liberdade de agentes altamente qualificados da al-Qaeda que estavam presos no Irã – entre os quais Abu Hafs al-Mauritani, Suleiman Abu Gaith, Iman bin Laden – uma das filhas de Osama – e o egípcio Saif al-Adil.
Nunca se obteve qualquer confirmação, de Teerã; mas é difícil crer que, ainda que Teerã autorizasse passe livre para os jihadis da al-Qaeda rumo ao Iraque, Ásia Central ou Turquia, poder-se-ia dizer que Teerã e a al-Qaeda ter-se-iam tornado por isso, digamos, “íntimos”. Antes de qualquer outra coisa, porque a al-Qaeda tinha e continua a ter relações muito próximas com os sunitas linha-dura do grupo Jundallah – especializado em “assassinatos predeterminados” na província iraniana do Sistão-Baloquistão.
Esse é o caderno de notas de um jornalista apaixonante, às vezes intrigante, às vezes irritante, mas sempre magnífico jornalista, caderno que muitos lerão como um ‘diário’ do coração das trevas. Mas essa parte do mundo sobre a qual Saleem escreve é, de fato, das mais fascinantes, em termos sociais, antropológicos e até geológicos, de todo o planeta. O livro, sim, ganharia, se passasse por edição mais cuidadosa, que aparasse as redundâncias e deixasse ver mais claramente o contexto essencial.
Saleem pensava em urdu – e depois traduzia para o inglês. O Saleem em inglês que os leitores de Asia Times Online e de vários outros jornais conhecem é resultado de horas e horas de doloroso trabalho de edição do editor Tony Allison.
No final, o que realmente conta é que Saleem foi nosso ponto de fuga [orig. vanishing point [3]] naquela paisagem. Não é livro sobre “o terror”. É a narrativa empenhada de um homem só, numa imensa terra de tribos, armado com sua forte bússola moral, à procura da verdade. Por isso Saleem foi assassinado por um estado que há dentro do estado do Paquistão. Não foi assassinado pelos pashtuns.
Notas dos tradutores
[1] Literalmente “queimando [o querosene?] da lâmpada da meia-noite”. É título de canção gravada por Jimmi Hendrix (1967). Letra no Terraletras.
[2] Entrevista exclusiva que Kashimiri deu ao jornalista Syed Saleem Shahzad: “Al-Qaeda's guerrilla chief lays out strategy”, Asia Times Online, 15/10/2009. Sobre o mesmo assunto, ver “Duas Estratégias Islamitas que se Opõem: A Al-Qaeda contra os talibãs”, Syed Saleem Shahzad, Le Monde Diplomatique, 6/7/2007.
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