...os jornais e revistas do Grupo GAFE (Globo/Abril/Folha/Estadão)
(Transcrição de Alexandre Linares para Marxists Internet Archive, aqui revista)
Enviado pelo pessoal da Vila Vudu
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“Você não gosta da mídia que há? Invente a sua!”
[Entreouvido na Vila Vudu, jul/2011]
É a época de vender novas assinaturas. Os diretores e os administradores dos jornais burgueses arrumam suas vitrines e webpages, passam uma demão de tinta pela tabuleta e webpages e chamam a atenção do passante (isto é, do consumidor) para a sua mercadoria. A mercadoria é aquela folha ou webpage de quatro ou seis páginas ou telas, que todas as manhãs ou todas as tardes ou todas as noites injeta no espírito do leitor os modos de sentir e de julgar os fatos da atualidade política que mais convêm aos produtores e vendedores de papel impresso e É a época de vender novas assinaturas. Os diretores e os administradores dos jornais burgueses arrumam suas vitrines e webpages, passam uma demão de tinta pela tabuleta e webpages e chamam a atenção do passante (isto é, do consumidor) para a sua mercadoria. A mercadoria é aquela folha ou webpage de quatro ou seis páginas ou telas, que todas as manhãs ou todas as tardes ou todas as noites injeta no espírito do leitor os modos de sentir e de julgar os fatos da atualidade política que mais convêm aos produtores e vendedores de papel impresso e banda & “acesso”.
Temos de discutir, sobretudo com os operários e os mais pobres, a importância e a gravidade daquele ato aparentemente tão inocente que consiste em escolher o jornal que se cogita assinar.
É uma escolha cheia de insídias e de perigos que deveria ser feita com consciência, com critério e depois de amadurecida reflexão. Antes de mais, o operário e os mais pobres devem negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês.
Devem lembrar sempre que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor ou appeal) é um instrumento de luta movido por idéias e interesses que não são os interesses dos operários e dos mais pobres. Tudo o que se publica é necessariamente inspirado por uma ideia: promover a classe dominante e os mais ricos. O que é o mesmo que dizer: combater a classe trabalhadora e os mais pobres. E, de fato, da primeira à última linha ou bit ou pixel, o jornal burguês manifesta essa única preocupação.
O pior é que, em vez de pedir dinheiro à classe burguesa para que ela mesma subvencione a defesa dos seus interesses, o jornal burguês consegue fazer-se pagar pela própria classe trabalhadora e os mais pobres, que ele combate sempre. E a classe trabalhadora e os mais pobres pagam, pontualmente, generosamente.
Centenas de milhares de operários e pobres contribuem regularmente todos os dias com seu dinheiro para o jornal burguês, aumentando a sua potência. Por quê? Se se perguntar ao primeiro operário que se encontre no bonde ou na rua lendo aplicadamente o jornal burguês, ouvir-se-á uma única resposta: “Porque preciso estar informado sobre o que acontece”.
Absolutamente não passa pela cabeça de nenhum trabalhador que as notícias e os ingredientes com as quais são cozinhadas podem ser expostos com tal arte, tal artifício, que o pensamento do leitor é dirigido numa determinada direção. E o trabalhador sabe que tal jornal é conservador, que outro é interesseiro, que o terceiro, o quarto e quinto estão ligados a grupos políticos que têm interesses diametralmente opostos aos seus (quem nos dera que, no Brasil-2011, houvesse, pelo menos, essa “diversidade”! No Brasil-2011, todos os jornais da dita “grande mídia” são IDÊNTICOS).
Todos os dias, os trabalhadores e os mais pobres vêem, diretamente, que os jornais burgueses apresentam os fatos, mesmo os mais simples, de modo a favorecer a classe burguesa e a política burguesa e os interesses dos mais ricos, e sempre contra os interesses da classe operária e dos mais pobres. Rebenta uma greve? Para o jornal burguês os operários nunca têm razão. Há manifestação? Os manifestantes, porque são operários ou porque são pobres, são sempre agitadores, facciosos, malfeitores.
Aprova-se uma lei? É sempre boa, útil e justa, mesmo que não interesse a nenhum trabalhador e a nenhum pobre. Desenvolve-se uma campanha eleitoral, política ou administrativa? Os candidatos e os programas melhores são sempre os dos partidos burgueses, dos mais ricos. E não falemos daqueles casos em que o jornal burguês ou cala, ou deturpa, ou falsifica para enganar, iludir e manter na ignorância o público trabalhador e os mais pobres.
Pois mesmo assim, o trabalhador procura o jornal burguês, como se não pudesse viver sem ele. É preciso reagir contra isso e despertar o operário e os mais pobres para a exata avaliação da realidade.
É preciso dizer e repetir que a moeda atirada distraidamente para a mão do vendedor de jornais é munição que se dá ao jornal burguês, que a usará depois, quando lhe for conveniente, contra o trabalhador e os mais pobres.
Se os trabalhadores se persuadirem dessa elementaríssima verdade, saberão boicotar a imprensa burguesa, em bloco e com a mesma disciplina com que a burguesia boicota os jornais dos operários, isso é, a imprensa socialista.
Não paguem para manter viva a imprensa burguesa que é nossa inimiga: esse deve ser nosso grito de guerra nesse momento, em que os jornais burgueses fazem campanhas de assinaturas.
“Boicotem, boicotem, boicotem!”
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