quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OS EUA E O BRASIL

Laerte Braga

Uma das grandes epopéias militares do Brasil, segundo relata nossa História, foi a Guerra do Paraguai. A versão oficial é que enfrentamos o tirano Solano Lopez. A realidade é outra. Brasil e Argentina marcharam contra o governo de Lopez financiados pelo capital inglês e segundo interesses ingleses. Para a defesa de interesses ingleses.

Comércio, mate e indústria têxtil em jogo. Instrumentos dos britânicos, brasileiros e argentinos cometeram um genocídio sem tamanho contra o povo paraguaio e como sempre acontece no Brasil, a estupidez, que no caso de nossos militares anda de mãos dadas com a boçalidade, tudo virou heroísmo, página de glórias.

O site WikiLeaks denuncia o que há anos vem dizendo a AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobras. A atuação do lobby internacional comandado pela IBP para garantir o pão nosso de cada dia das empresas norte-americanas. Os cúmplices aqui? Deputados e senadores cooptados (a expressão é bem suave), ONIP e FIESP.

Daí as garantias que o então candidato presidencial José Serra deu às empresas dos EUA que, eleito, mudaria todas as regras e entregaria o pré-sal, tem o tamanho de 18 trilhões de dólares – por baixo - e pertence ao povo brasileiro.

A denúncia que a AEPET faz, relaciona o deputado federal Henrique Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, como principal agente do lobby norte-americano na Câmara e autor da emenda que devolve em petróleo os royalties pagos, presente de cerca de 30 bilhões de dólares por ano a partir de 2020 aos consórcios produtores. Como o deputado Henrique Alves é barato, algo como uns dois milhões de dólares devem ter sido suficientes para que a emenda fosse apresentada.

Questionado pela AEPET a emenda foi retirada e reapresentada de um jeito dissimulado pelo relator da matéria senador Romero Jucá, também do PMDB e contumaz fraudador da Previdência, o que deve ter implicado em mais dois milhões de dólares para recompensar o trabalho do parlamentar (que por sinal foi ministro de Lula).

O WikiLeaks mostra um telegrama de Patrícia Pradal, diretora da CHEVRON, onde está – “diante dessa estratégia das petrolíferas para barrar a aprovação do novo marco do pré-sal seria fazer lobby no Senado por meio da IBP, ONIP e FIESP”.

Se levarmos em conta o tamanho do pré-sal, o “baixo preço” de parlamentares corruptos como Jucá e Henrique Alves, mais um ou outro que tenha que ser comprado, a turma do lobby, as despesas devem ter andado em torno de uns 10 milhões de dólares.

O mercado da corrupção no Brasil, em se tratando de parlamentares, FIESP, etc, é dos de preço mais baixo. A turma aceita até pirulito ou viagem á Disneylândia.

As regras propostas pelo governo Lula fazem com que, segundo Carla Lacerda, diretora da EXXON-MOBIL “a PETROBRAS terá todo o controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar fornecedores norte-americanos”.

As reservas norte-americanas são de 30 bilhões de barris e o consumo anual é de 10 bilhões, o que gera uma situação de insegurança. O pré-sal brasileiro permitiria sair dessa tal insegurança.

Aí o senador Pedro Simon, PMDB, na contramão dos bandidos, apresenta emenda que evita essa farra das empresas multinacionais, sobretudo norte-americanas e proíbe a devolução dos royalties, impede o entreguismo e dá uma espécie de conserto geral no esquema, impedindo que o País seja prejudicado por deputados e senadores comprados (Romero Jucá e Henrique Alves à frente, isso sem falar que Moreira Franco vai virar ministro da Estratégia Nacional e Eduardo Azeredo sai do Senado para a Câmara dos Deputados).

O que faz a mídia dita brasileira? GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, RBS, todas empresas controladas pelos norte-americanos, repleta de jornalistas venais como William Bonner, William Waack, etc?

A mídia esculhamba com a emenda do Pedro Simon no “patriotismo” acendrado que marca a canalhice dessa gente, ou é marca registrada dessa gente.

É só lembrar o que William Bonner disse três anos atrás a estudantes e professores de jornalismos de uma faculdade de São Paulo, ao vetar a divulgação de determinada notícia – “é para não contrariar nossos amigos americanos”.

Como informa a AEPET a emenda Romero Jucá (Henrique Alves) dá de presente aos estrangeiros perto de 30 bilhões de dólares e a emenda Pedro Simon impede essa “contribuição” e garante direitos de estados e municípios brasileiros, logo, do povo brasileiro.

É por essas e outras que Julian Assange está preso na Grã Bretanha, antiga nação européia, hoje principal base militar dos EUA naquele continente.

Virou de cabeça para baixo o bom-mocismo dos norte-americanos e agora é como se você percebesse que o bandido é, de fato, John Wayne e o mocinho é Jesse James.

Está claro agora porque “liberdade de expressão” é privilégio da mídia privada e podre? Por que o noticiário completo e real sobre o WikiLeaks não aparece nos jornais, redes de tevê, rádios e revistas?

Desmentir como? São documentos oficiais comprovando a intervenção em negócios internos do Brasil, neste caso, comprando deputados, senadores, empresários, etc.

E de quebra ainda levam alguns generais e militares de um modo geral a defender uma ordem que é anti-Brasil. Que acordam e batem continência para Washington.

Nessa cambulhada é só acrescentar a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – uma espécie de feira de vaidades de empresários paulistas, mas todos no bolso de Wall Street, com diploma de sonegadores e “patriotas” no modelo canalha.

Os tais “crimes sexuais” que Julian Assange é acusado não passam de pornografia explícita dos EUA, com a participação de governos europeus, asiáticos, africanos e sulamericanos, envolvendo parlamentares compráveis, empresários idem e militares cooptáveis, pois corruptos.

E destacada presença desses coadjuvantes brasileiros.

Para os EUA o Brasil é só um gigante a ser dominado, entorpecido, barbarizado pelos interesses nazi/fascistas do império terrorista que hoje não é nada além de um grande conglomerado terrorista – EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

A apresentação é de Sílvio Berlusconi, o primeiro-ministro da colônia Itália.

Cabe direitinho no Big Brother Brasil no papel de “quero-o-meu”.    

E, para fechar a cortina, nos telegramas orientando como comprar deputados, senadores, estratégias a ser usada, a recomendação de cuidado para “não despertar o nacionalismo dos brasileiros”.

Um comentário:

  1. Uma vez entreguistas, sempre matadores de índios. os corações todos enterrados nas curvas dos rios. Dementes.

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