terça-feira, 30 de outubro de 2012

E as rosas falaram


Raul Longo
Texto enviado pelo autor
Ilustrações: redecastorphoto

Meu amigo Arthur Perez pede que me retrate pela crônica que escrevi e distribui em setembro, confessando que Nada acontece em meu coração por uma cidade que, até então, mantinha intenção de eleger um prefeito que desconsiderava a necessidade de planejar sua provável gestão.

Na verdade não foi bem isso que o Arthur pediu, mas que homenageasse o aniversário do Presidente Lula, conferindo-lhe por presente a eleição do Fernando Haddad.


“Um poste!” – escarnecia o mau humor paulistano quatrocentão, resgatando a mesma opinião que antes expressaram por Dilma Rousseff. Na sua fina argúcia e bom humor que conquistou simpatia mundial, Lula lembrou que com seus postes tem iluminado o Brasil.

Contrafeita, a concorrente de Lula desde a eleição de Fernando Collor de Melo em 1990 faz questão de alardear que em Manaus e Salvador foram eleitos aqueles que prometeram pegar o Presidente de pau lá fora


Moleques mal educados, é verdade, mas isso de festa e eleição é assim mesmo. Iludisse com as desculpas do prometido presente que não veio e custa-se a perceber quem não deve mais ser convidado.

Aqui em Florianópolis também se elegeu um da turminha barra pesada. mas há de se considerar que de toda forma os tempos mudaram e dessa vez a molecada terá de aprender a ter modos, pois a oportunidade é de resgatar a má impressão deixada em anteriores gestões de copartidários, gestores e padrinhos.


Decepcione a quem decepcionar, ao menos se espera que o prefeito eleito em Florianópolis, por exemplo, não copie as grosserias racistas de Jorge Bornhausen. E já castigados por indisciplina e falta de civilidade em anteriores festas eleitorais de suas próprias cidades, tanto ACM Neto quanto Arthur Virgílio devem ter aprendido alguma coisa.  

Se não tomarem jeito com a vitória apertada tanto em Florianópolis quanto em Salvador e Manaus, como os de São Paulo seus eleitores algum dia vão acabar reconhecendo quem é o estraga-festa sem compostura. E olha que os paulistanos foram complacentes demais! Quanto tempo aguentaram as ranhetices do menino manhoso a entisicar por qualquer perguntinha de seu desagrado e fazer escarcéu até por uma bolinha de papel?


Daí que nada acontecia em meu coração naquela cidade sem o mínimo de organização e planejamento. Que graça tem participar de uma festa com jeito de velório? Eu, hein!

Mas dessa vez o Presidente Lula conseguiu vencer a cara feia da mãe coruja desses meninos. Até em Curitiba! E lá o eleito também foi dos que tentavam estragar a grande festa brasileira.


Com o apoio da pose sisuda do pai de sua prole, o muito discutível Poder Judiciário, Dona Mídia novamente bem tentou manter ares de dona da casa, mas não teve jeito.

Portanto, pulando de Caetano a Cartola, agora reconheço que por São Paulo bate outra vez o meu coração, pois, enfim, as rosas falaram. 

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