sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Editorial da Vila Vudu/redecastorphoto de 15/11/2013


Passamos adiante, aqui, uma mensagem publicada hoje por "The Saker", do blog The Vineyard of the Saker, que não se sabe quem é, e cujo trabalho na rede foi divulgado por Pepe Escobar, pelo Facebook, onde o descobrimos.

The saker
A mensagem pareceu-nos interessante e está, na íntegra (em inglês), em “An amazing week has turned to an amazing month - heartfelt thanks for all those who made this possible (UPDATED)”, porque o Saker (é um tipo de falcão, foto acima) parece trabalhar numa linha semelhante à nossa: escreve  e posta no blog (no nosso caso, traduzimos, postamos e espalhamos pela rede) sem qualquer tipo de “seleção” entre os destinatários: se o cara diz que quer receber, mandamos. O blog redecastorphoto é depositário da totalidade das traduções e manifestações do pessoal da Vila Vudu desde 2010.

Gostamos do que o Saker escreveu, porque ele pôs, num parágrafo, praticamente o resumo de algo que nós (também) pensamos -- e que pode ser o “fundamento teórico”, se algum houver, do que a gente pensa, com alguma variação nos “exemplos”:


Finalmente, a grande lição [da surpresa, para ele, que foi descobrir o que ele escreve traduzido para zilhões de línguas e distribuído pelo planeta inteiro] é que há uma sede no planeta por um tipo diferente de pensamento. As velhas categorias - Esquerda vs Direita, Leste vs Oeste, Progressistas vs Conservadores - estão morrendo e muita gente está farta delas. Muita gente também está farta das regras estritas do “politicamente correto” que *todos* os establishments sempre impõem. Digo isso, porque recebemos pouquíssimos e-mails de ódio. Não há dúvidas de que há “algo novo” em gestação no mundo. Na Rússia, esse “algo novo” aparece encarnado em Putin; na França, em Soral e Dieudo; na América Latina provavelmente em Morales; no Oriente Médio, em Nasrallah. Talvez, algum “consenso” pós-capitalista?

Cá na Vila Vudu / redecastorphoto, ainda não demos por morto-e-enterrado o discurso da esquerda. Nos declaramos completamente “de esquerda”. Entendemos que a luta continua, mas que, sim, que a esquerda europeia, sim, acabou-se, autodiluída em grupelhismos. E diríamos que “há algo de novo no Brasil, em Lula-Dilma”; na América Latina talvez, mais, em Correa (do Equador), melhor herdeiro do chavismo, nos parece, que Evo Morales”.

Na França, não sabemos e, assim, demos divulgação ao que pareceu “novo” ao Saker. E no Oriente Médio, sim, parece que, sem dúvida, “há algo de novo em Hassan Nasrallah” que traduzimos frequentemente já há muito tempo e que Assange entrevistou há um ano (entrevista que fica cada dia mais atual, se se consideram os desenvolvimentos contemporâneos na Síria, e que pode ser relida na redecastorphoto), e que é personagem DESCONHECIDO dos leitores/ espectadores/ ouvintes da imprensa-empresa brasileira (censurado também pelos blogueiros jornalistas ditos “progressistas” brasileiros).

No caso da Vila Vudu/ redecastorphoto, deve-se acrescentar que nós empenhadamente nos dedicamos a divulgar matérias e publicações que se encontram na rede, pelo mundo, e que NUNCA, JAMAIS, EM CASO ALGUM, apareceram ou algum dia aparecerão publicadas em língua portuguesa do Brasil nos JORNAIS/ REVISTAS/ RÁDIOS/ TVs brasileiros.

Nesse sentido, costumamos dizer, cá entre nós, que fazemos um trabalho DES-JORNALÍSTICO.

Em todos esses casos, o que fazemos é alguma espécie vaga de “seguir a multidão” - um conceito importante e utilíssimo, que aprendemos (e continuamos a aprender) criado por Antônio Negri - mais do que insistir em supor que saberíamos mais que a multidão.

Em todos os casos, nos interessam sempre mais as vozes que NÃO LEEM JORNAIS e REVISTAS BRASILEIROS E NÃO ASSISTEM À REDE GLOBO, nem TV comercial brasileira em geral, nem ouvem noticiários radiofônicos (tipo CBN, a rádio que troca notícias, p. ex.).

Se os muitos hoje, no mundo, são islamistas e só esses, no mundo, estão fazendo a oposição política (e armada) ao capitalismo selvagem que os EUA tentam impor pelas armas, pelo planeta, então oferecemos nossos ouvidos e dedos a Nasrallah, da resistência xiita, que parece ser o mais consequente, politicamente falando, dos islamistas.

Entendemos que o jornalismo que há no Brasil, jamais, em tempo algum -- e por definição -- será instrumento útil para construir e distribuir a informação que interessa ao esclarecimento e formação (no sentido complexo, de “ilustração”) da opinião pública brasileira.

O jornalismo brasileiro é o pior do mundo? É.

O jornalismo brasileiro tem de ser EXTINTO. As empresas têm de ser fechadas e o terreno salgado, para que ali nada mais do mesmo jamais torne a brotar. E para que os terrenos salgados e devolvidos ao estado de terra bruta, ali permaneçam, secos e estéreis, como monumento fúnebre, para que todos vejam, bem graficamente, o mal que o jornalismo brasileiro (teoria e prática) fez ao Brasil, por mais de um século e, hoje, ainda mais do que nunca antes.

Decidimos distribuir hoje este EDITORIAL para não deixar aí, como última palavra, ao nos desligarmos das listas “nômade”, as tolices/ besteiróis publicados por “nômades” do Rio de Janeiro, para os quais nós não faríamos outra coisa além de “inundar a lista com material islamista”. De fato, esse tipo de tolice jamais havia sido escrito, sequer, pelos sionistas que vivem a nos espinafrar e até ameaçar.

Há um risco muito específico da internet, que é o risco da palavra escrita por impulso.

Paul Virilio
A rede -- que é vastamente AÇÃO POR ESCRITO -- é lugar muito perigoso onde se vê, muito claramente, o que há de verdade no que Paul Virilio escreveu:

A Internet nos deu o tempo do reflexo e roubou-nos o tempo da reflexão.

Isso, precisamente, é o que fazem também o jornal, o rádio e a televisão comerciais liberais (no sentido de “liberal udenista”) que há no Brasil.

Nesse sentido, e se for usada só para distribuir reflexos & xiliques hiper-mega-over grupelhistas ou de clusters acadêmicos ou individualistas e roubar a todos o tempo da reflexão, a rede TAMBÉM é ferramenta a favor do capitalismo selvagem e seus comanditários.

O mesmo vale também para o jornalismo “ninja”, o qual é “comunicação” e como tal não nos interessa, porque nenhuma “Teoria da Comunicação” capitalista nos interessa, como nenhuma teoria do jornalismo liberal capitalista nos interessa, ainda que metida a “ninja”.

Sobre os black blocs, adotamos a posição dos Zapatistas: venham, se quiserem vir, mas,

escrevam meia página sobre o que pensam e sobre por que fazem o que fazem como fazem: mais importante que a quebradeira cenográfica, é vocês explicarem-ensinarem POR QUE vocês fazem a parte quebradeira, da luta comum de todos.

Por hora, é isso.


Vila Vudu e redecastorphoto

2 comentários:

  1. Parabéns!
    Acompanho atentamente a página, penso como vocês.
    :-)

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    Respostas
    1. Gratos! Hoje à noite tem mais sobre P5+1 e Irã...
      Abraço
      Castor

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