12/4/2014 , The Saker - The Vineyard of the Saker
“Excellent statement of Russia’s rep
at the UNSC (dubbed in English) (UPDATED with transcript)” (vídeo legendado em inglês – 15’52”)
Traduzido da transcrição em
inglês pelo pessoal da Vila Vudu
The Saker |
Obrigado,
Senhora Presidenta.
Hoje se
ouviram muitas palavras, muitas declarações, mas a primeira impressão que
gostaria de partilhar com meus colegas é que não estão prestando atenção ao
relógio. Nesse momento são 21h30, o que significa que são 3h30 da madrugada na
Ucrânia. Dentro de duas horas e pouco será dia, 14 de abril, na Ucrânia. Na
verdade, é a hora em que, segundo ordens criminosas distribuídas pelo Sr.
Turchinov, o Exército Ucraniano deverá entrar em ação para reprimir as
manifestações de protesto.
Ouviram-se
aqui muitas palavras injustas, mas com certeza a fala que supera todas as
demais e supera até o que ele próprio já disse aqui, foi de meu colega
ucraniano. Quer processar a Rússia por terrorismo. Por que nunca pensaram em
processar os que aterrorizaram o seu próprio governo durante vários meses, até
o dia 21 de fevereiro? Quem fez guerra contra a Polícia, quem queimou vivos
oficiais de Polícia da Ucrânia, quem matou a tiros, policiais e pessoas que
protestavam contra o governo e que parecem ser aliados do hoje governo de Kiev?
O senhor jamais antes os chamou de terroristas e, isso, por alguma razão. E até
os eximiu de qualquer responsabilidade por suas ações criminosas, que se
repetiram por vários meses.
Outra vez,
infelizmente, se ouviram aqui várias acusações ridículas contra a Rússia.
Disseram que a Rússia quer desestabilizar a Ucrânia, até que tenta sufocá-la. Tão
preocupados estão com a Ucrânia! Mas por que não responderam nosso pedido para
que se iniciasse um diálogo sobre como ajudar a Ucrânia a enfrentar e combater
uma crise quando ela estava começando? Por que só fizeram incitar o confronto,
para que continuasse? Por que aconteceu tão tarde a manifestação dos ministros
de Relações Exteriores da França, da Alemanha e da Polônia, dizendo que a União
Europeia, sim, realmente precisava conversar com a Rússia sobre perspectivas
econômicas da Ucrânia, Geórgia e Moldávia, no caso de esses países virem a
associar-se à União Europeia? Por falar nisso, não me lembro de ter ouvido
alguém, em Bruxelas, que apoiasse a posição daqueles ministros. Fomos acusados
de “sufocar a Ucrânia” porque nos recusamos a doar, gratuitamente, nosso gás
natural à Ucrânia.
Esperemos,
para saber qual será a resposta dos Ministros da União Europeia, até dia 14 de
abril, à carta do presidente Putin sobre como podemos trabalhar juntos para
arrancar a Ucrânia do pântano econômico em que está.
E Washington
– que, de fato, nem está na lista dos que receberam essa carta – já está
pressionando a Europa e já diz que a carta seria “chantagem econômica”. Esperemos
para vez se ainda resta alguma soberania à União Europeia, se é capaz, ou não,
de tomar decisões racionais.
Durante toda
a crise na Ucrânia, a Rússia votou “não” a qualquer movimento que contribuísse
para acirrar os ânimos e desestabilizar o país. Não nos interessa nem acirrar
os ânimos nem desestabilizar o país – absolutamente não nos interessa, porque a
Ucrânia é nosso importante parceiro econômico e político, país muito próximo da
Rússia em vários sentidos. A Rússia sempre votou contra a desestabilização da
Ucrânia. Não somos absolutamente culpados pela situação que se observa hoje.
O Sr. Fernandes
Tarancoa disse que representantes da ONU começaram a
observar ações em que pessoas do sudeste da Ucrânia estariam capturando alguns
prédios do governo. Não se pode esquecer que, evidentemente, muito aprenderam
de Maidan e de Kiev, em matéria de capturar prédios públicos. Lá, capturaram
prédios públicos durante meses!
Nossos
parceiros ocidentais dizem que Maidan foi “exemplo de democracia”, não se sabe
por quê. Mas mudam de opinião sobre as mesmas técnicas, quando o pessoal do
sudeste faz coisa semelhante.
Aconteceu dia
6 de abril, já se passou um mês e meio desde 21 de fevereiro, quando o
presidente Yanukovich foi derrubado e assinou-se acordo que, sim, impediria o
agravamento ainda maior da situação.
Desde o
início dissemos sempre que aquele acordo tem de ser implementado. Que talvez se
tenha de convocar uma Assembleia Constituinte, para que se possam fazer gestos
decisivos para o sudeste da Ucrânia. Algum gesto foi feito?
Pode-se dizer
que sim: finalmente, o Sr. Yatsenyuk foi [ao sudeste da Ucrânia], disse alguma
coisa e partiu no dia seguinte. Mas, um dia depois, o Sr. Turchinov discursou e
disse que discorda de Yatsenyuk. Fato é que eles preferem usar a força.
Têm-se
observado outros eventos preocupantes, durante várias consultas que mantemos
com nossos colegas ocidentais. O Ministro de Relações Exteriores, Sergey
Lavrov, como os senhores sabem, conversa quase todos os dias, por telefone, com
o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry.
Em todos os
telefonemas, Kerry dá sinais de que compreende – porque é compreensível – que
não entendamos coisa alguma dessa confusão, e tenta, e procura fazer alguma
coisa, e tenta falar com Kiev para ajudá-los a compreender as necessidades e as
preocupações do sudeste, sobre a autonomia e os direitos deles à própria língua.
Então, de
repente, um dos deputados deles faz um discurso no Congresso e diz “Sabemos que
essas conversas darão em nada, mas temos de gastar o tempo”. Gastar o tempo. Quer
dizer: será que haveria algum cenário de
Turchinov “usar o exército”, na cabeça de alguém em Washington? É mais
que hora de parar de culpar a Rússia, que estaria procurando a
desestabilização.
A representante
dos EUA mencionou que o Vice-Presidente Biden irá à Ucrânia, se lembro bem, dia
21 de abril. Mas por que esperar tanto? Ele que pegue um telefone e telefone ao
Sr. Turchinov, como telefonou tantas vezes ao Presidente Yanukovich, antes de
21 de fevereiro. Que o vice-presidente Biden diga ao Sr.Turchinov o mesmo que
disse ao Sr. Yanukovich. Segundo o gabinete de imprensa do vice-presidente, ele
disse “Não use força, pelo amor de Deus! Tire seus policiais do centro de
Kiev”. Foi o que o Sr. Biden disse.
E agora? Agora
os EUA aprovarão aquela ordem criminosa, para usar o exército contra civis? Por
que, quando o povo estava indo assaltar a residência do presidente ucraniano os
EUA pediram que não usassem a força e, agora, na situação atual, mudam
completamente de posição, adotam o ponto de vista oposto e apoiam a ordem de
Turchinov?
Por tudo
isso, Sra. Power, por favor, peça que o Vice-Presidente Biden telefone ao Sr.
Turchinov imediatamente, já, porque dentro de algumas horas os eventos podem
tomar rumo irreversível.
Alguns
colegas disseram, sobre aquele encontro que foi anunciado, que deve, com sorte,
acontecer dia 17 de abril. A verdade é que estivemos tentando todas e quaisquer
formas de diálogo – há vários meses, e especialmente depois de 21 de fevereiro
– que conteriam a crise; e acertamos que haveria um encontro entre o Ministro
de Relações Exteriores da Rússia, o secretário de Estado dos EUA, a alta
comissária da União Europeia, Sra. Ashton, e o Ministro interino de Relações
Exteriores da Ucrânia. Esperávamos que dessa reunião brotasse um amplo diálogo
político sobre a Ucrânia, que surgisse dali uma saída da crise. Mas alguém
realmente supõe que alguma conversa seja possível, se o exército ucraniano
iniciar operações militares? Qualquer conversa estará, nessas circunstâncias,
absolutamente desvirtuada.
Por favor,
portanto, paremos com especulações, perseguições, caçando fantasmas russos em
todos os cantos da Ucrânia, e nos concentremos no que podemos fazer – nesse
ponto, falo diretamente aos meus colegas ocidentais – para impedir ações
temerárias, impensadas do governo de Kiev, que acaba de dar essa ordem
criminosa, dada pelo Sr. Turchinov. Temos de impedir que aconteça. As
consequências serão terríveis sobre o povo da Ucrânia e temos de evitar que
aconteça.
Obrigado.
(Na sequência, depois da fala dos representantes da Ucrânia
e dos EUA)
Dessa vez,
falarei bem menos. Só preciso dizer duas coisas. Primeiro, Yuriy Anatolievich,
você chama o seu próprio pessoal de “bandidos” com excessiva facilidade.
Excessiva facilidade. O “Setor Direita” e os demais que, hoje, dizem que
precisam sair matando gente, essa gente não são “bandidos”. Essa gente – foi com
certeza o que você quis dizer − é a “elite política” em Kiev [ironia]. E os que
protestam hoje no leste, com certeza, nada fariam se a Rússia não os mandasse
fazer [ironia]. Estou entendendo. Para entender o horror do que o governo de
Kiev está fazendo na Ucrânia… só se a Rússia mandar fazer. Entendi [ironia]. Ninguém
na Ucrânia é capaz de entender coisa alguma. São radicais chegados da Rússia,
que dizem a eles que lá estão para implantar uma nova ordem a ferro e fogo. Entendi.
Se os russos não descerem lá e explicarem tudo aos ucranianos do leste, eles
não entendem nada. Toda a experiência de uma vida inteira deles no próprio país
deles, é nada, nada ensina. Como é possível? Por que vocês insistem nessa
abordagem tão simplória?
E, por fim,
quanto ao que disse nossa colega dos EUA, Sra. Power. Até agora, ainda não
manifestou sua posição sobre essa ordem para usar o exército no leste da
Ucrânia. Assim sendo, ainda tenho esperança de que, depois da reunião de hoje,
como disse também ao nosso colega ucraniano e a outros de nossos colegas
ocidentais, espero que todos peguem os telefones e telefonem aos seus patrões e
digam a eles que façam valer a influência que tenham sobre o governo de Kiev.
Que suspendam a luz verde para o ataque. Porque ninguém, no governo de Kiev,
faz coisa alguma sem a aprovação deles. E nosso objetivo deve ser resolver os
problemas mediante o diálogo, não em confronto militar.
Obrigado.
Como pode tanta hipocrisia! Eles dão um golpe de estado e impõe uma ditadura que literalmente resolve atacar seu povo, e todo o discurso democrático dos aliados ocidente da força. Agente sabe que o buraco é mais embaixo (ou acima) e que esse jogo Sionista-Kazariano quer mais é que a democracia se foda, se é que essa palavra, democracia, preservou algum significado no discurso deles. O que fazer para trazer mais luz ao assunto? Não sei, mas o que vocês fazem aqui ja é de extremo valor. Obrigado.
ResponderExcluir