Laerte Braga |
Laerte Braga
Chávez transcende a Venezuela.
Transformou seu país em principal protagonista, ao lado de Cuba, da luta pela
independência política e econômica dos países da América Latina. Governando
desde o primeiro momento com o respaldo do voto popular, conseguiu sobrepor-se a
um golpe de estado em abril de 2002 a partir da reação do povo
venezuelano. Em agosto do mesmo ano, a despeito dos esforços dos Estados Unidos,
sob governo Bush, foi confirmado como presidente por maioria absoluta dos
eleitores venezuelanos. A legitimidade do referendo foi reconhecida pelo próprio
governo norte-americano, principal ator do golpe frustrado.
Rubens Ricúpero substituiu
Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda, governo Itamar Franco, logo
após a saída do tucano para se candidatar a presidente da República. 1994.
Pouco antes de conceder uma
entrevista à REDE GLOBO, principal porta-voz da direita brasileira, na manhã de
1º. de abril, a conversa com o apresentador do jornal vaza por antenas
parabólicas e Ricúpero acaba renunciando ao Ministério.
“Eu não tenho escrúpulos. Eu acho
que é isso mesmo. O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”. O
trêfego ministro referia-se ao Plano Real e à necessidade de usá-lo como
instrumento de campanha de FHC. O prenúncio do caráter amoral do que viria a ser
o
governo de Fernando Henrique.
governo de Fernando Henrique.
Rubens Ricúpero é um dos
“especialistas” ouvidos pela REDE BANDEIRANTES (extrema-direita) sobre Chávez e
a Venezuela pós Chávez.
Na edição do BANDNEWS (canal
fechado, com acesso de assinantes) o apresentador ouviu também Marcus Vinícius
de Freitas e em meio a “especialidades” desses especialistas, disse que o
vice-presidente da Venezuela “está tentando levar as pessoas para o lado deles”.
É incrível o despudor da mídia
brasileira. A falta de caráter de jornalistas que se prestam ao papel de William
Bonner, ou William Waack.
A
supressão da personalidade acompanha fatalmente as condições da existência
submetida às normas espetaculares – cada vez mais afastada da possibilidade de
conhecer experiências autênticas e, por isso, de descobrir preferências
individuais.
Paradoxalmente , o indivíduo deve se desdizer-se sempre se desejar
receber dessa sociedade um mínimo de consideração.
Essa existência postula uma
fidelidade sempre
cambiante, uma série de adesões constantemente decepcionantes, a produtos
ilusórios.
Trata-se de correr atrás da inflação dos sinais depreciados da
vida.
Debord, A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, Contraponto, RJ).
O jornalismo robotizado e
depreciado, o ser aviltado e transformado em objeto decorado a cores e luzes da
mentira.
Segundo o mesmo Debord, só o “tolo
e o ignorante” necessitam do especialista. Aquele que conforma a alienação a uma
realidade que é diversa, que descaracteriza o ser humano. Ignoram o processo
histórico.
Chávez é maior que tudo isso.
Deixa um legado, um rastro de coragem e determinação que outros líderes jamais
tiveram. Aceitaram o jogo dos senhores do mundo enquanto Chávez os enfrentou.
Tem a estatura de um Fidel Castro.
Chávez na ONU mostrando livro de Chomsky (20/9/2006), um dia após discurso de Bush |
“Nesta tribuna onde falo hoje,
ontem falou o presidente Bush dos EUA, que eu chamo de El Diablo. Ainda está com
cheiro de enxofre”. Num pronunciamento na Assembléia Geral das Nações
Unidas.
“Ufa! Que alívio, finalmente o
fim de uma praga”. John McCain, senador republicano e candidato
presidencial derrotado na primeira eleição de Obama, ao tomar conhecimento da
morte de Chávez.
As forças da reação, os
“especialistas” que iludem tolos e ignorantes, vão tentar de todas as formas
derrotar o chavismo nas eleições presidenciais dentro de 30 dias. Um e outro são
maiores.
A Venezuela erradicou o
analfabetismo, levou a todos os cidadãos os serviços de saúde pública, começou o
processo de construção socialista e tudo isso sob a liderança de Chávez e o
apoio popular. Organização popular é o principal instrumento da revolução
bolivariana.
Não passarão. O triunfo de Chávez
é o triunfo da História. Sua morte o coloca no patamar de Marti, de Bolívar, de
tantos outros lutadores do povo na América Latina. O coloca ao lado de Chê.
É por essa e outras razões que
Chávez transcende a Venezuela e transcende a si próprio. O triunfo sobre a
amoralidade escravagista do capitalismo. É a maior dentre todas as heranças que
Chávez deixa.
Enviado por Ana Santanna e Sílvio de Barros Pinheiro
Enviado por Ana Santanna e Sílvio de Barros Pinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.