13/12/2010, Media Alliance, Austrália
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu
O grupo Media Alliance saúda o apoio manifestado pela mídia e pela indústria do entretenimento australianos ao jornalista e editor de WikiLeaks Julian Assange e ao direito de saber, direito que nenhum jornal ou jornalista pode negar ao seu público consumidor.
Alliance, Comitê Federal de Mídia, Entretenimento e Artes, reuniu-se na 6ª-feira, 10/12, e aprovou moção de solidariedade à campanha mundial de apoio a Assange – que foi membro desse Comitê Federal durante algum tempo.
Na solenidade de entrega do 55º Prêmio Anual Walkley de Excelência em Jornalismo, na 5ª-feira à noite, o secretário federal de Alliance, Christopher Warren, disse:
“Hoje, jornalistas e editores em todo o planeta preocupam-se com os ataques contra WikiLeaks. O que está em disputa é a liberdade de imprensa. As pessoas têm direito a informação em todas as modalidades oferecidas também pela internet. Os jornalistas estão a postos para defender o princípio da transparência no jornalismo.”
O ganhador do prêmio “Gold Walkley”, Laurie Oakes, usou parte de seu discurso para atacar a histeria generalizada contra WikiLeaks, e criticou duramente a primeira-ministra da Austrália Julia Gillard e o Procurador-Geral Robert McClelland, por dizerem que Assange cometera crime, ao publicar os telegramas diplomáticos sigilosos.
“O que disseram foi ridículo. Criminalizar o trabalho da organização WikiLeaks, sem que haja qualquer tipo de prova de violação da lei é, na minha opinião, desrespeitar a lei. Como jornalistas todos temos obrigação de reagir. Seja um pacote de documentos deixado numa caixa postal, seja um quarto de milhão de documentos em formato digital, o princípio é sempre o mesmo. E temos o dever de defender o direito de publicar.”
Oakes recebeu o “Gold Walkley” em reconhecimento ao seu trabalho jornalístico, por ter divulgado, durante a campanha eleitoral, informações que obteve de fontes jamais identificadas.
“Os membros desse Comitê estão com Assange em sua luta para publicar à vista do governo todos os telegramas necessários, até que se prove que a informação não interessa ao poder. Ao poder só interessa reduzir cada vez mais o direito de saber”, disse Christopher Warren.
E concluiu:
“Assange assumiu a tarefa ética de toda a imprensa séria, trabalha com veículos da mídia empresarial para assegurar que nenhum material secreto que criasse risco de morte para quem quer que fosse. O material publicado, afinal, foi publicado por vários jornais do mundo. WikiLeaks nada mais fez além de tornar pública informações pelas quais os governos têm de responder. Estamos com ele e lutaremos ao seu lado, defendendo o direito de publicar, direito de toda a imprensa digna e de todos os jornalistas dignos.”
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